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ESSÊNCIA DA SAÚDE: Plantas medicinais e alimentação
ESSÊNCIA DA SAÚDE: Plantas medicinais e alimentação
ESSÊNCIA DA SAÚDE: Plantas medicinais e alimentação
E-book896 páginas4 horas

ESSÊNCIA DA SAÚDE: Plantas medicinais e alimentação

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Sobre este e-book

As restrições na utilização das plantas medicinais, pela população, devem-se, principalmente, à falta de informações seguras sobre o modo de preparo, quantidade e parte da planta a ser utilizada, cuidados no preparo e outros detalhes importantes para a segurança do uso. Neste livro, o leitor encontrará todas essas informações sobre várias plantas. Para cada sistema do corpo humano, contemplou-se uma vasta lista de plantas, descritas de maneira clara, pedagógica e minuciosa.
Completando os estudos sobre as plantas medicinais, esta obra traz orientações preciosas sobre alimentação saudável na prevenção e alívio de sintomas. Também aqui, os ensinamentos são divididos por sistema.
Sinto-me privilegiada ao ver todo esse conhecimento condensado antes mesmo do leitor. Apresentar este trabalho foi um grande presente para mim, assim como o será ao leitor.


Débora Mendes de Melo
Médica Homeopata e Fitoterapeuta
IdiomaPortuguês
Data de lançamento29 de ago. de 2022
ISBN9786553703018
ESSÊNCIA DA SAÚDE: Plantas medicinais e alimentação

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    ESSÊNCIA DA SAÚDE - Danilo Maciel Carneiro

    capa.jpg

    Danilo Maciel Carneiro

    Kemle Semerene Costa

    Mara Rubia Ferreira de Freitas

    Josué Antônio da Silva

    ESSÊNCIA DA SAÚDE

    Plantas medicinais e alimentação

    COLABORADORES

    João Carlos Mohn Nogueira

    Engenheiro Agrônomo M.Sc., professor da

    Universidade Estadual de Goiás (UEG) - Campus Palmeiras de Goiás

    Marise Berg

    Nutricionista com especialização em

    Alimentos Funcionais e Nutrigenômica e Ayurveda

    GOIÂNIA-GO | KELPS, 2022

    Copyright © 2022 by Danilo Maciel Carneiro et al

    Editora Kelps

    Rua 19 nº 100 – St. Marechal Rondon

    CEP 74.560-460 – Goiânia-GO

    Fone: (62) 3211-1616

    E-mail: kelps@kelps.com.br

    homepage: www.kelps.com.br

    Capa

    Emerson Freire

    Diagramação

    Emerson Freire

    Victor Marques

    Organizador do Projeto

    Josué Antônio da Silva

    Revisão

    Sandra Rosa

    Revisão Técnica

    Kemle Semerene Costa

    Mara Rubia Ferreira de Freitas

    Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

    Dartony Diocen T. Santos CRB-1 (1º Região)3294

    DIREITOS RESERVADOS

    É proibida a reprodução total ou parcial da obra, de qualquer forma ou por qualquer meio, sem a autorização prévia e por escrito dos autores. A violação dos Direitos Autorais (Lei nº 9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.

    2022

    SUMÁRIO

    PREFÁCIO

    ESSÊNCIA DA SAÚDE

    APRESENTAÇÃO

    FITOTERAPIA – tratando com plantas / procedimentos para o processamento das plantas medicinais

    AS PRINCIPAIS FORMAS DE PREPARAÇÃO DAS PLANTAS MEDICINAIS

    PRINCÍPIOS ATIVOS DAS PLANTAS MEDICINAIS

    FALANDO DE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

    CONHECENDO UM POUCO MAIS SOBRE OS ALIMENTOS

    SISTEMAS DO CORPO

    O sistema digestivo

    O sistema metabólico

    O sistema respiratório

    O sistema imunológico

    O sistema reprodutor

    O sistema circulatório

    O sistema urinário

    O sistema locomotor

    O sistema nervoso

    Pele e mucosas

    APRESENTAÇÃO DAS PLANTAS MEDICINAIS

    ALIMENTOS IMPORTANTES

    BIBLIOGRAFIA

    BIOGRAFIAS

    Prefácio

    "Escolhi a sombra dessa árvore para 

    repousar do muito que farei,

    enquanto esperarei por ti.

    Quem espera na pura espera

    vive um tempo de espera vã.

    Por isso, enquanto te espero

    trabalharei os campos e conversarei 

    com os homens."

    (Paulo Freire)

    Desde o início da vida na terra, o homem vive em um eterno aprendizado com a natureza, observando o comportamento dos animais e procurando formas de sobrevivência para a manutenção da espécie à medida que desafiado. Descobriu empiricamente propriedades curativas das plantas e repassou de geração a geração.

    A concepção holística do homem e natureza, desde Hipócrates, desenvolveu-se no mundo através da Medicina Chinesa e Ayurveda. No cenário mundial atual, a Fitoterapia tem se firmado como ciência, por meio de pesquisas sérias e com respaldo da comunidade científica, principalmente na Europa. A história da Fitoterapia em Goiás não foi diferente. Conhecimentos de Ayurveda e o saber da população local foram trabalhados e empregados no tratamento de pessoas que acreditavam no poder medicinal das plantas. Ao longo de mais de duas décadas, a cultura  popular e as experiências científicas entrelaçaram-se, sendo documentadas e lentamente validadas em várias partes do mundo. Este livro é o resultado desse cenário, vivenciado em nosso Estado. Seus autores foram grandes atores nessa saga. Enquanto esperavam a validação científica de um vasto trabalho, aceitaram os desafios para a concretização de um sonho, a publicação deste livro, registro e materialização do caminho, nem sempre florido, mas alvissareiro, da nossa Fitoterapia.

