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Agitando Texas: O Calor do Texas, #2
Agitando Texas: O Calor do Texas, #2
Agitando Texas: O Calor do Texas, #2
E-book364 páginas5 horas

Agitando Texas: O Calor do Texas, #2

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Sobre este e-book

Apenas uma pessoa em Oak Groves está feliz em ver a garota má Nikki Logan de volta à cidade...

O solteiro mais amado de Oak Groves, Jett Avery, vive de acordo com um conjunto simples de regras, e se envolver com uma mulher complicada não é uma delas. Ele aprendeu isso da maneira mais difícil dois anos atrás, quando passou uma das noites mais incríveis de sua vida com Nikki Logan, mas então ela fugiu da cidade, para nunca mais ser vista - até agora. Talvez seja hora de quebrar uma dessas regras...
Juntando os cacos de sua vida, Nikki está de volta a Oak Groves, cara a cara com o único homem que ela fez de tudo para esquecer. Mas ela tem suas razões para estar aqui – e elas não incluem terminar na cama de Jett. Especialmente porque ele nunca vai perdoá-la quando descobrir a verdade sobre por que ela está de volta...

Elogios para Escancarado Para Todo o Texas de KC Klein

"Apaixonado, corajoso e rápido... com um protagonista honrado de sangue quente para fazer os joelhos de todas as mulheres ficarem fracos." Diane Whiteside

"Um protagonista torturado, um amor que desafia a distância e o tempo... este é um livro que você não esquecerá tão cedo." Cat Johnson

Elogio para  Agitando Texas de KC Klein

"Atrevido, sexy, divertido." Lori Wilde

IdiomaPortuguês
EditoraKC Klein
Data de lançamento11 de ago. de 2022
ISBN9781667439242
Agitando Texas: O Calor do Texas, #2

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    Agitando Texas - KC Klein

    CAPÍTULO UM

    Nikki soltou o volante e levantou seus óculos de sol para limpar o suor sob seus olhos. Estava quente. E não apenas o calor do meio do verão que é pegajoso, mas o calor de dirigir através do maior estado do país, sem ar condicionado, no meio de uma onda de calor.

    Pelo menos o rádio do carro dela funciona. Bem, funcionava antes da estação desaparecer e os sons vibrantes de Allen Jackson estalaram. Ela odiava música country - muito previsível. Isso a lembrava daquela piada ruim: como soa uma música country tocada ao contrário? Um homem cantando eu tenho meu cachorro de volta, tenho minha casa de volta, tenho minha esposa de volta.

    Nikki apertou o botão de varredura, e então, com nojo, desligou a coisa toda. Antes de fazer a viagem, ela teve a opção de consertar seu Toyota de mais de 200.000 quilômetros ou comprar um novo aparelho de som. Ela escolheu o último. Na época, dirigir mais de mil quilômetros pelo grande estado do Texas, com nada além dos insetos em seu pára-brisa e os pensamentos malucos em sua cabeça, foram suficientes para ela trocar o dinheiro duro e frio por um rádio. Agora, enquanto observava obsessivamente o medidor de gasolina diminuir e o medidor de temperatura subir, ela começou a questionar sua decisão.

    Não como se questionar a si mesma fosse algo novo. Seu pai costumava dizer a ela que nunca tinha visto uma pessoa rer que escolher entre duas coisas como Nikki. A vida tinha um jeito de derrubá-la. A vida tinha um jeito especial de tratar um Logan.

    Ela se formou na faculdade; pelo menos ela tinha isso a seu favor. Isso ainda não tornava o que ela tinha que fazer menos desagradável. Ela estava voltando para sua cidade natal, Grove Oaks. O único lugar que ela nunca realmente pertenceu. O lugar de onde ela fugiu, no meio da noite, sem se despedir. Nikki tinha se saído melhor na cidade grande, onde ninguém conhecia seu passado, sua família ou sua reputação. O anonimato tinha sido uma coisa boa.

    Ela fechou muitas portas quando saiu de Grove Oaks. Ateou fogo e depois virou as costas. Em retrospecto, não foi sua melhor decisão.

    Um Logan nunca fica devendo.

