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A Reescritura poética de Manoel de Barros
A Reescritura poética de Manoel de Barros
A Reescritura poética de Manoel de Barros
E-book258 páginas3 horas

A Reescritura poética de Manoel de Barros

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Sobre este e-book

O harmonizar de explicações, afirmações, fatos ou evidências, por meio da reflexão sobre o universo de um sujeito lírico presentificado na imagem peculiar que se mostra escondendo-se, é uma das portas que se oferece ao leitor neste trabalho realizado pela professora e pesquisadora Vanderluce Machado ao tomar como objeto de estudo a poesia de Manoel de Barros.

Neste esforço crítico, destaca-se a busca por revelar um processo de escrita que vai muito além da repetição/reescritura dos poemas do primeiro livro do poeta, Poemas concebidos sem pecado, datado de 1937. Na sua incursão fundamentada e plausível pela poesia de Manoel de Barros, a autora defende que os vocábulos ressignificam em obras posteriores, ou seja, "significam novamente, haurem sentidos novos" e, por isso mesmo, humanizam em sentido profundo, porque fazem viver as sensações ali existentes com mais força de representação do que os fatos que a geraram.

Em outras palavras ainda, a profusão de imagens que se apresenta ou se revela aos poucos ao leitor, mas que, ao mesmo tempo, esconde-se nas veredas de um "poetar" empreendido como se fosse "coisa menor", é desvendado ou dado à vista pelo estudo que ora se apresenta e, assim sendo, este submete-se ao exame e à apreciação tanto de estudiosos quanto daqueles que contemplam a produção intelectual de Barros. Enfim, um olhar sobre os possíveis efeitos de sentido contidos nos versos do poeta que afiança: "Tudo o que não invento é falso".

Prof. Dr. Aroldo José Abreu Pinto
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de jan. de 2016
ISBN9788581929613
A Reescritura poética de Manoel de Barros

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    A Reescritura poética de Manoel de Barros - VANDERLUCE MOREIRA MACHADO OLIVEIRA

    Editora Appris Ltda.

    1ª Edição - Copyright© 2017 dos autores

    Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.

    Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98.

    Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores.

    Foi feito o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nºs 10.994, de 14/12/2004 e 12.192, de 14/01/2010.

    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO LINGUAGEM E LITERATURA

    Ao Igor Paulo e ao Paulo.

    AGRADECIMENTOS

    A minha mãe, pela sabedoria na simplicidade.

    Ao meu pai, que na minha infância entoava I Juca Pirama, me fazendo tomar gosto pela musicalidade das palavras.

    Ao Paulinho, pelo amor, confiança e cumplicidade.

    Ao Igor Paulo, meu tudo, minha vida.

    A Ana Carla, por ser delicada como as flores.

    A Madalena Machado, pela confiança e solicitude.

    A Orceny, Leidiane e Lucas, pelo afeto.

    A Anna Clara, com quem aprendi a desver o mundo, No Piauí no Ceará na Alagoas macaco voa.

    A Valdirene, Antonio, Daniella e Eduardo, pelo carinho.

    Ao Alex Sandro pela tenaz escuta.

    E à imensidão que provém de Deus.

    Tudo o que não invento é falso.

    (Manoel de Barros)

    PREFÁCIO

    A POESIA EM MATO GROSSO, CANTOS E ENCANTOS DA LITERATURA BRASILEIRA

    Profa. Dra. Madalena Machado

    UNEMAT

    A reescritura poética de Manoel de Barros, de Vanderluce Moreira Machado Oliveira, é o resultado de uma pesquisa minuciosa com a obra do poeta mato-grossense Manoel de Barros (1916-2014). Neste trabalho, a autora investe criticamente no sentido de comprovar que a reescritura do livro inaugural de Barros, Poemas concebidos sem pecado (1937), é um procedimento estético utilizado pelo poeta. O diferente nascido do mesmo, artifício usado por Barros, quando observado de maneira apressada e com poucos recursos técnicos, gera incompreensões e/ou desmerecimento naquela poesia. É no intuito de comprovar o contrário dessa postura pouco crítica que os esforços interpretativos de Vanderluce Machado se concentram. A reescritura poética de Manoel de Barros contribui de modo bastante significativo à crítica literária brasileira ao se ocupar de um poeta, detentor do domínio técnico, pleno no projeto estético, reconhecido de público e crítica.