    As restrições na utilização das plantas medicinais, pela população, devem-se, principalmente, à falta de informações seguras sobre o modo de preparo, quantidade e parte da planta a ser utilizada, cuidados no preparo e outros detalhes importantes para a segurança do uso. Neste livro, o leitor encontrará todas essas informações sobre várias plantas. Para cada sistema do corpo humano, contemplou-se uma vasta lista de plantas, descritas de maneira clara, pedagógica e minuciosa.

    Completando os estudos sobre as plantas medicinais, esta obra traz orientações preciosas sobre alimentação saudável na prevenção e alívio de sintomas. Também aqui, os ensinamentos são divididos por sistema.

    Sinto-me privilegiada ao ver todo esse conhecimento condensado, antes mesmo do leitor. Apresentar este trabalho foi um grande presente para mim, assim como o será ao leitor.

    Débora Mendes de Melo

    Médica Homeopata e Fitoterapeuta

    Acriação deste livro só foi possível porque acreditamos que nossos saberes, experiências e convicções poderiam contribuir para difundir a importância dos recursos naturais no cuidado da saúde.

    Pudemos mergulhar num universo de vasto conhecimento e resgatar em nossa trajetória diversas oportunidades de aprendizado, fundamentais para a elaboração desta obra.

    Queremos destacar os cursos de Fitoterapia Ayurveda, oferecidos pela Secretaria de Saúde do Estado de Goiás, em convênio com o Instituto Brasileiro de Ciência e Tecnologia Maharishi, e nossa atuação no Hospital de Medicina Alternativa (atual CREMIC), criado em 1986, num momento de fortalecimento das chamadas práticas alternativas de saúde em Goiás (hoje, práticas integrativas e complementares de saúde).

    A inspiração não veio somente dos estudos e experiências, mas também, do apoio e confiança de nossos companheiros, pais, irmãos, amigos e, especialmente, de nossos filhos (Danilo Filho, Lucas, Diogo, Amanda, Guilherme, Ricardo, Lígia e Laura). Foram essenciais para a renovação das energias e concretização do Essência da Saúde.

    Danilo, Kemle, Mara

    Essência da Saúde

    Bariani Ortencio

    A educação de uma pessoa se conhece pelo modo dela comer e a civilização de um povo, pelo o que esse povo come

    A essência da vida está na alimentação e na procura da cura. O ser vivente nasce já procurando as tetas da mãe.

    As doenças e as curas estão na Natureza. Por isso, o ser humano, desde os primórdios, vem estudando os alimentos naturais e as plantas medicinais.

    "O que não mata, engorda", reza o ditado da sabedoria do povo, que pode ser perfeitamente encaixado na teoria da medicina popular. Os efeitos colaterais dos muitos remédios alopáticos e os altos preços dos medicamentos, sempre aumentando, contribuem para um retorno ao uso da flora e da fauna, como folhas, raízes e sementes, grãos, seiva e exóticos extratos animais, como banha de galinha, chocalho de cascavel, moela de ema...

    Para o uso de algumas plantas medicinais in-natura é necessário que se faça um estudo técnico de como prepará-las e suas respectivas dosagens em chás, compressas, banhos, cataplasmas, unguentos e em linguagem adequada, para que as pessoas simples possam entender. Também, a importância da alimentação para a saúde, como escolher e preparar os alimentos.

    "Barriga cheia não é saúde". Portanto, os remédios e os alimentos devem ser escolhidos, dosados e preparados.

    Antigamente, e ainda hoje, a alimentação do povo era e é o trivial: arroz, feijão e carne. Tem gente que enche a barriga, mas se não comeu carne, diz que não comeu. E as carnes são de porco e de frango; carne de vaca, uma vez ou outra.

    As primeiras plantas medicinais estudadas foram e são, algumas delas, a arnica (anti-inflamatória), a sucupira (amigdalites), o boldo-do-chile e a losna (estomacais), o sabugueiro (sarampo), a erva-cidreira (calmante), a hortelã (má digestão), a quebra-pedra (cálculos renais)...

    Fizeram modismos, o confrei, o ipê-roxo, o limão, o alho... Esses produtos curavam tudo, até olho-furado.

    Vendo que o progresso vertiginoso, avançado e desordenado iria acabar com as tradições, portanto, também com o Folclore, os usos e costumes do povo simples, resolvi, na década de 1950, registrar tudo o que fosse possível sobre a cultura popular do Centro-Oeste, resultando na trilogia: Cozinha Goiana Conceito Histórico e Receituário, com 400 receitas, já na sétima edição. Registra o que comeu o primeiro homem branco que entrou em Goiás: o que dava a espingarda, o anzol e o machado, até chegar aos goyazes, no rio Vermelho. Depois a alimentação dos escravos, no ciclo do ouro e a das cozinheiras portuguesas, já na agricultura e na pecuária. Conclui-se, portanto, que a culinária goiana é oriunda da indígena, da africana e da europeia.

    Medicina Popular do Centro-Oeste, que está na terceira edição, registra 522 doenças e incômodos, 911 produtos e substâncias medicinais, 73 definições técnicas e 3.130 receitas de informações de curas.

