Teoria, Pesquisa e Aplicação em Psicologia - Clínica e Saúde
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Teoria, Pesquisa e Aplicação em Psicologia - Clínica e Saúde - Cristiano Coelho
Editora Appris Ltda.
1ª Edição - Copyright© 2017 dos autores
Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.
Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98.
Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores.
Foi feito o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nºs 10.994, de 14/12/2004 e 12.192, de 14/01/2010.
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO MULTIDISCIPLINARIDADES EM SAÚDE E HUMANIDADES
APRESENTAÇÃO
Um trabalho a muitas mãos voltadas a um complemento de ideias e perspectivas sempre é gratificante. Não apenas para quem o faz, mas certamente para aqueles que podem usufruir do fruto desse trabalho. A Coleção Teoria, Pesquisa e Aplicação em Psicologia foi concebida para diferentes leitores. Ela pretende, ao mesmo tempo, contribuir para a disseminação de conhecimentos atuais e cientificamente embasados, produzidos por pesquisadores de diferentes instituições, que ao longo dos anos têm se dedicado em contribuir com o refinamento de teorias, precisão nos processos de avaliação e intervenção, e na produção de pesquisas que colaborem para o conhecimento e para a resolução dos problemas humanos.
Pesquisadores da psicologia e áreas afins terão à mão uma visão de diferentes áreas e fazeres da psicologia, que a caracterizam como uma disciplina independente, mas que também dialoga com diversas áreas do conhecimento, em uma relação em que os dois lados se retroalimentam. Esperamos que as interpretações e as análises encontradas no conjunto da coleção possam auxiliar na busca de novas soluções, novas discussões, novas pesquisas, novas interlocuções.
Estudantes de diferentes níveis e professores poderão conhecer métodos e dados atuais, que certamente complementarão suas leituras básicas, ao contatarem situações nas quais os conteúdos tratados em sala mostram-se questionados ou aplicados. Os docentes terão acesso à conhecimentos atuais voltados para casos específicos e ao mesmo tempo relacionados a outros conteúdos próprios de suas disciplinas.
Profissionais poderão encontrar novos meios de intervir, avaliar e questionar. Os textos contribuirão para eles se atualizarem, pois serão instigados a conhecer mais, conforme sua especialidade de atuação envolva a busca de bem-estar, o desenvolvimento de mudanças no comportamento de indivíduos ou grupos, o avanço na própria atuação, ou apenas o interesse pelo que alguns dos pesquisadores renomados têm produzido nas áreas específicas de seus conhecimentos.
Essa produção envolve uma preocupação com o humano, o social, com o bem-estar em uma diversidade teórica que, em vez de ser um problema, mostra-se consonante com o que mais caracteriza objeto de estudo, teoria e métodos da psicologia: sua complexidade. Uma complexidade que se embate, mas que ao mesmo tempo permite caminhar para a busca de soluções às questões humanas, seja em relação aos processos comportamentais envolvidos, à busca da superação do adoecer, à promoção do bem-estar em diferentes contextos ou à sua aplicação à compreensão e intervenção em contextos sociais. A coleção divide-se em três obras, cada uma concentrada em um conjunto de princípios que envolvem aspectos teóricos ou campo de atuação, possibilitando diálogos entre diferentes atuações e a interlocução entre diferentes fazeres.
Teoria, pesquisa e aplicação em Psicologia: clínica e saúde traz os trabalhos de um conjunto de pesquisadores de diversas instituições de ensino e pesquisa, ancorados às temáticas de avaliação e intervenção psicológicas buscando compreender os condicionantes relacionados ao adoecimento e/ou a promoção de saúde. Sua audácia, tomando as palavras da professora Sônia Pasian em seu prefácio, consiste exatamente em sua diversificação teórico-metodológica, pois ela permitirá ao leitor ter uma visão ampla da área em contexto de intervenção em consultório, hospitalar e saúde mental.