    Além de um pensamento próprio acerca da obra literária de Manoel de Barros, o leitor, especializado ou não, é conduzido de forma segura aos meandros da poesia com sensibilidade e domínio tanto da forma quanto do conteúdo. O estranhamento, caro aos estruturalistas, aparece em cada palavra retirada da frieza do dicionário e subvertida por meio do brincar com os vocábulos, dentro da poética de Barros. A autora também aponta no poeta não somente o homem que valoriza a natureza, o pantanal como leitmotiv de sua escrita poética, mas sobretudo o criador no sentido mais valorizado pela poesia. Aquele que busca na fonte, no mostrar que se esconde, um gesto no qual a repetição gera o novo, mostra o que o óbvio suplantou; sugere, desta maneira, um viés pós-estruturalista. O artesão das palavras também não se furta à visão do seu tempo, um olhar crítico sobre um modo de ser em tempos de consumo desenfreado, daí a valorização dos restos da sociedade, o mendigo, o louco de beira da estrada, a prostituta, o velho e o menino.

    Vanderluce leva o leitor a uma leitura crítica sem preciosismos, chegando a uma compreensão aprofundada da poesia desde Aristóteles, Horácio, Hugo Friedrich, se posicionando teoricamente sem esquecer da ligação intrínseca com a obra literária. De modo que a leitura deste livro não se faz cansativa, cheia de uma verborragia técnica; é, antes, com a suavidade do texto poético que o leitor se entretém. Na comparação que a autora faz com os modernos, em especial Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade, Barros ganha vulto na poesia. A dicção poética de Barros cristaliza, de acordo com os pressupostos argumentativos da autora, uma realização técnica apenas almejada no modernismo brasileiro. O que antes era apenas ansiado, o lirismo dos loucos por exemplo, em Barros se corporifica. O louco ganha voz, tem história, memória, diz por si mesmo sem a interferência de um sujeito poético orquestrado por outro.

    Desde os temas comuns que unem aqueles poetas, até a preocupação com a criação artística, o recorte principal de analogia recai na presença do sujeito lírico, pinçado pela memória no período da infância. Na perspectiva da autora, Barros se sobressai aos poetas modernistas na medida em que, ao invés de falar pelo menino, troca de lugar com ele, cede a voz, prevalecendo uma liberdade inusitada, já que temos o olhar da criança transvendo o mundo. É nessa realização pessoal de Barros que a repetição ganha relevo, no que germina o diferente como fator positivo da poética barreana.

    No processo de reescritura do livro Poemas concebidos sem pecado, conforme a autora defende, encontramos os mais variados aspectos, os que mais se destacam são: rítmico, sintático, campo semântico da natureza, desenhos verbais, intertextos bíblicos, reiteração de figuras, prefixo des, linguagem infantilizada, etc. Imagens encarecidas da infância, adolescência, memórias em luta contra o tempo estampadas na figura do menino, o mendigo, o avô, ilustram o diferente a ser captado nos traços líricos de Manoel. Nisto se firma sua poética, inventiva, madura, singular para a literatura brasileira.

    O livro A reescritura poética de Manoel de Barros, além de diagnosticar o mérito criativo de Barros, haurido do processo de ressignificação da própria obra, também se destaca pela capacidade de enxergar para além do que seria mera cópia, os sentidos novos, repensados como a própria vida. Na poética que foge aos ditames da lógica, é possível encontrar o diálogo que a universaliza seja com Proust, Rimbaud, Flaubert, Dostoiévski, a Bíblia, entre outros. Diálogo que produz humor, reflexão, ironia, subversão, tudo extraído do que seria obviedade, mesmice; Vanderluce consegue sublinhar o inusitado, o talento poético de Barros. Tanto é assim que boa parte da sua pesquisa é dedicada ao entendimento de como se dá a escrita/reescrita da poiesis em Barros, quais elementos são valorados, como surge a força de fonte para que a poesia aconteça.

    As imagens em Barros são um capítulo à parte no livro da autora. Não somente porque enraizado no poder da poesia de suscitar o lado imaginário humano, expresso na escrita literária, mas por ser revelação, descoberta, que faz o sujeito poético ser quase palpável, transbordante de vida. Assim encontramos a leitura exemplar de poemas como Cabeludinho, realizado de maneira modelar por Vanderluce. Das coisas miúdas, os homens comuns, sua rotina sem grandes atrativos, brota o interesse na arte poética de Barros. Ficamos sabendo ainda junto à perquirição da autora que Barros submete-as a um novo contexto imaginativo, daí seu valor estético, caso contrário não seria atrativo à poesia; é a chamada transvisão, de acordo com a linguagem poética do escritor. Na capacidade imaginativa dessa poesia, temos o processo desencadeado com sua leitura, qual seja, o dar a pensar, o sonho, o que beira a irrealidade, devaneio, o algo a mais ligando acontecimentos presentes ao passado. Para tanto, não se desvinculam perceber e imaginar afim com a força prospectiva da imaginação. Lembrando ainda que as imagens atuam de modo subvertido, irregular, chegando, inclusive, ao patamar de desenhos verbais.

