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Histórias singulares
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E-book157 páginas2 horas

Histórias singulares

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Sobre este e-book

Este é um livro singular, como o próprio título afirma, criado a partir de pensamentos profundamente elaborados, com o intuito de oferecer histórias altamente apreciáveis e contundentes.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento19 de abr. de 2024
ISBN9786527020400
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    Histórias singulares - Cleber Pereira

    HELENA

    Caminhava pela praia remoçando os seus pensamentos. não havia ninguém ali naquele momento. direi logo no que pensava; pensou numa garota, uma linda donzela de cabelos grandes, louros e cacheados, os olhos castanhos e grandes. tudo isso tinha ficado no passado. Alvaro pereira sentou— se na areia, estava já tarde, e como eu dizia, os seus pensamentos intranquilos e solitários remoçavam aquelas coisas do passado.um passado ainda bem presente. não ficou ali sentado por muito tempo. por volta de oito horas da noite levantou— se, passou as mãos pelos cabelos, como para se espairecer do cansaço daqueles pensamentos que lhe ficavam como que inquietando, como que lhe aporrinhando, sobretudo ficou bem chateado. Álvaro fez uma longa caminhada até chegar em casa, ou melhor, num quarto de apartamento que havia alugado, em santos. era a primeira vez que visitava a cidade, gostou muito. todo dia ia à praia e ficava

    Pensando na formosa helena. o estranho nesse caso é que já não a via há bastante tempo, 6 anos propriamente. conhecera outras mulheres, namorara, mas aquela foi a que lhe ficou no fundo da alma, encravada, presa. a bela helena morava em montes claros, num bairro próximo ao centro, era médica a moça. Álvaro estudava ainda, quem lhe custeava as viagens eram os pais. chegando no quarto, recebeu um telefonema.

    — Álvaro, tu não vens?

    — aonde?

    — ora aonde! esquecestes do compromisso marcado ontem aqui na boate?

    — esqueci, homem, por favor me desculpeis.

    — ainda tem tempo para que você venha, ou não queres?

    — Ah...não sei não...se eu for eu te ligo...é que hoje quero ficar um pouco sozinho...

    — tudo bem! tchau!

    — tchau. venha aqui amanhã para batermos um papo.

    — sim, eu vou. tchau.

    — tchau, Afonso.

    Desligou o telefone e permaneceu sentado no sofá. no outro dia pretendia sair para ver se conseguia arranjar um emprego para ajudar nas despesas. ligou a tele visão, más continuava chateado, enfarado, e desligou logo, foi dormir, e dormiu bem. o cansaço ajudou— o a pegar no sono. sonhou com helena. no sonho a moça aparecia com um vestido negro apertado, mostrando a sua silhueta perfeita, os seus cabelos soltos,ia caminhando sobre as águas, como uma deusa em sua direção, abraçando— o e impregnando— lhe um longo e apaixonado beijo, que lhe queimava até as profundezas mais recônditas do coração, acordou no final do beijo, bastante enlevado pela vivacidade da cena, fora muito intensa, vivaz, a imagem de sua amada helena. Álvaro não sabia se á encontraria de novo, depois de tê— la deixado, tudo por ciúmes de um outro rapaz da rua, que parecia enamorado da moça. o pior é que helena lhe contara todo o episódio, pormenorizadamente,, ele não se conteve, disse impropérios para a moça, ficou enfurecido, enlouquecido, desvairado com o que ouvira, a moça, amedrontada e triste, desabou em lágrimas e disse— lhe que não poderiam continuar a relação se ele se descontrolasse assim sempre.— eu tenho motivos fortes para estar descontrolado. amo— vos e vós ficais cortejando e sendo cortejada por outros rapazes. tudo acaba aqui.

    Os dois, bastante nervosos, acabaram desfazendo o namoro que já durava alguns meses. as coisas daí em diante foram ficando cada vez mais intrincadas e complicadas. saibais que helena o amava e queria reatar, más ele duvidava e titubeava devido aos fatos narrados, a separação inevitável.

