Webster Groves Mal-assombrada

De Patrick Dorsey

Todo mundo já se sentiu inquieto por alguma história assustadora de assombrações e de algum morto sem descanso. Esses espíritos que se recusam a descansar e que continuam a fazer parte da vida das pessoas. Lemos as histórias, assistimos aos filmes e, de vez em quando, nos inclinamos para ouvir a experiência pessoal de alguém com um fantasma. Especialmente quando este alguém mora na casa ao lado. Descubra as histórias horripilantes e os incríveis relatos em primeira mão do fantasmagórico e sobrenatural em uma vizinhança que pode ser bem parecida com a sua. Onde os residentes de uma cidade-dormitório  chegam em casa à noite e escutam passos invisíveis; se conformam em ter móveis se movendo, desaparecendo e reaparecendo; convivem com figuras espectrais à espreita e que, de alguma maneira, dividem suas casas com o fantasmagórico e o sobrenatural. A cidade de Webster Groves, no Missouri é um dos primeiros subúrbios residenciais de St. Louis. Um lugar cuja história remonta aos tempos coloniais, passando pela Guerra Civil Americana, até os dias de hoje Alguns  dos que viveram nessa época, evidentemente permancem.

• Idioma: Português
• Editora: BadPress
• Data de lançamento: 14 de mar. de 2017
• ISBN: 9781507177013

Pré-visualização do livro

Índice

Introdução

Por que Webster Groves?

Lendas e Histórias em primeira mão

Lendas

North Gore Avenue – A Rock House, Great Circle/

Edgewood Children’s Center

Edgar Road – O Loretto-Hilton Center for the Performing Arts

Plant Avenue – A Gehm House

Lockwood Avenue – Loretto Hall, Universidade Webster

Histórias em primeira mão

Selma Avenue

Theatre Lane – O Theatre Guild of Webster Groves

Summit Avenue

Bompart Avenue

Glennon Drive – Kenrick Glennon Seminary

Turf Court

Newport Avenue

Machester Road  - A Book House

Atalanta Avenue 

Tuxedo Boulevard

Epílogo

Agradecimentos

Referências

Por que uma margem tão larga?

Os livros da Factual Planet são criados para promover o envolvimento do leitor e encorajá-lo a aproveitar o máximo do texto.

Com essa finalidade, todos os livros da Factual Planet trabalham com esta margem excepcionalmente larga. Conhecida em matéria de design de livros como ‘margem do estudante", ela dá aos leitores espaço para fazerem anotações nas páginas enquanto leem (Chega de encher o entorno do nome do autor e dos números das páginas de pensamentos ou de pilhas de notas adesivas caindo pelos lados!).

Por isso, por favor, pegue a sua caneta ou lápis preferido e use-os no espaço fornecido para os seus próprios comentários, pensamentos e perguntas sobre o texto apresentado.

Introdução

Quando comecei a me organizar para escrever Webster Groves Mal-Assombrada, Jim Longo, um velho amigo da minha família e autor da coletânea de histórias verdadeiras de fantasmas Haunted Odyssey (Odisséia Mal-Assombrada, em tradução livre), me disse o seguinte: "Assim que você começar a procurar pelos espíritos, eles vão encontrar você".

Ele estava certo. Numa tarde, de brincadeira, eu postei numa página do Facebook do grupo de Webster Groves um pedido para que os moradores compartilhassem suas histórias de assombrações. Recebi quase uma dúzia de respostas nos primeiros noventa minutos! Logo depois disso, pessoas que eu já conhecia e que nunca tinham dito uma palavra sequer sobre fantasmas ou assombrações, começaram a entrar em contato comigo com histórias sobre as experiências delas com o sobrenatural.

Quase todo mundo ama uma boa história de fantasma. Mesmo os eternamente amedrontados podem se divertir com a história de alguém que morreu há muito tempo e que continua a cuidar dos entes queridos que ficaram, enquanto que os descrentes podem se encantar por uma história de fantasma pelas suas conexões com a história ou pelos seus méritos como enredo. Alguns gostam da emoção, outros, da fuga da rotina. Outras apreciam secretamente o conforto de saber que existe vida após a morte. Qualquer que seja a razão, em quase todas as culturas do mundo, os seres humanos têm recontado histórias de mortos irrequietos há tanto tempo quanto eles começaram a se reunir para contá-las. E essas histórias que têm a intenção de serem verdadeiras...essas são sempre as mais interessantes.

Por que Webster Groves?

