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Desaparecida: SALVAS, #2
Desaparecida: SALVAS, #2
Desaparecida: SALVAS, #2
E-book171 páginas2 horas

Desaparecida: SALVAS, #2

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Sobre este e-book

Abby se casou com o homem dos seus sonhos. Ele a salvou, e é o pai do seu filho. Tudo deveria ser perfeito, mas ela começa a reviver o pesadelo de quando foi raptada... De quando ela desapareceu, deixando seus filhos sozinhos na calada da noite, o marido embarcado em um navio militar no meio do oceano.

Mas quando Eric volta para casa e as buscas começam, há duas perguntas perturbadoras: Havia alguém na casa? E como é possível que Abby tenha simplesmente desaparecido?

IdiomaPortuguês
Data de lançamento23 de nov. de 2018
ISBN9781547558445
Desaparecida: SALVAS, #2

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    Desaparecida - Lorhainne Eckhart

    Capítulo 1

    — Empurre. Vamos, bebê. Você consegue.

    Eric estava atrás de Abby no leito de hospital, de tal forma que ela pudesse se encostar nele. Ela apertava as mãos dele com uma força que a maioria dos homens não possuía. Estava transpirando profusamente, exausta do trabalho de parto que atravessara a noite toda, durando já mais de doze horas.

    — Está quase, Abby. Empurre mais uma vez.

    O médico militar, Chase Hargrove, era um jovem de compleição e estatura medianas, com rosto redondo e cabelos claros encaracolados. Ele olhou para Eric e ergueu o bebê, colocando-o sobre o abdômen de Abby.

    — Pronto, aqui está seu garotinho. — Chase sorriu, exibindo duas covinhas, e levantou-se, olhando para Abby de trás dos óculos redondos e estilosos. — Como se sente, Abby?

    — Estou bem.

    Ela pousou a mão nas costas do bebê, com cuidado para não deslocar a agulha do soro intravenoso. Olhou para o bebê, e Eric se debruçou e beijou sua testa, afastando os longos e emaranhados fios loiros que estavam grudados em seu rosto. Ela o fitou com os olhos azuis da cor do céu, levemente vitrificados e com expressão abatida. Exaustão... só podia ser.

    — Você foi muito bem, querida. Está se sentindo bem? — perguntou.

    Ele passou o braço sobre os ombros de Abby, e ela se encostou nele. Seus joelhos ainda estavam dobrados sobre os apoios, enquanto o médico finalizava o procedimento do parto. Ela ergueu a mão e esfregou a testa, pressionando o rosto no peito de Eric.

    — Só cansada. Pode segurar o bebê?

    Ela levantou as mãos como se o bebê fosse um fardo. Parecia estranhamente impaciente, pensou Eric, ou talvez estivesse apenas cansada e ele estivesse tirando conclusões precipitadas.

    O médico ergueu o rosto, mas não parecia preocupado. Uma enfermeira embrulhou o bebê num cobertor e esfregou o corpinho dele para limpá-lo, e Eric o segurou sob os bracinhos enquanto outra enfermeira colocava um gorro branco na cabecinha dele. Eric ficou de pé e Abby se recostou na cama de cabeceira elevada no nível máximo quando uma enfermeira começou a examinar seus sinais vitais.

    — Vamos levar você para o quarto logo. Você talvez já possa ir para casa no final do dia — disse o médico.

    Eric segurou seu bebê recém-nascido, tão pequenino, na curva do braço. Ele era bochechudo, tinha o rostinho rosado e nariz arredondado como o da mãe. Eric sorriu, até que notou que Abby desviava o olhar, parecendo desinteressada no que o médico dizia.

    — Que tal dormir um pouco primeiro? — sugeriu. — Com Rachel em casa, corremos o risco de uma entusiasmada menininha de dois anos querer subir de qualquer jeito no colo da mamãe. Não creio que Abby esteja ansiosa para voltar para casa tão rápido.

    — Tem razão, Eric. Eu preciso dormir um pouco — disse de onde estava deitada, virando a cabeça para ele.

    Fazia dez dias que Eric desembarcara do destroyer e fora recepcionado por sua esposa grávida, Abby, e pela gorducha filhinha deles de dois anos, Rachel, que tinha nascido depois que ele resgatara Abby no meio do nada no Golfo Pérsico. Abby tinha escapado de seu raptor, Seyed Hossein, o homem que a havia comprado, mantido em cativeiro e abusado dela até que, certa noite, ela escapara. Ela estava grávida de oito meses. Abby era um exemplo de final feliz na história do tráfico humano. Das mulheres que desapareciam na Europa, a maioria nunca mais era encontrada, mas Eric a encontrara e a salvara, e agora ela era sua esposa.

