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La Reina Del Máfia: Livro 1 - Herdeiros
La Reina Del Máfia: Livro 1 - Herdeiros
La Reina Del Máfia: Livro 1 - Herdeiros
E-book525 páginas8 horas

La Reina Del Máfia: Livro 1 - Herdeiros

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Sobre este e-book

Ela era uma máquina de matar, tinha sido ensinada desde cedo a ser superior, ela é uma mulher, mas, a mulher mais poderosa de toda a máfia italiana, ela era a Dom da Família, ela é a rainha e rainhas não se curvam para ninguém.Romances eram perdas de tempo, ela não precisava de um homem ou de pessoa nenhuma ao seu lado para subjugar o seu poder, o único homem a quem ela respeitava era o seu pai o temido Ares Marino, pois, foi ele quem a ensinou tudo e sempre seria o seu único herói.Ela, ela é Chiara Marino, La Reina Del Máfia.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento10 de mar. de 2022
ISBN9781526052766
La Reina Del Máfia: Livro 1 - Herdeiros

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    Pré-visualização do livro

    La Reina Del Máfia - Nadine Lima da Silva

    Prólogo

    Chiara Marino:

    Gargalhei enquanto levantava do meu trono e me aproximava do filho da puta e peguei o meu chicote, uma coisa que eu tinha aprendido com os mais velhos, era que era divertido brincar com as suas presas, que eles aprendiam melhor antes de ir para o inferno em pedaços, pois, quanto mais sangue eu tirava deles, mais divertido as coisas ficavam.

    — Meu parceiro vai me achar. – Cuspiu ele manchando o meu lindo vestido de sangue eu apenas segurei o seu rosto com força fazendo com que ele me encarasse. — E vai acabar com você sua vadia desgraçada.

    — Com certeza ele vai fazer isso, mas, você estará em pedaços. – Garanti passando a minha língua pelos lábios e me aproximei mais dele. — E eu devo lhe confessar que eu estou muito excitada com a chegada dele, vamos ver a quem ele é fiel, a você ou a mim.

    Girei o chicote fazendo com que ele batesse nas costas daquele filho da puta, eu iria tirar até a última gota do seu sangue, eu iria fazer com que ele sentisse toda a dor que eu tinha sentindo, eu iria o torturar lentamente enquanto eu esperava pelo meu convidado de honra, pois, era dele que eu queria tirar tudo e eu iria fazer isso de apenas uma vez, pois, ninguém mexia com a família Marino e saia impune.

    — Vamos filho da puta, você não pode ser tão frouxo agora. – Rosnei enfiando uma das adagas nas suas costas e ouvindo ele berrar em plenos pulmões. — Não é você que era o fodão? Não foi você que disse que iria fazer com que eu sofresse? Parece que o jogo virou não é detetive Carter? Você está nas minhas mãos e com certeza não irá sair daqui vivo.

    Arranquei a adaga das suas costas e arranquei um pedaço da sua pele jogando-o no chão eu iria o carnear como se faz com um porco, pois, ele era isso, apenas um porco imundo que não merecia estar vivo e ele iria sofrer muito nas minhas mãos antes que eu terminasse com ele. Seus gritos eram como músicas nos meus ouvidos enquanto eu brincava com ele com as minhas adagas e outros instrumentos divertidos, papà tinha me ensinado que quando mais eles sofressem mais feliz eu ficava, eu tinha apenas cinco anos quando vi a minha primeira tortura e me apaixonei por aquilo, todos me chamavam de psicopata, e eu realmente era uma psicopata, adorava ver as pessoas sofrerem e pagarem por todos os seus pedaços, principalmente se aquilo fosse feito pelas minhas mãos, que eu fosse a última pessoa que elas vissem, eu era uma máquina e matar, eu não tinha sentimentos e por isso eu era la Reina.

    Eu fiquei um pouco decepcionada quando ele morreu, eu queria me divertir mais e eu apenas o deixei ali pendurado como um porco no matadouro e voltei a me sentar no meu trono esperando pelo meu convidado e como eu sabia que ele não iria me decepcionar eu apenas esperei e ele apareceu, com a sua arma em punho e seus olhos correram o ambiente rapidamente até me encontrarem.

    — Você demorou amore. – Sussurrei sorrindo e cruzando as minhas pernas. — Seu amigo não serviu nem para abrir o meu apetite, ele era tão frouxo que suplicou veementemente para que eu o deixasse vivo, ele usou crianças inocentes, odeio quando homens se escondem atrás de crianças, isso é tão covarde que apenas me faz querer matá-los com mais rapidez. Uma pena porque eu queria tanto me divertir um pouco mais, ele apenas abriu o meu apetite, deveria se responsabilizar por isso.

    — Você é completamente lunática. – Falou ele me encarando e apontando a arma na minha direção. — E eu irei fazer você pagar por todos os seus crimes Chiara Marino.

    — Não amore, eu sou uma psicopata, eu gosto de matar, me excita, me dá prazer, ouvir as vítimas suplicarem me deixa molhada. – Sussurrei me aproximando dele e deixando com que a sua arma apontasse diretamente para o meu coração. — Vamos lá amore, você tem apenas uma chance, uma única chance de se livrar de mim, não a jogue fora ou eu farei da sua vida um inferno.

    Encarei os seus olhos e sorri, como sempre ele era apenas mais um frouxo que tinha entrado na minha vida, tão deprimente.

