Protetor - Filhos da Rebelião
De Elsa Day
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Sobre este e-book
O momento das decisões está finalmente aqui. O sangue é mais denso do que a água? Ou o amor vencerá tudo?
Nadia sabia que se apaixonar por Slayer, o Sargento de Armas sexy e perigoso do Moto Clube rival, seria difícil. Ela só não sabia o quanto. Palmer mostrou a ela que tem vida fora do seu pequeno clube, mas as forças convergem para afastar isso. Nadia não deixará isso acontecer. Agora que ela provou o gosto da liberdade, não tem medo de se esforçar para manter isso.
Slayer está disposto a arriscar sua vida por Nadia, e ele já arrisca. Mesmo no limite entre a vida e a morte, esse Sargento robusto só tem Nadia em sua mente. Slayer não vai parar de lutar até que ele salve sua mulher e termine a sua missão. Mesmo que isso signifique pagar o preço final.
Slayer e Nadia, finalmente, terão o seu felizes para sempre? Ou a felicidade que eles se esforçaram tanto para conseguir será destruída antes de ter a chance de prosperar?
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Protetor - Filhos da Rebelião - Elsa Day
PROTETOR
Filhos da Rebelião
Livro 3
Um
Brent
MERDA.
EU SEGUREI A MINHA cabeça. Estava latejando. Sangue seco encrostado caiu quando eu toquei minha testa. Quanto tempo tinha passado? Toquei o corte novamente, e a dor aguda me chocou. Porra. Não tempo suficiente.
Dei um pulo. Aquele filho da puta provavelmente ainda estava aqui. Olhei em volta, pronto para socar seu nariz no momento em que visse seu rosto, mas não havia ninguém. O quarto estava silencioso. Muito silencioso. Por quanto tempo eu estive inconsciente? Tudo estava acabado?
— Ei — eu disse. — Alguém aqui?
Nossa porta ainda estava quebrada, arrancada de suas dobradiças. Parecia que o quarto tinha sido atingido por um tornado. Ou, pelo menos, um vagabundinho.
Minha cabeça girou como se eu estivesse bêbado. Nada estava acontecendo, mas ainda era difícil juntar dois mais dois. Eu olhei para fora da porta. Por que todas as motos ainda estavam aqui? Eu não conseguia ver ninguém. Eles não foram embora? Eles fugiram?
Caminhei na direção da porta e meu pé bateu em alguma coisa. Olhei para baixo.
Jase.
Eu fiquei de joelhos. Seus olhos estavam abertos, olhando para mim sem expressão. Jase parecia chocado, como se não pudesse acreditar nisso, com as sobrancelhas levantadas e sua boca aberta. Bile subiu em minha boca e eu me esforcei para controlar isso. Agora não era a hora para passar mal. Talvez se eu me movesse rápido. Talvez...Havia um enorme buraco em seu peito. Não sangrava mais. O sangue seco estava marrom, nem mesmo vermelho. Eu coloquei minhas mãos em cima e comecei a reanimação cardiorrespiratória. Eu lancei todo meu peso nisso, impactando o corpo de Jase, fazendo-o se mover sob a minha pressão.
Não era ele a razão pela qual eu sabia como fazer isso? Uma enfermeira gostosa estava dando aulas gratuitas, e você sabe que ele não poderia dizer não.
Eu ri.
Vamos Jase, provavelmente está na hora de renovar os nossos certificados, não está? Talvez a enfermeira gostosa ainda esteja lá...
Nada aconteceu. Eu sabia que não iria, mas...
Inclinei a cabeça de Jase para cima.
— Perdoe-me, irmão — eu disse e fiz a respiração boca a boca.
O peito de Jase subiu, enchendo de ar. Mas ainda, nada. Depois de mais algumas bombeadas, eu desabei em cima dele. Bati meu punho em seu peito.
— Você não pode fazer isso! — eu gritei.
Eu agarrei seus ombros e sacudi seu corpo.
— Você não pode fazer isso comigo! Nós deveríamos ser irmãos. Irmãos para... — eu soltei, abaixando minha cabeça. — Irmãos para a vida.