Ao estar vinculada a uma das linhas do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da PUC Goiás, congrega alguns dos conhecimentos que têm sido produzidos por seus docentes, tanto na pesquisa quanto na aplicação, mas se beneficia da participação de pesquisadores que têm interagido com os pesquisadores da linha. De fato, essa contribuição qualifica a obra por envolver alguns dos nomes que mais têm construído um corpo de conhecimentos que têm propiciado avanços na compreensão, avaliação e tratamento de questões relacionadas à saúde e ao bem-estar.
O convite está feito e esperamos que repercuta em novos olhares, novas atuações e para que pesquisadores e profissionais possam usufruir desses conteúdos, bem como para que discentes possam se apaixonar por essa área.
Prof. Dr. Cristiano Coelho
(Organizador da Coleção)
PREFÁCIO
Trabalhar pela produção qualificada do conhecimento na área de Psicologia é objetivo compartilhado por amplo conjunto de docentes e pesquisadores brasileiros, acompanhando a realidade contemporânea e suas permanentes demandas. Apesar da exigência implícita nesse objetivo e sua complexidade inerente, esse desafio foi abraçado também por um conjunto de docentes vinculados ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, de modo que agora nos oferecem o resultado desse esforço conjunto no formato de um livro, organizado por Daniela S. Zanini e Margareth Regina Veríssimo de Faria. As linhas de pesquisa desenvolvidas no referido programa de pós-graduação envolvem: Análise e Evolução do Comportamento; Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações; e Psicopatologia Clínica e Saúde. A presente coleção reúne trabalhos produzidos nesse amplo campo do saber, incluindo conteúdo teórico, técnico e empírico, colecionado a partir da dedicação de diversos pesquisadores de diferentes áreas, interligados na interface com a Psicologia como base para seus trabalhos, a partir de diversas orientações teórico-metodológicas. Mais especificamente, este volume reúne uma dezena de trabalhos articulados em torno da linha de Pesquisa Psicopatologia Clínica e Saúde, com o fim de promover a disseminação da diversidade de saberes dela derivados.
A proposta dos autores foi audaciosa: reuniram concepções teóricas diversificadas, iniciando a obra com destaque para temas vinculados à área da Saúde (ao estudar transtornos mentais comuns, em especial, ansiedade e depressão em portadores de HIV/Aids, além de portadores de anemia falciforme) e ao Desenvolvimento Humano (ao focalizar possibilidades da avaliação psicológica em termos de personalidade e neuropsicológicos, envolvendo desde crianças em fase pré-escolar até adultos).
O grupo de pesquisadores também procurou estimular a reflexão sobre as práticas em Saúde, apontando a necessidade de distinções entre diversidade e diferença, mediante o conceito de alteridade. Essas bases epistemológicas poderão auxiliar no processo de elaboração de políticas públicas de saúde, campo destacado neste trabalho em função da dimensão continental do Brasil.
Outro componente que ganha ênfase na presente obra é o conceito de autoeficácia, apresentado em seu desenvolvimento histórico e teórico. A essa perspectiva juntam-se as evidências de novo instrumento de avaliação da autoeficácia em adultos em situação de desemprego, mostrando a dedicação dos pesquisadores para a aplicação do conhecimento de Saúde na interface com o campo da Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações, outra importante linha de pesquisa do programa de pós-graduação em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Goiás.
A diversidade temática explorada no livro nos convida ainda a caminhar pelo campo das dificuldades enfrentadas por pais no exercício de suas funções, contextualizando a unidade familiar contemporânea e as práticas de educação infantil numa perspectiva psicodinâmica. Os recortes das práticas familiares, estudados e analisados pelos pesquisadores, são criativos e ilustram, de forma clara, os desafios inerentes aos processos de criação e de educação de filhos pelas famílias nos tempos atuais, estimulando reflexões merecedoras de nossa atenção no cotidiano.
Outra perspectiva estimulante proposta por essa obra diz respeito ao exercício da conjugalidade em casais interculturais. A riqueza e os desafios implícitos nos relacionamentos conjugais são retratados por meio de estudo de caso de casal intercultural, exemplificando a complexidade das relações íntimas e no seio da família, sempre contextualizada em momento histórico-social específico. Convida-nos à análise de possíveis efeitos da globalização no exercício da conjugalidade, apresentando evidências empíricas e considerações teóricas que nos desafiam a pensar sobre o mundo e nossa forma de agir no mundo.