    Rachel tinha pele morena, não lembrava Eric em nada, e tinha apenas uma ligeira semelhança com Abby. Era o único lembrete daquilo a que Abby sobrevivera, e Eric amava aquela menininha como se fosse sua.

    Ele aninhou o filho contra o peito, um bebê de cabelos claros que se encaixava perfeitamente na curva de seu braço. Olhou para Abby e viu que ela estava com os olhos fechados. O bebê parecia muito bem e confortável, como se soubesse que o pai iria sempre protegê-lo. Tinha a mãozinha sobre os olhos, e começou a mover a boca, como que querendo sugar.

    Eric já ia acordar Abby quando o médico falou:

    — Não, deixe-a dormir. O bebê está bem. Vamos levá-lo para o berçário e as enfermeiras darão a ele o suplemento alimentar de que ele necessita.

    Houve uma batida na porta e uma enfermeira enfiou a cabeça no vão.

    — Capitão Hamilton, tem umas pessoas querendo ver o senhor.

    Eric começou a andar em direção à porta, pois sabia quem estava lá fora.

    — Bem, deixe-me ir mostrar meu filho — disse, indo ao encontro de seu velho amigo Joe, que era seu atual supervisor na Marinha, e a esposa dele, Mary-Margaret.

    ****

    Ela sentia o cheiro de sangue e de antisséptico, e escutava vozes: sussurros profundos, baixos, bem próximos. Disse a si mesma para fingir que dormia, para concentrar-se, para respirar devagar e com calma. Relaxou as pálpebras. Não podia dizer a eles que estava acordada. Escutou o som de passos no assoalho e da porta se fechando. Ouviu alguém se afastar do lado de fora, mas também sabia que havia alguém ali, à espera e em silêncio, num canto. Sentiu como se de repente tivesse sido lançada no meio de um jogo de gato e rato, e começou a ter consicência da sala de parto, da porta fechada, do colchão sólido onde estava deitada. Sentia frio, e por mais que tentasse não conseguia evitar os arrepios que percorriam seu corpo. Começou a tremer.

    Sobressaltou-se ao sentir uma mão tocá-la. Abriu os olhos e sufocou uma exclamação ao ver uma mulher de cabelos escuros de pé ao lado da cama. Quem era? Onde ela estava? Abby se contraiu conforme erguia o corpo para se sentar. A mão da mulher ainda estava em seu ombro, e ela olhou em volta, avaliando a pequena sala de parto, quase um cubículo. Estava mergulhado na penumbra, apesar das cortinas abertas.

    — Você está bem? — a mulher perguntou.

    Estava usando um traje hospitalar cor-de-rosa, e Abby observou o decote em V, perguntando-se por que a mulher não se cobrira. A pele dos braços era pálida, e ela segurou o pulso de Abby e olhou para o relógio de pulso. Abby olhou para a porta... uma porta trancada, ou não?

    Então a porta se abriu, e Eric, seu marido alto, de cabelos escuros e olhos azuis vibrantes, entrou e franziu a testa.

    — Abby, você acordou — disse ele. — Eu fui mostrar nosso filho para Joe e Mary-Margaret. Eles estão aqui agora, queriam vir ver você, mas eu pensei que você estivesse dormindo.

    Ele olhou para o bebezinho em seus braços. Eric estava tão feliz, como se estivesse contemplando a coisa mais preciosa do mundo. Ele era tão forte, seu marido, seu homem. Estava sem o uniforme, usando calça jeans e uma camiseta confortável que deixava à mostra seus bíceps, tríceps, e evidenciava o abdômen de tanquinho, bem como o tórax largo e sólido que sempre a confortava.

    Ela o observou conforme ele segurava o filho, e seu coração palpitou a cada passo que ele dava para mais perto da cama. Não conseguia desviar os olhos daquele pacotinho embrulhado numa manta. Não conseguia vê-lo, e nem queria. Tinha medo do rosto que olharia para ela.

    Os passos diminuíram e cessaram, e tudo que ela podia ouvir era um eco que se aproximava. Podia sentir uma pressão no braço conforme olhava para o borrão à sua frente: mais branco e mais perto, agora. Havia uma mão em seu rosto, tocando-a, quente, forte e familiar, e ela a segurou.