    A repetição enquanto elemento sofisticado na poesia de Barros é apontada mediante razões temáticas e formais. Distante do que poderia ser quantificado no aspecto formador de sua escrita poética, revela-se, por outro lado, um domínio da criação artística. A atitude lírica assumida no ato de revisitar a obra anterior, evoca um novo sentido à arte de poetar; então a repetição é vista como disfarce e deslocamento na poesia de Barros. Para dar conta desta singularidade do poeta, a autora com argúcia junto à voz lírica destrincha o emaranhado de múltiplas sensações que a poesia pode desencadear. Ainda assim, adotando o ofício do poeta conforme ele próprio, o de brincar com as palavras.

    À medida que a leitura de A reescritura poética de Manoel de Barros avança, o leitor aos poucos é apresentado à preocupação central de Barros na escrita/reescrita: o homem e a natureza. Imbricados, em transformação, ambos formam o movimento captado com o olhar atento da pesquisadora para aquilo que Barros faz com o verso. Situado em contexto diferente mas com o vigor de que só a natureza testemunha, o homem, na literatura de Manoel de Barros, vive em meio à liberdade, seu principal motivo de ser. Com a palavra que cria a imagem, o poeta a sobrepõe, muitas vezes, no ato de repetir um verso, surpreende ao alterar seu significado. É da metamorfose, da modificação que se nutre o ato de rasgar os sentidos usuais das palavras, numa referência à gênese do que se entendia por verso – comparado ao ato de arar a terra, no seu ir e vir constante – do que a repetição germina o novo. Interessante retomar a conclusão da autora para o que a reescritura instaura, problematiza toda uma tradição da escrita.

    No âmbito da renovação da linguagem poética a que se presta Manoel de Barros, assim nos informa a autora, a utilização do poema em prosa para além do que foi trabalhado no simbolismo francês, utiliza elementos da narrativa, mexendo, remexendo com as instâncias da poesia no seu desejo de alcançar a visão fontana das coisas. Pelo fato da revisitação constante à obra anterior feita pelo poeta, sua literatura tem um caráter de inacabamento. À beira de um tempo mítico, o que se repete propicia visão crítica, é como se o passado fizesse enxergar de modo mais apurado o presente. Resulta disso a preocupação de Barros em limar o verso, burlar as convenções da escrita que é aprendizado, reescrevendo-a num processo contínuo de se reinventar.

    Em Barros, falar do que é simples, o banal, coisas e pessoas desimportantes, é recorrente. Na construção poética, a clareza, o dia, presentes na escrita, equivalem ao cuidado com a forma associado à força de Apolo, assim como o embriagar das emoções com Dionísio, o louco, o mendigo, o andarilho, na poesia barreana questionam o que realmente tem valor para a sociedade. Nisto se configura o pensar poético de que essa literatura propicia. Temos, então, um confronto direto entre a percepção ensinada/aprendida em detrimento da razão. Seres poéticos que dão vida a este pensar são o menino, andarilho e pássaro no que tem de retorno à linguagem primitiva, ocasionando a ressignificação.

    A poesia de Barros transforma a vida num gesto de pensar que pensa diferente. Rompe com o pensamento linear ligado ao clássico; sua poesia não é para ser compreendida, mas sim incorporada; não se pode reduzi-la aos ditames da razão. Há um verdadeiro pacto com o leitor para que este acompanhe sua poesia abandonando o que a lógica do mundo lhe cobra. Além do mais, que desconfie do que é aparentemente fácil ou inextricavelmente difícil, não ficar atrelado a conceitos estabelecidos, por outra perspectiva, abrir-se às emoções. Assim, o trabalho de Barros com a linguagem é apresentado pela autora, no que respeita à escrita/reescrita de sua obra: que o leitor atente às retomadas das obras iniciais, especificamente aos significados novos que ele propõe para a obra atual. Nisso, a leitura do livro A reescritura poética de Manoel de Barros permite afirmar da poesia em Barros que é ancoragem para ilogismo, imaginação, criação e recriação.