    — Vamos lá Sebastian, me mate. – Mandei gargalhando. — Me mate ou eu irei sair por aquela porta e nunca mais colocará as suas mãos em mim. Qual vai ser a sua escolha baby? Me deixar viva ou me matar? Pois, sabe que me matar é a única forma de fazer com que eu pare se não fizer isso eu colocarei fogo em Nova York e a verei queimar, como Nero fez com Roma e com certeza irei matar até o último filho da puta que me fez sofrer, pois, esse é o meu desejo e eu sempre tenho tudo aquilo que eu quero, pois, eu sou Chiara Marino, La Reina Del Máfia.

    Capítulo I

    Chiara Marino

    Um ano atrás:

    — Papà! – Exclamei sorrindo e entrando na sua sala e vendo que ele estava lendo os seus papéis e apenas levantou os olhos e eu andei até a sua mesa sentando-me dela. — Você prometeu que jantaria comigo hoje.

    — Estou ocupado. – Avisou ele e eu cruzei os meus braços e erguendo a minha sobrancelha. — Garotinha, com quem você aprendeu a ser tão teimosa?

    — Com o melhor. - Respondi beijando o seu rosto carinhosamente e tirei os papéis da sua mão e fiz uma careta. — Com certeza jantar com a sua filha maravilhosa será muito mais interessante do que resolver esses assuntos chatos, poderemos ir até o restaurante do zio Aquiles, estou morrendo de fome, passei o dia inteiro cortando corpos e tendo que os remontar, uma pena que eles não falam, isso deixaria tudo mais interessante.

    — Bambina não fale isso perto da sua mamma. – Mandou-o e eu gargalhei pulando da sua mesa e entrelaçando o meu braço no dele. — Ela vai ficar furiosa, falando que eu criei você como um homem, ela vai surtar quando vir esses cabelos verdes e essa nova tatuagem já posso escutar ela gritando nos meus ouvidos que eu mimei você e agora ninguém mais consegue colocar limites nessa menina a culpa disso é inteiramente sua Ares Marino, deveria ter a criado como uma garota e não deixando com que ela fizesse o que quisesse, agora eu ninguém mais consegue a controlar e teremos problemas futuros. Porém, a minha garotinha continua linda como sempre.

    — Está ficando cada dia mais difícil conseguir agradar dona Ivana. – Comentei sorrindo e rolando os meus olhos. — Pensei que me formar em medicina iria a deixar feliz, mas, acho que isso apenas faz com que ela arranque os seus cabelos sempre que ela tem que contar para as suas colegas de trabalho que a filha escolheu ser uma legista.

    — Ela tinha o sonho que você fosse seguir a sua profissão e não querer trabalhar com corpos. – Falou papai sorrindo e pegando o seu terno. — Vamos lá garotinha, irei alimentar você, depois nós iremos voltar para casa e acalmar a fera chamada Ivana Marino, ela realmente anda mais estressada nos últimos dias. E você está cheirando a formol o cheiro é pior que o da sua mãe.

    — Mamãe está de plantão hoje. – Avisei abraçando-o pela cintura e vendo-o torcer o nariz me fazendo rir. — Então não temos hora para chegar em casa, pois, não seremos dedurados por ninguém. Vamos papà, sua garotinha está morrendo de fome.

    Ele riu e beijou a minha testa carinhosamente antes de dispensar os seguranças, aquela seria uma noite de pai e filha, não precisávamos deles na nossa cola, por mais que eu amasse a minha mãe, nós tínhamos as nossas diferenças e por muitas vezes mamãe se deixava levar pela aparência das pessoas que estavam a sua volta e isso me irritava um pouco. Já papà sempre foi o meu super-herói, ele é o meu melhor amigo, aquela pessoa em quem eu posso confiar totalmente, ele me ensinou tudo que eu sabia, ele que me fez quem eu era e ninguém nunca poderá me mudar.

    O restaurante estava lotado, como em todas as noites, mas, no verão as filas de espera poderiam dar voltas apenas para conseguir uma mesa caso alguma das reservas fossem canceladas, é claro que a família Marino sempre tinha uma mesa reservada, sentei-me na mesa e acenei para duas mulheres que me olhavam de cima a baixo. Claro que todos iriam fazer isso e eu sabia o que estava se passando na mente daquelas velhas metidas, que era uma garota de programa que estava dando o golpe de baú no vovô, afinal o preconceito estava impregnado em todas aquelas pessoas e ser uma garota de vinte e poucos anos, de cabelos verdes, roupas rasgadas e cheia de tatuagens e piercings, nunca se passaria pela cabeça deles que eu poderia ser sua filha e aquilo era nojento.

    — Gatinha! – Exclamou zio Aquiles bagunçando os meus cabelos e fazendo com que eu sorrisse. — Verde é realmente a sua cor, deveria o manter desta maneira. Como você estava sabendo que o prato da noite é o seu preferido?

    — Eu tenho minhas fontes. – Respondi sorrindo e ele beijou a minha testa carinhosamente. — Irei querer um prato bem cheio, estou morrendo de fome, passei o dia inteiro cortando corpos, isso dá muita fome e nada melhor do que um saboroso Bistecca alla Fiorentina, bem malpassado zio, quero ela berrando.

