O Que Você Quer Ver
De L.P. Masters
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Sobre este e-book
Olhe para dentro da sua alma. O que você vê? O que você quer ver? Um astronauta tentando sobreviver em Marte. Uma mulher presa em um loop eterno de morte. Um navegante salvo de um afogamento, preso para sempre em um lugar embaixo d’água. Esta coleção de histórias irá lhe surpreender e assustar. Mas não se preocupe, não assustará muito; não deveriam assustar muito. Além disso, é apenas o que você quer ver.
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O Que Você Quer Ver - L.P. Masters
O Que Você Quer Ver
Uma Coleção de Histórias Curtas Arrepiantes
Por L.P. Masters
Copyright © 2017 by L.P. Masters
Auto-Publicação
Spokane, WA 99207
Cover Photo © 2017 L.P. Masters
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Este livro contém material protegido pelas leis e tratados internacionais e federais de direitos autorais. Qualquer reimpressão ou uso não autorizado deste material é proibido. Nenhuma parte deve ser reproduzida ou transmitida, de qualquer forma, ou através de qualquer meio, seja eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer sistema de armazenamento e recuperação de informações, sem a expressa autorização por escrito do autor/editor, exceto por um revisor que deseja citar breves passagens relacionadas a uma revisão escrita para inclusão em uma revista, jornal, blog ou transmissão.
Esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, é pura coincidência.
Produzido nos Estados Unidos da América
PRIMEIRA EDIÇÃO EM PORTUGUÊS
ISBN: 978-0-9982989-4-8
Prefácio
Esta é uma coleção de histórias curtas, curtinhas e curtíssimas. Algumas tão curtas que cabem em nove palavras. Porém, não apenas passe por essas histórias ultra curtas. Pare um momento e pense sobre elas. Considere o título parte da história. Elas tem muitos temas implícitos ligados à elas e, algumas vezes, um mistério que pode ser descoberto se você pensar o suficiente a respeito.
Eu gostaria de um momento para falar sobre a questão de gêneros. (Alguns trocadilhos aqui). Enquanto todas as histórias compartilham de uma característica, abordarem um tema um pouco arrepiante ou assustador, há uma mistura de gêneros. Há algumas histórias de ficção científica, pois sendo franca – ficção científica é o amor da minha vida. Há outras histórias paranormais. Mas também, muitas histórias contemporâneas que não se encaixam em um gênero específico. Foi apenas quando entrei para a faculdade e tive uma professora malvada de escrita criativa, que percebi que poderia escrever em qualquer gênero que a história precisasse ser escrita, e a partir daquele momento descobri que a maioria de minhas histórias curtas tendem a ser direcionadas para o lado contemporâneo das coisas.
Eu espero que gostem desta coleção e não esperem algo terrivelmente assustador. Eu não sei lidar com o que é assustador, desta forma as histórias são mais arrepiantes do que assustadoras. Agradeço a leitura e se gostarem da coleção, e acharem pertinente, deixe um comentário junto ao vendedor ou onde o livro foi adquirido. Eu amo receber opiniões dos leitores também, portanto sinta-se a vontade para enviar um e-mail para leann@lpmasters.com em caso de algum comentário ou questionamento, ou visite minha página na internet em www.lpmasters.com.
O Navegador Cego
Minha vida girava em torno de vozes agora, desde o acidente que tirou minha visão. Eu geralmente escutava a tagarelice no escritório enquanto trabalhava, mas agora não há mais papo. Eu mal consegui ouvir Julia e Simon enquanto eles sussuravam do outro lado do meu cubículo.
Eu recebi informações em meu telefone por um segundo,
disse Julia. Eles dizem que são alienígenas.
Eu pude sentir a descrença naquilo. E também não poderia julgar. Eu não queria acreditar nisso também, mas de algum modo acreditei.
Como assim, alienígenas?
Simon manteve sua voz baixa, mas era quase como se estivesse gritando.
O que mais poderia ser?
Uma queda de energia.
Julia suspirou como se fosse responder em seguida, mas um grito soou do outro lado do escritório. Um corpo caiu ao chão e o grito parou por um segundo com o barulho do impacto. Começou novamente junto ao barulho das mãos das pessoas batendo nas beiradas das divisórias dos cubículos, tentando não serem arrastadas para longe.
Meu coração batia tão forte em meu peito que pensei que iria vomitar. Eu podia sentir a ansiedade subindo de novo, o que certamente culminaria em um ataque cardíaco. Estando preso em um escritório com alienígenas correndo por todos os lados, levando pessoas, não era a melhor hora para iniciar uma hiperventilação.
Apelei ao meu mantra.
Apenas feche os olhos.
Finja que isso tudo é normal.
Não importava o quanto eu mordesse meus lábios, eu sabia que aquilo não era normal. Não importava quantas mentiras quisesse me contar, o fato de que quando abrisse os olhos o mundo continuaria escuro não mudaria.
A voz estremecida de Julia tirou-me dos meus pensamentos. Nós temos que sair daqui. As escadas estão logo ali, virando o corredor.
Hesitação. Simon balançava a cabeça. Mesmo Simon estando do outro lado da divisória do cubículo, e eu não poder vê-lo, nem mesmo se estivesse ao meu lado, outra parte da minha mente começou a se manifestar desde que fiquei cego. Eu desenvolvi o que gosto de chamar de meu sentido do pensamento,
que compreende como as coisas são, com o que elas se parecem, como as pessoas se sentem. Eu podia sentir as pessoas ao meu redor, mesmo que não pudesse vê-las.
É mais seguro ficar aqui.
Eu não vou ficar,
disse Julia. Ela se moveu pelo cubículo e então saiu.
Um pouco depois, ela começou a gritar. Imagens de terror, horror, aranhas e coelhinhos passavam pela minha cabeça. Nada disso fazia sentido. Assim que os gritos de Julia cessaram, Simon foi agarrado. Ele comeceu a gritar palavras obcenas com toda a força.
Apenas feche os olhos. Feche os olhos.
Não importava. Nada disso era normal, e nem fechar meus olhos ajudaria. Eu continuava imaginando aranhas de um metro. Elas tinham oito membros, mas caminhavam em quatro e usavam os outros quatro membros como braços. Pele grossa, como a de um lagarto, mas com manchas como as de um pelo macio de coelho em partes do corpo.
Eu percebi que estava segurando minha respiração. Respire, eu dizia a mim mesmo, mas ainda não o conseguia fazer direito. Minha garganta estava totalmente fechada. Eu mal conseguia sugar ar o suficiente para me manter consciente. Estava tonto, ou por medo ou por falta de oxigênio.
Eu ouvi um barulho de tique-taque bem do lado de fora do meu cubículo e desejei estar respirando corretamente até aquele ponto. Eu segurei de novo, com medo de que qualquer som que eu fizesse fosse detectado. Eu fiz tudo que podia para calar meu sentido do pensamento. Eu já tinha visto
esses caras muitas vezes, eu não queria me conectar a um deles quando