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Destinos Entrelaçados: Tons de Emoção 1
Destinos Entrelaçados: Tons de Emoção 1
Destinos Entrelaçados: Tons de Emoção 1
E-book542 páginas10 horas

Destinos Entrelaçados: Tons de Emoção 1

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Sobre este e-book

Apesar de seu passado traumático, Ethan fez de si mesmo um homem de sucesso. Seu presente é um vazio sem fim, mas tudo o que o público sabe é que ele é um empresário poderoso do aço que tem tudo.
Uma tempestade de neve muda seu futuro: Sophia está presa no Aeroporto de Heathrow e ele lhe dá uma carona. Ela é tudo que ele sempre quis: fogosa, apaixonante e uma linda mulher.
Ela lhe dá o que ele nunca teve: amor. E ele decide que ela será dele.


Um ano atrás, na sepultura da filha, Alistair prometeu que nunca mais se curvaria à vontade de uma mulher. Desde então, seus dias são preenchidos por contratos milionários, e suas noites por sexo – para saciar a sua necessidade por controle e castigo.
Mas quando ele conhece Sophia, em um encontro de negócios no seu banco, ela o confronta e lhe dá uma rasteira – e o deixa com um tesão do c*cete.
Ela é deslumbrante, sexy, e tem um temperamento forte. Um que ele jura que irá dobrar.


Sophia tinha tudo que sempre quis: uma carreira de sucesso, um casamento perfeito e uma bebê linda. Até que monstros tiraram o seu amado marido dela. Para proteger a filha, ela foge para Londres e passa a viver sob um nome falso, com medo de ser descoberta.
Dividida entre o amor por um homem morto e o desejo de seguir em frente, ela cede à insistência e charme de Ethan em namora-la. Mas quando ela encontra Alistair e olha dentro dos vibrantes olhos verdes dele, o seu mundo fica de cabeça para baixo.
Agora, ela não sabe o que fazer. Ou quem escolher.


Um romance bilionário com um triângulo amoroso emocionante, Destinos Entrelaçados da autora bestselling do USA TODAY Cristiane Serruya tem uma trama complexa de amor e suspense que fará o leitor virar as páginas sem parar.


Sexy, sedutor e com um toque de suspense, Tons de Emoção irá encantar os fãs de suspenses românticos quentes. Comece a ler a Série Emoções agora!

IdiomaPortuguês
Data de lançamento11 de jun. de 2020
Destinos Entrelaçados: Tons de Emoção 1

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  • Nota: 5 de 5 estrelas
    5/5
    Um livro incrível com um triângulo amoroso
    Sofia é uma mulher que passou por um acontecimento horrível em sua vida, assim também como Ethan e Alistair, dois homens poderosos que ao encontrar Sofia vão fazer de tudo para tê-la do lado. Sem contar que são possessivos e inseguros. Sofia se esconde por causa dos acontecimentos do seu passado e quase ninguém sabe se ela está viva e onde está, ela começa a pensar em se render ao amor novamente ao conhecer os lindos e poderosos homens. Com quem será que ela vai ficar?
  • Nota: 5 de 5 estrelas
    5/5
    Gostei muito. Traz uma pitada de hot com muitas, muitas referências cultas. O triângulo amoroso definitivamente está imerso em vários tons de certo e errado. E a personagem principal ser brasileira, com muitas referências do Brasil, mas também com muitas referências estrangeiras demonstram que a escritora tem um cérebro potente e uma boa dose de criatividade para produzir romances populares com uma marca personalíssima do seu estilo que se destaca na massa de romances que estamos acostumados a consumir. Espero poder ler a continuação em breve!

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Destinos Entrelaçados - Cristiane Serruya

quero?

1

Londres, Aeroporto de Heathrow

Quinta-feira, 15 de outubro de 2009

7:00


— Desculpe-me, senhora. Seu voo para a Suíça foi cancelado. Há um alerta de tempestade de neve que chegará a Londres com força total nas próximas horas.

— Então me transfira para um voo mais cedo. Pelo amor de Deus, estamos em Heathrow!

— A senhora não está entendendo. Os voos mais cedo estão cheios. Posso te reembolsar ou reemitir a passagem para outro dia.

— Ouça, tenho que ir para Genebra ou algum lugar perto de lá — disse Sophia. — É urgente.

— Desculpe-me, não há nada que eu possa fazer. — O atendente virou-se para responder a reclamação de outro passageiro.

Ethan parou no meio do caminho e examinou a bela mulher em pé no balcão da empresa aérea. Um sorriso malicioso se formou nos seus lábios. Cutucando com o cotovelo o seu amigo advogado, Leonard, ele sussurrou: — Meu dia de sorte, Allenthorp.

Leonard parou e virou-se para ele. — Quê?

— Vou oferecer uma carona àquela donzela em perigo. — Ethan apontou discretamente com seu polegar para a jovem de um metro e setenta à sua direita. — Vê aquela moça sexy, de longos cabelos escuros?

— Ah, Ashford, para com isso. Estamos indo para uma das suas reuniões mais importantes e tudo que você consegue pensar é pegar uma mulher? — repreendeu Leonard.

— Allenthorp, tenho que te dar algumas lições de como misturar negócios e prazer. — Determinado, ele andou em direção à mulher, preparado para fazê-la sua presa.