    — Você é realmente filha do seu pai. – Resmungou ele e eu apenas dei os ombros gargalhando, parecia que eu não tinha como negar aquilo, papai pediu algo mais leve, ele estava realmente ficando para vovô.

    Nós conversamos sobre trivialidades, pois, sempre que estávamos juntos daquela maneira, nós não falávamos de problemas, sobre a máfia ou qualquer assunto que pudesse ser indigesto, éramos apenas pai e filha dividindo uma refeição muito saborosa e divertida juntos, deixávamos os problemas para os momentos que eles surgissem e eu precisasse realmente mostrar a minha verdade personalidade, pois, todos achavam que eu era apenas rebelde e problemática, porém, eu era uma arma, uma arma de matar, eu era uma psicopata, uma psicopata que adorava ver o sofrimento das minhas vítimas.

    Eu comi um delicioso e enorme pedaço de tiramisù enquanto papà conversava com zio Aquiles em particular e tudo que eu poderia fazer era me deliciar com aquele doce maravilhoso e checar as minhas mensagens, aquelas pessoas da universidade eram realmente insuportáveis, a maioria estava perto de mim apenas por conta do meu sobrenome, os outros fingiam que me suportavam porque apesar do meu jeito eu era um pequeno gênio e a melhor aluna da turma, eu pensei que iria me livrar deles quando a faculdade terminasse, mas, mesmo eles estando fazendo as suas residências em hospitais medíocres ainda tentavam manter contato, como se eu fosse fazer algo por eles.

    — Tem certeza de que sua mãe está de plantão? – Perguntou papà quando saímos do restaurante e eu concordei, eu sabia todos os horários de mamma, tinha feito o meu ao contrário, assim nós não tínhamos as nossas brigas diárias e a nossa convivência se tornasse suportável. — Então vamos dar uma volta garotinha, tenho algo que irá despertar o seu apetite.

    Encarei-o e abri um sorriso, eu adorava quando ele falava aquilo, pois, eu tinha certeza de que aquela seria uma noite muito divertida, muito mais do que voltar para casa e ficar trancada no meu quarto sem fazer nada. Eu já podia sentir o sangue fluir com mais rapidez nas minhas veias quando papà começou a dirigir na direção da saída da cidade, parecia que nós estávamos indo para o porão na Virgínia e isso me deixava muito excitada.

    — Pensei que estávamos indo para porão. – Comentei quando ele pegou um caminho contrário e isso me deixou ainda mais excitada, se tinha uma coisa que eu gostava mais do que torturar as minhas vítimas era pegar elas para depois torturá-las, pois, assim eu poderia sentir o desespero delas desde o início e isso era excitante. — Para onde estamos indo papà?

    — Eu tenho um encontro com um informante e você precisa de mais algumas lições para quando assumir o meu cargo. – Respondeu ele encarando-me. — Você precisa aprender uma coisa muito importante Chiara, você é a rainha, mas, rainhas precisam dos pões para fazer o trabalho sujo, você precisa sujar as suas mãos apenas quando for extremamente necessário, pois, você será o cérebro da máfia e precisará estar limpa se algo acontecer, nada deve respingar em você, aprenda isso, por mais que você goste de brincar, faça isso apenas quando for seguro.

    Concordei e deixei com que ele estacionasse o carro e mandasse com que eu ficasse fazendo a sua cobertura e não me colocasse em perigo, tudo que eu tinha que fazer era observar como ele faria aquilo e cuidar da sua cobertura. Me escondi atrás de uma das pilastras e arrumei a pistola que ele tinha me entregue, eu não gostava muito de armas de fogo, armas brancas eram muito mais divertidas, porém, era o que tínhamos naquela noite.

    Aquilo era realmente chato, eu sempre iria preferir as torturas, respirei fundo e olhei atentamente pela retaguarda para ter certeza de que aquilo não era nenhum tipo de armadinha e o encontro de papà com aquele informante demorou mais que o normal, mas, ele parecia ter informações bem interessantes.

    Eu coloquei um rock no som do carro e comecei a cantarolar sabendo que papà estava preso nos seus pensamentos e não iria dividir as suas preocupações comigo, ele só fazia isso quando estava pensando no que iria fazer com as informações que tinha conseguido naquela noite, a chuva começou a bater no vidro do carro e eu suspirei encarando as gotas deslizarem pelo vidro.

    — Coloque o cinto. – Mandou papai e eu revirei os meus olhos, eu odiava quando ele me tratava como uma criança, aquilo era realmente muito irritante. — Chiara!

    Revirei os meus olhos e coloquei o maldito cinto, ele não se importava com isso normalmente, mas, eu não queria o irritar naquela noite, então era melhor parecer uma menina comportada durante a nossa viagem para casa. Eu devo ter cochilado durante algum tempo, pois, fui acordada com barulhos de tiros, papà parecia ter sido alvejado.

    — Mantenha-se abaixada. – Mandou-o e eu tentei falar algo, mas, ele apenas me encarou e eu sabia que não deveria tentar o retrucar naquela hora. — Me escute com atenção, isso foi uma armadinha, eu sabia que isso poderia acontecer, Apolo está vindo para cá nesse momento, então eu irei forjar um acidente e você vai correr para dentro da floresta, você sabe como sobreviver até que o seu tio aparecer, não deixe com que eles a peguem Chiara.

    — Papà! – Exclamei o encarando indignada, eu não iria fugir sozinha.