    Dicionário do Brasil Central Subsídios à Filologia, na segunda edição, registra, principalmente, a linguagem, os usos e costumes, o Folclore e a toponímia dos municípios goianos.

    Foi trabalho para mais de meio século, e as pesquisas não foram fáceis, havia poucas informações que nunca terminavam, pois quando se pensa que se chegou ao fim, abre-se um novo leque de informações e o pesquisador continua até que resolve fechar de-vez o leque e deixar a continuação para outros pesquisadores. Assim foi com a minha trilogia.

    Dou essas informações para o leitor avaliar o trabalho que a equipe da ESSÊNCIA DA SAÚDE teve para coletar um valiosíssimo material sobre as plantas e a alimentação.

    Equipe composta pelos estudiosos, Danilo Maciel Carneiro, Kemle Semerene Costa, Mara Rúbia Ferreira de Freitas e Josué Antônio da Silva, que concluíram um trabalho quase perfeito sobre o tema. Quase-perfeito, porque, como disse, as pesquisas são como dízimas periódicas que seguem em reticências...

    O livro é primordial, um trabalho mais técnico, mais aprofundado que o nosso, e os seus subsídios irão ser fonte para que os estudiosos continuem nesse áspero e tortuoso caminho, que é o das pesquisas.

    Parabéns, moçada! ESSÊNCIA DA SAÚDE é um birô de informações, um manual para novos pesquisadores e para o povo que, por tradição, usos e costumes, consome as plantas medicinais e segue as receitas da culinária tradicional.

    Macktub!

    Apresentação

    Ao longo dos séculos, as plantas vêm sendo usadas pela humanidade, de forma empírica, apresentando um rico e eficaz potencial no combate às doenças. Povos como os egípcios, os indianos e os chineses já as utilizavam a.C., sendo que no Ayurveda (medicina tradicional indiana) e na Medicina Tradicional Chinesa, ainda hoje, predomina seu uso.

    Até o início do século XX, os produtos terapêuticos eram praticamente à base de plantas medicinais e, apesar do desenvolvimento tecnológico e do avanço significativo da ciência médica, em torno de 80% da população mundial continuam utilizando medicamentos compostos de plantas.

    Nas últimas décadas, tem sido crescente o interesse pelas plantas medicinais e seus respectivos extratos na terapêutica, constituindo-se, em certas situações, um adjunto compatível com a medicina convencional. Essa realidade mostra a necessidade de ampliar os conhecimentos técnicos, visando à segurança e eficácia no uso das plantas.

    Nesse sentido, a Organização Mundial de Saúde (OMS), interessada pelas localidades que se utilizam de plantas medicinais, tem apoiado diferentes países no estudo de seus saberes tradicionais e/ou populares.

    O Brasil tem um grande potencial nesse campo, uma vez que possui enorme variedade de vegetais e está se preparando para assumir posição de destaque no cenário mundial. Desde o início da década de 1980, estão sendo empregadas plantas medicinais no atendimento à população em unidades básicas do Sistema Único de Saúde (SUS), o que vem fomentando estudos e pesquisas nessa área.

    A fim de regulamentar a utilização de plantas medicinais e fitoterápicos, entre outras práticas, o Ministério da Saúde aprovou, em 2006, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS. No mesmo ano, também aprovou a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, que tem como objetivo garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional.

    Diante disso, este livro tem como objetivo apresentar noções e recomendações básicas sobre a utilização das plantas medicinais do ponto de vista popular, assim como os aspectos científicos que confirmam maior segurança no seu uso em diferentes formas de preparações. Noções de constituintes químicos encontrados nas plantas medicinais, as principais ações farmacológicas, seu modo de uso, indicações e contraindicações, efeitos adversos e precauções a serem tomadas são temas aqui abordados.

    Estas páginas contemplam, ainda, reflexões sobre alimentação saudável, tanto na prevenção quanto no alívio de sintomas manifestados nos sistemas do corpo humano, para os quais são apresentadas, também, as principais plantas medicinais indicadas, suas dosagens, preparações usuais e precauções necessárias.

    A segunda parte deste livro traz um resumo de literaturas de mais de 100 plantas medicinais, que possuem estudos científicos e são largamente utilizadas pela população brasileira. Algumas delas são recomendadas pelo Ministério da Saúde.

    Além disso, nesta edição estão contemplados 61 dos diversos alimentos considerados importantes para uma alimentação saudável, com o objetivo de melhor informar e incentivar sua utilização.

    É importante frisar que as plantas medicinais e os fitoterápicos só devem ser administrados a gestantes, nutrizes ou crianças abaixo de 5 anos com acompanhamento médico. As crianças devem tomar de 1/6 a ½ dose, de acordo com a idade. Pacientes portadores de patologias específicas ou em uso de medicamentos devem consultar o seu médico e demais profissionais de saúde que lhes assistem, antes de usar plantas medicinais ou fitoterápicos, inclusive aqueles aqui apresentados.

    As informações contidas neste livro não se destinam a curar doenças, nem pretendem substituir ou sobrepor-se às orientações dos profissionais de saúde. No entanto, podem ser um recurso importante para a reflexão sobre o cuidado de si, ao considerarmos que, em nossa realidade, o estilo de vida tem favorecido o surgimento das enfermidades e a utilização de tratamentos nem sempre adequados. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), doenças cardiovasculares, câncer, doenças crônicas dos pulmões e diabetes respondem por, aproximadamente, 80% de todas as mortes por doenças não transmissíveis, causando grande dano socioeconômico, em particular, nos países em desenvolvimento. A alimentação inadequada, o tabagismo, o sedentarismo e o alcoolismo são destacados como os principais fatores de risco para esses males.