— Com licença. Não pude deixar de ouvir sua conversa com o atendente. Estou indo para Genebra. Se você quiser uma carona, posso resolver seu problema.

Sophia virou-se ao som da voz e foi contemplada com a vista de um peito largo e ombros grandes vestidos impecavelmente num terno azul marinho, camisa branca impecável e gravata vermelho sangue.

Ela levantou a cabeça e se deparou com olhos azul-mediterrâneo, que a fitavam. Um sorriso perfeito nas suas feições barbeadas e bronzeadas. Seus cabelos castanhos, clareados pelo sol, perfeitamente cortados e penteados para trás.

Que olhos. — Perdão — disse ela.

— Desculpas. Sou Ethan, Ethan Ashford. Prazer em conhecê-la, senhorita… — Um início de sorriso curvou seus lábios.

Nossa! As Indústrias de Aço Ashford. — Senhora Santo. Sra. Sophia Santo — respondeu ela, olhando Ethan com desconfiança.

— Então, Sophia. — O nome dela saiu dos seus lábios como um carinho. — Aceita minha carona?

— Uma carona? — A oferta a deixou espantada. Por quê? O que você quer? Ela deu um passo atrás e esbarrou em alguém. Ouviu um barulho alto quando duas mãos seguraram seus braços, impedindo-a de cair.

Ela se virou e viu outro homem, um pouco mais velho, mais baixo e mais magro do que o primeiro, porém não menos interessante. Ele tinha um sorriso fácil, olhos azuis e cabelos loiro-escuros, grisalhos nas têmporas. Leonard Allenthorp, O Duque da Lei. Um calafrio percorreu a espinha de Sophia quando ela se viu acuada no balcão e confrontada pelos dois homens à sua frente. — Desculpe. — Será que Alberto me descobriu?

Leonard curvou-se e pegou sua maleta. Ele esticou a mão de forma amigável, dizendo: — Tudo bem. Leonard Allenthorp. Como vai? O que meu amigo disse é que estamos indo para Genebra em dez minutos num jato particular e, se você estiver interessada, temos um lugar para você. Uma carona de graça.

Sophia respirou fundo, tomando coragem. Como ela bem sabia, tudo na vida tinha um preço, mas ela precisava chegar em Genebra aquele dia. Ela apertou a mão estendida, com um leve sorriso, tentando relaxar. — Obrigada, aceito.

— O prazer será meu —ronronou a voz de barítono de Ethan.

— Vamos? — Leonard fez um pequeno gesto com a mão. — Não queremos encontrar a tempestade em pleno ar.

Ela colocou sua bolsa Chanel no ombro e segurou a alça da sua mala de rodinhas.

— Quer ajuda com sua bagagem? — ofereceu Ethan.

— Não, obrigada. — Ela observou Ethan sorrateiramente enquanto andava entre os homens. Ele tinha a firmeza nata daquelas pessoas que sabem como conseguir as coisas na vida. Suas roupas eram costuradas com perfeição para expor seu corpo musculoso; ficava claro que ele era um homem que exigia perfeição, até de si mesmo.

No outro lado, Leonard os acompanhava. Quase tão alto quanto Ethan, Sophia calculou que ele estava quase chegando aos trinta e cinco. Ela acabara de ler um artigo sobre ele no Sunday Magazine. Suas roupas também eram caras; contudo, ele as vestia de maneira mais casual que Ethan.

No controle de passaporte, Ethan levantou uma sobrancelha para Sophia quando ela não os seguiu e esperou para passar pela inspeção sozinha, e olhou para o passaporte português dela com interesse quando ela o colocou de volta na bolsa.

— Por aqui, Sophia.

Eles passaram por um longo corredor vazio e desceram um lance de escada. Fora do prédio, um jato Gulfstream G650 preto e prata os aguardava. Perto do carpete na pista, ao lado da escada de entrada, o comandante os esperava para dar as boas-vindas.

No final da escada, uma comissária de bordo sorridente os cumprimentou e pegou os casacos e a mala de Sophia.

Sophia passou pelos assentos em fileira única que ficavam um de frente para o outro, notando como cada detalhe havia sido escolhido com cuidado. Na metade do avião, havia uma mesa de conferência de mogno com dois assentos em cada lado. Ela sentou-se no que estava perto da janela, colocando sua bolsa no assento do corredor.

Leonard olhou para ela e sorriu quando notou a manobra, sentando-se de frente para ela.

Os assentos eram de couro preto misturado com branco e cinza. O interior do avião era bem masculino e com um estilo sutil, que lembrava o dono.

— Sr. Ashford, posso lhe preparar suas bebidas?

— O que você vai beber, Sophia? — Perguntou Ethan educadamente.

— Água. Com gás, obrigada — disse ela.

— O mesmo para mim, Ashford — acrescentou Leonard.

— O de sempre para mim, Vanessa. — Ele se inclinou para frente, apoiando as duas mãos grandes na mesa, encarando Sophia. — Quer fazer um tour antes de levantarmos voo?

— Um tour? — Achando graça, ela olhou para a parte de trás da aeronave, onde um sofá de três lugares com almofadas de seda estava de frente para uma estante com uma TV de plasma. — Para quê?

— Posso te mostrar a cabine, as tecnologias modernas disponíveis, um escritório totalmente funcional no ar… e a suíte lá atrás. — Seus olhos brilharam enquanto ele tentava persuadi-la com uma voz rouca.