Não sei quanto tempo fiquei ali, daquele jeito. O tempo parecia não significar muito mais. Por fim, eu fechei os olhos de Jase e sua boca, colocando-o em uma posição menos surpresa. Tirei sua jaqueta e a coloquei sobre seu rosto.
Uma vez Filhos da Rebelião, sempre Filhos da Rebelião. Slayer e eu pegaremos aquele idiota para você, Jase!
Slayer!
Chocado com tudo, eu me esqueci completamente dele. Onde ele estava?
Eu não precisei procurar muito longe. Apenas alguns centímetros de Jase estava o corpo rasgado do Secretário. Eu não precisava ser médico para saber que não havia como salvá-lo. (Como se eu fosse querer. Foda-se, ele. Ele poderia engasgar com seu próprio sangue para que eu me importasse.)
E então, apenas um pouco além disso, lá estava ele. A faca estava cravada em seu estômago. Era como se fosse algo saído de um filme de terror.
Não. Slayer, também não.
Corri até ele. No início, eu quis pegar a lâmina e arrancá-la, mas hesitei. Não tinha um programa de TV sobre isso? Eu a deixei onde estava. O corpo de Slayer estava frio. Meu peito apertou.
Não. Ele também não. Por que eu deveria ser o único a ficar vivo?
Eu tentei procurar a pulsação, mas não conseguia controlar meus dedos. Inferno, eu não conseguia encontrar o meu próprio pulso a maior parte do tempo. Havia apenas mais uma coisa. Abaixei-me e aproximei meu ouvido da sua boca. Eu podia não ver nada, mas talvez, apenas talvez...
No início, eu pensei que estivesse imaginando coisas. Eu estava muito esperançoso. Talvez fosse apenas o farfalhar das minhas próprias roupas enquanto eu me movia. Mas não, não era isso.
Era irregular. Calmo. Quase lá. Mas estava lá. A respiração de Slayer. Ele estava vivo.
Lágrimas brotaram nos meus olhos, mas eu as contive. Eu caí e comecei a rir. É claro que ele estava! Aquele desgraçado. Era impossível que ele partisse antes de mim. Parece que eu arrastaria a sua bunda apaixonada por um pouco mais de tempo.
Eu respirei e me sentei novamente.
Slayer estava vivo, mas por pouco. Agora, o que eu faria? Eu não poderia chamar uma ambulância, mas poderia chamar reforços. Peguei meu celular no meu bolso de trás, mas tudo o que eu puxei foi um monte de peças elétricas e vidros quebrados. Porra! Pela primeira vez, eu lamentei não ter ficado com um daqueles telefones antiquados de merda. Eles poderiam passar pelo inferno e ainda funcionar como se fossem novos.
Enfiei a mão no bolso de Slayer e parecia que seu telefone estava inteiro. Mas havia apenas um problema. Estava sem bateria. Eu não tinha tempo para esperar que ele recarregasse. Poderia ser tarde demais até lá.
Não daria para ligar pedindo ajuda. Só me restou uma coisa. Eu iria até eles.
Peguei Slayer e o joguei por cima do ombro, tendo o cuidado de não empurrar a faca ainda mais em seu estômago. Conforme o levava na direção da porta, via o corpo de Jase.
Senti minha garganta fechar, dolorida. Afastei meus olhos e dei um longo e lento suspiro.
— Você entende, não é? — eu disse para o ar. Eu estava me sentindo um louco. Eu sabia que ele não podia me ouvir, mas tinha que dizer isso.
— Eu não posso levar vocês dois, e Slayer pode sobreviver — eu disse. — Não era você que sempre dizia que o seu hábito de começar brigas teria consequências para você um dia?
Sufoquei uma risada tensa. Não havia mais ninguém para rir comigo. O som morreu no quarto vazio.
— Então, bom... — eu não tive coragem de dizer isso. Eu não olhei para trás, apenas acenei com meu rosto em direção a estrada. — Vejo você por aí, Jase.
Dois
Nadia
EU PRECISAVA VÊ-LO. Eu esperei pacientemente o dia todo, mas nenhuma notícia. Nenhum telefonema. Nem uma única mensagem. Olhei para fora da minha janela na esperança de ter um vislumbre da moto de Hunter rugindo pela rua, mas nada.