    Ou pelo menos era o que seu irmão Cole sempre dizia. Trabalhou até os ossos na fazenda que herdou quando seus pais morreram, para ter certeza de que era verdade. Mas Nikki não era como Cole. Ela nunca tinha sido tão nobre. Portanto, Nikki devia. E essa dívida ela não podia dispensar, não podia se livrar. Havia vermelho no livro-caixa dela, e era hora de ficar no azul.

    Então ela voltou para a cidade com ruas estreitas e mentes ainda mais estreitas, com nada mais do que um hatchback vermelho cheio de roupas sujas e um diploma recém-impresso certificando que ela era competente o suficiente para ser contadora de alguém.

    Nikki verificou o marcador de quilômetros que passava e supôs o quanto seu tanque de gasolina a levaria. Com menos de doze dólares na carteira e troco suficiente no porta-copos para comprar um taco no drive-thru, ela fazia esta viagem por pouco.

    Trinta quilômetros até a próxima saída.

    Sim, talvez um pouco perto demais. Os quilômetros seguintes eram povoados apenas por coelhos e cactos. Seu único contato com a civilização era o celular no banco ao lado dela. Claro, o telefone não funcionava, cortesia da companhia telefônica que queria mais de três meses de pagamento atrasado antes de restaurar o serviço. Mas para a emergência ainda funcionaria, certo?

    Nikki alisou o cabelo agora molhado da testa e puxou sua blusa branca. O medidor parecido com um palito de dente em seu painel subiu um pouco e pairou logo abaixo da zona vermelha. Nikki suspirou, então ligou o aquecedor no máximo para evitar que o carro superaquecesse. O suor escorria pelo espaço oco entre seus seios como um picolé abandonado ao sol. Nikki soprou um hálito quente em sua camisa enquanto seu carro continuava a passar as linhas brancas duplas que se estendiam pela calçada. Parecia que ela estava perseguindo aquelas linhas paralelas e serpenteando pelo asfalto por tanto tempo, apenas para voltar ao lugar que ela começou – casa.

    O lar eram os espaços abertos do sul do Texas. Os mesmos espaços abertos que ela sentiu se fechando sobre ela quando saiu.

    Nikki observou o enfeite do carro pendurado em seu espelho retrovisor espalhar prismas coloridos de luz pelo painel como se estivesse em uma perseguição em alta velocidade.

    Quando você irá parar de perseguir arco-íris, Nikki querida?

    Sua mãe sempre teve jeito com as palavras.

    Parei, mamãe. Não há mais arco-íris para mim.

    Sim, ela estava pronta, especialmente porque os únicos arco-íris que restavam em sua vida eram os que vinham de um cristal opaco e empoeirado balançando em seu espelho retrovisor.

    CAPÍTULO DOIS

    Jett abriu a porta do pequeno restaurante e respirou fundo com a força do ar condicionado, o frescor um doce alívio da umidade espessa que sugava os pulmões e drenava o desejo de uma pessoa até mesmo sair da cama pela manhã. É claro que algumas pessoas não considerariam uma hora da tarde ainda como manhã. Mas era difícil desenterrar o desejo de ver o nascer do sol do leste quando ele só chegou em casa às duas e meia da noite anterior.

    Ele tirou o chapéu e enganchou os óculos escuros na camisa já molhada. Seus olhos se ajustaram à luz mais fraca do lado de dentro e distinguiram os frequentadores que consideravam o Hal's Eats seu lugar para o café da manhã ou almoço, dependendo de quem estava perguntando. Não que Hal fosse o dono do lugar - não era desde criança - mas era assim em Grove Oaks - nada mudou.

    — Ei, Jett, — chamou um homem mais velho, cujos óculos de aro escuro se destacavam em contraste com o seu cabelo grisalho. Ele acenou para Jett até sua mesa. — Você viu aquele jogo ontem à noite?

    Jett ergueu a mão para interromper a conversa. — Não, Jim, e não ouse me dizer. Não consegui ver o jogo, mas tenho a seção de esportes bem aqui. — Ele deu um tapinha no papel dobrado debaixo do braço. — Vou ler tomando café e comendo minha omelete.

    — Ok, — Jim riu. — Eu não vou estragar tudo para você.