Sophia riu para esconder seu constrangimento. — Não, obrigada. Estou bem aqui.

Ele ficou olhando para ela por um momento, mas não disse mais nada, sentando-se ao lado de Leonard.

A comissária de bordo serviu a água e um suco de tomate para Ethan, colocou uma mistura de nozes e uma bandeja de canapés na mesa entre eles, então saiu da cabine.

O capitão anunciou a decolagem, sua voz calma e elegante.

— Portuguesa, não? — disse Ethan.

Ela riu, balançando a cabeça.

— Não? — Ele pareceu intrigado. — Mas seu passaporte…

— E? — Ela deu de ombros e viu que Leonard estava prestando atenção na conversa. — Vamos ver se vocês adivinham de onde sou, uma chance cada.

— Três — argumentou Ethan.

— Ãh-ãh. Uma.

— Duas — retrucou Leonard.

— Hmm — Ela tamborilou os dedos no braço da poltrona. — Minhas chances diminuem.

— Qual o prêmio? — Perguntou Ethan com voz rouca. — Um jantar com o vencedor?

— Sem vencedor. Vamos combinar um almoço, nós três. Fechado?

— Fechado.

— Vejamos… — disse Leonard. — Não é portuguesa. Mas tem passaporte de Portugal. Com visível herança latina. Julgando pela sua aparência eu diria que você é… italiana. Mas isso não faz sentido…

— Bom. Muito bom. Mas, não! E você não pode retirar o que falou. — Ela virou-se para Ethan, esperando. — Uma pista. Meu passaporte não tem nada a ver com o lugar onde eu nasci.

— Não é portuguesa nem italiana. Cabelos bem escuros, pele clara, olhos cor de avelã. — Ele estreitou os olhos e abriu um sorriso para ela. — Com belas curvas, sexy. Hmm… Arrisco dizer que você é espanhola.

— Obrigada. — Ela sorriu, divertindo-se. — Mas passou longe, Sr. Ashford.

— Esquece Sr. Ashford. Ethan. Por favor.

— Falei que você não adivinharia. — Ela sorriu. — Mais uma chance para cada. Pensem bem antes de responder. — Sophia. Você não quer que eles descubram de onde você é. Para com essa brincadeira de criança.

Leonard olhou para ela, pensando nas suas feições. — Não é portuguesa, italiana nem espanhola. Aposto que você não é nem de um país nórdico, nem americana. — Ele fez uma pausa. Observou-a novamente e sussurrou para si mesmo: — Não, não pode ser. A pele é muito clara. Fala inglês britânico perfeitamente, sem sotaque.

— Grega — chutou Ethan enquanto balançava a cabeça.

— Estou lisonjeada. As mulheres gregas são conhecidas pela sua beleza. Mas, novamente, não. — Os lábios de Sophia se curvaram. — Sr. Allenthorp, você ainda tem mais uma chance.

— Por favor, apenas Leonard. — Ele gesticulou distraidamente, suas sobrancelhas juntas, parecendo imerso em pensamentos.

— Vamos lá, Allenthorp — insistiu Ethan.

As sobrancelhas loiras de Leonard se juntaram mais ainda. Ele realmente não tinha certeza, mas chutou de qualquer forma. — Brasileira. Rio de Janeiro ou São Paulo.

Ele… me reconheceu? — Nossa, sim. Exatamente. Rio. Como você adivinhou?

— Minha cara, na minha profissão temos que ser muito atenciosos aos detalhes. Você disse que eu tinha alguma razão quando mencionei italiana. Você tem passaporte português. Comecei a encaixar as peças. Onde tem muitos descendentes de italianos e portugueses? América do Sul. Brasil. Você realmente parece uma carioca que já está fora do sol há muito tempo. Exceto que você se veste como uma paulista.

— Impressionante, Leonard — murmurou ela, segurando um suspiro de alívio. — Você já esteve no Brasil antes?

— Bem, já estive lá três vezes. — Ele sorriu para ela. — Primeiro no Rio, na minha lua-de-mel e depois duas vezes em São Paulo a trabalho. Por que você tem um passaporte português?

— Dois dos meus avós são portugueses e eles vivem no Brasil desde criança. E também, em algum lugar na minha árvore genealógica, sou descendente de italianos por parte de pai e de mãe.

— Seu marido também é brasileiro? — Perguntou Leonard.

Instintivamente, a mão direita de Sophia segurou seu braço esquerdo. — Não sou casada. Não mais. — Ela tentou um sorriso fraco. — Sou viúva.

Leonard olhou para ela com simpatia. — Sinto muito, Sophia. Só pensei… Você usa aliança e é muito jovem para ser viúva.

Ela soltou um riso sufocado. — A morte não pergunta a sua idade quando decide chegar. E a aliança ajuda a manter os homens a distância.

Ele a estudou por alguns instantes e disse: — Talvez.

— Então, Sophia, você mora no Brasil?

Grata pela mudança de assunto, ela respondeu: — Não, Sr. Ashford, moro em Londres.

— Voltamos ao Sr. Ashford, não?

— Desculpa. Ethan — corrigiu-se ela.

— E onde você estuda?

Sophia riu.

Ethan franziu o cenho para ela. — Qual a graça?

