O mundo pela minha janela: crônicas e contos sobre a experiência humana
De C. Francisco
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O mundo pela minha janela - C. Francisco
Manifesto
Sou um escritor, mas hoje não tenho palavras para escrever.
Deveria, ao menos, fingir me importar, mas quando alongo o olhar eu percebo tão claramente que quem coloca máscaras geralmente busca se mesclar na multidão, porém não resta multidão alguma que faça eu me importar em escrever palavras que formem frases bonitas, de fácil digestibilidade. Não restou multidão alguma que faça eu me importar em escrever atrocidades provocantes que provoquem uma grande discussão. A discussão adormeceu e a brutalidade tomou seu lugar. A multidão dissipou-se em cantos extremos, e a infinidade de nuances entre as extremidades sucumbiram, restando apenas certo e errado
. Branco e preto.
Também, sou grande descrente da falsa polaridade de certo e errado, o paraíso está no meio. O espectro existente entre a falsa moralidade que conduz a humanidade é amplo de tal forma que impossibilita ser compreendido. No fim do dia, somos todos humanos e isso deveria bastar. Sentimos as mesmas necessidades primordiais. Ainda assim, a multidão não se importou e continuou aglomerando cantos extremos, obrigando o caos a trazer a ordem novamente.
No meio desse caos em que nada é o que parece ser, as coisas que são o que parecem se tornam obsoletas. No meio, minha espontaneidade foi morrendo, uma ansiedade social se instaurou nos departamentos da minha cabeça. A vida foi sendo ressignificada e o que tinha sentido foi questionado e duvidado tanto que se fez perder o sentido.
Diante do cenário urbano, que exemplifica essas linhas claramente, minha vida se tornou incompatível e sinto estar sendo espremido para fora da paisagem da mesma forma que a pele expurga um pequeno cravo ou espinha.
Estou no meu centro, no olho do tornado, observando a destruição ao redor. Isolado em uma torre glacial. Congelado na estagnação da evolução.
É em cada respiração, em cada abundante gole de Campari com tônica, que eu percebo. Estou vivo. Em cada cigarro mal fumado, em cada sentimento indescritível, em cada ideia que explode em mim. No suprir das minhas necessidades, nos dias que se estendem e; finalmente, no nascer do sol, que eu entendo. Então sento, agradeço, levanto-me e permito que meu sorriso se faça presente.
Mesmo em meio ao caos que reconstrói, em meio a todas as incertezas e inseguranças internas e externas, ainda existe um pedaço de mim que acredita que minhas palavras têm significado.
Penitência
Deixei Clarisse no vácuo e me arrependi. Eu vivo essa penitência redundante e não quero arrastá-la dentro da minha jaula. Clarisse pode ser soberba às vezes, mas está livre, vivendo tudo o que todo mundo quer. Seria errado tirar essa liberdade dela. Claro que ela ficou puta com o meu sumiço, mas ela sabe que eu nunca fui muito de amigos.
As pessoas têm dificuldade de entender a minha vida. Com Clarisse; eu posso ser sincero, posso ser eu mesmo, o eu que ficou reprimido durante minha vida toda por conta da minha falha de querer sempre ser o que a sociedade precisa. Com ela eu não preciso ser nada, se eu quiser posso apenas me sentar, apoiar meus cotovelos sobre a mesa de madeira e beber minha birita sem dizer uma palavra sequer, e o clima não ficaria desagradável, pois ela faria o mesmo e depois de alguns minutos de silêncio nos olharíamos e riríamos feito