    Com um sorriso e um aperto de mão, Jett se virou e foi em direção a sua mesa nos fundos, parando no caminho para cumprimentar alguns dos outros clientes, seu cunhado, o presidente do conselho escolar e um vizinho de longa data. Jett pendurou o chapéu no cabide. Por hábito, ele passou a mão pela mesa polida. Não que Greg, o atual proprietário, não administrasse bem o lugar, mas Jett gostava da garantia. Nunca se pode ser muito cuidadoso.

    — Oi, docinho, — disse Ginger em um sotaque texano açucarado.

    Jett sentou-se e lançou seu melhor sorriso do dia para a garçonete de cabelo levemente azulado, cujo sorriso empurrou sua pele em finas fileiras de rugas. — Ah, Ginger.

    Ela suspirou pesadamente. — Você continua dizendo meu nome assim e eu vou começar a pensar que você está falando sério sobre querer que eu jogue fora o velho Ted e fuja com você. — As rugas no canto de seus olhos não fizeram nada para diminuir seu brilho quando ela lhe deu uma piscadela atrevida.

    — Diga a hora e o dia, Ginger, e eu estarei lá. — Ele jogou sua piscadela de volta para ela.

    — Você só gosta de mim porque eu faço o melhor café.

    — Fresco? — Ele acenou para o bule de café em suas mãos.

    — Para você sempre, docinho, — disse ela enquanto fazia malabarismos com seus talheres, xícara e cafeteira com a facilidade que apenas anos de garçonete poderiam trazer.

    Jett cresceu em Grove Oaks, nunca teve nenhum desejo de morar em outro lugar. Havia uma razão pela qual ele fez sua casa longe do brilho e do barulho da cidade grande. Ele poderia conversar com as pessoas influentes da cena política, tudo parte de ser filho de um senador, mas isso não significava que ele tinha que dormir na mesma cidade que eles. Um homem precisava de um lugar onde pudesse desfrutar das pequenas coisas da vida - uma noite fria iluminada pelas estrelas, um beijo longo e lento, uma boa xícara de café do jeito que deveria ser - sem creme e açúcar - apenas preto.

    Ginger serviu-lhe uma xícara e ele tomou um gole. — Perfeito como sempre.

    Ela exalou um alto humph, mas sorriu de qualquer maneira. — Greg viu você entrar e seu café da manhã já começou. — Ela apontou para o jornal dobrado. — Que jogo, hein?

    — Ginger, cale essa sua boca bonita. Não estrague tudo para mim agora.

    — Faça do seu jeito. — Ginger arqueou a sobrancelha desenhada a lápis e se afastou com aquele andar rápido dela, abastecendo dois clientes com café ao longo do caminho.

    Jett alisou o papel e examinou as manchetes do jogo dos Rangers da noite anterior.

    — Apenas o homem que eu estava procurando,— disse uma voz profunda sobre sua cabeça.

    Era realmente tão difícil para ele ler seu jornal em paz? Mas Jett teve o cuidado de controlar suas feições antes de olhar para cima. A opinião pública importava e, como seu pai sempre dizia, trate cada ano como se fosse ano eleitoral.

    — Prefeito. — Jett ergueu a xícara em saudação quando o homem maior se espremeu na mesa à sua frente, fazendo com que a mesa se deslocasse para acomodar uma barriga grande de tanto bacon, e Jett tinha certeza, quantidades significativas de lúpulo de cevada.

    — Eu não tinha certeza de que você estaria por perto neste fim de semana. Ouvi dizer que você está voando para Vegas a negócios de seu pai.

    As viagens a Vegas não eram para seu pai, eram pessoais. Mas chega um momento em que você tem que cortar suas perdas. Jett balançou a cabeça. — Eu não vou voltar para Vegas tão cedo.

    — Bom. Bom, — disse o prefeito. — Tenho ouvido coisas muito boas sobre o que você e sua família estão fazendo por esta cidade. Entrar e salvar o Boys and Girls Club após os cortes no orçamento foi muito bom de sua parte. — O homem maior enxugou o rosto corado, empurrando a careca de volta ao lugar.