    Os Autores

    Apalavra fitoterapia vem do grego, fito ( phyton ) que significa planta, e terapia ( therapeia ) que significa tratamento. A fitoterapia consiste, então, no tratamento e nos cuidados em que se utilizam as plantas medicinais.

    Importância Histórica da Fitoterapia

    Até o século XIX, os recursos terapêuticos eram constituídos predominantemente por plantas e extratos vegetais, o que pode ser ilustrado pelas farmacopeias da época.

    As plantas medicinais e seus extratos constituíam a maioria dos remédios utilizados na medicina popular. Constituíam, ainda, a parte mais importante dos recursos terapêuticos da época, sendo que muitas espécies utilizadas resistiram à ação do tempo e da crítica científica, estando presentes em farmacopeias mais recentes.

    Em meados de 1800, esses recursos começaram a ser estudados e gradativamente foi estabelecida a tendência de utilização das substâncias ativas isoladas, os princípios ativos.

    As descobertas das substâncias ativas presentes nas plantas medicinais, junto com o início da síntese orgânica, proporcionaram uma revolução científica e tecnológica, alterando muito rapidamente o arsenal terapêutico e contribuindo também de maneira significativa para o desenvolvimento da farmacologia.

    Importância dos produtos de origem natural

    O interesse na utilização de produtos naturais ressurgiu devido ao seu grande apelo popular e também da necessidade de aumentar a opção terapêutica dos profissionais de saúde, ofertando produtos talvez mais baratos, com ação mais adequada e complementares aos já existentes.

    As plantas medicinais podem ser utilizadas em atenção primária, antes de se iniciar o uso de medicamentos mais agressivos e/ou específicos, reservando estes para sintomatologias mais graves; bem como para diminuir as doses de outros medicamentos.

    Fitoterapia e Homeopatia

    Tanto a fitoterapia quanto a homeopatia atuam fortalecendo o organismo, agindo nos níveis físico, mental e emocional, restaurando, assim, o equilíbrio. A fitoterapia utiliza, na preparação dos medicamentos, exclusivamente, as plantas medicinais em suas várias formas de uso (chás, xaropes, tinturas, pós, entre outras), preservando os seus constituintes originais. Por sua vez, a homeopatia emprega na preparação dos medicamentos produtos de origem vegetal, mineral e animal, submetidos a técnicas farmacêuticas especiais (diluição e dinamização), que modificam os constituintes originais da matéria-prima. As principais formas de preparações homeopáticas são gotas e glóbulos.

    PROCEDIMENTOS PARA O PROCESSAMENTO

    DAS PLANTAS MEDICINAIS

    Antes de iniciar qualquer preparação fitoterápica, devemos levar em consideração todos os aspectos importantes ao cultivo, identificação, colheita, secagem, conservação e armazenamento dessas plantas.

    Colheita e preparação de plantas medicinais:

    Identificação

    1. Identificar a planta certa e as partes a serem utilizadas;

    2. Preservar a vida da planta;

    3. Colher casca dos galhos;

    4. Evitar colher raiz e casca do tronco em excesso;

    5. Utilizar somente plantas bem-desenvolvidas e com aspecto sadio;

    6. Horário de colheita: período da manhã e em dias secos.

    Colheita

    Época de colheita:

    1. Talos e folhas: devem ser colhidos antes que a planta floresça;

    2. Flores: devem ser colhidas no início da florada;

    3. Frutos e sementes: devem ser colhidos quando maduros;

    4. Raiz: deve ser colhida quando a planta estiver adulta.

    Recomendações para a colheita das plantas medicinais:

    Cada vegetal ou parte do vegetal possui um método adequado de colheita. Deve-se, entretanto, evitar comprimir ou provocar lesões profundas nas partes colhidas.

    Geralmente, os métodos empregados dependem da parte colhida. Flores e ramos floridos podem ser colhidos mecanicamente. As folhas devem ser colhidas manualmente.

    Não se deve colher plantas próximas às estradas, pois estão danificadas pelos gases dos tubos de escapamento de automóveis, nem as que crescem à beira dos campos cultivados, pois recebem produtos químicos, como adubos ou inseticidas.

    Deve-se fazer, desde o momento da colheita, a separação das partes que possam proceder de outras plantas. É importante não colher plantas ou partes que não estejam limpas e sadias, selecionando-se somente plantas sãs, sem mancha e não atacadas por insetos. É necessário evitar colher plantas em locais próximos a fossas, depósitos de lixo ou cemitérios.

    Outro cuidado importante é não colher plantas atacadas por pragas e doenças, pois pode haver alteração na qualidade e teor dos seus componentes químicos.

    Dentro do possível, não colher mais de uma variedade de planta, caso contrário, colocar cada uma em um cesto diferente. Observar as condições de conservação e limpeza das ferramentas, utensílios e embalagens utilizadas na colheita e transporte, pois ferramentas sujas e enferrujadas podem contaminar o material colhido.