    — Faça o que eu estou mandando. – Rosnou ele e me encarou sorrindo. — Não se preocupe, seu pai pode estar velho, mas, eu ainda sou Ares Marino, eles precisam de mais do que alguns filhos da puta para conseguirem me matar.

    Ele sorriu e jogou o carro na direção de uma árvore jogando o meu lado do carro para dentro da floresta e eu senti o impacto da batida, mas, não tive tempo de pensar naquilo, apenas corri para dentro da floresta como ele tinha mandando sentindo a chuva começar a molhar a minha pele e me escondi no local mais escuro para me camuflar e tirei o meu celular do bolso e disquei o número de zio Apolo, mas, ele não atendeu a maldita ligação, passei quase meia hora ali escondida até que todos os barulhos tivessem parado e eu sabia que aquilo poderia ser mais uma armadilha, mas, eu não podia continuar ali sem fazer nada, me esconder não fazia parte da minha personalidade.

    Corri quando vi o seu corpo caído no asfalto, deixei com que as minhas pernas sucumbiram quando me aproximei e senti as lágrimas começarem a marejar os meus olhos.

    — Papà. – Chamei colocando a sua cabeça no meu colo e vendo o seu sangue começar a manchar as minhas mãos quando eu tentei estancar uma das suas feridas. — PAPÁ ACORDE, PAPÀ.

    — Minha garotinha. – Sussurrou ele segurando a minha mão e fazendo com que eu balançasse a minha cabeça negativamente, ele não podia me deixar, ele não podia fazer aquilo. — Você é a minha melhor criação Chiara Marino, a minha garotinha, você é a minha rainha e sempre será.

    — Papà. – Sussurrei quando ele apertou com mais força a minha mão. — Não me deixe, você não pode me deixar papà, eu amo você, por favor não me deixe.

    — Me prometa que você irá cuidar da sua mamma, minha ratinha irá ficar devastada, ela irá precisar que você fique ao seu lado Chiara. Prometa isso ao seu papà. – Pediu ele eu apenas concordei sentindo as lágrimas escorrerem pelos meus olhos e eu sabia que não conseguiria falar qualquer coisa. — Não deixem com que eles me enterrem na Itália, eu não quero ser enterrado ao lado de Giovanne, eu quero ser enterrado ao lado dos seus irmãos, eu quero estar junto a eles quando partir e perto das minhas garotas.

    Concordei apertando com mais força a sua mão quando eu a senti perder a força.

    — Ti amo figlia, mia bambina. – Declarou ele sorrindo e depois começou a tossir sangue. — Mia Chiara.

    Ele sorriu, seus dentes cheios de sangue, seus olhos azuis ficaram opacos e naquele momento eu soube que ele tinha partido, meu papà meu herói, o único homem a quem eu iria amar por toda a minha vida.

    — Papà. – Chamei balançando-o e apertando com mais força a sua mão e jogando a minha cabeça para trás. — PAPÁ.

    Capítulo II

    Chiara Marino:

    Abracei o seu corpo sem vida mantendo-o perto de mim, minhas lágrimas se misturavam com a chuva, eu não tinha mais voz para gritar, eu não sentia dor, eu não sentia frio, eu não sentia nada, meu coração estava morto, ele tinha morrido junto com papà. Ouvi o barulho de carros se aproximando e peguei a minha arma, eu iria matar todos os filhos da puta que tentassem se aproximar de papà, eu iria matar a todos.

    — Chiara. – Chamou uma voz conhecida fazendo com que eu focasse naquela voz. — Abaixe a arma criança, está segura, eu preciso que você abaixe a arma e deixe com que eu me aproxime se você, está tudo bem criança, você está segura.

    — Papà. – Sussurrei quando ele me puxou para longe do corpo, eu tentei lutar, mas, zio Apolo era mais forte e eu estava machucada por conta da batida e dos espinhos e galhos da floresta. — Papà.

    — Ele se for criança e nós precisamos sair daqui antes que a polícia apareça. – Falou ele segurando o meu rosto entre as suas mãos e eu balancei a cabeça negativamente, eu não iria sair do lado dele, não iria deixar mio papà. — Olhe para mim Chiara, ele está morto, não podemos fazer mais nada por ele, mas, eu preciso tirar você daqui. Esse foi o único e último pedido que o seu pai me fez, se algo acontecesse com ele eu iria tirar você em segurança dessa situação.

    Eu gritei e me debati tentando fazer com que eles me soltassem, mas, foi colocada dentro da ambulância e lavada para um dos clínicas que atendiam a máfia, eu não escutava nada que o maldito médico falava, não senti a dor quando ele colocou o meu ombro no lugar, estava tudo vazio, não exista mais sentimentos dentro de mim, papà tinha partido e aquilo era irreal, pois, para mim ele era imortal e ninguém nunca iria me tirar ele.

    Mamma esperneou, gritou, fez um escândalo que não era comum da rainha de gelo, ela sempre foi muito contida e para mim aquilo parecia mais um teatro para as pessoas do que estavam a sua volta do que o que ela estava sentindo e aquilo era ridículo, pois, agora mais do que tudo ela tinha que se manter firme, ela poderia sofrer, mas, sofresse em silêncio, pois, eram naqueles momentos que as cobras começassem a tentar dar o bote.