Em primeiro lugar,como morador de Webster Groves, existe o aspecto óbvio do "Caramba, bem ali na esquina? Aqui perto dessa rua? Na casa ao lado? de encontrar e ouvir as histórias de fantasmas e assombrações na sua própria vizinhança. Então, por ter morado em Webster Groves durante quase toda a minha vida adulta, perguntar aos meus vizinhos ou outros pais da escola dos meus filhos foi uma maneira interessante e descomplicada de desenterrar e reunir relatos. Webster Groves é, como o celebrado autor nascido no bairro, Jonathan Franzen, define: Uma cidade amistosa e despretensiosa". As pessoas  daqui estavam ansiosas em ajudar quando comecei este projeto, e não me deram muito trabalho para convencê-los a compartilhar suas experiências ou indicar a este escritor desafortunado alguém que tenha lhes contado alguma história fantástica e fantasmagórica.

Webster Groves é uma cidade onde sua história ainda está de pé em tijolo, argamassa e madeira. Com quarteiros pontuados por casas que ostentam com orgulhos placas onde se lê  Century Home, que indicam que elas tem cem anos ou mais (apenas 5% das construções em Webter Groves possuem mais de cem anos, com duas estruturas que contam com duzentos anos de idade). Combine isso com gerações de residentes que escolheram morar na cidade onde cresceram, e Webster Groves possui o tipo de histórico longo que faz dela um ambiente natural para se encontrar histórias de fantasmas e assombrações.

A história da cidade remonta a 1802, quando a área ainda era conhecida pelos índios Orage e Dakota e pelos caçadores de peles europeus como Dry Ridge (Cume Seco, em tradução livre). Como um pilar contra a influência dos ingleses, o governo espanhol concedeu terras para promover o domínio francês sobre o território, enquanto a região inteira fazia a transição do governo espanhol para o francês. Gregorie Sarpy, cidadão francês, que se casou na ilustre família dos Chouteau de St. Louis, recebeu quase dois mil e quinhentos hectares de terra do último governador colonial espanhol da região, Charles de Haulte Delassus. Essa área incluía a maior parte daquilo que se tornaria Webster Groves.

As aglomerações de pessoas do século XIX, bem como o calor horroroso ao longo do Rio Mississipi e as condições insalubres resultaram em diversas epidemias de cólera. Essas condições empurraram as pessoas da cidade de St. Louis para as comunidades mais tranquilas e limpas que margeavam os arredores da cidade. As populações se instalaram ao redor da linha do Pacific Railroad (Ferrovia do Pacífico, em tradução livre), que ofereciam vizinhanças campestres pacíficas, com casas unifamiliares e de fácil acesso à cidade. Os primórdios dos subúrbios dos Estados Unidos, uma instituição que ainda define a região de St.Louis nos dias de hoje.

Depois da Guerra Civil Americana, a área apresentou crescimento contínuo à medida que os soldados se estabeleciam. Ao contribuir com a construção de casas e lojas, igrejas e escolas, eles fizeram surgir bairros onde poderiam criar suas famílias, morar e prosperar. Esses bairros se espalharam por todas as direções conforme cresciam. Em 1896, cinco bairros emergiram para se tornar a cidade de Webster Groves: Webster, Webster Park, Old Orchard, Selma e Tuxedo Park. Com o lema: Um grande lugar para morar, trabalhar e se divertir, que é usado pela cidade até hoje.

Uma história que remonta aos tempos coloniais? Pessoas fugindo da sujeira, das doenças e da corrupção das cidades do século XIX; Casas e negócios sendo erguidos e ocupadas, algumas por mais de um século, e testemunhas silenciosas da vida e morte dentro de suas paredes? Praticamente, uma receita para histórias de fantasmas, foi o que pensei.

E eu estava certo.

Lendas e Histórias em primeira mão

As nossas histórias definem que nós somos, bem como as nossas sociedades. Elas nos divertem e nos conectam ao passado, nos ajudam a refletir sobre o que passou, enquanto ponderamos sobre o que virá. Colecionar essas narrativas de fantasmas e assombrações captura não apenas a História de Webster Groves como cidade, mas também como sociedade.