    Jett assentiu e sorriu. A mãe de Jett queria que a doação fosse para o Rotary Club da cidade, mas Jett tinha uma queda por crianças perdidas. Além disso, não havia como essa conversa ser sobre o Boys and Girls Club, mas as imagens tinham que ser mantidas e as gentilezas mantidas. Assim era a política. — Estou feliz que você tenha aprovado, prefeito. Minha família quer fazer o melhor para Grove Oaks.

    — Bom. Bom. Fico feliz em ouvir isso. — Ele balançou a cabeça rapidamente, fazendo com que a carne solta ao redor de seu rosto balançasse. — Porque eu queria pedir um favor.

    Como sempre. Jett chamou a atenção de Ginger enquanto ela se aproximava com seu café da manhã. Ele levantou um dedo, indicando para adiar um momento. Para seu crédito, a garçonete mais velha não piscou um olho, mas se virou e colocou seu prato sob as lâmpadas de aquecimento laranja.

    Jett tomou um gole de café para esconder o suspiro. — Não estou em posição de conceder favores, Carl. Foi para isso que meu pai foi eleito.

    Sua família pode estar na política há anos, mas para Jett a família deixou um gosto amargo na boca – muitos negócios tarde da noite e apertos de mão de homem rico para Jett ter mantido sua crença no sistema. A política era confusa e ele gostava de manter sua vida simples.

    — Preciso de acesso ao grande evento de caridade neste fim de semana.

    — Latindo para a árvore errada, prefeito. Eu não organizo esses eventos. Eu só apareço com um smoking e um sorriso. — Havia apenas alguns requisitos para manter seu pai e o fundo fiduciário de Jett felizes. O charme dos senadores e, mais importante, de suas esposas, nas festas não era um preço muito alto a pagar por uma vida de luxo e lazer.

    — Mas você geralmente aparece com uma garota bonita em seu braço. Beth está perguntando sobre você.

    — Beth? — Mas Jett sabia a quem Carl estava se referindo. A filha do prefeito era uma devoradora de homens sobre duas pernas. Ela era inteligente, linda, impecável e loira, com bolsas de grife que sempre combinavam com seus sapatos. Ela seria a esposa socialite perfeita. A única coisa era que ela deixava Jett nervoso. Ele tinha certeza de que ela comeria seus filhotes para subir para o próximo degrau da sociedade.

    Jett sorriu, mas apenas com os lábios. — Tenho certeza que Beth poderia conseguir seu próprio acompanhante para o evento. Ela não está com, qual é o nome dele, aquele homem do petróleo?

    Jett sabia exatamente com quem Beth estava namorando - o senador Roberts, que tinha três vezes a idade de Beth e era casado, mas se o pai dela conseguia esquecer esse pequeno detalhe, Jett achava que ele também conseguiria.

    Carl sorriu. E essa era a coisa sobre ele. Quando sorria, uma pessoa via seu irmão, seu melhor amigo, o vizinho do outro lado da rua. Carl exalava um ar do tipo sou um cara normal que Jett às vezes esquecia que estava falando com um político.

    Algo que ele nunca deveria esquecer.

    Jett tinha aprendido que para sobreviver sem o diabo reivindicando sua alma, ele tinha que viver de acordo com um conjunto simples de regras: só namorar uma mulher de cada vez e deixar as casadas em paz, nunca misturar uísque e tequila, pescar no domingo de manhã era o mais próximo que qualquer homem poderia chegar de Deus, e nunca, jamais, fazer um inimigo de uma pessoa que um dia seria um aliado muito bom.

    Não seria tão ruim ter o prefeito lhe devendo um favor; nunca se sabia quando a palavra gentil de um prefeito ou o olhar repentino em outra direção seriam úteis.

    Mas inferno se ele entraria nesse acordo cegamente. O grande homem queria mais do que um encontro para sua filha, e Jett não dava favores tão fácil. — Há um mas não dito no final dessa frase, Carl. Só não tenho certeza de quando você vai dizer isso.

    Carl assentiu. Não era culpa dele que ele parecesse um touro; ele foi construído assim. Jett sabia que ele tinha um pescoço em algum lugar abaixo das dobras do queixo e da largura dos ombros. Ele só não tinha certeza se alguém já tinha visto. — O velho Harry vem me incomodando há anos para se aposentar. Eu preciso preencher o cargo de xerife e esperava que um Avery pudesse me ajudar.