    — Abby! Abby...

    Ela podia ouvi-lo, e olhou para ele com expressão exigente, intensa e preocupada. Outro homem apareceu, de cabelos claros e usando óculos. Um brilho forte lampejou em seus olhos, queimando. Ela empurrou a mão dele.

    — Eu estou bem — disse para uma sala que de repente parecia estar cheia de gente: enfermeiras e médicos para todo lado. As luzes estavam todas acesas agora, brilhantes, acima dela.

    — Abby, o que aconteceu?

    Era Eric. Ele estava a seu lado na cama, com o braço sobre seus ombros. Ela se encostou nele, só nele, o bebê não estava ali. Então ergueu os olhos para a enfermeira de cabelos escuros que segurava seu filho. Afastou a manta e o gorro de lã que cobria a cabecinha dele e relaxou, aliviada, ao ver as bochechas rosadas e os cabelinhos claros grudados na cabeça.

    Capítulo 2

    — Escute, alguma coisa aconteceu. Talvez não seja uma boa ideia ela ir para casa ainda. Percebeu como ela está assustada? Os olhos dela... Não a vejo assim desde...

    Eric fez uma pausa. Na verdade, não a via assim desde que a resgatara, quando ela abrira os olhos pela primeira vez no convés, ou na enfermaria, depois que um pesadelo havia forçado um trabalho de parto prematuro. Ele se lembrou do medo, do pânico, da histeria que tomara conta dela, transportando-a de volta para a provação pela qual havia passado. Todas as vezes Eric tinha conseguido acalmá-la e acabar com o medo de Abby, tranquilizando-a com a certeza de que estava a salvo e em segurança.

    O médico rabiscou algo em uma prancheta.

    — Ela estava exausta, em trabalho de parto por horas a fio, e você mesmo me disse que ela não tem dormido direito...

    — Você é médico dela há quanto tempo? — perguntou Eric, andando de um lado para o outro no hall da enfermaria de obstetrícia do hospital naval de Norflok. Sabia que fazia apenas uma semana que o dr. Hargrove tinha sido transferido para ali.

    — Tudo bem, eu posso não conhecê-la, mas sou obstetra há tempo suficiente para saber como as gestantes chegam já exaustas para o parto. As esposas de militares mais ainda, principalmente quando têm outros filhos em casa e não têm ajuda. É cansaço, apenas isso. Ela só precisa de algumas noites de sono. Certifique-se de que ela tenha alguém para ajudar em casa, e em poucos dias ela estará ótima.

    Eric não tinha tanta certeza. Havia algo nos olhos de Abby quando ele entrara no quarto do hospital, no modo como ela estava sentada na cama. Mesmo com a enfermeira segurando seu pulso, tocando seu ombro e conversando com ela, Abby não esboçou reação. Ficou olhando para a porta, com gotículas de suor na testa e sobre o lábio superior, e Eric sabia que aquilo não tinha nada a ver com o trabalho de parto. Ele a viu tremendo, com a pele dos braços arrepiada. Por um momento os olhos dela pareciam não registrar nada, e quando ela o viu, não relaxou como de costume. Demorou alguns segundos para que ela se desse conta de que era ele, e Eric teve que colocar o bebê nos braços da enfermeira. Sabia que era capaz de trazê-la de volta e tranquilizá-la, fazê-la livrar-se dos medos que a atormentavam, mas dessa vez, conforme ele se aproximava da cama, os olhos dela se fixaram na trouxinha que ele trazia nos braços. O olhar dela era de frieza, apreensão e medo, o oposto do que seria esperado de uma mulher que acabara de dar à luz. Mesmo quando Rachel nascera, ela nunca tivera aquela expressão.

    — Olhe, eu vou examiná-la novamente. Vamos deixá-la passar a noite no hospital. O bebê está sendo cuidado no berçário. Em geral, uma boa noite de sono é tudo que alguém precisa. — O médico colocou a mão no ombro de Eric. — Por que não vai para casa e descansa também?

    Ele deixou Eric parado na frente da porta fechada do quarto de Abby, grato por não haver pacientes nos outros leitos. Eric passou a mão no rosto, sentindo-a áspera como uma lixa, e nos cabelos curtos. Precisava de um banho depois de passar a noite toda acompanhando Abby no trabalho de parto. Sabia que estava com aparência desmazelada.

    Abriu a porta e avistou-a deitada de lado, de costas para ele. Quando se aproximou ela não se

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