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Plantão psicológico com famílias
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E-book126 páginas1 hora

Plantão psicológico com famílias

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Sobre este e-book

Plantão psicológico com famílias: pausa para reflexões possíveis tem por objetivo refletir sobre a experiência de psicólogos plantonistas que realizam atendimentos no Laboratório de Estudos em Fenomenologia Existencial e Prática em Psicologia (Lefe), na Universidade de São Paulo, propondo uma modalidade de atendimento: o Plantão Psicológico com grupos familiares. Ao longo do livro, desenvolve-se uma descrição dessa abordagem realizada na perspectiva fenomenológico-existencial, uma leitura da evolução dos modos de ser família e as possibilidades de cuidados oferecidos às famílias nos dias atuais. A análise das entrevistas, realizadas com psicólogos plantonistas, foi efetivada a partir de uma visão da Teoria Sistêmica, articulando-se alguns elementos apresentados em cada narrativa e expressando uma compreensão aproximada dos aspectos de outros diálogos. Tudo isso foi reunido sob uma nomeação significativa na direção da experiência vivida pelos plantonistas, constituindo categorias que se conciliaram com leituras teóricas. Sendo assim, esta obra aborda a prática exercida pelo psicólogo e as definições referentes a todas as suas possibilidades, principalmente se consideradas as novas demandas sociais, tornando-se leitura fundamental a todos que buscam conhecer alternativas ao fazer tradicional da psicologia.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de jan. de 2017
ISBN9788547305406
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    Plantão psicológico com famílias - Tiago Yehia de la Barra

    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO PSI

    A Lucy (in memoriam) e Yvette,

    que sempre forneceram a sombra necessária

    para eu continuar minha caminhada.

    O ser participa da formação de seu futuro, em virtude de sua capacidade de conceber e reagir a novas possibilidades e trazê-las para fora da imaginação, experimentando-as na realidade.

    (Rollo May)

    PREFÁCIO

    Escrever um prefácio é abrir um caminho para a possibilidade de leitura de uma obra. É assim que espero que essa escrita seja considerada: um prefácio de um livro que pretende apresentar outras possibilidades de prática psicológica na contemporaneidade. Ou, então, este texto poderia iniciar-se com as palavras de próprio autor desse livro:

    O psicólogo vai para a prática com um conhecimento fragmentado e a expectativa de uma clínica tradicional, dualista e privada, muito afastada das necessidades atuais da comunidade. O psicólogo, quando lançado a uma modalidade que rompe com aquilo que para ele é conhecido, precisaria ter abertura e disponibilidade para lidar com a angústia, abrindo-se para novas possibilidades do seu fazer. (BARRA, 2012, p. VIII).

    Tendo, desde o início de sua formação profissional, dirigido seus interesses para questões ao psicodiagnóstico tradicional com crianças e seus desdobramentos para uma posterior orientação à família, que assomou o presente trabalho para explorar outras possibilidades dessa prática psicológica, dado o contexto atual. Foi perseguindo esse questionamento que o trabalho foi desenvolvido, a partir de inquietações surgidas nos idos dos anos 90 com as políticas públicas nos campos da saúde e da assistência social. Ou seja, os aportes do Psicodiagnóstico Interventivo e da Terapia Familiar Sistêmica fizeram com que o olhar do psicólogo também se voltasse para o sistema familiar, incluindo os responsáveis no trabalho a ser desenvolvido.

    Percorrendo a prática do Plantão Psicológico, criada em 1969 no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, o autor discorre sobre o desenvolvimento dessa modalidade de prática, principalmente, quando em intervenções em instituições. Com clareza e acuidade, discute suas particularidades e seus pressupostos para apresentá-lo como possibilidade exequível tanto em educação quanto em saúde no que tange à formação de psicólogos.

    A seguir, percorre a teoria sistêmica para intervenções com famílias, apontando sua pertinência para intervenções clínicas junto a usuários do sistema público de saúde e assistência social. Discutindo as articulações entre família e sociedade, dá a ver, pela etimologia, como essas denominações implicam no modo humano de ser em convivência no mundo. Ou seja, para além da linhagem biológica, ser família diz respeito a coexistir junto a outros, sentido este intimamente implícito na noção de política dos gregos: viver na polis (cidade).

    Partindo dessa significação, discute como as atuais políticas públicas de assistência social visam contemplar as novas configurações familiares engendradas pelo mundo atual. Nessa medida, apresenta o movimento sistêmico, visando perseguir essa compreensão da complexidade humana de ser, passeando pelas várias definições de família ao longo da história da humanidade, ressaltando como a convivência familiar contemporânea pode também contemplar sua compreensão como comunidade. E nessa direção, destaca a questão da criança nesse contexto educativo e social.

    É assim que percorre a articulação entre essa nova compreensão do grupo familiar e como se encontra amparado pelas políticas públicas.

    Entendo que está havendo uma mudança de mentalidade em função do serviço público, influenciado pela LOAS¹ e pelo SUAS² que tratam da matricialidade da família e trazem está como foco de intervenção, os serviços de saúde e assistência social estão começando a chamar e focar mais a família. Nesse sentido começa e ter um efeito que sai do modelo de cuidado no qual apenas um é o doente e precisa ser atendido. [...] Na medida em que se modifica o modo de ser família, modifica-se a maneira como esta se apresenta nos serviços de atendimento, o pedido e a expectativa em relação ao profissional que se dispõe a esta função; modifica-se também a maneira de receber e cuidar do que se apresenta. Para tanto, deve-se rever conceitos próprios, abrindo novas possibilidades internas e maneiras de expressa-las, rever e ampliar as possibilidades de cuidado consigo e com o outro. Isto envolve um tripé: cliente, psicólogo e instituição. (BARRA, 2012, p. 38).

    Questionando-se como cuidar dessas novas configurações familiares, percorre modalidades de prática psicológica já consagradas, como Psicodiagnóstico, Terapia Familiar e Plantão Psicológico, para poder aventurar-se em nova vereda: Plantão Psicológico com Família. Para isso, habilmente realizou essa intervenção em clínica-escola junto com futuros psicólogos, visando conhecer e compreender essa experiência e o sentido na formação profissional.

    Procurando encontrar uma interpretação possível para o questionamento de como introduzir o atendimento a famílias via Plantão Psicológico, sem conhecimento prévio por parte dos estagiários acerca da teoria sistêmica, deparou-se com elementos bastante singulares e exemplares nas narrativas dos plantonistas. Revelaram-se modos de compreensão da nova prática articulados com as diferenças entre atendimento individual e do grupo familiar, bem como sobre a definição de família, a partir da prática de Plantão e da relação entre o plantonista e o cliente/família.

    Apesar da insegurança pela mudança de contexto e falta de referenciais para lidar com a situação, os relatos apontam a importância da presença do supervisor no Plantão como fundamental para que o plantonista arrisque novas possibilidades de atendimento, podendo experimentar-se em um novo lugar, para além da formação tradicional de terapia individual.

    Apesar do incômodo inicial pela maior complexidade da situação, o Plantão com família possibilita dar-se conta da complexidade do conviver e experienciar outros modos de ser junto a outros.

    O plantonista, ao se inserir no atendimento com o grupo familiar, nota que é afetado de maneira diferente de quando está na presença de apenas uma pessoa. Dar-se conta dessas ressonâncias pode ajudá-lo a se sentir parte

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