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De Historia Naturali Insulæ Trinitatis MDCC-MMX: Three Centuries of Natural History on Trindade Island, Brazil, With Comments on Conservation
De Historia Naturali Insulæ Trinitatis MDCC-MMX: Three Centuries of Natural History on Trindade Island, Brazil, With Comments on Conservation
De Historia Naturali Insulæ Trinitatis MDCC-MMX: Three Centuries of Natural History on Trindade Island, Brazil, With Comments on Conservation
E-book152 páginas1 hora

De Historia Naturali Insulæ Trinitatis MDCC-MMX: Three Centuries of Natural History on Trindade Island, Brazil, With Comments on Conservation

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Sobre este e-book

Bilingual book in English and Brazilian Portuguese. The Trindade and Martin Vaz Archipelagos, Brazil, are relatively isolated in the South Atlantic. Up to the 20th Century, technical and scientific knowledge about Trindade was relatively scarce, consisting of weather data from the meteorological station of the Brazilian Navy, observations on the nesting of green turtles (Project TAMAR) and to some sporadic observations on geology, botany and zoology. This book compiles sources of scientific information about Trindade within a chronological sequence spanning three centuries. The slow advancement of scientific knowledge is narrated chronologically with emphasis on conservation. Over 160 sources of original natural history data (all we could find) are included and mostly commented. This book will prove a valuable tool to those who intend to conduct research on Trindade, especially in the fields of botany and zoology. Current day and historical photographs of local flora and fauna are included, pinpointing remarkable changes in vegetation over the last 100 years.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento20 de nov. de 2016
ISBN9781370853601
De Historia Naturali Insulæ Trinitatis MDCC-MMX: Three Centuries of Natural History on Trindade Island, Brazil, With Comments on Conservation
Autor

Ruy José Válka Alves

Possui graduação em Ciências Biológicas pela Faculdade de Humanidades Pedro II (1988), mestrado em Botanical Institute - Czechoslovak Academy of Sciences (1990) e doutorado em Geobotany - Botanical Institute, Academy of Sciences of the Czech Republic (1993). Atualmente é curador geral do herbário do - Museu Nacional / UFRJ, e Professor Titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Botânica, com ênfase em Fitogeografia, atuando principalmente nos seguintes temas: manejo de herbário, campo rupestre e ilha da trindade.Graduated in Biological Sciences at Faculdade de Humanidades Pedro II, Rio de Janeiro in 1988; MSc in botany at the Botanical Institute - Czechoslovak Academy of Sciences (1990) PhD em Geobotany - Botanical Institute, Academy of Sciences of the Czech Republic (1993); Currently full Professor and herbarium curator at the Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Main work field: botany with emphasis on floristics, phytogeography of campo rupestre and herbarium management.

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    Pré-visualização do livro

    De Historia Naturali Insulæ Trinitatis MDCC-MMX - Ruy José Válka Alves

    PREFÁCIO

    Neste ano comemoramos um século de pesquisa na Ilha da Trindade pelo Museu Nacional e de sua parceria com a Marinha do Brasil.

    Na oportunidade em que os professores Ruy José Válka Alves e Nílber Gonçalves da Silva, autores desta obra, nos concedem o privilégio de ampliarmos os conhecimentos sobre a fantástica Ilha da Trindade e o Arquipélgado de Martin Vaz, junta-se a esta homenagem o Museu Nacional, que desde 1916 se faz presente, ampliando informações sobre a fronteira leste brasileira.

    Podemos destacar o cuidado tomado nas minúcias das informações, de forma a tornarem mais fidedignas, além das profundas análises, relatos e das belíssimas imagens e gravuras, enriquecendo a obra, tornando a leitura agradável e contagiante.

    Os autores, amantes da Ilha da Trindade, envidam constantes esforços para a recuperação de sua vegetação nativa, bem como para preservação ambiental, conscientizando aqueles que têm oportunidade de guardá-la e visitá-la, seja visando desenvolvimento de pesquisas científicas ou mesmo a prática de outras atividades, objetivando contribuir para a manutenção deste lugar ímpar do nosso território.

    A crescente atividade científica desenvolvida, apoiada pelos Órgãos governamentais ou não governamentais, certamente trará importantes resultados nas diversas áreas, podendo contribuir para o avanço científico-teconológico do país. Vários artigos internacionais foram publicados sobre descobertas endêmicas já encontradas, bem como sobre outras novidades, despertando a cada dia novos interesses em desvendar os mistérios daquele longínquo terreno.