    A natureza tão presente na sua poesia é reveladora, demonstra a fusão entre eu e outro. Faz, inclusive, repensar o valor utilitário das coisas. Barros, na tentativa de chegar à fonte, o desejo de monumentar as coisas, os seres pequenos, o sem serventia, promove o diálogo com os clássicos, transgride e reestrutura a norma, criando múltiplos arranjos para aquilo que fora ossificado. No ato de revitalizar a palavra, a linguagem se põe em movimento. Repetir em Barros é andar para a frente, é devir. A vida tão pulsante no Pantanal, que renasce, recria de modo constante, serve a Barros como motivo de comunhão entre homem e natureza. Algo propício de aflorar o pensamento crítico no leitor diante do contemplado. Na medida em que a leitura desta literatura leva ao confronto direto ao que a sociedade de consumo vê como resto, lixo, digno de desprezo, Barros dá um arranjo a esta ideia no momento em que instiga a indignação, reitera aspectos da degradação humana. Logo, promove o desvelamento do humano através da natureza. Na fonte não há mais o cristalino dos nomes, por isso é constante o fato de desnomear todas as certezas. Se existe a preservação do tema das obras iniciais, o cuidado com a forma até chegar em versos prosaicos, vem promover o aspecto da transitoriedade para a ressignificação que é vida, é poesia.

    CRONOLOGIA DA OBRA DO AUTOR

    Poemas concebidos sem pecado − PCSC − 1937

    Face imóvel − FI − 1942

    Poesias − P − 1956

    Compêndio para uso dos pássaros − CPUP −1960

    Gramática expositiva do chão − GEC − 1966

    Matéria de poesia − MP − 1970

    Arranjos para assobio − APA − 1980

    Livro de pré-coisas − LPC − 1985

    O guardador de águas − OGA − 1989

    Poesia quase toda − PQT −1990

    Concerto a céu aberto para solos de ave − CCAPSA − 1991

    O livro das ignorãças − LI − 1993

    Livro sobre o nada − LSN − 1996

    Retrato do artista quando coisa − RAQC − 1998

    Exercício de ser criança − ESC − 1999

    Ensaios fotográficos − EF − 2000

    Poeminhas pescados numa fala de João − PPNFJ − 2001

    Tratado geral das grandezas do ínfimo − TGGI − 2001

    O fazedor de amanhecer − O FA − 2001

    Cantigas por um passarinho à toa − CPT − 2003

    Memórias inventadas: a infância − MIF − 2003

    Poemas rupestre − PR − 2004

    Memórias inventadas a infância – MII – 2003

    Memórias inventadas: a segunda infância − MISI − 2006

    Memórias inventadas: a terceira infância − MITI − 2008

    Menino do mato – MM – 2010

    Poesia completa – PC – 2010

    Escritos em verbal de ave – EVA – 2013

    SUMÁRIO

    INTRODUÇÃO 

    CAPÍTULO I

    PERCURSO CRÍTICO: 

    LEITURAS SOBRE A POÉTICA BARREANA 

    CAPÍTULO II

    MEMÓRIA INVENTIVA: EVOCAÇÕES POÉTICAS EM 

    MANOEL DE BARROS, DRUMMOND E BANDEIRA 

    CAPÍTULO III

    EFEITOS ESTÉTICOS DA REPETIÇÃO NA LÍRICA DE 

    MANOEL DE BARROS 

    3.1 Origem do Sujeito Poético: Cabeludinho 

    3.2 Série desenhos verbais: Ut pictura poiesis 

    3.3 Série Intertextos Bíblicos 

    3.4 Série Reiteração de Figuras 

    CAPÍTULO IV

    RESSIGNICAÇÃO E HUMANIZAÇÃO: O SIGNO 

    DA ARTE EM MANOEL DE BARROS 

    CONSIDERAÇÕES FINAIS 

    REFERÊNCIAS 

    INTRODUÇÃO

    Manoel de Barros (1916-2014) foi um caso peculiar na poesia da atualidade; na construção de sua lírica adotava como procedimento estético recortar o mundo pela ótica da criança, do andarilho e do pássaro. A produção literária desse autor presentificava as memórias da infância vivida no Pantanal matogrossense, local este que usou como metáfora para falar sobre o homem simples, de espírito livre, aquele que não está alienado no mundo das regras e das convenções. Para isso o autor tematizou o pássaro, o andarilho, a terra, o sapo, a água, a pedra, enfim, coisas e seres comuns do lugar e do tempo em que viveu a infância.

    Ao usar o Pantanal como mote poético, o autor evidenciava o caráter transformador da poesia, dado que o Pantanal um lugar natural e constante. Passa por efeitos naturais tais como longos períodos do ano submerso em águas durante a época das enchentes e outros períodos de seca, o que dificultam a sua degradação, devido à ação destrutora do homem, por isso sempre ressurge com sua beleza e imponência natural. Assim, semelhante a este espaço é a poesia desse escritor brasileiro: transformadora, enigmática, ambígua; por meio de uma linguagem aparentemente simples ao estilo da linguagem coloquial, temos uma produção poética original, de ruptura, que confunde a crítica.

    Tomei o cuidado para não limitar a poesia do escritor ao localismo, isto pelo fato de ele cantar coisas ligadas à região onde nasceu como metáfora para falar do ser humano. Sua poesia é, na verdade, universal,

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