— Não estudo mais. Bem, pelo menos não mais como aluna de graduação. — Ela virou-se para Leonard. — Sou colega de profissão d’O Duque da Lei.

Novamente, Leonard levantou a cabeça. — Acho que você virou a mesa, estou em desvantagem agora.

Ela olhou para ele com suspeita. — Leonard, nos encontramos durante um julgamento.

— Impossível. Eu teria me lembrado de você.

— Ah — brincou ela —, devo agradecer pelo comentário?

— Claro. Você é uma bela mulher.

— Agora fiquei ofendida. — Ela rolou os olhos. — Prefiro ser lembrada pela minha inteligência e astúcia.

— Desculpe-me, Sophia. — Leonard riu, juntou os documentos, guardando-os e fechando a mesa com um toque no botão, e se ajeitou no assento, cruzando as pernas. — Então diga, onde você me espionou?

— Espionar? Você não se esconde. — Como eu faço. — Além do mais, você é um advogado conhecido. Suas defesas atraem um bom público para os tribunais. E bem… — Ela abriu um sorriso novamente. — Já levei meus alunos duas vezes este ano para fazerem um trabalho nos seus casos.

— Estou lisonjeado — respondeu Leonard.

— Ah, não — disse Ethan sarcasticamente. — Advogada e professora. Não é possível, você não parece ter mais do que… hmm, dezenove anos.

Ela apenas sorriu.

— Ah, vamos lá. Não é educado perguntar a idade de uma mulher, mas quantos anos você tem?

— Vinte e cinco.

— Ainda muito jovem. Onde você dá aulas?

— Universidade de Cambridge.

Os homens a olharam pasmos.

— Em Cambridge… — Leonard murmurou. — O que você leciona?

— Sou apenas uma professora temporária em Direito Penal. Fiz serviço voluntário para mulheres no Brasil e estou trazendo um pouco desse trabalho pra cá. — disse ela, não dando muita importância ao que havia conquistado, mas se animando com o assunto. — Quando estava na faculdade, ajudei com o esboço de uma lei que protege as mulheres da violência doméstica. Depois disso, me dediquei ao trabalho com mulheres carentes. Elas ainda sofrem muito vivendo com tantas expectativas… — Ela deixou a frase inacabada. — Desculpem-me, não queria entediar vocês.

— Não — disse Leonard. — Nem um pouco. É um assunto muito interessante.

— Quando você fala sobre mulheres, você não se inclui — observou Ethan. — Por quê?

— Sou privilegiada. Eu não tenho nenhum grande problema. — Ela sorriu, minimizando suas dificuldades com um aceno de mão. Muda de assunto. Não fale sobre você mesma. — Mas serviço voluntário não paga as contas, paga, Leonard?

Ele riu. — Não. Qual sua especialidade?

Petróleo. — Fusões e aquisições, finanças, grandes corporações, você sabe… Isso paga as contas. — Para, Sophia. Você está dando muitas dicas. — Mas não posso deixar de fazer o trabalho voluntário. É uma obsessão. Então me ofereço para ajudar. — Ok, não é uma total mentira. Minha fundação é um tipo de ajuda voluntária.

— E você faz serviço voluntário em direito de família também? — Perguntou Leonard.

— Não. Detesto direito de família.

— Por quê?

As feições dela enrijeceram e, com as memórias ainda bem frescas, a sua voz ficou fria. — Como regra, as pessoas tendem a esquecer as coisas mais importantes na vida quando dinheiro, poder e desejo estão envolvidos.

Leonard inclinou a cabeça para o lado. — O que você considera as coisas mais importantes na vida?

— Amor, amizade e família. — Ela desviou o olhar. — Respeito.

— Belas palavras — murmurou Leonard.

— As pessoas com princípios morais não armam uma batalha por coisas insignificantes ou usam os filhos como armas para conseguir algo. O que vi nesses casos me dá nojo.

— Essa é a realidade. Poucos têm esses escrúpulos — disse Ethan cinicamente.

— Você já se casou ou tem filhos? — Perguntou ela.

— Não preciso. Sei do que a vida e as pessoas são feitas.

— Bem, parece que eu fui mais feliz do que você. Meu casamento foi muito, muito feliz. — Até que eles mataram meu marido. — Assim como os casamentos da minha família.

— Você é uma sonhadora, Sophia — retrucou Ethan.

Ela examinou suas longas unhas pintadas de vermelho escuro. Talvez eu seja uma sonhadora. — Mas se paramos de acreditar em sonhos, a vida perde o significado, perde o colorido.

Discretamente, Ethan observou Sophia, admirando o belo corpo que seu terninho Chanel turquesa e branco não escondia, e o decote insinuante que a blusa verde-clara de seda mostrava. Ela será minha. — Onde você está hospedada em Genebra?

— Num hotel. — Ela lambeu os lábios nervosamente.

Ethan se mexeu no assento e limpou a garganta. — E esse hotel tem nome?

— Você é muito curioso, não, Ethan? — Ela forçou um sorriso.

— Bastante. Tem nome ou não?

C’est le Domaine de Châteauvieux, un très petite hôtel au coeur… — Ela balançou a cabeça. — Desculpa, é…

— Falo francês perfeitamente. — Ethan deu uma risadinha. — Entendi o que você disse.

— Mas eu odeio quando misturo os idiomas.

— Acontece — Ethan minimizou.

