A Maldição Do Bebê Reborn E Outros Contos
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A Maldição Do Bebê Reborn E Outros Contos - Elvécio Andrade
A MALDIÇÃO DO BEBÊ REBORN
e outros contos
Elvécio Andrade
Direito de publicação exclusivo de Elvécio Andrade
Proibida a reprodução total ou parcial desta obra por quaisquer meios sem a prévia autorização de seu autor.
ÍNDICE
Timidez ............................................................................................................... I A visitante ......................................................................................................... II O último voo para a Hungria .......................................................................... III O poliglota ....................................................................................................... IV
Lembranças ..................................................................................................... V
Desventura de um gaúcho de Pelotas .......................................................... VI Ataque noturno .............................................................................................. VII O fantasma do banheiro .............................................................................. VIII O deserto verde .............................................................................................. IX
O mal entendido .............................................................................................. X
A empreitada ................................................................................................... XI Engolidos pela casa mal assombrada ......................................................... XII O casamento de Tião Malacacheta ............................................................. XIII O último ônibus da noite ............................................................................. XIV
Paixão fatal .................................................................................................... XV
Os quatro cavaleiros do inferno ................................................................. XVI O último túmulo ........................................................................................... XVII O inferno brasileiro .................................................................................... XVIII A emboscada ................................................................................................ XIX
O roubo de melões ........................................................................................ XX
A armadilha cruel ......................................................................................... XXI Vingança canina .......................................................................................... XXII Terror na Coréia do Sul ............................................................................. XXIII O homem que João Paulo II matou .......................................................... XXIV
Aventura no passado ................................................................................. XXV
Ubiracema .................................................................................................. XXVI A maldição do bebê Reborn .................................................................... XXVII
DEDICATÓRIA
Aos meus pais Ênio Andrade e Teresinha (in memoriam), irmãs e amigos!
Prefácio
Fiquei conhecendo o Elvécio em 1983, no extinto Jornal da Cidade, onde trabalhávamos, ele como repórter e eu como revisor. Desde essa época já notava seu gosto pela literatura nos nossos papos e no seu estilo de redação.
Elvécio gostava também de falar de sua terra, Peçanha, e se interessava muito pela situação de penúria, exploração e marginalidade das comunidades indígenas, que conhecera como funcionário da Funai (assessor de imprensa).
Ou seja, tinha suas inquietações intelectuais e sociais. Era interessante papear com ele.
Acabamos nos separando, indo trabalhar em lugares diferentes, mas em esporádicos contatos, Elvécio sempre falava seus escritos: contos, poemas, novelas, peças teatrais e aumentava minha curiosidade.
Com um belo trabalho jornalístico sobre o massacre de índios Xakriabá em 1987, Elvécio concorreu (e foi finalista) ao prêmio Esso de jornalismo. No Diário do Rio Doce, onde voltamos a trabalhar juntos, o peçanhense convicto, além de assumir a coordenação da Agenda Caderno B, criou o concurso de contos e poesia, que foi realizado com sucesso todo ano até 1989, quando ao passar em um concurso, assumiu o cargo de Assessor de Comunicação da Coaperiodoce (Cooperativa Agropecuária Vale do Rio Doce).
Finalmente, após um ou outro poema que publicava esporadicamente no DRD, o amigo me chegou com um conjunto de pequenos contos e uma peça teatral pedindo ajuda na revisão, pois havia finalmente decidido pela sua publicação. Aceitei imediatamente a tarefa e pude, então, ter um conhecimento mais amplo e íntegro do seu estilo, de influências diversas e de temática variada.
Ao longo dos contos percebem-se nítidos o romantismo, o humor, o gosto pelo fantástico, pela literatura de horror, sem nunca perder de vista a nossa realidade grotesca, trágica, de país subdesenvolvido, à qual Elvécio vê com uma visão tragicômica: rir para não chorar,
Esse último está muito presente na excelente peça teatral O plantão de um hospital municipal. O hospital, aqui, é um microcosmo que permite ao autor falar das pequenas misérias do nosso cotidiano.
No delicioso Inferno brasileiro, Elvécio consegue descobrir uma
vantagem
em se viver num país desorganizado como o Brasil. O estilo fábula está presente em O poliglota, e o surreal em Os quatro cavaleiros do inferno.