    Processamento após a colheita

    O processamento pós-colheita tem por objetivo a conservação das características físicas, químicas, como cheiro, sabor, cor e conservação dos efeitos das plantas medicinais. Um processamento inadequado após a colheita resulta em plantas de baixa qualidade, com perda dos efeitos e aumento da contaminação por fungos, bactérias, entre outros.

    Preparação das plantas para secagem:

    1. Utilizar as partes sadias, limpas e livres de insetos ou doenças;

    2. Lavá-las em água corrente, com muito cuidado. As partes mais delicadas como folhas, flores e sementes devem ser cuidadosamente lavadas com as mãos; lavar as partes mais duras, como cascas, raízes e frutos com uma escova. Não usar sabão ou produtos de limpeza;

    3. Depois de lavadas, cortar em pequenos pedaços;

    4. Espalhar, então, as plantas cortadas em bancadas, mesa ou peneira limpa; ou colocá-las em pequenos molhos amarrados com cordões e pendurar em arame;

    5. Colocar as plantas em local limpo, arejado, livre de insetos, poeira, mofo e umidade, até ficarem bem secas e quebradiças;

    6. Secagem ao sol: as raízes, cascas, frutos e sementes podem ser expostas ao sol;

    7. Secagem à sombra: as partes mais delicadas, como flores e folhas, devem ser secas à sombra;

    8. No caso de secagem artificial, em estufas, as temperaturas devem ser adequadas às partes específicas da planta: flores e folhas, a uma temperatura de 30ºC a 37ºC; raízes, cascas e sementes, a uma temperatura entre 45ºC a 55ºC.

    Secagem:

    A quantidade de água na planta é muito importante para a sua conservação. Quanto maior for sua quantidade, maior a possibilidade de contaminação. As bactérias aumentam se a umidade estiver entre 40 a 45%, fungos entre 15 a 20 % e enzimas entre 20 a 25%. Portanto, para evitarmos a ação de agentes como bactérias e fungos, devemos reduzir o conteúdo de água abaixo de 10%.

    Conservação:

    Após a secagem, as plantas podem ser trituradas, reduzidas a pó e armazenadas em vidros limpos e secos ou acondicionadas em sacos de papel grosso bem-fechados, para impedir a entrada de poeira, umidade ou de insetos.

    Podem também ser moídas, reduzidas a pó e armazenadas em vidros, de preferência escuros, bem-limpos, secos e esterilizados.

    As embalagens devem ser etiquetadas, sendo que na etiqueta deve conter nome comum, parte colhida, data da colheita, data do término da secagem e local da colheita.

    Período de armazenagem

    As plantas medicinais mantêm suas propriedades e ações por um período de dois anos, sendo que as plantas aromáticas ou que possuem cheiro, por um ano. Quando são transformadas em pó, a sua ação medicinal reduz para 90 a 100 dias.

    Para que uma planta medicinal alcance de forma eficiente as suas ações como remédio, ela deve passar por processos de preparação de forma a se obter produtos de boa qualidade e bom efeito. Normalmente, com uma mesma planta, ou com a mesma parte da planta, podem-se preparar diversos produtos. É importante escolher a melhor forma de preparação e o modo de usar mais adequado, para que se tenha o efeito desejado e mantenha um bom aproveitamento dos princípios ativos.

    Os materiais indicados na preparação de fervuras, cozimentos e macerações são as vasilhas de vidro, inox, barro ou ágata.

    Para melhor aproveitamento das orientações e maior precisão no momento do preparo, recomenda-se usar uma balança digital de cozinha.

    PREPARAÇÕES FITOTERÁPICAS

    Chá por infusão quente

    Essa preparação é feita jogando-se água quente sobre as plantas dentro de uma vasilha e deixando-as tampadas em repouso por 10 a 20 minutos. É utilizada, principalmente, para folhas, flores, cascas finas e partes aromáticas.

    Processo de preparação:

    1. Ferver a água e, em seguida, desligar o fogo;

    2. Adicionar a planta com o fogo desligado;

    3. Tampar e deixar por 10 a 20 minutos, em repouso;

    4. Coar em seguida;

    5. A quantidade de planta varia segundo a espécie, sendo normalmente de 3g da planta seca até 5g da planta fresca. Essa medida equivale a aproximadamente 1 colher de sopa da planta fresca ou seca, para cada xícara de água em ebulição.

    Modo de usar:

    60 a 150ml, 2 a 3 vezes ao dia.

    Conservação e Validade:

    Devem ser usadas no dia em que forem preparadas, ou seja, no máximo por 24 horas.

    Chá por decocção (cozimento)

    É uma forma que consiste em ferver a água junto com pedaços de plantas numa vasilha. O tempo de cozimento pode variar de acordo com a planta utilizada, mas, de forma geral, o tempo recomendado é de cinco a vinte minutos, com a vasilha tampada e com fogo baixo. Essa preparação é mais indicada para as partes duras das plantas, tais como as cascas, as raízes, caules e frutos grandes.

    Processo de preparação:

    1. Colocar a planta em uma vasilha adequada junto com água fria;

    2. Levar a mistura ao fogo e ferver em fogo brando por 05 a 20 minutos (ou outro tempo, de acordo com a recomendação);

    3. Retirar do fogo e deixar em repouso por 20 a 30 minutos.

    4. Coar em seguida;

    5. O volume de água deve ser proporcional à quantidade de planta, varia segundo a espécie, sendo normalmente de 3g da planta seca até 5g da planta fresca, para cada 100ml de água. Essa medida equivale a aproximadamente 1(uma) colher de sopa da planta fresca ou seca, para cada xícara de água em ebulição. Alguns textos tradicionais trazem uma outra forma de cálculo para essa medida, que utiliza o volume da água em proporção ao peso da parte usada na preparação. Essa proporção varia de acordo com a parte usada, como se descreve a seguir:

    a) Quatro vezes o peso da parte usada da planta, se essa for macia (folha);

    b) Oito vezes o peso da parte usada da planta, se essa for moderadamente macia (caule);

    c) Dezesseis vezes o peso da parte usada da planta, se essa for dura (raiz).