No começo, eu tentei ficar numa boa. Fui fazer compras com Jona, e enchemos sacolas de compras até que nossos braços não conseguiam mais carregá-las. Compramos vestidos sensuais, vestidos bonitos, saltos, maquiagem. Ainda assim, isso não me impediu de dar uma olhada em meu telefone a cada poucos minutos, apenas para ver uma tela vazia. Nenhuma notificação.
Jona me empurrou para um novo salão de manicure. Era o tipo que fazia desenhos modernos em suas unhas, como um personagem de desenho animado ou um arco-íris. Nunca tivemos um assim na cidade antes, ou pelo menos, eu acho que não. (Como se eu pudesse saber, qualquer tipo de manicure que eu fizesse, conseguia lascar em apenas algumas horas. Acho que eu era mais difícil para elas, do que as garotas da cidade grande.)
Jona me arrastou para dentro do salão. As manicures sorriram para nos cumprimentar. Elas massagearam nossas mãos, as envolveram em toalhas quentes, e pintaram camada após camada de esmalte sobre elas. Foi bom ser mimada, mas eu ainda não conseguia manter o foco. Elas conversaram com a gente, derramando suas histórias de vida, mas eu deixei Jona falar a maior parte do tempo.
Mesmo depois que tudo acabou, quando Jona exibiu suas unhas pintadas de dourado e preto, estilo stilleto com pedras brilhantes na ponta, eu tive que forçar um sorriso. Olhei de relance para as minhas mãos. Mais simples. Rosa claro com as pontas douradas. Como uma unha francesa moderna. Estava lindo. Eu não deveria estar feliz?
Não. Como eu poderia estar? Foi um dia inteiro sem contato. Como se Hunter tivesse simplesmente acordado e desaparecido.
— Vamos voltar — eu disse.
— O quê? — disse Jona. Ela se virou, parando sua caminhada para a próxima loja de sapatos. — Mas nós não temos ainda...
Assim que ela viu meu rosto, parou. Ela nem sequer discutiu.
— Ok — ela disse. — Vamos embora.
Nós empilhamos as sacolas em seu carro, colocando-as na parte de trás, até quase atingir o teto. Enquanto acelerávamos pela estrada, parecia tão estranho estar viajando desta forma. Em um carro, você só vê o mundo passar por você. O ar está perfeitamente ajustado com a sua temperatura favorita. Os únicos sons que você ouve são os que vêm do rádio. É como andar em uma caixa, deixando o mundo lá fora passar.
Mas com Hunter não era assim. Eu senti o vento batendo na minha pele. Na parte da manhã, ouvia os pássaros e à noite eu ouvi os sons dos grilos cantando. O chão tremia embaixo de mim enquanto eu me apertava contra suas costas. Entretanto, eu não estava apenas observando o mundo. Eu estava sentindo-o.
Era apenas a moto? Não. Eu cresci cercada por motoqueiros, mas nenhum deles jamais me fez sentir da mesma forma do que quando eu estava com os meus braços em volta da cintura de Hunter.
— Nadia!
Eu virei minha cabeça rapidamente. Jona estava olhando para mim como se eu fosse louca.
— Eu estou chamando seu nome faz uns cinco minutos — ela disse e abriu a porta do carro. — Chegamos na sua casa, então, saia!
Carregamos as sacolas lá para cima. Havia tantas que parecia Natal, com pacotes bonitos espalhados por todo o chão. Normalmente, eu os teria rasgado e aberto, mas desta vez eu não tinha energia.
Eu caí na minha cama e afundei no colchão macio.
— Ei, o que há com você? — Jona perguntou. — Normalmente, você estaria mais animada que criança na noite de Natal depois de fazermos compras.
Suspirei. — Eu não sei...
Jona me segurou pelos ombros. — Eu sei o que vai animá-la!
Ela começou a abrir as sacolas, retirando maquiagem, vestidos e sapatos. Na velocidade que estava se movendo, eu mal podia ver o que ela estava fazendo. Antes que eu percebesse, ela já tinha iniciado o trabalho.
As mãos de Jona se moviam rapidamente. Fazia sentido. Fazíamos isso desde que estávamos no primário e usávamos vestidos de princesa, em vez de os de seda. Ela tirou minha calça jeans e camisa, e me jogou