Disparidade: Uma História de Rumpelstiltskin

De Sonya Writes

O Rei Cameron se arrependeu da sua decisão quando Marvin Bellemont declarou que sua filha podia fiar palha em ouro. Mas ele não podia voltar atrás na sua decisão, receando parecer fraco aos olhos do reino; ainda assim, ele achava que poderia consertar as coisas, transformando a palha em ouro,ele mesmo, na forma de um homem pequeno e desgrenhado chamado Rumpelstiltskin.

• Idioma: Português
• Editora: Sonya Writes
• Data de lançamento: 22 de jun. de 2016
• ISBN: 9781310576584

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Disparidade

Uma História de Rumpelstiltskin

Sonya Writes

Tradução de Mario Bertachini

Todos os direitos reservados

Copyright 2015 Sonya Writes

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Era uma vez…

O Rei Cameron deu uma gargalhada.

- Você mentiu para mim, meu velho. Em circunstâncias normais, isto iria custar-lhe a vida, mas vou poupá-lo esta noite, porque você claramente só pode estar brincando.

- Eu não minto! – Marvin respondeu - Tudo o que eu digo é verdade. A minha filha realmente pode fiar palha transformando-a em fios de ouro.

O jovem Rei estreitou os olhos.

- Admita seu engano - ele disse. - Estamos na frente da corte, você sabe. Eu não posso tolerar uma mentira como esta, dita assim na minha cara.

Marvin riu.

- Não há nenhum engano, meu Rei. Eu te digo a verdade.

- Marvin, eu estou dando-lhe uma última chance. Admita-me agora que sua filha não pode fiar palha em ouro.

- Ela pode fazer isso, e muito mais - ele disse.

- Então, você não me dá escolha, meu amigo. Se você está mentindo, você e sua filha deverão morrer, pois a punição por mentir para a família real é a morte; mas, se você diz a verdade, eu me casarei com a sua filha, e ela será a Rainha.

- Ela será uma bela Rainha, Majestade.

~

O Rei Cameron acordou e lembrou-se do banquete que ele tinha presidido em honra de seus falecidos pais na noite anterior. Ambos tinham morrido em sua cama alguns dias antes. As coisas começaram a sair do controle desde então. Ele tinha sido descuidado, tanto nos dias anteriores, como na noite anterior.

- O que foi que eu fiz? - Ele perguntou a si mesmo. O amigo do seu pai certamente estava bêbado quando dissera aquelas mentiras. Ele sabia disso. Ele também, estava um pouco embriagado. E agora, ele havia feito uma proclamação na frente de pelo menos trinta outras pessoas. Não havia nenhuma maneira de voltar atrás. Ele precisava ser fiel às suas próprias ordens. Era sua primeira proclamação como Rei; não havia nenhuma maneira de retirar o que dissera, sem demonstrar fraqueza.

Claro, ele mandara Marvin para casa na noite anterior para buscar sua filha. Talvez Marvin fosse sábio o suficiente para fugir com ela ao invés de trazê-la de volta, e assim toda essa confusão estaria encerrada.

Cameron saiu da cama e abriu uma gaveta em sua mesinha de cabeceira. Seu pingente de safira estava lá, e a safira ainda parecia sem brilho. Era um pingente mágico, mas sua magia só podia ser usada em intervalos de poucos dias. Ele o tinha usado na noite anterior para evitar sua transformação durante o banquete, e se perguntou se poderia agora ser usado para transformar palha em ouro.

Ele fechou a gaveta e vestiu-se, preparando-se para o dia à frente.

Quando Cameron entrou na sala do trono, o primeiro criado de seu pai, Quinn, estava esperando por ele.

"Meu principal servo, agora" ele pensou.

- Majestade - ele começou - uma jovem mulher chegou nesta manhã para se encontrar com Sua Excelência. Ela está esperando no corredor.

- Quem é ela? – Cameron perguntou.

- Alina, filha de Marvin Bellemont - ele disse - Ela chegou meia hora atrás e afirmou que seu pai a enviou aqui.

O coração de Cameron parou. O velho temerário havia realmente enviado a própria filha para a morte!

- Será que ela sabe por que foi enviada aqui? - Ele perguntou.

Quinn meneou a cabeça.

O Rei Cameron suspirou. Isso era demais para uma manhã.

- Você sabe por que ela foi enviada?

- Eu acho que quase toda a corte sabe, Majestade.

- É como eu suspeitava, então - ele disse. Não havia nenhum modo de voltar atrás agora, a não ser que ele quisesse começar seu reinado perdendo sua reputação como homem de palavra. Ele teria que ir adiante, mantendo a ameaça feita na noite anterior.

- Mande-a entrar - ele disse.

A porta se abriu e uma das mais belas mulheres que o Rei Cameron tinha visto até então entrou. Sua pele era bela e seu cabelo longo e escuro descia além dos cotovelos. Seus olhos eram verde-escuros e suas formas, perfeitas e simétricas. Cameron sentiu-se atraído por ela à primeira vista.

Alina parou diante dele e fez uma reverência.

- Majestade - ela disse - Meu pai me disse que queria me ver hoje. Ele me contou que, na noite passada, o senhor solicitou um encontro comigo esta manhã.

Ele pigarreou.

- O seu pai é Marvin Bellemont?

Alina assentiu.

- Sim, Majestade.

- Ele lhe contou sobre o motivo desta reunião?

- Não - ela disse - Quando ele chegou em casa ontem à noite, tudo o que ele me disse foi que o senhor queria me ver à primeira hora nesta manhã. Ele ainda estava na cama quando eu saí hoje, então achei que o