    Modo de usar:

    60 a 150ml – 2 a 3 vezes ao dia.

    Essa dose pode variar para mais ou para menos, dependendo da pessoa e de seu poder digestivo.

    Conservação e Validade:

    Devem ser consumidas no máximo por 24 horas.

    Suco fresco

    O suco de uma planta fresca é feito triturando-se as suas partes em um pilão ou liquidificador e coando-se, ao final, em uma peneira fina ou um coador limpo.

    Processo de Preparação:

    Planta verde:

    1. Coletar a planta fresca, sadia e livre de insetos e higienizá-la;

    2. Cortar em pedaços pequenos e colocar em pilão ou em liquidificador;

    3. Adicionar água em volume igual ao peso da planta ou até duas vezes o seu peso, dependendo da suculência da parte usada;

    4. Pilar bem ou triturar ao liquidificador até obter o suco;

    5. Espremer e coletar o líquido em uma vasilha de aço inoxidável ou vidro de preferência, coando-se em uma peneira fina ou em coador de pano.

    Planta seca:

    1. Obter pó limpo e seco da planta escolhida;

    2. Adicionar água, o mesmo peso ou o dobro do peso;

    3. Deixar em maceração ou de molho por 24 horas em uma vasilha de aço inoxidável ou vidro;

    4. Espremer e coletar o líquido, filtrando-o.

    Modo de usar:

    – 30 a 45ml por dose, 2 a 3 vezes ao dia.

    Conservação e Validade:

    Os sucos frescos devem ser utilizados na hora ou após no máximo 24 horas.

    Cataplasma

    É o processo no qual se aplica um preparado quente ou frio de plantas medicinais com a finalidade de se reduzir uma inflamação e/ou dor local.

    Processo de preparação:

    Os cataplasmas podem ser empregados de várias formas:

    1. Ervas frescas ao natural podem ser aplicadas diretamente sobre as partes doloridas ou inflamadas;

    2. Ervas secas em trouxinhas de pano, frias ou quentes, conforme o caso. Usa-se para cãibras, neuralgias, dor de ouvido, etc.;

    3. Em forma de pasta: socam-se as plantas frescas formando uma papa que se coloca sobre o local dolorido, diretamente ou entre dois panos. Quando não se tem plantas frescas, podem-se usar as secas. Nesse caso, prepara-se uma decocção ou chá, acrescenta-se farinha enquanto quente até formar uma pasta e coloca-se num pano limpo e aplica-se sobre a região afetada.

    Conservação e Validade:

    Devem ser preparados na hora de serem usados.

    Compressa

    Consiste em mergulhar um pano limpo, um pedaço de algodão em um preparado líquido (chá, infusão, suco, etc.) e aplicá-lo diretamente sobre a parte que deve ser tratada, deixando por vários minutos.

    Processo de preparação:

    1. Preparar o suco, chá por infusão ou decocção da planta desejada;

    2. Mergulhar um pano limpo ou pedaço de algodão nesse líquido;

    3. Aplicar quente ou frio sobre o local indicado, renovando frequentemente;

    4. O tempo de aplicação deve ser de 5 a 20 minutos, dependendo da atividade da planta utilizada e da gravidade da inflamação.

    Conservação e Validade:

    Devem ser preparados na hora da utilização.

    Banhos

    São preparações com ervas medicinais, utilizadas especialmente para uso externo.

    Processo de preparação:

    1. Prepara-se o chá por decocção ou infusão das plantas, utilizando geralmente de 30 a 60g da planta para 1(um) litro de água;

    2. Deixa-se em infusão ou decocção por 20 a 40 minutos.

    3. Filtra-se e se utiliza em quantidade suficiente para cobrir a parte afetada, que deve permanecer por cerca de 20 minutos.

    Conservação e Validade:

    Devem ser preparados na hora da utilização.

    Inalação

    É uma preparação na qual se aproveita a ação combinada de vapor de água quente com o aroma das plantas voláteis, como o eucalipto, alecrim etc. Sua preparação e uso exigem rigoroso cuidado, principalmente quando se trata de crianças, por causa do risco de queimaduras.

    Processo de preparação:

    1. Coloca-se água fervente sobre porções de plantas contidas em uma panela (ou pode ser 1 a 2 gotas de um óleo essencial ou 1 colher de sopa de óleo medicado em 500ml de água fervente);

    2. Aspiram-se os vapores, aspirando por meio de um funil de cartolina. Pode-se, também, utilizar uma toalha cobrindo a cabeça, e caindo sobre a vasilha com a infusão;

    3. Deve-se respirar profundamente pelo nariz, pausadamente e expelindo o ar em seguida, durante mais ou menos 15 minutos.

    Conservação e Validade:

    Devem ser preparados na hora da utilização.

    Maceração ou infusão fria

    Consiste na associação de plantas à água natural, filtrada, deixando-as de molho por um período de 10 a 24 horas.