— Quantas línguas você fala? — Perguntou Leonard.

— Algumas. Português, inglês e francês são minhas línguas nativas. Aprendi algumas outras também.

— Você tem grandes talentos. — Levantando uma sobrancelha, Leonard perguntou: — Interessada numa parceria?

— Sua oferta é uma honra, mas já trabalho como advogada. — Ela piscou para Leonard.

— Onde você trabalha? — Perguntou Leonard.

— Trabalho com o Professor Holbrook.

— Do Holbrook and Barton? — Perguntou Leonard.

— Ah… sim. — Sophia parecia nervosa ao responder.

—Ele é meu amigo. Temos uma parceria. Onde Holbrook te encontrou? — Perguntou Leonard pensativo.

— Digamos que eu o achei — respondeu ela deixando a pergunta no ar.

— Está aqui a negócios? — Perguntou Ethan.

— Sim. Mas não posso falar sobre negócios, exceto com o cliente, Ethan — retrucou Sophia.

— Não pode ou não quer falar? — Insistiu Ethan.

— Ashford, você sabe que temos que seguir algumas regras — interveio Leonard.

— Ah, Allenthorp, às vezes, você é um chato — suspirou Ethan. — Você gosta de manter as coisas em segredo, não, Sophia? — Mulher misteriosa e sexy.

Sophia bebeu sua água e lambeu os lábios, usando o tempo para pensar numa resposta, totalmente inconsciente do efeito que tinha no homem à sua frente.

Ethan sentiu o sangue ficar mais quente nas suas veias e segurou com força o braço do seu assento.

Sophia brincou com uma mecha do seu cabelo, enrolando-a com seu dedo e apertou seus lábios levemente. — As coisas são mais excitantes quando mostradas aos poucos. As pessoas perdem o interesse rapidamente, quando são muito fáceis.

O voo não fora tão ruim quanto esperavam e eles aterrissaram no Aeroporto Internacional de Genebra cinquenta minutos após a decolagem. Correram para dentro do prédio rindo, toda a compostura esquecida ante o ar gelado. A temperatura havia caído para abaixo de zero e a neve já estava caindo.

— Então, posso te dar uma carona de volta a Londres? — Perguntou Ethan. — Saio amanhã às três, possivelmente quatro, se estiver bom para você.

— Não, obrigada, não se preocupe.

— Não gostou da minha companhia — ele a provocou.

— Não disse isso, Ethan. — Ela abriu um sorriso para ele. — Não retornarei amanhã. Tenho um monte de coisas importantes para fazer que vão tomar muito tempo.

— Você vai passar o final da semana aqui? — Ele a achou até mais bonita com as bochechas rosadas pelo frio. — Quando você volta? Posso esperar por você.

— Não, obrigada — disse ela com firmeza, mas com um sorriso charmoso. — Não quero atrapalhar. — Ela levantou a manga do terninho para olhar para a hora. — Tenho que ir.

A mão de Ethan segurou o punho dela gentilmente. — Gosto do seu relógio. O Santos 100 Esqueleto é uma obra de arte. — Ele virou o braço dela da direita para a esquerda. — Não é comum ver uma mulher usando esse tipo de relógio.

— E que tipo de relógio uma mulher deveria usar? — Perguntou ela, brincando.

Ele sorriu. — É que este relógio é muito masculino, muito grande para seu punho.

— Bem, eu geralmente uso relógios masculinos. — Ela retirou a sua mão da dele.

Ele a encarou. — Você é uma mulher ousada, não?

Sophia sorriu e disse: — Foi um prazer te conhecer, Ethan. Muito obrigada pela carona. — Ela pegou um cartão de visitas da sua carteira, mas recolocou procurando por um diferente.

Leonard segurou uma risada. Ela estava claramente despachando Ethan.

— Aqui. — Sophia deu um cartão para cada homem e guardou os que recebeu de volta na sua carteira. — Leonard, foi uma honra. Me liga semana que vem para almoçarmos. Você escolhe o lugar. Até breve.

Ela se virou e saiu.

Ethan ficou lá, olhando o suave balanço do quadril da Sophia, pensando nos muitos modos que ele a possuiria, nos muitos lugares: no avião, no seu escritório, na cama dele. Ele mudou o peso de um pé para o outro, tentando diminuir o desconforto entre as pernas.

O voo havia sido uma tortura. Sentado à frente dela, sentindo seu cheiro doce, querendo tocá-la, senti-la, prová-la e não podendo. Jesus. Ela é inteligente, esperta e linda; tenho que reconhecer, ela não é como as outras. E acima de tudo, tem fogo. Tenho certeza. Só não está aceso ou está abafado. Mas, eu sempre adorei brincar com fogo.

— Allenthorp — murmurou Ethan, balançando a cabeça levemente, tentando dissipar o fogo do desejo cobrindo seu cérebro.

— Sim? — Respondeu Leonard, notando a forma decidida que a mulher marchava pelos corredores do aeroporto de Genebra. Ele olhou novamente para o cartão e murmurou para si mesmo: — Estranho. O contato não é do Holbrook & Taylor.

— Ela vai voltar comigo. Vou cuidar disso — decidiu Ethan.

— Quer apostar? Mil libras que não — disse Leonard se divertindo.

— Feito — retrucou Ethan, socando levemente o braço do amigo. — Prepare o cheque.