Enfim, são variadas e surpreendentes histórias, que revelam um autor de grande imaginação e que nos leva a ler várias páginas de um só fôlego, tais são o humor, o romantismo e o gosto pelo inusitado nelas presente.
Que venham mais!
__________________
*José Ângelo
__________________
* José Ângelo: revisor, crítico literário e especialista em língua portuguesa.
Timidez
Não sei exatamente quando tomei pela primeira vez consciência de que a amava. Eu a conheci quando era ainda jovem e a felicidade me era peculiar, como o sangue que corre em minhas veias.
Sempre que vinha do colégio fazia questão de passar por aquela rua só para vê-la na janela. Ali ela se debruçava e permanecia por horas a fio olhando barquinhos no horizonte, ou andorinhas rebeldes em alvoroço pelo espaço e nos telhados das casas vizinhas.
Seus olhos ficavam fixos em um ponto qualquer do espaço e não notava mais nada ao seu redor, nem mesmo a minha presença carregada de amor.
Meu amor por ela era loucura, a própria loucura. Contudo, era uma doce loucura, e ela me embriagava como um vinho precioso.
Perdi a conta das cartas que escrevi para entrega-la no dia seguinte, falando de meu amor platônico, que se perderam na imensidão de minha alma ou na obscuridade de meu silêncio infinito.
Eu tinha medo. Apesar do amor obsessivo que nutria por ela, eu tinha um medo imenso de lhe confessar meu sentimento e não ser correspondido. Isso, sem dúvida, aumentaria ainda mais minha indecisão diante de tudo que se referida a amor.
Por muitas vezes minha reação à palavra amor sempre foi de dúvida e desconfiança.
O meu desejo por ela era um desejo com sabor de aventura, perigoso e condenado à desesperança que me afligia, solapando-me e queimando por dentro em desespero.
A ansiedade que sentia, porém, me tornava feliz e me fortalecia. Com isso sentia-me livre e seguro, a salvo e em casa. Tudo isso provocado pelo amor que sentia por ela.
Eu sempre fui uma pessoa tímida, de poucos amigos e pouca convivência social. O destino e o desenvolvimento de cada indivíduo dependem da influência de suas impressões e sensações meio-ambientais na primeira infância, que prova que no reino secreto do inconsciente nada é completamente o que parece ser.
Meu amor por aquela jovem com a qual nunca havia trocado qualquer palavra era como uma trepadeira tropical, cujas raízes se espalhavam por toda parte e cujos tentáculos se arremessavam e contornavam cada escaninho da minha psique.
Entretanto, eu tinha certeza de que nossos mundos eram idênticos. Eu, tímido e complexado, não tinha sequer amigos com quem me desabafar. Mesmo os poucos que apareciam não me despertavam confiança para esse tipo de assunto.
Eu, como ela, vivia muito além, em um mundo distante, longe das coisas fúteis dessa inútil existência humana.
Meu mundo não era este. Meu mundo estava além-mar, no infinito, no passado e até mesmo no futuro menos no presente, onde a realidade de um amor sofrido e não correspondido era sufocante.
Quantas vezes tentei fugir, tirá-la do pensamento. E, de repente, insólita, lentamente, escorregava-me, subindo pelo corpo, desde as pontas dos pés até à mente, uma pegajosa, gélida certeza: o mundo não é suficientemente grande para duas pessoas que estão ligadas por um ou outro motivo.
Não importa para onde fuja ou quanto se embriague, onde se esconda, não é bastante grande, neste mundo, para você e para o outro.
Quantas vezes durante a noite tentei me esquecer daquele amor infrutífero, mas as trevas e os pensamentos voltavam sempre e de novo me envolviam. Os pensamentos veem, não se consegue evita-los.
Vêm e perfuram, perseveram. Em mim deixavam a única certeza: eu era a própria encarnação do medo. Ficava a observando horas a fio escondido por trás de uma árvore, imaginando por que uma garota como ela, tão cheia de vida, passava todo o tempo de sua vida em uma simples janela.
Por mais que eu tentasse, não conseguia compreender aquela sua atração pela janela, onde ficava desde as primeiras horas do dia até o entardecer.
Aquilo me deixava nervoso e inquieto. Por que eu nunca a vi pelas ruas como as demais garotas de sua idade? Minha obsessão amorosa se uniu à curiosidade e decidi desvendar seu mistério.
E num belo