Por fim, são apresentadas compilações de teorias sobre a motivação humana, aplicando-a ao campo da Psicologia do Esporte, na tentativa de desenvolver estratégias instrumentais favorecedoras da atividade física e esportiva, essencial para a promoção de saúde. Ou seja, mais uma vez, os investigadores sistematizam achados teóricos e empíricos que instrumentam profissionais em seu campo de trabalho, tanto na pesquisa quanto no cotidiano das ações em serviços de saúde. Retoma-se, assim, o compromisso desse grupo de profissionais para com a aplicação do conhecimento produzido pela Psicologia, de modo a favorecer a vida humana.
Ao conjunto de trabalhos pode-se atribuir relevante contribuição para com os estudos e o aprimoramento técnico-científico no campo da Psicologia, em diversas associações com as práticas em Saúde, em Desenvolvimento e em Grupos e Organizações. Esses trabalhos envolveram, de forma estimulante, alunos de mestrado e de doutorado, com a devida e cuidadosa orientação, chegando a bom termo, a ponto de virem a público nesse momento. Retratam, portanto, muitos esforços, grande dedicação e investimentos que merecem aqui o devido destaque e reconhecimento, atingindo o objetivo maior da pós-graduação no país: formar profissionais qualificados e promover o cuidado humano em seus diferentes níveis, do preventivo ao interventivo. Os capítulos nos convidam a acompanhar esse percurso, de formação e de atuação profissional, de modo a estimular a reflexão e os avanços do conhecimento na Psicologia em nosso país, em suas diferentes interfaces com áreas afins, desafiando-nos a superar possíveis variáveis intervenientes em nossos respectivos campos de trabalho.
Diante do exposto, resta-nos reiterar o convite à leitura do conjunto desses dez capítulos, abraçando com carinho cada produção como fruto de caminhos percorridos por colegas. Provavelmente não nos contarão o caminho das pedras
para ultrapassar os desafios de nosso contexto, mas nos auxiliam e nos estimulam a continuar nossa caminhada. Ainda queremos agradecer a confiança depositada pelos autores em nosso trabalho, atribuindo a responsabilidade por elaborar o presente editorial do livro. Carinhosamente, deixamos registrado nosso agradecimento por essa oportunidade de compartilhar experiências e elaborar essa apresentação dos trabalhos realizados por colegas vinculados ao Programa de Pós-graduação em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, na esperança de compartilharmos novos desafios futuros.
Boa leitura e muitas reflexões!
Sonia Regina Pasian
Ribeirão Preto, 1.º de novembro de 2015.
Sumário
CAPÍTULO 1
TRANSTORNOS MENTAIS E AFETIVOS ASSOCIADOS AO HIV/AIDS
CAPÍTULO 2
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE PORTADORES DE ANEMIA FALCIFORME
CAPÍTULO 3
O RORSCHACH PERFORMANCE ASSESSMENT SYSTEM (R-PAS): AVANÇOS NO MÉTODO DE RORSCHACH
CAPÍTULO 4
DIVERSIDADE: QUESTÕES CONTEMPORÂNEAS PARA AS PRÁTICAS EM SAÚDE
CAPÍTULO 5
AUTOEFICÁCIA: PERSPECTIVA HISTÓRICA E PESQUISAS ATUAIS
CAPÍTULO 6
DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE UMA ESCALA DE AUTOEFICÁCIA RELACIONADA AO DESEMPREGO
CAPÍTULO 7
SUPER NANNY E A FAMÍLIA EM DESORDEM: UM ESTUDO DOCUMENTAL SOBRE O DECLÍNIO DA FUNÇÃO PATERNA
CAPÍTULO 8
A CONSTRUÇÃO DA INTERSUBJETIVIDADE EM UM CASAMENTO INTERCULTURAL HETEROSSEXUAL
CAPÍTULO 9
AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA DE CRIANÇAS PRÉ-ESCOLARES
CAPÍTULO 10
MODELO BALBINOTTI DE AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO: REVISITANDO AS TEORIAS DE BASE E A SUA APLICAÇÃO NO CONTEXTO DA PSICOLOGIA DO ESPORTE
SOBRE OS AUTORES
CAPÍTULO 1
TRANSTORNOS MENTAIS E AFETIVOS ASSOCIADOS AO HIV/AIDS
Ana Alayde Werba Saldanha
Josevânia da Silva
Regina Lígia Wanderlei de Azevedo
Introdução
Este capítulo tem por objetivo discorrer acerca da prevalência dos Transtornos Mentais Comuns e afetivos associados ao HIV/Aids, tendo em vista a necessidade de dar visibilidade aos sintomas subjetivos vivenciados por pessoas com HIV/Aids. Para consolidar as discussões aqui apresentadas, serão analisados os dados de um estudo comparativo entre um grupo de pessoas vivendo com HIV/Aids e outro grupo da população em geral.