A risada de Ethan ecoou no aeroporto de Genebra e cabeças se viraram para os homens de negócios, um loiro e um moreno.

Sim, adoro brincar com fogo.

2

Suíça, Genebra

Do lado de fora do aeroporto internacional de Genebra

8:17


Foi o destino eu ter encontrado Ethan Ashford. Com um sorriso nos lábios, Sophia andou em direção ao motorista que costumava contratar quando estava em Genebra. — Monsieur Didier, bonjour. Como está?

— Madame Leibowitz, bom dia. É um prazer vê-la novamente. — O homem de meia idade sorriu de volta. — Deixe-me ajudá-la.

Ele pegou sua bagagem de mão e foi para o estacionamento em direção a um Mercedes S600 Pullman Guard preto.

Sentando-se ao volante, ele perguntou. — Para onde, madame?

— Bem, ainda está cedo para a minha reunião, então pensei em fazer o check-in primeiro, monsieur. Meus irmãos chegaram?

Oui. Mademoiselle Valentina e Monsieur Santo chegaram ontem à noite. Eu mesmo os peguei no aeroporto.

— Ótimo — disse ela, então ligou para o celular do irmão.

— Oi, Irmãzinha. — A voz melódica de Felipe veio até ela.

— Felipe. — Sophia sentiu lágrimas encherem seus olhos quando ouviu a voz dele. — Acabei de chegar. Como estão você e Valentina? Por que você não me ligou ontem? Por que Carol não veio? Está gostando do hotel? Você já viu as plantas da casa? E as fotos?

— Como sempre, muitas perguntas. — Ele riu. — Sim, adoramos o hotel. Vimos as plantas – elas são sensacionais. Vimos as fotos e elas são nojentas. No entanto, Valentina e eu temos certeza de que podemos consertar e restaurar cada centímetro que foi redecorado. Carolina estava… ocupada. Nós não ligamos para você porque chegamos atrasados, estávamos cansados e com jet lag.

— Desculpe, mas é que estou tão animada em vê-los novamente que me esqueci.

— Acho que você está animada para comprar sua casa nova — brincou ele, rindo.

— Felipe! — Ela ouviu Valentina rindo ao fundo. — Diga a Val que depois que eu assinar a escritura, vamos esquiar por algumas horas. Chego aí em alguns minutos.

Parecia que havia anos desde que eles fizeram algo juntos assim. Sua família vivia espalhada pelo mundo agora.

Sophia relaxou no assento confortável, apreciando a vista.

Genebra era um dos seus lugares favoritos. A atmosfera, as ruas movimentadas e muitas praças sombreadas a convidavam a passear.

Ela adorava os contrastes da cidade, a maneira como permanecia inalterada ao lado do lago, o jato de água familiar jorrando pela bela coluna de água e a possibilidade de ver o Mont Blanc num dia claro.

Ela ainda se lembrava claramente da primeira vez que estivera em Genebra.

Fazia um mês da morte de seus pais, quando seus avós mandaram uma de suas irmãs, Carolina, e ela para um internato em Lausanne por um ano. Ela odiara a cidade naquela época, mas agora entendia que fora a melhor coisa que seus avós poderiam ter feito por elas.

Alguns minutos depois, Sophia estava saltando do carro em frente à antiga fazenda de vinhedos que havia sido transformada num hotel elegante e a mais nova de suas lindas irmãs gêmeas estava correndo em sua direção.

— Sophia! Como você está? — Valentina a beijou e se afastou para olhá-la. — Você está bem melhor. Parecia uma bruxa da última vez em Roma.

— Muitíssimo obrigada, irmã querida.

— Desculpe, amor. — Valentina sorriu e deu de ombros. — O que posso fazer se a verdade dói?

Ninguém diria que Valentina e Sophia eram irmãs. Sophia era morena e de estatura média, enquanto Valentina era loira, de olhos azuis, esbelta e delicada; uma cópia exata da mãe delas.

Sophia revirou os olhos para a irmã e puxou-a para dentro do hotel. — Felipe me disse que você gostou das plantas e que acha que pode consertar a casa.

— Sim — Sorriu ela. — Vou adorar trabalhar neste projeto, Sophia. Quero te mostrar nossas primeiras ideias.

— Onde está o Felipe?

— Na sua suíte, Sophia. Tem uma grande mesa de jantar. Estamos trabalhando lá desde ontem à noite.

Sophia parou Valentina com uma mão no braço e perguntou séria: — Como ele está?

Valentina franziu a testa. — Ele não fala mais dela, Sophia, mas está se sentindo torturado, assombrado. Você, melhor do que ninguém, sabe como é perder alguém que ama.

— Ele ainda se culpa?

Valentina examinou o rosto de Sophia. — E você, não se culpou?

— É diferente. — Ela piscou para afastar as lágrimas nos olhos e suspirou desanimada. — Felipe não poderia ter impedido a morte dela. O caminhão bateu no lado em que ela estava no carro. O cara dormiu ao volante. Ele não foi culpado, Val.

— Eu sei, eu sei. — Valentina deu de ombros. — Mas ele não sabe. As fotos dela ainda estão por todo o apartamento. Pior, a família de Renata liga pra ele o tempo todo. — Ela balançou a cabeça. — Acho que é difícil superar alguma coisa que continua na sua frente todo dia.

— Mesmo que não continue. — Sophia abaixou a cabeça. — Acredite em mim.