    Tirei aquela maldita roupa de hospital e me estressei com aquela maldita tipoia e a joguei longe, aquilo era infernal, coloquei as roupas que estavam sobre o sofá e calcei os meus malditos sapatos saindo do quarto. É claro que ninguém iria se colocar na minha frente se não quisesse que eu matasse, afinal, a minha aura com certeza estava muito negra em volta de mim, já que ninguém tentou me impedir.

    — Aonde você está indo? – Perguntou mamma me encarando quando eu entrei no carro e procurei pelas chaves, eu não estava com saco para ter uma discussão com ela. — Chiara!

    — Estou indo tomar o que é meu por direito. – Respondi a encarando. — Estou indo honrar o último pedido do meu papà e é melhor não se colocar no meu caminho mamma ou eu irei passar por cima de você também e não me importo com isso, acho que a senhora sabe muito bem disso.

    — Apolo está cuidando disso. – Avisou ela e eu apenas revirei os meus olhos colocando a chave na ignição e dando partida. — Isso é algo que homens devem fazer Chiara, não se meta também nesse assunto, seu pai pode ter colocado muitas coisas na sua cabeça, mas, assumir o cargo dele vai ser muito mais difícil do que você pode imaginar. Fique fora de confusões, faça o que todos esperam que você faça em uma situação como está, apenas fique de luto pelo seu pai e deixei com que seus tios resolvam todos os assuntos.

    — Eu posso não ser um homem mamma. – Ironizei a encarando. — Mas, eu sou a única herdeira de Ares Marino e não irei deixar com que ninguém passe por cima de mim, irei cuidar pessoalmente do enterro do meu papà, pois, irei honrar todos os pedidos que ele me fez antes de morrer. Se não pode fazer isso, então fique fora do meu caminho.

    Saí antando pneus, aquelas discussões eram desnecessárias naquele momento, eu ainda tinha muito o que fazer para cumprir os pedidos de papà se concretizarem. Nenhum filho da puta resolver se colocar no meu caminho e eu achei aquilo muito esperto, pois, eu realmente não me impostava em matar alguém para diminuir a dor que eu estava sentindo.

    Abri a porta da sala do concelho vendo todos os olhos se voltarem a mim, eles pareciam estar discutindo sobre algo, revirei os meus olhos e suspirei ao ver a cadeira de papà vazia, aquilo doía o meu coração, puxei uma cadeira e me sentei vendo que eles pareciam desconfortáveis com a minha presença e isso era uma pena, pois, eles teriam que me engolir de qualquer jeito.

    — Gatinha você deveria estar no hospital. – Pronunciou-se zio Aquiles me encarando, suas feições eram duras e eu sabia que ele estava irritado com algo. — Não se preocupe, estamos resolvendo tudo da maneira mais rápida possível, já que Itália fica do outro lado do oceano e todos já estão esperando o enterro com honras.

    — Não. – Falei fazendo com que todos me encarassem — Papà não queria ser enterrado na Itália, ele queria estar ao lado dos meus irmãos, então podem cancelar qualquer que estejam planejando, eu irei cuidar disso pessoalmente.

    — Você não pode passar por cima do concelho. – Rosnou Francesco, aquela múmia não morria nunca, acho que ele estava competindo com Matusalém, mas, ele gostava de infernizar a vida das pessoas, essa era a diferença entre os dois. — Coloque-se no seu lugar garota, Ares está morto e com certeza não será você a assumir o lugar dele, tem nomes muito mais indicados do que o seu.

    A gargalhada que escapou dos meus lábios fez com que todos me encarassem como se eu tivesse enlouquecido e eu ri até que a minha barriga doer e lágrimas se formarem em meus olhos e segui até Francesco colocando os meus braços sobre a poltrona que ele estava usando.

    — Recomendo a você não me irritar hoje. – Avisei sorrindo e apertando com força a poltrona a ponto de ela estalar. — Posso querer livrar a máfia de múmias como você, já que é pior que um carrapato, eu não tenho a mesma paciência que o mio papà tinha com você Francesco ou com qualquer um de vocês, comigo com certeza o buraco é muito mais embaixo, tente me passar para trás e você vai conhecer o motivo de todos terem medo de mim, isso é apenas um aviso e fique atento, pois, eu não aviso duas vezes, da próxima você será encontrado em uma vala qualquer com a boca cheia de formigas, isso se ainda tiver uma boca.

    Me afastei da sua cadeira e sentei-me na cadeira de papà colocando os meus pés na mesa, aquele era o meu lugar e eu queria saber quem seria a pessoa que iria tentar me tirar dali.

    — Cancelem qualquer cerimônia na Itália, meu pai não queria ser enterrado ao lado de Giovanne, então isso não vai acontecer, ele será enterrado ao lado dos meus irmãos. – Disse cruzando os meus braços e sentindo o meu ombro latejar. — Será uma cerimônia íntima, não quero nenhum alpinista social tentando ganhar status em cima da morte de mio papà, zio Apolo quem está cuidando da imprensa?

    — Helena está fazendo isso, não se preocupe. – Respondeu ele e eu confiava na minha prima, sabia que ela era a melhor relações públicas que Nova York tinha, aquela garota era realmente alguém que conseguia controlar a mídia do jeito que ela queria, todos a chamavam de bruxa por causa disso. — Uma nota já foi lançada para a imprensa, falando que Ares Marino teve um mal súbito e foi internada em um hospital particular que o nome não será divulgado para a imprensa.