    Quando designado para a Gerência do Programa de Pesquisas Científicas da Ilha da Trindade – PROTRINDADE, era somente um Oficial que havia escolhido esta profissão por amor ao país. Ao avistar pela primeira vez aquela imensidão vulcânica no meio do Oceano Atlântico, e saber que aquele monumento ainda era Brasil, só fez ampliar este sentimento e a responsabilidade em defendê-lo, ratificando a escolha certa feita há mais de vinte anos, quando decidi entrar na Marinha.

    Hoje, também apaixonado por essa histórica Ilha, sinto-me orgulhoso por ter tido a oportunidade de conhecer e testemunhar o bonito e incansável trabalho desenvolvido pelos amigos Ruy e Nílber, ora registrado de forma plena nesta obra.

    Como dizemos na Marinha do Brasil ao referenciarmos um excelente trabalho realizado:

    BRAVO ZULU Amigos!

    Rodrigo Otoch Chaves, Capitão-de-Fragata, Marinha do Brasil

    AGRADECIMENTOS

    Os autores agradecem o saudoso naturalista Johann Becker, que inspirou este trabalho; à Marinha do Brasil e em especial à SECIRM pelo apoio logístico; ao Suboficial Ruy Barreto dos Santos e Comandantes Rodrigo Otoch e Camilo Souza pelo apoio aos trabalhos de campo; ao Dr. Sérgio Ricardo Sodré Cardoso por ceder fotos de 1974 feitas por seu pai Sérgio Cardoso de Novaes; ao Dr. Storrs Lovejoy Olson pelo seu diário de bordo da Ilha de 1975 e seus slides fotográficos e revisão; Dra. Regina Horta Duarte pela revisão, ao Thyone Simon por determinar Mugil trichodon; à Fundação SOS Mata Atlântica pelo apoio, ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelas bolsas para ambos os autores e à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela bolsa de doutorado para Nílber.

    INTRODUÇÃO

    Trindade é uma pequena e recente ilha vulcânica brasileira situada no Atlântico Sul, numa posição de vantagem estratégica em termos de previsões meteorológicas e defesa da costa. Apesar de suas dimensões diminutas, a Ilha garante ao Brasil uma área marítima de uso econômico exclusivo de 429.866 km². Até o século XX, o conhecimento técnico e científico sobre a Ilha era relativamente escasso, resumindo-se a dados meteorológicos gerados pela Estação Meteorológica da Ilha da Trindade (da Marinha do Brasil), observações sobre a nidificação de tartarugas verdes (do Projeto TAMAR) e a alguns trabalhos esporádicos de geologia, botânica e zoologia. Entretanto, desde o final dos anos 1990, a Marinha do Brasil tem recebido uma crescente demanda de cientistas interessados em estudar os mais variados aspectos da Ilha. Para atender tal demanda, desde 2007 a Marinha coordena o Programa de Pesquisas Científicas na Ilha da Trindade (PROTRINDADE) no âmbito da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar - CIRM (SECIRM 2012). Se até 2011 os pesquisadores eram abrigados na Ilha de forma improvisada, desde aquele ano podem contar com a Estação Científica da Ilha da Trindade (ECIT), construída pela Marinha, que abriga oito pessoas e é dotada de laboratórios seco e molhado.

    Pesquisadores do Museu Nacional (atualmente pertencente à Universidade Federal do Rio de Janeiro) têm realizado estudos esporádicos na Ilha da Trindade desde 1916, sempre apoiados pela Marinha do Brasil. Esta pequena obra visa dar continuidade a tal tradição, compilando as fontes de informação científica sobre a Ilha ao longo dos últimos três séculos. Os avanços lentos da ciência são narradosa em ordem cronológica, com ênfase na conservação.

    Fig. 1 – Mapa de localização das principais Ilhas no Atlântico Sul.

    A história da ciência é uma parte essencial de cada ciência (Creath 2010). Aqui tentamos relatar de forma resumida como as informações pertinentes à história natural da Ilha da Trindade evoluíram em função das visitas e ocupações humanas até 2010. Nossos comentários aparecem entre colchetes. Em alguma das datas mais antigas, pode haver algumas discrepâncias nas fontes históricas, pois séculos atrás os Ingleses adotavam um calendário distinto do atual.