Na porta da suíte, Sophia fez uma pausa, usando o momento em que Felipe parecia estar absorto, fazendo anotações nas plantas espalhadas sobre a mesa de jantar, para observá-lo.

Ele poderia ter sido seu gêmeo se não fosse a diferença de idade de exatos seis anos e a enorme mecha de cabelo branco que manchava seus sedosos cabelos negros.

Sophia se lembrou de como ficou abalada quando a mecha apareceu depois do acidente de carro. O acidente também deixou uma fina cicatriz no lado esquerdo da testa, começando na linha lateral do cabelo e cortando até a sobrancelha, dando ao rosto bonito demais a aparência de um pirata sexy.

Quando mais jovem e solteiro, ele teve seu quinhão de mulheres. Elas costumavam cair aos seus pés. Agora que ele era viúvo, elas ainda o perseguiam, mas ele não estava mais interessado.

Quando ela entrou no quarto, ele olhou para cima. Ele se levantou abrindo os braços.

Sophia se jogou neles, abraçando-o com força.

— Tudo bem, Irmãzinha?

Emocionada, Sophia só pôde assentir com a cabeça. Ele era seu irmão favorito, seu amigo mais próximo. Nada parecia perturbá-lo, mas Sophia sabia que não era bem assim. Desde que seus pais morreram, ele aprendeu a disfarçar suas emoções muito bem. Depois que Renata faleceu, ele vestira uma máscara e só a tirava de vez em quando, com Sophia.

— Ei, tudo bem? — Ele olhou para ela, preocupado.

Com um último aperto, ela o soltou. — Sinto tanto sua falta.

— Deixa eu olhar para você. — Felipe avaliou Sophia, seus polegares secando as lágrimas dos olhos dela. — Hmm… muito melhor!

— Eu disse! — Valentina exclamou por trás dela.

Sim, eu pareço melhor do lado de fora. Sophia revirou os olhos e tentou mudar de assunto. — Gabriela manda beijos e abraços.

Felipe, como sempre, leu seus pensamentos. — E você, como está? A verdade, por favor.

Ela deu de ombros e se afastou. — Melhor, eu acho. Ajuda estar longe do Rio. Longe dos olhos, longe do coração, sabe?

— Verdade. — A dor que sombreava sua vida cintilou brevemente no rosto dele.

— E você? — Ela limpou a garganta. — Como vai?

— Bem. Trabalhando muito — respondeu ele. — Contratamos um escritório de advocacia. O negócio está realmente se tornando grande demais para apenas um pequeno departamento jurídico.

Se outra pessoa estivesse na sala, até mesmo uma de suas irmãs ou avó, ele nunca falaria sobre seus sentimentos. Sabendo que não ia receber a resposta que queria, Sophia virou-se para as plantas.

— Que bom. Fico feliz. Então, você acha que a casa é uma boa pechincha? Quanto tempo vai demorar todo o trabalho? Qual é a estimativa?

— Meu Deus, Sophia, devagar — disse Valentina. — Não sei por que você está sempre com tanta pressa. Essas coisas levam tempo.

— A vida é muito curta para se perder tempo, minha querida. Um dia você aprenderá isso. Você é jovem demais para entender.

— Muito jovem? Sophia, eu tenho quase dezessete anos.

— Uma mulher muito, muito velha — brincou Felipe.

— Talvez eu é que seja muito velha — Sophia suspirou.

— Ei! Só quero ver sorrisos neste fim de semana — ordenou Felipe.

Pare de choramingar, Sophia. Ela deu-lhe um sorriso brilhante. — Sim, senhor.

O Grand Hotel Kempinski, Genebra

Numa sala de reunião

12:54


A imagem de Sophia assombrava Ethan enquanto ele sonhava acordado. Mmm, sua boca é um delicioso tom de vermelho. Seu cabelo cai pecaminoso sobre seus seios. Aposto que eles enchem minhas mãos…

— Sr. Ashford, você não concorda que esta nova virada de eventos na guerra do Afeganistão exige um adiamento de três ou quatro meses para começar nosso primeiro pagamento? — Disse o chefe da equipe árabe do outro lado da mesa. — Sabemos que sua remessa chegará a tempo. Não sabemos se fabricaremos, entraremos em contato e distribuiremos nossos produtos no tempo esperado, portanto, precisamos atrasar nosso primeiro pagamento.

— Oh, sim…

— Desculpe-me, senhores — Leonard interrompeu Ethan. — Preciso de um momento com meu cliente. Sr. Ashford, poderia me seguir?

Quando ele fechou a porta da sala menor, Leonard sibilou: — O que está acontecendo com você hoje, Ashford? Que merda! Estou conduzindo esta porra de reunião sozinho por pelo menos duas horas.

Ethan fez uma careta. — Sinto muito, Allenthorp. Minha cabeça estava em outro lugar.

— É a mulher, não é? Ela é uma distração e tanto. — Uma pequena carranca cruzou o rosto de Leonard. — Mas não podemos nos permitir distrações aqui. Agora, sobre a negociação, você sabe como esses caras estão prestes a empenhar honra e blá, blá, blá. Quantos meses você está disposto a dar a eles?

— Vamos dar dez dias. Claro, eles vão negociar por mais. Eu não posso dar mais que um mês. Tenho certeza de que eles ficarão satisfeitos com isso.