    Saíra com um amigo no dia seguinte que lhe levou numa clínica e lá arranjou um emprego de ajudante. trabalhava muito, achou baixo o salário de 800 reais. continuaria trabalhando naquele emprego por mais algum tempo pois precisava complementar a renda, pensava ele que se se acostumasse, se apegasse mais ao serviço, acabaria gostando. aconteceu isso mesmo. todos lá lhe elogiavam. seu amigo(o que o ajudou á arranjar o emprego) elogiou— lhe bastante quando fora ter com ele.

    — tu és demais, cara

    — obrigado, faço o que posso.

    — todos te adoram lá. que mágica fizestes para conquistar a todos?

    — nenhuma. acho, humildemente, que sou um camarada que se dedica com afinco ao que está fazendo e tem dado certo por enquanto.

    — por falar nisso, Álvaro, tem uma gata lá, a Tereza, que está afim de te conhecer melhor. vim aqui por ela. está caída por vós. Tereza é linda, e é difícil ela ficar afim assim de alguém.se eu fosse vós não perdia uma tão reluzente oportunidade.

    Alvaro resistiu, mas o amigo José foi insistindo, dando razões, opiniões, que acabaram o convencendo.

    — vou conhecê— la, afinal estou precisando conversar com garotas. fiquei um tempo longo só alimentando esperanças de reatar com helena, acho que está tudo perdido entre nós.

    — olha, cara, o destino pode nos surpreender.

    Claro, José, claro. concordo plenamente convosco. e quando será o encontro? já está marcado?

    — está sim. amanhã á tarde, num restaurante do centro.

    Alvaro queria um emprego para ter uma atividade e acabou arranjando um pouco mais que isso, e arranjaria bem mais como verás. falemos um pouco de Tereza, era uma moça estonteante, cabelos negros lisos e longos, olhos verdes parecendo esmeraldas ornavam— lhe o belo rosto delicado, bem talhado pela natureza. no dia do encontro entre ambos, a moça se mostrava formosíssima, com um vestido preto que realçava sua formosura física e facial, realmente era uma donzela de formas perfeitas, caprichosas, Alvaro tentava em vão disfarçar que ficara desconcertado.

    — perdoai— me, senhora, é que já faz um tempo que não tenho um encontro assim ainda mais com uma donzela tão formosa. como dizia um soneto do grande Cervantes que eu adoro. agora vamos nos sentar.

    — vamos. ali é um bom lugar

    — também achei.

    Sentaram— se e começaram a conversar.

    — Dissestes que gostas de Cervantes.

    — Gosto muito. Já lestes?

    — Já. Dom Quixote. Romance, apesar de ser enorme. 600 páginas com letras pequenas, más valeu a pena. Foi enriquecedora essa leitura. Ri muito com as aventuras e desventuras daquele lunático ilustre.

    — fiquei curioso agora, Tereza, qual o seu escritor favorito?

    — quero que adivinhes senhor Alvaro, ele tem algo em comum com Cervantes

    — o humor, não é?

    — é sim! adivinhastes em parte.

    Disse Tereza sorrindo e mexendo nos seus belos cabelos negros sedosos, que o que mais brilhava naquele início de noite era a sua presença irradiando sua tremenda formosura.

    — adivinhe o resto agora— disse a moça num tom de desafio. — adivinhe!

    — acho que também gosto desse escritor. é um gênio. machado de Assis.

    — sim! adivinhastes! é esse mesmo. sou apaixonada pela escrita dele.

    — realmente é um escritor como poucos esse machado de Assis.

    Foram discorrendo depois sobre outras coisas interessantes, parece que Alvaro estava saindo da clausura em que havia se adentrado. saíram sorrindo muito.

    — gostei muito mesmo de sair convosco, Tereza, eu já te achava tremendamente formosa, e constatei que és também de uma inteligência igualmente bela.