    Processo de preparação:

    1. Limpar a planta;

    2. Fazer pó grosseiro ou picar as plantas em pedaços pequenos;

    3. Colocar as plantas em uma vasilha de aço ou vidro e adicionar seis vezes água em relação ao peso da planta;

    4. Deixar em repouso pelo período de 10 a 24 horas;

    5. Coar;

    6. Utilizar em seguida ou até no máximo em 24 horas.

    Modo de usar:

    40 a 80ml, 2 a 3 vezes ao dia.

    Conservação e Validade:

    Deve ser utilizada em 24 horas, no máximo.

    Pós vegetais

    São preparações sob a forma de pós finos e secos de plantas. Pode ser preparado com folhas, flores, cascas, raízes, sementes.

    Processo de preparação:

    1. Secar a planta até ficar quebradiça;

    2. Submeter as plantas secas à trituração até obter-se pó fino;

    3. Coá-lo com o auxílio de uma peneira fina ou tecido (seda);

    4. O pó obtido deve ser fino e deve estar perfeitamente seco.

    Modo de usar:

    Geralmente 1 a 2g, de 2 a 3 vezes ao dia.

    Conservação e Validade:

    Devem ser conservados em frascos de vidro ou plástico, de preferência escuros e livres de umidade. A validade depende do processo de preparação. Se bem-preparados, os pós podem ser conservados por um período de 12 meses. Se forem contaminados por insetos ou fungos devem ser desprezados.

    Xaropes

    São preparações líquidas, viscosas, obtidas pela mistura dos sucos, decoctos ou macerados com o açúcar, preferencialmente mascavo, levados ao fogo brando até atingir a consistência desejada.

    Processo de Preparação:

    1. O açúcar mascavo (ou rapadura) deve ser completamente dissolvido no meio líquido, que pode ser uma decocção ou suco de plantas medicinais;

    2. O meio líquido é geralmente equivalente à quantidade do agente adoçante em peso;

    3. O aquecimento deve ser lento e estável, mexendo-se constantemente até consistência de mel;

    4. Esfriar, acondicionar e rotular.

    Conservação e Validade:

    Os xaropes devem ser estocados em frascos de vidro limpos e esterilizados, de preferência escuros, cuidadosamente tampados. Se bem-preparados, os xaropes caseiros conservam-se até por um período de 15 dias.

    Outro modo de preparação:

    1. Colocar para ferver duas partes de água e três partes de açúcar ou rapadura, até dissolver;

    2. Juntar uma medida do suco da planta ou do fruto para cinco medidas da mistura água/açúcar preparada;

    3. Ferver por mais dois minutos.

    Conservação e Validade:

    Guardar em garrafas limpas e esterilizadas, ou em frascos de vidro escuro ou plástico Pet limpos e esterilizados com álcool a 70 por cento. Manter em local fresco ou em geladeira. Se apresentar sinal de coalhado ou cheiro azedo, não usar. Tempo de validade de 15 dias.

    Colutório (bochechos) e gargarejos

    Primeiramente, prepara-se um chá por infusão ou decocção de ervas medicinais. Utiliza-se, então, esse preparado para higienização e tratamento de afecções das gengivas, mucosas, amígdalas e faringe. O uso é externo, enxaguando-se a garganta por meio de gargarejos, realizados várias vezes ao dia, preferencialmente de manhã e à noite.

    Tinturas vegetais

    São preparações em que se utiliza a ação do álcool sobre uma planta seca (tintura simples) ou sobre uma mistura de plantas secas (tintura composta). Podem ser utilizadas plantas frescas ou secas, picadas ou trituradas ou sob a forma de pó e o processo de preparação, ou seja, as plantas ficam em contato com o líquido por 7 a 15 dias. Depois desse tempo, filtrar e armazenar em frascos de vidro de preferência escuro ou plástico. Na tintura simples, utilizar 200g de erva seca para 1.000g de tintura ou seja – 20%. Na maioria das vezes, utiliza-se um álcool a 60º GL.

    Validade da preparação:

    Geralmente, conservam os princípios ativos por um período de 2 anos.

    Posologia:

    Usualmente, são administradas na forma de gotas, diluídas em água. Podem ser adicionadas a veículos açucarados, mel, para serem transformados em xaropes ou em cremes, géis, pomadas, unguentos, etc.

    Vinhos medicinais

    São preparações nas quais as substâncias vegetais sofrem a ação solvente do vinho, ou seja, são extraídos por maceração. Por isso, o vinho deve ser de boa procedência e sem conservantes químicos ou açúcar. Na preparação dos vinhos medicinais, podem ser usados vinhos secos, brancos ou tintos, com aproximadamente 11 graus de graduação alcoólica.

    Normalmente são empregados 100g da planta seca ou 200g da planta fresca para um litro de vinho. Há casos de utilização de uma só espécie vegetal, mas é mais comum encontrar-se mais de uma espécie na mesma mistura, mantendo-se ao final a mesma proporção.

    Processo de preparação:

    1. Picar ou triturar a planta medicinal em pedaços finos e pequenos;

    2. Colocar em um recipiente com tampa;

    3. Adicionar o vinho cobrindo toda a planta;

    4. Tampar bem e deixar macerando ou de molho em local escuro, à temperatura ambiente, por 10 a 15 dias;

    5. Durante o período de maceração, agitar o frasco diariamente, de 1 a 2 vezes;

    6. Depois de pronto, filtrar e guardar em frasco de vidro esterilizado, de preferência de cor escura (âmbar).

    Posologia:

    Geralmente, recomenda-se 1 (uma) colher de sopa antes ou após as refeições, 2 vezes ao dia, para o adulto.