A análise desta temática considera que viver com HIV/Aids significa o enfrentamento de vários desafios, como o preconceito, a inserção no mercado de trabalho e as implicações para as relações afetivas e familiares. Além desses aspectos, deve-se considerar as alterações cognitivas, as quais têm implicações diretas nas funções psicológicas, sociais e laborativas, bem como na aderência ao tratamento, afetando diretamente na qualidade de vida dos indivíduos acometidos (SILVA; SALDANHA; AZEVEDO, 2010; PEREIRA et al., 1012).
É sabido que a disponibilidade da medicação antirretroviral na política de acesso universal no Brasil gerou benefícios, tanto no âmbito da assistência individual e qualidade de vida dos pacientes, quanto no âmbito coletivo, com a afirmação de uma política de inclusão social de indivíduos vivendo com HIV/Aids e a redução da infecção (GRANJEIRO et al., 2006). Além da melhoria relacionada à assistência, os avanços nas pesquisas científicas e na produção de novos medicamentos elevou a expectativa de vida dos pacientes, embora a cura ainda não tenha sido alcançada (GRANJEIRO et al., 2006; CASTANHA et al., 2006).
Não obstante os avanços clínicos, conforme ressaltado por Santos (2002), são poucos os casos de pessoas diagnosticadas com HIV que são tratados adequadamente pelos serviços de saúde dentro de uma perspectiva biopsicossocial. O atendimento recebido nos serviços de saúde caracteriza-se, muitas vezes, por um atendimento ancorado nos aspectos biológicos do processo de adoecimento, por serem esses os de maior familiaridade e capacidade de intervenção. Nesse sentido, sintomas relacionados aos transtornos mentais comuns (como sintomas de ansiedade e depressão) são desconsiderados ou naturalizados, o que contribui para que o paciente diminua a procura pela assistência em saúde. Esses aspectos levam ao agravamento do prognóstico, tanto pela piora do quadro clínico principal, quanto por aderência inadequada ao tratamento.
Os transtornos mentais comuns podem se apresentar por meio de múltiplos sintomas, tais como queixas somáticas inespecíficas, irritabilidade, insônia, nervosismo, dores de cabeça, fadiga, esquecimento, falta de concentração, assim como outras manifestações que poderiam se caracterizar como sintomas depressivos, ansiosos ou somatoformes, causando prejuízos e incapacidades funcionais comparáveis ou mais graves que os transtornos crônicos (MARAGNO et al., 2006). Pessoas com transtornos mentais comuns apresentam duas vezes mais queixas de doenças físicas que os usuários de serviços de saúde que não possuem os transtornos (ARAÚJO; PINHO; ALMEIDA, 2005), assim como taxas de mortalidade mais altas quando comparados com a população em geral (PATEL; KLEINMAN, 2003).
