Contos da Fada Violeta: Volume I
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Contos da Fada Violeta - L P Baçan Tradutor
ANDREW LANG
andrew.pngAndrew Lang (1844 - 1912) foi um poeta escocês, romancista, crítico literário e colaborador no campo da antropologia, mais conhecido como colecionador de contos populares e de fadas .
Teve uma educação invejável, frequentando a Selkirk Grammar School, a Loretto School e a Edinburgh Academy, bem como a University of St Andrews e o Balliol College, em Oxford.
Ganhou rápida reputação como um dos escritores mais capazes e versáteis da época, como jornalista, poeta, crítico e historiador.
Lang é reconhecido por suas publicações sobre folclore, mitologia e religião. A mais antiga de suas publicações é Custom and Myth (1884). Em Mito, Ritual e Religião (1887), ele explicou os elementos irracionais
da mitologia como sobrevivências de formas mais primitivas. Seu Blue Fairy Book (1889) foi uma edição lindamente produzida e ilustrada de contos de fadas que se tornou um clássico. Foi seguido por muitas outras coleções de contos de fadas, enfeixados no título geral de Andrew Lang's Fairy Books, apesar de a maior parte do trabalho para eles ter sido feito por sua esposa Leonora Blanche Alleyne e uma equipe composta principalmente por assistentes do sexo feminino. No prefácio do Lilac Fairy Book, ele credita a sua esposa a tradução e transcrição da maioria das histórias das coleções.
Lang foi um dos fundadores da pesquisa psíquica
e seus escritos sobre antropologia incluem O Livro dos Sonhos e Fantasmas (1897), Magia e Religião (1901) e O Segredo do Totem (1905). Foi presidente da Society for Psychical Research em 1911. Colaborou com S. H. Butcher em uma tradução em prosa (1879) da Odisseia de Homero e com E. Myers e Walter Leaf em uma versão em prosa (1883) da Ilíada, ambos ainda reconhecidos por seu estilo arcaico, mas atraente. Os escritos de Lang sobre a história escocesa são caracterizados por um cuidado acadêmico com os detalhes, um estilo literário picante e um dom para desvendar questões complicadas.
Atuou como jornalista de várias maneiras, desde o Daily News a diversos artigos do Morning Post e, por muitos anos, foi editor literário da Longman's Magazine. Nenhum crítico era mais requisitado, fosse para artigos ocasionais e introduções a novas edições ou como editor de delicadas reimpressões.
Em resumo, um prolífico tradutor, pesquisador, crítico, editor e escritor, com uma vasta e abrangente obra, merecedor de seu lugar de destaque no panorama mundial das letras.
APRESENTAÇÃO
Andrew Lang realizou um trabalho fantástico, coletando centenas de contos de fadas de todo o mundo e editando-os em uma coleção de 12 livros, diferenciados por cores. São contos repletos de magia, lições e ensinamentos que foram contadas pelos povos ao longo dos anos e serviam não apenas para distrair, mas para instruir sobre o valor das boas ações, na eterna luta do bem contra o mal.
Os contos reproduzem, na maioria, um fio condutor narrativo semelhante, em contextos semelhantes, situando príncipes, princesas, heróis e heroínas em viagens e perigos desafiadores, onde o amor e a solidariedade são a mola mestra e virtudes são premiadas e as maldades, reprovadas.
Muitos contos retratam lendas antigas, de um tempo onde as punições mais cruéis eram entendidas como justas. Nesses, procurei, na tradução, amenizar as situações de forma a não chocar as convenções atuais sobre o senso de justiça e a dosimetria das penas. Embora o direito não seja a minha área, entendo que ensinar bons princípios abrange, também, diferenciar justiça de vingança.
É interessante como, em muitos contos, as aventuras se sucedem em um crescendo de aventuras e desafios à personagem principal, em cenários inesperados e surpreendentes. Os heróis acabam enfrentando diversas situações perigosas e que exigem o máximo de sua perspicácia e de sua inteligência, movidas por um princípio maior de encontrar a saída ou a solução para uma situação criada no início da história.
Alguns contos são curtos, realçando a decisão e a coragem do ou da protagonista diante de uma ameaça não apenas de si, mas de pessoas que, às vezes, lhe são desconhecidas. Motiva-os a solidariedade e a firme decisão de enfrentar um perigo aparentemente insuperável para salvar um indefeso.
Outro aspecto importante que deve ser destacado é que a leitura desses contos produz um incremento no vocabulário da criança. Fixam, também, importantes estruturas da língua e do desenvolvimento do pensamento, essenciais no período de escolarização, dada a importância com que a redação é tratada nos exames atualmente, contrapondo-se de forma dramática à linguagem abreviada e inadequada das mensagens eletrônicas.
Vivemos, atualmente, uma era em que os valores já não são os mesmos do passado. Isso não significa que esses valores estão ultrapassados. Tenho comigo de que foram sendo ignorados e trocados por outras prioridades, que não cabem serem discutidas aqui. É importante ressaltar, no entanto, que ao ler um conto destes para um filho ou filha, os pais devem frisar sempre os valores individuais de caráter presentes na narrativa, despertando as crianças para o valor dessas ações e sentimentos, que parecem ter se desvanecido em um mundo materialista.
A fantasia é um atributo da criança. Negar-lhes isso como diversão e fonte de inspiração e de moldagem de seu caráter é o maior dos pecados.
L P Baçan
PREFÁCIO
O Editor aproveita esta oportunidade para repetir o que já disse muitas vezes antes, que não é o autor das histórias nos Livros das Fadas; que ele não os inventou de sua própria cabeça. Ele está acostumado a ser questionado por senhoras, – Você escreveu mais alguma coisa, exceto os Livros das Fadas? – Ele é então obrigado a explicar que NÃO escreveu os Livros das Fadas, mas, exceto estes, escreveu quase tudo o mais, exceto hinos, sermões e obras dramáticas.
As histórias deste Livro da Fada Violeta, como em todos os outros da série, foram traduzidas dos contos populares tradicionais em vários idiomas diferentes. Essas histórias são tão antigas quanto qualquer coisa que os homens inventaram. São narradas por mulheres selvagens nuas