    — Ótimo! – Exclamei respirando fundo. — Peça para que nas próximas horas ela solte a nota do falecimento e que a família não irá falar com a imprensa e peça para que eles respeitem o nosso luto. A máfia está de luto por um mês, então espero que nenhum problema seja causa nesse mês ou cabeças podem rolar e eu não me importo de quem sejam essas cabeças.

    Me levantei saindo daquela sala rapidamente, eu não tinha mais nada para falar com nenhum deles, me refugiei na sala de papà, seus papeis que ele estava examinando no dia anterior estavam no lugar onde ele tinha deixado, assim como a sua caneta de ouro e a sua mesa extremamente organizada.

    — Ele estaria muito orgulhoso do modo que você está de portando. – Falou zio Apolo entrando na sala e respirando fundo. — Dentro de um mês você estará sentada nessa cadeira Chiara e as suas decisões serão a lei, seu pai poderia ser cabeça quente, bruto, mas, ele era um ótimo apaguizador, ele sabia lidar com o concelho e segui das suas convicções, isso não será nada fácil, terá que aprender a controlar o seu gênio e ceder em alguns pontos ou o concelho irá fazer da sua vida um verdadeiro inferno.

    — Eu já estou no inferno zio Apolo. – Falei virando-me para ele e me sentando na mesa. — Papà está morto e tudo que eu quero é vingança, estou pouco me lixando para a máfia ou para os protocolos, tudo que eu quero é colocar as minhas mãos nos filhos da puta que mataram o meu pai e fazer com que eles conheçam o inferno antes de morrerem, pois, eles tiraram a pessoa mais importante da minha vida e eu irei tirar tudo deles, um por um, eu iria derrubar a todos, como pinos de boliche e quando isso acontecer, eu saberei que estarei honrando o mio papà.

    — Estarei ao seu lado. – Garantiu ele me encarando. — Até que consiga a sua vingança eu irei estar ao seu lado e lhe ajudarei no que for possível, pois, eu também quero matar os filhos da puta que tiraram mio Fratello de mim, mas, depois disso, irei sair Chiara, estou ficando velho, acho que o meu tempo dentro da máfia está acabando, você precisa fazer uma revolução dentro desse mundo machista se quiser continuar no poder e eu sei que você é capaz, pois, você é filha de Ares Marino.

    Concordei e ele se aproximou de mim me abraçando e eu deixei com que algumas lágrimas rolassem dos meus olhos.

    — Está tudo bem criança, é normal chorar, você não é feita pedra. – Sussurrou ele acariciando as minhas costas delicadamente e eu realmente deixei com que o choro preso no meu peito saísse. — Está tudo bem criança.

    Eu coloquei todas as minhas lágrimas para fora naquele momento e quando eu limpei o meu rosto eu prometi a mim mesmo que não derramaria mais nenhuma lágrima por ninguém, pois, mais nenhuma pessoa naquele mundo as mereceria, voltar para casa foi infernal e eu segui diretamente para o meu quarto, tomei um banho demorado e deitei na minha cama e por mais que eu não fosse conseguir dormir, a exaustão do meu corpo fez com que eu apagasse e eu fiquei com ódio do dia seguinte, pois, o sol estava brilhando no sol como se estivesse rindo da minha cara.

    Fui na direção do banheiro e lavei o meu rosto e fiz a minha higiene pessoal e saí do banheiro rapidamente, coloquei um short jeans preto e uma regata da mesma cor, coloquei os meus coturnos e a maldita tipoia, pois, o meu ombro latejava como uma cadela no cio, joguei dos compridos na boca e desci as escadas. Dona Ivana estava tomando o seu café, ela estava usando um vestido preto muito bem alinhado, seus cabelos estavam presos e ela tinha se maquiado com exatidão, mas, eu podia ver os seus olhos inchados como se ela realmente tivesse chorado pela morte de papà.

    — Você irá assim? – Perguntou ela me encarando de cima abaixo. — É o enterro do seu pai, você poderia pelo menos colocar uma roupa mais ajeitada.

    — Ele está morto de qualquer maneira e papà nunca se importou o meu estilo. – Respondi pegando uma maça. — Borre um pouco a maquiagem mamãe ou ninguém vai acreditar que você é uma viúva que está sofrendo pela morte do marido.

    Entrei no maldito carro e sentei-me longe de minha mãe e pelo menos foi um caminho silencioso, já que cada uma estava perdida nos seus próprios pensamentos, é claro que a maldita imprensa estava toda atochada no cemitério, parecia que nem um milhão de notas iriam fazer com que eles ficassem longe, foi uma cerimônia rápida e um enterro um pouco deprimente e eu fiquei ali até que todos tivessem ido embora, pois, eu queria ficar mais tempo perto de papà.

    — Eu irei vingar você papà. – Jurei colocando a minha mão sobre a terra quente e fechando as minhas mãos em punhos. — Irei fazer de Nova York um inferno e serei a rainha do inferno.

    Capítulo III

    Chiara Marino:

    Ficar em casa era realmente infernal, passar um mês trancada naquela casa iria me levar a loucura, a convivência com Dona Ivana estava se tornando cada mais insuportável, parecia que papà era o único elo que nos unia e como ele não estava mais ali para apartar as nossas brigas ou acalmar a situação e agora tudo que nós fazíamos era brigar todos os dias.