    — Não tenho certeza se meu pai desistiria de um assento no Senado para se tornar um xerife.

    Carl sorriu. — Eu estava pensando mais na linha de seu filho.

    Jett de repente perdeu o interesse na conversa, sua mente piscando em ovos esfriando e torradas de trigo ficando encharcadas. — Não tenho interesse em concorrer a um cargo. Especialmente uma que faz um homem trabalhar tanto.

    Mas deve ter havido algo na maneira como Jett deu seu não que fez Carl duvidar dele. — Tudo o que estou pedindo é que você leve Beth para o evento. Ouça o que ela tem a dizer. Eu tenho um talento especial para apoiar o cavalo vencedor, e tenho um bom pressentimento sobre você. Eu não disse que seu pai ganharia?

    Sem esperar por uma resposta, o prefeito deslizou para fora do banco enquanto Jett levantava seu café.

    — Isso vai dar certo, você vai ver. Beth faz um pão de banana e nozes. Vou dizer a ela para deixar alguns em sua casa. — Carl puxou a fivela larga da cintura para cima.

    Jett suspirou, não tão otimista quanto Carl. Mas Beth, graças a Deus, tinha a aparência de sua mãe, tornando o jeito forte de Carl um pouco mais fácil de aceitar.

    Com um tapinha nas costas, Carl caminhou pelo corredor e saiu da lanchonete.

    Ginger se apressou com o café da manhã de Jett. — Desculpe, docinho, eu teria pedido a Greg para fazer outro para você, mas fomos pegos na corrida do almoço.

    — Sem problema. — Ovos frios ele podia lidar. Carl ele poderia lidar. E ele com certeza poderia lidar com Beth. Havia uma regra para namorar mulheres como ela - não toque. Não faz sentido ficar sobrecarregado com um processo de paternidade e testes de DNA exigidos pelo tribunal. Ele tinha ouvido falar de mulheres vasculhando o lixo do hotel em busca de preservativos usados na manhã seguinte. Ao mesmo tempo ele nunca teria sido tão cínico, mas não mais. Todo mundo queria alguma coisa.

    Não, ele apenas a levaria para sair, manteria as coisas sem compromisso e comeria seu pão de banana e nozes. Ele tinha ouvido que era bom, mas nunca teve o prazer.

    Ele mordeu sua omelete de clara de ovo, outrora perfeita, agora um pouco seca. A porta da frente foi aberta, e depois de anos avaliando as pessoas através das duas portas, ele olhou para cima.

    Seu garfo parou no meio do caminho até a boca.

    Infelizmente, ele levou um momento inteiro para fechar a boca, engolir e colocar o garfo de volta ao prato. Ninguém percebeu. Todos os outros estavam olhando para a porta do pequeno restaurante. Ou mais precisamente, para a pessoa que passou como se ela fosse a dona do lugar.

    Nikki Logan. Ou pelo menos um demônio que com certeza se parecia muito com Nikki. Cabelos pretos com mechas acobreadas, com franja longa o suficiente para cair no rosto – o que ela fez, fazendo-o lembrar de outro gesto completamente inapropriado. Regata branca úmida em sua pele, uma sombra de um sutiã preto por baixo, calças jeans baixas em torno de sua cintura e fortes pernas bronzeadas que pareciam prontas para correr um quilômetro ou espremer um homem até a morte.

    Claro, ela tinha uma reputação para ambos.

    Nikki deixou cair uma mochila a seus pés e tirou óculos incrivelmente grandes estilo Hollywood do rosto. Ele a observou examinar a multidão fascinada pelas estrelas. Por todo o restaurante, as xícaras estavam quietas, garfos suspensos no meio da boca, e nem um único clique de um prato ou barulho de uma caixa registradora quebrou a calmaria.

    Branquela pobre, livre e sexy como o inferno - Jett ouviu tudo isso a respeito de Nikki. E ele tinha certeza de que ela estava vendo essas acusações novamente nos olhares das pessoas da cidade. Mas para crédito de Nikki, ela sorriu descaradamente e acenou para cada par de olhos enquanto olhava ao redor da sala.

    — Meu carro quebrou. — Ela balançou a cabeça em um movimento perfeito de estrela que ele apostaria na posição eleita de seu pai que ela havia praticado. — Eu estou esperando por alguma ajuda.