Sou um contador de histórias e escritor, e não um caçador de fantasmas. Portanto, em primeiro lugar, Webster Groves Mal-Assombrada é uma coletânea de histórias. São relatos e eventos descritos da maneira como me foram contados. Eu não realizei nenhuma investigação com câmeras de visão noturna nos locais retratados, como fazem na TV. E eu não pesquisei as casas ou prédios para desencavar um pouco de suas histórias obscuras para confirmar ou refutar os diversos relatos dos narradores. O importante para mim ao reunir esses relatos foi capturar as experiências que as pessoas disseram que tiveram. Elas compartilharam comigo histórias de sons que as deixaram inquietas, de cheiros que as perturbaram, visões que as surpreenderam, ou mesmo a aterrorizaram. Experiências essas que elas escolheram me contar, e que agora foram acrescentadas à História de Webster Groves através deste livro. Acho que cada uma dessas histórias aqui incluídas é confiável, convincente e persuasiva pela maneira como me contaram, e eu não tenho motivos para duvidar da sinceridade de qualquer um dos narradores.

Um elemento muito importante do relato das experiências dessas pessoas foi manter a privacidade delas. As histórias aqui incluídas foram eventos de suas vidas, que elas foram corteses o bastante para dividi-las. Alguns, de maneira hesitante, por razões que iam do medo do ridículo à preocupação com curiosos intrometidos. Exceto pelos locais públicos, como a Universidade de Webster Groves ou a Theatre Guild of Webster Groves (Guilda de Teatro de Webster Groves, em tradução livre), as identidades foram ocultadas por boas razões. Aproveite as histórias de Webster Groves Mal-Assombrada. Reflita sobre elas e discuta-as com os seus amigos. Mas tenha em mente que essas são as vidas e as casas das pessoas. E, por favor, não os procure para entrevistas, não deem uma passadinha para fazer perguntar, ou invadam suas casas no meio da noite esperando vislumbrar alguma coisa do outro mundo.

Webster Groves Mal-Assombrada é composta por duas partes, cada uma refletindo a principal espécie das histórias que eu encontrei.

As Lendas contêm as histórias de assombrações que são bem conhecidas do público, aquelas que vêm sendo recontadas em outros livros, que se tornaram famosas. Para essas, eu incluí informações que já foram narradas, mas eu também me esforcei em procurar pelas pessoas que tinham vivenciado os acontecimentos pessoalmente, de modo que eu pudesse compartilhar as histórias dos lugares da maneira como foram contadas.

Os Relatos em primeira mão englobam as histórias que foram compartilhadas comigo por pessoas que eu conhecia da vizinhança, ou da escola dos meus filhos, ou através de algum dos vizinhos ou do grupo de Pais e Professores, que me indicaram, ou alguém se voluntariou para me contar suas histórias conforme a notícias deste projeto se espalhou. Esses foram, de fato, as verdadeiras histórias na casa bem ao lado, que me deram calafrios à medida que um proprietário revelava os detalhes sinistros ou incríveis de um encontro com o sobrenatural praticamente no meu próprio quintal.

Foi uma jornada incrível e de dar arrepios reunir todas essas histórias fantasmagóricas da minha vizinhança em Webster Groves. Posso apenas torcer para que você considere a leitura tão emocionante quanto foi para mim desencavá-las.

Patrick Dorsey

Webster Groves,

Outubro de 2015.

North Gore Avenue –

A Rock House/Great Circle/Edgewood Children’s Center

Depois que a primeira grande epidemia de cólera de St.Louis deixou um preocupante, e crescente, número de crianças órfãs desabrigadas pelas ruas da cidade, foi criado, em 1834, o St. Louis Association for the Relief of Orphaned Children (Associação de St. Louis para o Auxílio das Crianças Orfãs, em tradução livre). Depois de anos prestando ajuda e apoio, o seu asilo na cidade, o St.Louis Protest Orphan Asylum (Asilo de Órfãos Protestantes de St.Louis, em tradução livre), tornava-se cada vez mais insalubre para as crianças sob seus cuidados. Em 1859, a associação adquiriu um seminário de padres fechado, a Rock House, e suas terras adjacentes. Eles transferiram as suas instalações e os pacientes para o campo e o que logo se tornaria Webster Groves e, em 1943, a unidade foi rebatizada como Edgewood Children’s Center, tornando-se parte de uma organização sem fins lucrativos especializada em saúde mental, a Great Circle, em 2009. Além disso, com o passar dos anos, a sua missão expandiu-se para incluir tratamento e apoio a crianças desordeiras e emocionalmente problemáticas, e o seu campus cresceu para incluir várias construções mais modernas em conjunto com a Rock House.

Por certo criada a partir da dedicação em fornecer ajuda, com um histórico tão longo e a natureza problemática das crianças que