    — Meu pai ainda nem esfriou para que você saia com as suas amigas. – Rosei irritada, parecia que ela fazia aquilo apenas para me ver ainda mais irritada. — Parece que você está aliviada por ele estar morto mamma, pelo menos assim você não precisa mais seguir as regras.

    O tapa certeiro acertou o meu rosto com força fazendo com que eu a encarasse furiosamente sentindo o gosto de sangue invadir a minha boca e cuspi no chão com força.

    — Nunca mais fale isso. – Bradou ela furiosamente se aproximando de mim. — Eu amava o seu pai, ele foi o único homem que eu amei verdadeiramente na minha vida, você não sabe o que eu tive que passar para estar ao lado dele, então não me acuse de estar sofrendo, pois, nem todas as pessoas são como você, então meça as suas palavras a falar comigo, eu sou a sua mãe e exijo respeito, pois, iremos ter que conviver pelo resto das nossas vidas Chiara Marino, você gostando ou não.

    Ela saiu batendo a porta com força e eu respirei fundo encarando o espelho na minha frente e vendo a marca da sua mão no meu rosto, subi as escadas e bati a porta do meu quarto para que todos soubessem que eu não estava para conversas, entrei no banheiro e tomei um banho demorado e depois segui até o closet, coloquei as minhas meias calças, uma calça preta destroyed e um croped, arrumei os meus cabelos e saí pegando as chaves do meu carro e segui para o único lugar que eu sabia que a pessoa iria me entender naquele momento.

    Estar de volta a Manhattan era um pouco diferente, depois de três semanas trancadas nos Hamptons, parecia que tudo tinha mudado na cidade, toquei a campainha e esperei com que alguém atendesse e ver uma Annia descabelada e com cara de sono parece que melhorou e muito o meu dia, pelo menos alguém parecia mais acabada do que eu.

    — Mamãe está no escritório. – Avisou ela dando-me passagem para que eu entrasse. — Final do corredor, última porta a direita, bata antes de entrar, papai está em casa e você não querer pegar os dois em uma situação intima, os dois são piores que coelhos.

    — Você tem mesmo 17 anos garotinha? – Perguntei e ela deu de ombros como se estivesse me respondendo que a sua idade não queria dizer nada e se jogou no sofá abraçando a almofada e fechando os seus olhos.

    Segui no caminho que ela tinha me orientado e bati na porta ouvindo a voz doce me mandar entrar, zia Sasha estava cercada pelos seus materiais de desenho, mesmo com todos os equipamentos tecnológicos que tínhamos nos dias de hoje, ela ainda gostava de fazer as suas ilustrações a mão.

    — Querida! – Exclamou zia Sasha levantando-se e vindo na minha direção, ela me abraçou e eu me senti muito mais acolhida do que quando estava em casa. — Não estava esperando a sua visita. Venha! Vamos até o jardim, está um dia muito bonito para ficar preso dentro de casa e como todas as minhas crianças estão fora de casa, apenas Annia que está jogada no sofá hibernando, adolescentes passam a maior parte do tempo dormindo e a outra metade reclamando que estão com fome.

    Deixei com que ela me puxasse para fora, por mais que eu não gostasse muito de ficar ao sol, ela pediu um chá e algo para comermos e nós nos sentamos no jardim.

    — Como estão as coisas em casa? – Perguntou ela fazendo com que eu suspirasse. — Pensei que fazer uma visita, mas, sabemos que Ivana não é a melhor anfitriã do mundo e eu não queria ser taxada como a enxerida e como eu sei como se trata o luto dentro da máfia, acho que esse era um momento apenas para vocês.

    — Minha convivência com minha mãe era pacífica apenas por causa de papà, ele não gostava que nós brigássemos. – Confessei respirando fundo e sentindo a mão dela apertar a minha delicadamente. — Desde que ele morreu as coisas estão insuportáveis, por ela não poder sair para trabalhar parece que ela desconta toda a sua frustração nas coisas da casa e as nossas brigas são frequentes, não sei quanto tempo mais eu irei conseguir suportar essa situação, eu não sou alguém que tem uma paciência muito longa e realmente não quero quebrar a promessa que eu fiz para o meu pai antes dele morrer.

    — Sua mãe nunca foi uma pessoa fácil de conviver querida. – Falou zia Sasha suspirando. — Acho que por ela ter tido algumas regalias ela se tornou um pouco mesquinha e depois de nana morreu as coisas se tornaram ainda mais difíceis. Ivana tinha apenas 18 anos quando nana morreu e Natasha a levou de volta para a Rússia e lhe mantéu afastada da máfia e quando ela se casou com o seu pai ela não se adaptou muito bem a máfia italiana por conta de todas as regras. Eu sei o quanto isso está sendo difícil para você querida, quando eu perdi nana, eu sofri muito e isso fez com que eu fizesse muitas coisas erradas e fiz muitas pessoas sofrerem Chiara, acho que você é muito mais madura do que eu era quando eu perdi nana, mas, saiba que sempre que precisar de um ombro para desabafar, alguém para lhe consolar, tia Sasha estará aqui pra você querida, sempre estarei, não precisa me contar sobre os problemas da máfia, nem precisa falar nada, apenas me peça um abraço, pois, isso pode expulsar muitos demônios e eu não quero que você passe pelo que eu passei no passado.