— Aposto que sua distração vai estender a reunião por pelo menos vinte e quatro horas. — Ele colocou a mão na maçaneta da porta, mas não a abriu. — Esqueça ela por algumas horas. Não me responsabilizo por nenhum problema novo. Vamos terminar logo com isso.

No Quai General Guisan

13:37


Sophia apertou a mão do Sr. Brenton do lado de fora do banco. — Foi um prazer fazer negócios com o senhor.

— O prazer foi meu, mocinha. E, por favor, se você estiver com Juliette… — Ele desviou os olhos por um segundo. — Não mencione como e onde terminamos nossa transação. Ela só sabe sobre a primeira parte do pagamento que você fez em Londres. E nós assinaremos o divórcio amanhã, então…

— Não se preocupe.

— Desejo-lhe felicidades em sua nova casa.

Sophia ficou olhando enquanto o homem bem mais velho entrava no carro dele, flocos de neve caindo delicadamente no chapéu de feltro cinza que ela usava. Quando o carro dobrou a esquina, Sophia virou-se para Felipe e exclamou: — Consegui!

— Parabéns. Agora é melhor você me levar para um restaurante. Estou faminto.

— Não se preocupe. Fiz reservas para nós no L’Auberge du Lion d’Or e pedi um champanhe Krug especial.

— Mmm! Felipe, prepare-se. Sophia escolheu bem — disse Valentina atrás deles.

Sophia se virou e abraçou a irmã, feliz demais para se importar se estivesse fazendo uma cena.

Já era hora de parar de se esconder e começar a viver sua vida.

Ou iniciar uma nova.

Ninguém mais poderia fazer isso por ela.

3

Aeroporto Internacional de Genebra

Sábado, 17 de outubro de 2009

18:00


— Eu não acredito nisso. Não acredito. — Sophia balançou a cabeça, perplexa. — Recebi uma mensagem e um telefonema de sua empresa dizendo que nosso voo tinha sido alterado para oito horas da noite por causa do clima.

Je suis desolée. Seu voo já partiu.

— Você sente muito, o cacete — ela escutou Valentina murmurar em português atrás dela.

Sophia pegou o iPhone da bolsa e mostrou à atendente a mensagem. — Então me transfira para outro.

— Você me deve mil libras, Allenthorp. — Ethan observava a cena de um assento a poucos metros de distância.

— Não, não devo. Nossa aposta não incluiu você trapaceando, nem forjando mensagens falsas da companhia aérea. Às vezes, não sei como você pode viver consigo mesmo, Ashford.

— Vejo que você nunca leu o Dell’Arte della Guerra de Maquiavel. — Ele franziu as sobrancelhas levemente, lembrando as palavras exatas. — Ele ensina: "Apesar da fraude em todas as outras ações ser odiosa, na guerra pode ser louvável e gloriosa. E: Aquele que supera seus inimigos por estratagema é tão louvável quanto aquele que os supera pela força." Apesar de ela não ser inimiga, eu segui as instruções dele ao pé da letra.

— Se você não notou, ela não está só. — Leonard estava visivelmente irritado. — E se ela descobrir sua armação?

— Outra citação de Maquiavel para você, Allenthorp: Todos os cursos de ação são arriscados, então a prudência não está em evitar o perigo, mas em calcular riscos e agir de forma decisiva.

— Eu simplesmente não concordo com o modo como as crenças de Maquiavel são aplicadas aqui. Nem sempre os fins justificam os meios.

— Bravo, Allenthorp. Um verdadeiro advogado falando. Agora não seja um moralista chato. Temos uma carona para oferecer. — Ele levantou-se e foi falar com Sophia.

A atendente terminou de digitar e olhou para Sophia. — Não há mais voos esta noite, madame. Desculpe-me novamente.

— Isso não está acontecendo. — Sophia balançou a cabeça.

Felipe pôs a mão no ombro de Sophia. — Tudo bem, Irmãzinha…

— Parece que eu tenho que resgatá-la novamente, minha cara. — Uma voz profunda veio de trás de Sophia.

Felipe, Valentina e Sophia se viraram e viram Ethan e Leonard no canto do balcão.

— Ethan! — Ela sorriu para ele. — Que coincidência. Pensei que você fosse voltar ontem.

— Não. A minha reunião terminou apenas esta manhã. E convenci Allenthorp a se juntar a mim para almoçar no L’Auberge du Lion D’Or.

— Hmm. Fomos lá na quinta. — Ela assentiu distraidamente. — Deixe-me apresentar, estes são Felipe e Valentina, meu irmão mais velho e irmã mais nova. — Ela acenou para Felipe e Valentina. — Leonard Allenthorp, o Duque de Galewick, e o Sr. Ethan Ashford.

Leonard imediatamente interveio: — Ah, não, por favor. Não há motivo para formalidade. — Ele estendeu a mão para Felipe. — Leonard Allenthorp. Como vai?

— Prazer em conhecê-lo — respondeu Felipe, apertando a mão de Leonard. — Sr. Ashford.

Os homens cumprimentaram Valentina.

— Então, Sophia, pronta para outra carona? — Perguntou Ethan.

— Outra carona? — Felipe olhou para ela, surpreso.

— Meu voo foi cancelado devido a uma tempestade de neve. Ethan me deu uma carona, salvando meu

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