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Josefa
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E-book83 páginas1 hora

Josefa

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Sobre este e-book

Josefa é a mãe do mundo de filhos que criou junto com seu “véio”, faz-se mãe de um mundo de netos e sobrinhos, e de um mundo de pobres e moradores de rua. Ela conta a história singela a um dos netos e faz de conta que acredita que nada será publicado. O que os quatro autores desta obra querem é mostrar que os valores morais e principalmente a honestidade sobrevivem mesmo quando a fome aperta, e que é possível construir uma família honrada e bem sucedida com muito trabalho e sem esmorecimento. Dona Josefa sempre tem, mesmo aos noventa anos, algo pronto na cozinha, para matar a fome de quem entra em sua casa ou bate na sua porta em busca de um bocado de alimentos. Vale a pena conhecer Josefa, a mãe do mundo.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento15 de ago. de 2015
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    Josefa - A., A., M. E P Soares

    JOSEFA

    a mãe do mundo

    ANA SOARES

    ANDRÉ SOARES

    MARCELO SOARES

    PEDRO SOARES

    Catalogação na Fonte: Kelly M. Bernini – CRB-10/1541

    PREFÁCIO

    Escrever é difícil. Encerra um compromisso em alcançar mentes plurais e agregar-lhes o pensamento. Encontrará em leitura aqueles mais críticos, céticos e inquisidores. Também esbarrará nos mais amenos e mansos, porta aberta às diferenças e às similitudes. Digo, pois, que escrever, sob qualquer pretexto, é muito difícil. Imagine a tarefa, então, quando as perguntas são: o que dizer desse ato, quando ele parte da intenção de dar à luz alguém que já pariu o mundo? Transmitir em palavras, frases, parágrafos e textos o que possa significar a existência de uma brava senhora nos seus noventa anos de vida transbordantes de perseverança e de exemplo? De uma mulher em que, sem exageros, todas as outras possam se ver em, pelo menos, alguns ou, talvez, nos milhares de passos que ela tenha dado no caminho do bem-viver?

    É atrevimento mesmo conceber esse registro, mas um atrevimento muito bem-vindo, já que ela em sendo mãe, filha, irmã, esposa, neta, avó, bisavó, tataravó, ou apenas Lilita em todas as suas modalidades de amor, tem um brilho tão reluzente e maravilhoso, que escrever sobre ela vai além de uma simples iniciativa. Ultrapassa a ilustração do momento em que a família e os amigos se regozijam com sua jovialidade ao comemorar a nona década de vida. Vai muito além disso. Passa a se tornar uma necessidade. Necessidade de gratidão, de reconhecimento e de preenchimento dos espaços que possam ter ficado vagos nos encontros e desencontros da vida, nos momentos em que palavras possam ter deixado de serem ditas, ouvidas e sentidas, ou se o foram, decerto merecem zelo, trato e lugar apropriado.

    As linhas que compõem este livro recebem o toque de quatro pessoas generosas, intuídas em compartilhar as leituras que fazem da Lilita e com a Lilita. São filha, filho, neto e neto. Com todo o carinho e cuidado, no desejo genuíno de não fazerem injustiça a ninguém, mas com a coragem de que, se o tiverem feito, certos também estão de que qualquer tropeço nesse sentido é pequenino e rasteiro frente ao universo que representa a matriarca da qual se orgulham tanto.

    É importante lembrar ainda que tamanha história, a ser escrita e lida, é resultado de outras histórias, tantas vezes contadas, recontadas, visitadas e revisitadas por todos que participam do cotidiano da Lilita e que se lembram com orgulho e saudade dos ricos dias vividos em família e na boa companhia dos amigos que souberam se achegar. É muita gente querida a dar a sua preciosa contribuição, muitas vezes, sem saber, delineando, no pensamento daqueles que compartilham essas vivências, as vírgulas, os parênteses, os pontos de interrogação e de exclamação, os pontos finais e as reticências...

    Certamente, sobre ela poderiam se escrever tantos livros quantos filhos de sangue e de coração ela ajudou a criar. Cada qual com seu matiz, com sua percepção, como um feixe de luz surgido e irmanado aos vários outros do prisma cristalino que ela soube ser, assim que o Sol principiou a iluminá-la e que maravilhosamente não quis parar mais.

    Considere ainda os incríveis números de Lilita: quatorze filhos, nove partos em casa e apenas cinco em hospital, vinte e sete netos e dois tataranetos. Foram, ao todo, cento e vinte e seis meses de gestação, ou seja, dez anos e cinco meses grávida! Pensemos numa média diária de quatro fraldas trocadas por dia para cada filho por cerca de dois anos inteiros e teremos uma surpreendente marca de 40.880 fraldas trocadas e lavadas ao longo da vida, já que não existiam ainda fraldas descartáveis! Tomemos gosto pela matemática e continuemos esse trabalho, considerando que os filhos casaram em média aos vinte e cinco anos e, portanto, foram alimentados por Lilita até aquela idade com três refeições diárias, além do seu marido (sessenta anos de convivência), teremos também uma marca admirável de 448.950 refeições ao longo da vida! Isso sem contar, obviamente, as visitas de filhos casados, genros, noras, netos, amigos e incontáveis moradores de rua, que também poderiam aumentar sobremaneira esse número.

    As palavras pisam em terreno fértil e formam pegadas na memória de todos. Revelam tempos difíceis da infância e da juventude, da vida adulta e da velhice. Percorrem fatos marcantes da história do país e os expõem sob a ótica de quem viveu cada momento. Trazem à tona momentos de chegada e de partida, de presença e de solidão. A numerosa família, por todo o tempo, a define, mas também permite espaço para aquela menina que já era Lilita antes mesmo do matriarcado lhe possuir quase a ponto de se confundir com a sua própria essência.

    Vem a menina, segue a jovem, firma a mulher, ampara a

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