Se não conhecesse Kabuki de Madrid, onde estive há uns 15 anos, talvez torcesse o nariz ao facto de ser um restaurante de fusão. Porém, na verdade, o que deu mau nome ao termo fusão foi a mistura de ingredientes baratos que apelam aos instintos mais básicos do gosto. Ora, o que acontece no Kabuki de Lisboa é o oposto, uma fusão bem pensada e elaborada com sensibilidade por quem sabe escolher os melhores produtos e domina bem, quer a cozinha japonesa, quer a espanhola/mediterrânica.
O restaurante de Lisboa, aberto em dezembro último, é o primeiro passo do grupo Kabuki fora de Espanha, onde têm várias unidades, duas delas com uma estrela Michelin, em Madrid e em Tenerife (além da do fundador Ricardo Sanz, no Hotel Wellington Madrid). Ao expandir-se para a capital portuguesa, o grupo não poupou esforços nem investimento, começando pelo local: nas renovadas galerias Ritz, junto ao hotel; passando pela dimensão: três pisos com três conceitos complementares; pela arquitetura de interiores e decoração; terminando na equipa: jovem, mas experiente, pelo menos nos lugares chave, com o chef Paulo Alves