    Os arquipélagos da Trindade e de Martin Vaz se encontram relativamente isolados no Atlântico Sul. Trindade (20o 29.3–31.7’ S, 29o 20.6–17.9’ W), também conhecida como South Trinity (Knight 1892), é a maior do grupo, formando um pináculo que atinge ca. 600 metros de altitude, projetado de uma profundidade de 5800 metros (Alves 1998) e ocupando uma área basal emersa de aproximadamente 10 km². Martin Vaz, com ca. 0,36 km² (20o 28.1–28.7’ S, 28o 51.3–50.8’ W), situa-se 48 km para leste dali. Trindade dista mais de 1100 km da costa do Brasil, mais de 2100 km de Ascension e mais de 2550 km de Santa Helena (ambas ilhas do Reino Unido) e 3570 km do ponto mais próximo da África, na costa da Libéria (Fig. 1).

    Muitas publicações mencionam que Trindade pertence ao Estado do Espírito Santo e até mesmo à cidade de Vitória, mas na realidade tal arquipélago (junto com o de Martin Vaz) integra um Território Federal, logo não subordinado a nenhum Estado (Brasil 1988, 2005). Esse território é administrado pela Marinha do Brasil.

    Desde 2011, a pesquisa científica dessas ilhas conta com a infraestrutura do PROTRINDADE, um programa recém-criado pela Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, chefiada pela Marinha do Brasil (Leme 2010).

    Até o Século XVII, florestas cobriam 80% da Ilha (Alves 1998). Essas florestas ainda estavam vivas e saudáveis em 1700, quando a Ilha foi visitada pelo famoso astrônomo Sir Edmund Halley (1656–1742) (Murphy 1915). Porém, das duas visitas em 1881 e 1889, Edward Frederick Knight (1852–1925) relatou uma floresta morta (Knight 1884; 1892). As causas de tal degradação podem ser seguramente atribuídas às sucessivas ocupações da Ilha por humanos e seus animais domésticos.

    As ocupações e devastação da Ilha da Trindade tiveram início muito antes dos primeiros relatos sobre sua fauna e flora. Como era comum em outras ilhas, as primeiras ocupações trouxeram camundongos e então gatos domésticos foram introduzidos na tentativa de controlá-los. Todavia, os filhotes de aves marinhas, a maioria das quais nidifica no solo, se tornaram uma fonte de alimento mais fácil para os gatos. Ocupações humanas sucessivas introduziram cabras, javalis, ovelhas, jericos e cães cujas populações se tornaram ferais, pressionando ainda mais a cobertura vegetal já em declínio. Por outro lado, muitas das informações de história natural da Ilha se tornaram disponíveis por intermédio dos primeiros visitantes da Ilha, que observaram sua origem vulcânica e relataram plantas e animais muito antes de sua descrição formal no âmbito do sistema de classificação de Lineu.

    Dos quatro arquipélagos oceânicos Brasileiros, apenas Fernando de Noronha, Trindade e Martin Vaz possuem vegetação significante. As floras desses dois arquipélagos foram estudadas em vários momentos históricos: Fernando de Noronha por Ridley (1888), Mello Filho (1986) e Freitas (2007); Trindade por Mello Filho (1950a) e Trindade e Martin Vaz por Alves (1998, 2006). Apenas para Trindade são disponíveis alguns dados sobre vegetação (Segadas Vianna 1950, Alves 1998).

    O animal nativo mais conspícuo de Trindade é o onipresente caranguejo terrestre Johngarthia lagostoma (H. Milne Edwards, 1837) com vários morfos coloridos (Fig. 2). É abundante em todos os locais da Ilha, desde o nível do mar até os topos dos mais altos picos. Os indivíduos que vivem na floresta são os maiores e sobem em árvores para se alimentar de suas folhas. Com suas garras, desfiam tudo: roupas, barracas e botas esquecidas no chão por pesquisadores que acampam na Ilha. Um besouro endêmico é conhecido apenas de uma profunda ravina no meio da Ilha: Liagonum beckeri (Jeannel, 1961). Já a vespa caçadora de aranhas endêmica Limonethe beckeri (Costa Lima & Guitton, 1961) só é conhecida dos picos mais altos. A atual fauna nativa de vertebrados da Ilha da Trindade

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