    — vós sois também inteligente demais e bonito. estou encantada convosco. olha que é difícil eu me sentir assim na presença de alguém. sei lá, acho que tens algo especial, surpreendente, misterioso.

    — nossa! estou bem lisonjeado. obrigado Tereza, é gratificante para um cara humilde assim como eu ser agraciado com tantos elogios agradáveis de uma dama formosa, estonteante. tu me deixastes até...como digo...desnorteado. e não é falso isso que vos digo, acreditai. este belo momento não sairá tão facilmente de minha memória.

    — da minha também não.

    Pelo que vós vistes foi um primeiro encontro perfeito, só que não tivera ainda nenhum beijo, apesar do clima favorável para isso. a formosa Tereza era muito recatada, não era, como dizemos, uma mulher fácil ou vulgar. Alvaro dormiu a noite cortejando duas mulheres, uma chamada helena e a outra Tereza, uma senhora que ficara no passado e a outra viva, intensa, presente. de Tereza o rapaz sentia o calor da conversa, o requinte de seus lábios e o desejo de se lambuzar todo com aquele batom vermelho e tocar seu rosto que se ruborizava a certos momentos, e de helena sentia que alguma coisa mal resolvida havia entre eles. ambas as senhoras brigavam dentro de si, disputavam espaço. Alvaro era homem, e o coração de um homem não é assim algo que não caiba menos do que dois amores. pensava, conjecturava que talvez não houvesse fracassado com helena, depois se recordava de Tereza, e tudo nela convidava e incitava ao amor. o amigo José lhe indagava sobre o que sucedera entre ele e Tereza.

    — foi muito bom José— disse Alvaro sorrindo com um largo sorriso encantado. — aquela senhora é mesmo um sonho. vós, meu amigo sois o cupido, o melhor cupido que eu já conheci.

    — quer dizer que já estão namorando.

    — ainda não.

    — se gostastes tanto dela por que não á namoras? se eu fosse tu não perdia tempo.eu conheço a garota. é de excelente índole

    — eu sei, eu sei...más...

    — Não me digas que tendes outra garota ai presa no teu coração.

    — para falar a verdade tenho sim .más acho que nunca mais terei chance de reconquistá— la.

    — é a helena, não é?

    — é.

    — cara, pela minha experiência com mulheres, acho que deverias iniciar uma relação com a Tereza, afinal ela tem tudo para agradar um homem de bom gosto. confesso que já tentei namorá— la, más não quis nada comigo. que pena! é uma verdadeira Vênus.

    — tendes razão, Jose, vou pedi— la em namoro. tenho que entender e aceitar que entre mim e helena tudo está encerrado e deve ser encaixotado. já pensei demais nela, sofri, chorei, tenho que fugir a estes pensamentos que são como uma ferida no meu cérebro. não quero mais errar. eu errei perdendo— a e não cometerei o mesmo erro, o mesmo engano, se é que foi isso o que vivi com helena, más se tornou isso agora. os momentos felizes e bonitos estão como que apagados pelos revezes traiçoeiros do tempo. o que era bonito e pleno tornou— se sombrio e vago.

    O SINGULAR CASO DE FELIPE E CAROLINA

    A companhia do amigo Alfredo sempre agradava á Felipe. Era uma amizade de longos anos. Os dois, além de amigos eram também confidentes. Entre eles não havia segredos. Tamanha era a confiança que um tinha no outro. ambos moravam na mesma rua, o que facilitava bastante essa conciliação, ou melhor, o contato. não se conheceram, porem, por um esbarrão ou coisa assim tão casual. Felipe namorava uma bela moça chamada Andressa e Alfredo namorava uma amiga dela, ai sucedeu que os casais se encontraram num restaurante, beberam, riram, travaram uma longa conversa, e no final, apertando— se as mãos os dois rapazes, as moças os apresentaram.

    — esse é o meu namorado, o Felipe.

    — esse é o Alfredo.

    — prazer, como Andressa disse, eu sou o

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