Quando somados às demandas naturais da infecção e à estigmatização da Aids, esses fatores trazem mudanças significativas que podem gerar sofrimento psíquico e emocional. Nesse sentido, além dos transtornos mentais comuns, a depressão e a ansiedade apresentam-se como recorrentes no contexto de soropositividade. Em estudo realizado com pessoas soropositivas nos Estados Unidos da América (ALOISI et al., 2002), foi observada uma prevalência de 50% de ansiedade e depressão. No Brasil, a depressão é o transtorno psiquiátrico mais prevalente em indivíduos com diagnóstico de soropositividade ao HIV (MALBERGIER; SCHOFFEL, 2001; CHANDRA; DESAI; RANJAN, 2005), tendo sido observada a prevalência de 64% de casos de sintomatologia depressiva, relacionada com o comprometimento da qualidade de vida, produtividade e capacitação social dos indivíduos (CASTANHA; COUTINHO; SALDANHA, 2005).
A depressão tem sido, ainda, associada a alterações na função imunológica, impactando a progressão da infecção pelo HIV (CRUESS et al., 2005), estando relacionada a fatores sociais e psicológicos, como dificuldades no relacionamento afetivo-sexual, conflitos conjugais e exclusão social (MELLO; MALBERGIER, 2006). Não obstante, o diagnóstico e o tratamento de depressão em pessoas vivendo com HIV/Aids no Brasil ocorrem em apenas 40 a 50% dos casos (MALBERGIER; SCHOFFEL, 2001).
Visto que o Transtorno Mental Comum permite que o indivíduo seja capaz de realizar grande parte de suas atividades diárias (OMS, 1995), fica situado num limiar entre a saúde e a doença, caracterizando-se fundamentalmente por uma experiência subjetiva de mal-estar inespecífico. Por essa razão a importância dada ao seu tratamento é mínima, caracterizando-se por uma abordagem reducionista da doença e do adoecer, e quando uma percepção de necessidade de cuidado não é corroborada pelo diagnóstico baseado na evidencia fisiológica, tanto o sentimento do paciente quanto a demanda pelo serviço de saúde são vistos como abuso ou como queixas enganosas, e são frequentemente relacionados à hipocondria, ao fingimento e ao exagero (ZORZANELLI, 2010). Esse autor afirmou que esse processo fragmenta o paciente em seus sintomas objetivos (modelo esperado das doenças) e sintomas subjetivos (menosprezados em sua importância clínica).
Embora se verifique que o campo da saúde mental, ao longo da história, tenha sido perpassado por uma tendência a caracterizar a saúde mental numa perspectiva psicopatológica, a partir da década de setenta, vêm ocorrendo mudanças na forma de abordar os processos de saúde e doença. Na análise de seus determinantes destacam-se os aspectos psicológicos, bem como a relação desses com as práticas de saúde, com os condicionantes sociais e as condições de vida. Nessa direção, Amarante (2007) considera que a saúde mental é campo polissêmico e plural, não se referindo apenas ao estado mental dos sujeitos, envolvendo também a coletividade, o modo de vida e organização dos sujeitos. Trata-se de entender que a saúde mental envolve o homem na sua totalidade, bem como está relacionada com as diferenças culturais, as subjetividades e os diferentes paradigmas teóricos e metodológicos que orientaram a construção do conceito (AMARANTE, 2007).
No que se refere à análise da saúde mental, Fragoeiro (2008) afirmou que haviam dificuldades para se estabelecer um consenso acerca de critérios e instrumentos para avaliar e/ou medir essa dimensão. Existia uma
[...] heterogeneidade das medidas utilizadas por diferentes autores, desde as mais amplas – que contemplavam um leque alargado de critérios e dimensões –, às mais estreitas que, provavelmente, não refletiram todas as dimensões subjacentes ao construto em apreço (FRAGOEIRO, 2008, p. 41).
Um amplo conjunto de instrumentos incluía os que detectavam sintomas, desde os psicossomáticos aos físicos, avaliando o estado funcional e outros construtos psicológicos, como ansiedade e depressão (LEAL et al., 2006).