    — Pode me dar um abraço zia? – Perguntei e ela se aproximou de mim me abraçando e acariciando os meus cabelos delicadamente e acho que desde que papà tinha morrido, aquele foi o primeiro abraço verdadeiro que eu tinha ganho de uma pessoa, pois, eles não estavam tentando me consolar e sim ganhar alguma coisa com o meu sofrimento.

    — Vai ficar tudo bem, querida. – Garantiu ela em um sussurro enquanto me arrumava nos seus braços. — Vai ficar tudo bem, com o tempo a dor vai se tornando menos dolorida, não irei falar para você que para de doer, pois, é mentira, mas, irá conseguir conviver com a dor, ela irá se tornar uma saudades imensa e que ninguém irá conseguir substituir e que estará presente pelo resto da sua vida.

    Deixei com que ela me consolasse até que a dor não fosse tão imensa no meu peito e naquele momento eu realmente queria que zia Sasha fosse a minha mãe, pois, ela me entendia muito melhor do que Dona Ivana e eu não sabia como eu iria continuar vivendo naquela casa com ela.

    Saí de lá apenas quando recebi uma mensagem e eu sabia que ela poderia ser o começo da minha vingança, pois, a minha dor só iria diminuir quando eu acabasse com as minhas mãos com todos os filhos da puta que tiraram papà de mim, eu iria acabar com todos eles de uma maneira muito divertida.

    Davi estava me esperando no café muito peculiar no Queens, mas, eu sabia que aquilo era porque ali ninguém conseguia pegar o seu rastro, ele gostava de lugares como aquele quando iria fazer alguma coisa errada que ninguém poderia saber.

    — Pensei que você não iria aparecer nunca. – Resmungou ele rolando os olhos quando eu pedi um café para a garçonete e ela sorriu para o meu primo, tão iludida. — Estou a quase uma hora esperando pela sua pessoa e sendo cantado por aquela garçonete, estou me sentindo um pedaço de carne exposto, já perdi as contas de quantas vezes ela pediu o meu celular.

    — Ela não é de se jogar fora. – Falei encarando a garçonete, ela era gostosinha, se eu não tivesse de luto, eu realmente investiria nela. — Me conte o que você descobriu, zio Apolo tem me mantido afastada de qualquer investigação sobre a morte de papà e eu sei que ele está preocupado que eu faça alguma loucura antes que eu assuma o meu lugar como a Don da família, mas, eu estou irritada com isso.

    — Os filhos da puta são tão burros que se esqueceram de apagar as imagens da transmissão da estrada naquela noite. – Respondeu ele batendo os dedos na mesa. — Coloquei os arquivos nesse pen drive, não se preocupe, tem um programa de proteção, ninguém irá conseguir rastreá-lo, então não perca ou poderá se colocar em maus lenções e eu com certeza irei tirar o meu da reta. Mas, isso não foi o mais interessante, sabe eu encontrei o tal informante do zio Ares e ele também está morto, foi morto no dia seguinte do seu pai e a culpa foi colocada na gangue local, porém, eu investiguei um pouco mais sobre o carro que foi usado na perseguição de vocês e era uma placa fria, mas, eles não contavam com a minha inteligência, a placa poderia ser falsa, mas, o carro está registrado em nome da cidade de Nova York, mais especificamente na delegacia central de homicídios. Eles estavam usando máscaras e por isso não deixei com que o meu programa de reconhecimento facial funcionasse, mas, eu lembro que você tem uma ótima audição e irá reconhecer as vozes, então eu coloquei você dentro da polícia de Nova York, irá receber um telefonema nos próximos dias avisando que você foi a primeira colocada da concurso e estará dentro da polícia de Nova York, no setor de perícia, você adora cortar pessoas, isso vai ser muito divertido e você pode me agradecer por isso depois priminha, mas, com certeza essa é a sua melhor chance de conseguir investigar essas pessoas e colocar as suas mãos neles, depois disso eu realmente não quero saber o que você vai fazer com eles.

    — Você é o melhor priminho. – Falei jogando algumas notas sobre a mesa e me levantando. — Deveria investir na garçonete, ela é realmente gostosinha, agora eu preciso ir para casa e ver esse vídeo alguns milhares de vezes até que a minha raiva aumente e eu tenho uma ideia do que fazer com eles, mas, manterei isso em segredo apenas para mim.

    Saí dali antes que ele me mandasse a merda e não segui para casa, eu realmente não queria ficar em casa, então fui até uma Lan House xexelenta que tinha ali por perto e ninguém iria ligar para o que eu estava assistindo e tirei os meus fones da bolsa e conectei no computador junto com o pen drive que Davi tinha me dado e acho que a minha raiva aumentou ainda mais depois de ter visto aquele maldito vídeo por três vezes consecutivas, sentindo o ódio correr em minhas veias e por mais que eu gostasse e muito daquela sensação, pois, ela seria o meu combustível, não que eu precisasse dele, já que eu estava sempre com raiva, mas, naquele caso eu iria precisar da minha cabeça fria e sangue gelado, pois, só assim eu conseguiria fazer o que estava se passando na minha mente.

    — Eu vou colocar a minha mão em todos vocês. – Garanti fechando as minhas mãos em punhos e sorriso. — Terei o sangue de todos vocês nas minhas mãos e vocês certamente irão conhecer Chiara Marino.

    Capítulo IV

    Chiara Marino:

    Eu realmente não queria que aquele dia tivesse chego, pois, aquele era o adeus a papà, quando eu assumisse a máfia, era como se estivesse me

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