Prazeres da Mesa

RÉGUA E COMPASSO

Aculinária ainda não é considerada cultura no Brasil, talvez, porque os homens que decidem nunca tenham conversado corretamente com quem a faz. Nossos bons guerreiros da cozinha, defendem produtores, usam nossos ingredientes e ajudam a regenerar ideias. Isso ficou claro no segundo dia de aulas em Salvador, nas lindas instalações do Fera Palace, um dos melhores hotéis do Brasil, charmoso e com serviço diferenciado.

PROFISSIONAIS ANTENADOS

Lisiane Arouca e Fabricio Lemos podem ser considerados fazedores. Sim, na gastronomia há quem fala e há os que fazem. E, os dois, além de talentosos, donos de técnicas e cientes de seu papel com a sustentabilidade na cozinha, comandam o Grupo Origem, com as casas Origem, Ori e Gem, diferentes entre si, mas todas com a missão de resgatar a identidade gastronômica da Bahia. Ao lado deles, o Mesa bahia teve a grata satisfação de receber Daniel Anjos, especialista em bebidas, bartender do grupo Origem; e Solange Borges, que se define como “filha, mãe e neta de mulheres que carregam a força ancestral em tudo que faz; vem delas toda energia que eu dedico à realização dos meus sonhos e dos sonhos da minha comunidade”. Ela é a criadora do Culinária de Terreiro, formada cozinheira pelo SENAC, graduada em Letras com extensão em Fitoterapia. Também é baiana de acarajé, como sua mãe.

“A pandemia não foi fácil, mas continuamos trabalhando com força”, começou a aula Fabricio. “E resolvi falar sobre o nosso ouro, o dendê”. Fabricio escolheu preparar o caruru, um prato emblemático da culinária baiana e que representa muito do compartilhar. Sobre o dendê, a encantadora Solange começou sua participação cantando e contou sobre o dendê de pilão, projeto em Camaçari. Solange é cozinheira, agricultora e conta que o dendê deve ser socado no pilão, o verdadeiro processo artesanal da iguaria. “Acho importante levar as coisas da Bahia, para o Brasil”, conta Solange. “Esse dendê é feito pelas mulheres da Agrovila Pinhão Manso, que estão resgatando a cultura ancestral e fazendo algo bom e artesanal”. Solange também está fazendo um importante trabalho com a Embrapa para desenhar e cuidar de toda a cadeia do dendê. Depois de cozido e socado, o dendê

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