Neste estudo os transtornos mentais comuns são considerados como indicadores importantes no processo de adoecimento mental, os quais estão relacionados com o contexto de vida das pessoas, o que inclui desde o suporte social recebido até o recursos de que dispõem para o cuidado com sua saúde. Assim, dependendo dos recursos que as pessoas têm para o enfrentamento das demandas, pode haver maior vulnerabilidade ao surgimento de sintomas como ansiedade e depressão, sintomas presentes nos transtornos mentais comuns.
A depressão é reconhecida pela OMS (2010) como um Transtorno Mental Comum, sendo que caracteriza-se por tristeza, acompanhada por sentimento de culpa ou baixa autoestima, bem como perda de prazer ou interesse, distúrbio no sono ou no apetite, pouca energia e concentração prejudicada. Tais distúrbios, principalmente quando associados a outras patologias, como o HIV/Aids, podem se tornar crônicos ou recorrentes, bem como prejudicar a capacidade para lidar com as atividades da vida diária.
Assim como a depressão, o transtorno de ansiedade também faz parte dos Transtornos Mentais Comuns (OMS, 2010) e é considerado quadro clínico no qual os sintomas são primários, ou seja, não são derivados de outras condições psiquiátricas (depressões, psicoses etc.). Já os sintomas ansiosos (e não os transtornos propriamente) são frequentes em outros transtornos psiquiátricos (CASTILLO et al., 2000), bem como podem aparecer em decorrência de situações inesperadas, como o diagnóstico de soropositividade ao HIV/AIDS.
Os sintomas ansiosos podem se manifestar por sentimentos subjetivos de apreensão, temor ou de ameaça, dificuldades de concentração, hipervigilância, insônia, diminuição da libido, dentre outros. Em relação ao HIV/Aids, sintomas de ansiedade podem se manifestar em diferentes momentos: no aconselhamento pré-teste, na hora de receber o resultado e, se o resultado for positivo, em várias outras situações durante o curso da infecção pelo HIV (MORAIS; MOURA, 2005). Assim, o manejo dos sintomas de ansiedade e a redução do estresse podem melhorar significativamente a saúde mental das pessoas com HIV/AIDS.
Na análise da associação entre Aids e saúde mental, Reis et al. (2010) compararam amostras de participantes portadores de HIV e Aids que faziam uso da Terapia Antirretroviral (Tarv) e da população geral, na mesma faixa etária, de 20 a 68 anos, em relação à sintomatologia psicopatológica – entre elas, ansiedade e depressão. Os resultados demonstraram que as pessoas soropositivas ao HIV/Aids apresentam valores médios significativamente mais elevados em alguns indicadores de sintomas psicopatológicos quando comparados à população geral que não tinha problemas de saúde declarados. Ademais, observou-se um efeito mediador de sintomatologia psicopatológica entre a adesão ao tratamento e a qualidade de vida das pessoas com HIV/Aids (REIS et al., 2010).
No contexto da soropositividade ao HIV, sintomas de depressão e ansiedade possuem características e implicações próprias e pode ter impacto para a adesão ao tratamento. Ademais, a sintomatologia depressiva tem alta associação com dificuldade nas relações sociais, maior utilização de recursos de saúde e avaliações insatisfatórias acerca da qualidade de vida. Mediante tais considerações e tendo por objetivo discorrer acerca da prevalência dos Transtornos Mentais Comuns e afetivos associados ao HIV/Aids, nós apresentaremos o recorte de um estudo realizados no Estado da Paraíba, Brasil.
Método
Participantes
A amostra do estudo foi constituída por dois grupos: um grupo formado por 561 pessoas com diagnóstico positivo para o HIV/Aids, e um segundo grupo formado por 200 pessoas sem diagnóstico para o HIV, com características sociodemográficas semelhantes. Os participantes foram selecionados de forma não probabilística e acidental.
Instrumentos
Para a coleta dos dados foram utilizados:
A) Questionário Sociodemográfico e Clínico: esse instrumento foi elaborado para esta pesquisa e era formado por duas partes. A primeira parte teve por finalidade caracterizar os participantes por meio de informações como: sexo, idade,