    O silêncio continuou. Jett se considerava um cavalheiro do sul até o âmago, mas mesmo ele não saltou imediatamente para resgatá-la como faria com qualquer outra mulher. E ele deveria. Ela era a irmã de seu melhor amigo; ele devia a Cole pelo menos isso.

    Mas as coisas nunca eram claras quando se tratava de Nikki, e havia uma parte dele que acreditava que a vingança era melhor servida fria. Mesmo que tivesse levado mais de dois anos para ver o fruto.

    Sua vida era organizada e limpa. E mesmo que ele concordasse com o termo sonho molhado em relação a Nikki, ele não teria espaço em sua vida para um desastre de trem ambulante.

    Sim, talvez não fosse uma coisa tão ruim que Nikki se contorcesse um pouco, porque ele teve experiência em primeira mão com ela e poderia adicionar outro adjetivo à longa lista depois do nome dela.

    Nikki, era uma verdadeira, certificável... destruidora de corações.

    CAPÍTULO TRÊS

    Jett sabia exatamente quando Nikki o viu porque duas coisas aconteceram. Um sorriso caloroso e aberto aliviou suas feições, transformando seu rosto na jovem que ele conheceu anos atrás. E seu estômago se apertou como se ele tivesse acabado de receber um convite – um pensamento que ele cuspiu de sua mente como se fosse chiclete que tivesse perdido o sabor.

    Nikki desfilou pelo corredor como se estivesse andando por um tapete vermelho cheio de paparazzi. Droga, ela parecia um sonho molhado. Não seu sonho molhado, é claro, ele apreciava suas mulheres um pouco mais organizadas e muito mais crescidas, mas ele tinha certeza que ela estaria enfeitando as fantasias de alguém esta noite.

    Nikki deslizou para o banco em frente ao dele sem se incomodar em perguntar – como ela sempre fez.

    — Oi, — ela disse, sem nenhum traço de sotaque do Texas. Ele se perguntou quanto tempo isso iria durar.

    — Olá. — Sua saudação foi afiada com um desafio.

    E lá eles se sentaram como se tivessem feito uma dúzia de vezes antes – como se não houvesse passado entre eles. Como se eles não tivessem tido uma noite de sexo extremamente quente, e ele praticamente não tivesse implorado a ela para lhes dar uma chance. Mas agora, com seus olhos azul-esverdeados borrados com delineador preto e a atitude foda-se que ela usava como uma capa de super-herói, ele tinha que se perguntar se ela ainda se lembrava.

    Então seus olhos travessos se suavizaram, e seus lábios nus deslizaram em um sorriso sexy que só Nikki poderia tirar.

    Jett sentiu o músculo da mandíbula se contrair.

    Todo homem tinha sua coisa, e se Jett estivesse bebendo com os caras, ele se rotularia de homem de peitos. Dizer que ele era um homem de lábios não era suficiente. Mas havia algo nos lábios nus, sem cor ou gloss pegajoso, prontos para beijar, que o fez querer mordiscar.

    — Sentiu minha falta? — Nikki puxou a xícara dele para mais perto dela e adicionou creme e açúcar. Ela pegou sua faca e mexeu. Ele viu seu café preto ficar da cor de lama.

    — Como câncer de estômago.

    Ela fez um som suave de tsking. — Ah, então, você pensou em mim muitas vezes.

    Jett apertou os dentes, não apreciando o quão perto da verdade ela chegou. Ele chamou sua atenção e se certificou de que ela observasse enquanto seu olhar viajava por sua camisa – Cristo, ela realmente estava usando um sutiã preto – então de volta para seu rosto. — Muita classe, Nik.

    Ela não piscou, apenas pegou seu jornal e examinou a primeira página. — Ai, os Rangers perderam por 21 a 7 na prorrogação. Espero que você não tenha colocado dinheiro nesse jogo.

    Ele pegou o jornal e rapidamente encontrou a manchete: Rangers vencem no Blow Out, então jogou o jornal de volta na mesa, chateado por ter sido enganado tão facilmente.

    Ela riu.

    Jett conhecia aquela risada. Era a mesma risada que o fez pensar que Nikki tinha mais coração do que ela deixava transparecer. Ele sabia melhor agora.