    Conservação e validade:

    Se bem-preparado e estocado, conservam-se por tempo prolongado; todavia, se apresentar sinais de desenvolvimento de fungo ou contaminação, a preparação deve ser desprezada.

    Desvantagem da preparação:

    Contraindicados para crianças, diabéticos e dependentes de álcool.

    Geleias (pastas)

    As geleias são pastas ou extratos espessados e adocicados. São preparadas a partir de plantas medicinais sob a forma de infusão, decocções, suco ou pós. São de sabor agradável, indicado especialmente para crianças.

    Processo de preparação:

    1. Dissolver o agente adocicante (açúcar mascavo, rapadura) no meio líquido (água ou suco de plantas);

    2. Aquecer em fogo brando até consistência de xarope, mexendo-se constantemente e fazendo o teste no qual se forma uma liga entre dois dedos, indicador e polegar;

    3. Depois, adicionar os pós finos das plantas medicinais escolhidas mexendo-se constantemente para misturar;

    4. Quando a mistura estiver completa, retirar a panela do fogo e adicionar manteiga purificada (Ghee: ver processo de preparação na página 33), misturar bem até ficar homogêneo. Deixar esfriar e adicionar mel, quando for o caso;

    5. Por último, acrescentar os agentes aromatizantes naturais (canela, cravo-da-índia, cardamomo, gengibre, etc.) e misturar bem;

    6. Embalar em frascos de boca larga, de preferência de vidro, e rotular.

    Posologia:

    Adulto: uma colher de chá, 2 vezes ao dia. Criança: uma colher de café, 2 vezes ao dia.

    Conservação e validade:

    Frasco de vidro ou plástico que tenha uma abertura larga. É válido por até 6 meses, se bem-preparado.

    Óleos medicados

    São preparações de plantas medicinais associadas a óleos vegetais.

    Processo de preparação:

    1. Preparar os sucos frescos ou decocção das plantas escolhidas;

    2. Adicionar o óleo vegetal escolhido (gergelim, oliva, coco, mamona ou outro); ferver em fogo brando até evaporar toda a parte aquosa; fazer teste para verificar o ponto. Colocar pequena quantidade na chama, não deve produzir nenhum barulho ou seja a chama deve ser silenciosa;

    3. Filtrar;

    4. Após esfriar embalar em frascos de vidro ou frasco pet e rotular.

    Conservação e validade:

    Vidros âmbar ou frasco pet âmbar. A validade é geralmente de 12 meses

    Unguentos

    Preparações de plantas medicinais sob a forma de óleos medicamentosos associadas a cera de abelhas.

    Processo de preparação:

    1. Preparar o suco fresco das plantas escolhidas;

    2. Adicionar o óleo vegetal, ferver em fogo brando até a evaporação total da água;

    3. Filtrar;

    4. Adicionar 15 a 20% de cera de abelhas em relação ao óleo medicamentoso ainda quente;

    5. Misturar vigorosamente até homogeneizar e adquirir consistência de pomada;

    6. Após esfriar, embalar em potes de boca larga e rotular.

    Conservação e validade:

    Potes com tampa e livres de umidade. A validade é geralmente de 12 meses.

    Óleos medicinais

    São preparações em que se utilizam plantas medicinais aromáticas, geralmente por um processo de maceração. Podem ser preparados por simples dissolução da tintura em um óleo fixo (gergelim, amêndoas, rícino, girassol, etc.) ou por extração de princípios ativos por maceração a frio ou ainda com aquecimento entre 60 e 70 graus. A proporção entre óleo e planta medicinal deve ser de 10 %.

    Processo de preparação:

    1. Colocar a planta medicinal em frasco limpo e esterilizado;

    2. Acrescentar o óleo desejado até cobrir;

    3. Tampar e deixar macerando ou de molho por 14 a 21 dias em local escuro;

    4. Filtrar no final;

    5. Embalar em frascos, de preferência escuro, em local seco, e rotular.

    Conservação e Validade:

    Frascos de vidro escuro ou pet de cor escura de preferência. A validade normalmente é até 12 meses.

    Dosagens

    A tabela a seguir apresenta uma relação de medidas comparativas aproximadas. É bom salientar que essas dosagens podem variar um pouco, dependendo da planta ou das partes utilizadas.

    Manteiga purificada (Ghee)

    Produto preparado a partir da manteiga de leite sem sal, por um processo de fervura da seguinte forma:

    • Colocar a manteiga de leite sem sal em panela de inox ou vidro, no banho-maria;

    • Retirar aos poucos a espuma branca que se forma com a fervura;

    • Deixar esfriar quando parar de subir a espuma;

    • Filtrar em tecido ou papel de filtro, desprezando a borra que se forma no fundo da panela;

    • Guardar em frascos limpos e esterilizados;

    • Validade: seis meses.

    As plantas medicinais sintetizam os princípios ativos, que são substâncias produzidas durante seu metabolismo primário ou metabolismo secundário. Em todas as espécies existem os princípios ativos e as substâncias inertes.

    Geralmente, a planta possui vários componentes ativos, dos quais um ou mais determinam a ação principal. Esses princípios podem variar na planta de acordo com o hábitat,

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