    — Por que você está aqui, Nik?

    — Isso é uma boa recepção, Jett. — Ela se agachou na cabine como se não se importasse, mas Jett sabia que se importava. Ela colocou o salto daqueles malditos sapatos de plataforma em seu assento, bem entre suas pernas.

    Ele quase sorriu - quase. Com quem ela achava que estava brincando? Um de seus garotos da faculdade? Ele balançou a cabeça em vez disso. — Bem, então, deixe-me tentar isso de novo. Quando você vai embora, Nik? Parece-me que você entende a parte de fugir melhor do que a parte de voltar para casa.

    Como persianas se fechando nas janelas, ela piscou e seus olhos perderam aquele olhar ardente. Ela se sentou e pegou a torrada dele, colocou geleia roxa nela, e então deu uma mordida. — Vou embora em breve. Não vou ficar aqui por muito tempo.

    — Só tempo suficiente para entrar em apuros?

    Os olhos dela se estreitaram, e ele se surpreendeu ao perder a brincadeira do momento anterior.

    — O suficiente para limpar meu livro-caixa.

    Seu intestino apertou, mas ele se recusou a deixar seu sorriso colado escapar. — Você sempre teve o dom de ficar devendo às pessoas erradas.

    — E quem são as pessoas certas, Jett? Os Averys? Não há muita diferença entre políticos e criminosos.

    — Essa diferença, é claro, é a lei. Mas isso é tudo subjetivo, certo, Nik?

    Ela riu e arrancou alguns ovos mexidos do prato dele com os dedos.

    Jett teve que desviar o olhar quando ela lambeu os lábios.

    Ginger se aproximou e colocou um copo de água gelada na frente de Nikki. — Aqui está, doçura. Parece que você precisa disso. Não se preocupe, descanse um pouco e Jett vai te levar para casa.

    Obrigado, Ginger. Por que todos insistiam em colocar Nikki no seu colo? Ela não era sua responsabilidade.

    Nikki olhou para a mulher mais velha e mostrou um de seus sorrisos mais genuínos. — Obrigada, Ginger. Você é a melhor.

    Jett não conseguia se lembrar da última vez que Nikki havia mostrado um desses sorrisos para ele. Não que ele se importasse. Apenas o irritou que ele não pudesse identificar a última vez. Ou talvez ele pudesse, e simplesmente não queria se lembrar.

    Jett observou enquanto o olhar de Nikki se concentrava na mesa em frente a eles. O rosto contraído e o olhar malicioso da Sra. Burns eram difíceis de ignorar, mas com a boca aberta do marido e o olhar vidrado, seu olhar lascivo era ainda mais difícil.

    A sombra de algo cintilou no rosto de Nikki. Em outra pessoa ele teria dito que machucava, mas em Nikki nunca se podia ter certeza. Então se foi, seu queixo se ergueu e seus olhos assumiram uma expressão que nunca era de bom presságio para homem ou demônio.

    Nikki lançou um olhar encapuzado para a velha, virou-se para o Sr. Burns e lançou-lhe um beijo úmido e sexy que teria deixado Marilyn Monroe orgulhosa.

    O som que veio da Sra. Burns poderia ter feito cães uivarem em uma noite sem lua. Ela estava de pé e arrastando o Sr. Burns pelo braço, nem mesmo parando para pagar a conta.

    Jett olhou para a mesa vazia e o café da manhã meio comido. Ele calculou o extra que colocaria em sua gorjeta para cobrir a conta do casal. Não era culpa de Ginger que Nikki tivesse os modos de um gato de rua.

    Ele levou seu tempo voltando para Nikki, já sabendo o que veria. — Sério?

    Ela levantou um ombro despreocupada. — Não é minha culpa que o velho dela seja um pervertido, — ela disse em torno de uma torrada.

    — Nunca é, Nik. Faça-me um favor: não fale. Não, melhor ainda, não faça contato visual com mais ninguém enquanto estiver na cidade.

    — Claro, chefe. — Ela limpou as mãos de migalhas, sinalizando que tinha terminado de comer.

    Jett olhou para o prato e largou o garfo. Os restos de seu café da manhã foram afogados em ketchup, sem crosta, e

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