Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

A bula da vida: Uma fábula sobre meditação e medicação
A bula da vida: Uma fábula sobre meditação e medicação
A bula da vida: Uma fábula sobre meditação e medicação
E-book182 páginas1 hora

A bula da vida: Uma fábula sobre meditação e medicação

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Em tempos tão corridos e com a vida cada vez mais atribulada, com tantos estímulos e ansiedades, não é fácil conquistar o tão sonhado bem-estar. Manter a mente, o corpo e o espírito sempre sãos é um desejo nem sempre realizado. Esta obra apresenta uma tocante fábula sobre a vida e o bem-estar. Voltado às pessoas que estão mergulhadas e sufocadas na roda viva da atualidade, propõe a reconstrução do homem fragmentado, por meio do acesso à ampliação de consciência, à mudança do olhar e à transformação.

Acely Hovelacque oferece aos leitores, com muita sabedoria e lucidez, um novo olhar sobre a existência e alerta que o melhor medicamento disponível a todos é justamente a própria vida. O livro ainda conta com belíssimas ilustrações da artista plástica Juçara Costa.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento3 de out. de 2014
ISBN9788582350997
A bula da vida: Uma fábula sobre meditação e medicação

Relacionado a A bula da vida

Ebooks relacionados

Crescimento Pessoal para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Avaliações de A bula da vida

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    A bula da vida - Acely G. Hovelacque

    Copyright © 2013 Acely G. Hovelacque

    Copyright © 2013 Editora Gutenberg

    Todos os direitos reservados pela Editora Gutenberg. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida, seja por meios mecânicos, eletrônicos, seja cópia xerográfica, sem autorização prévia da Editora.

    REVISÃO

    Lúcia Assumpção

    IMAGENS

    Juçara Costa

    DIAGRAMAÇÃO

    Ricardo Furtado

    CAPA

    Diogo Droschi

    (sobre imagem de Juçara Costa)

    PRODUÇÃO DO E-BOOK

    Schaffer Editorial

    Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

    Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil

    Hovelacque, Acely G.

        A Bula da Vida : uma fábula sobre meditação e medicação / Acely G. Hovelacque ; ilustrações e obras da artista Juçara Costa. -- Belo Horizonte: Editora Gutenberg, 2013.

        ISBN 978-858-235-099-7

        1. Ficção brasileira I. Costa, Juçara. II. Título.

    Índices para catálogo sistemático:

    1. Ficção : Literatura brasileira 869.93

    EDITORA GUTENBERG LTDA.

    São Paulo

    Av. Paulista, 2.073, Conjunto Nacional, Horsa I, 23º andar, Conj. 2.301

    Cerqueira César . 01311-940

    São Paulo . SP

    Tel.: (55 11) 3034 4468

    Belo Horizonte

    Rua Aimorés, 981, 8º andar

    Funcionários . 30140-071

    Belo Horizonte . MG

    Tel.: (55 31) 3214 5700

    Televendas: 0800 283 13 22

    www.editoragutenberg.com.br

    SUMÁRIO

    Um sintoma misterioso

    Os olhos da lua

    Quem está assegurado?

    Somando as diferenças e multiplicando as afinidades

    A voz do silêncio

    A febre fala!

    Onde estão as chaves do lado de lá?

    A linguagem universal

    A mandala da cura

    A roda gira sem saída

    Doutor, tira minha pressão?

    Medicar: interferir nas medidas da realidade

    Um medicamento magistral

    A quietude nutre a criatividade

    Despertando com asas da arte

    Pirilampos, borboleta e silêncio

    Agradecimentos

    Glossário

    Sites sugeridos

    Bibliografia sugerida

    Sobre a autora e o artista

    Sobre os homenageados

    Dedico este livro aos meus mestres, em especial

    ao médico Dr. Célio de Castro que, ao ensinar a Arte de mediCar, despertava a consciência que nos qualifica como humanos e

    ao monge Zen, Tokuda San, que, ao ensinar a Arte de medıTar, medicava as visões estreitas que adoecem as realidades

    Você é seu próprio mestre: as coisas dependem de você. Sou um instrutor e tal como um médico, posso lhe dar o medicamento adequado, mas você terá de tomá-lo por si e cuidar de si próprio."

    BUDA SHÃKYAMUNI

    Esta história aqui contada foi meu avô que me deu.

    É uma fábula do outono, estação das sementes da felicidade.

    Colori a história com as nuances do meu tempo.

    Ela não desbotará enquanto quem a ouvir ou contar fizer o mesmo.

    Naquele entardecer na clínica tudo parecia normal, exceto por um magnífico arco-íris que adentrava todas as varandas. A faxineira, de braços fortes como um carvalho, encerrava seu expediente, verificando as salas de espera e os consultórios, onde haviam terminado os atendimentos.

    Tinha aprendido os nomes com certo custo, e gostava de repetir mentalmente: sala de fisioterapia, salas de terapias, salas de acupuntura e massagens, sala de meditação e terapia de grupos, consultórios de pediatria e ludoterapia, consultórios de psiquiatria, homeopatia e clínica médica.

    Achava bonita a palavra clínica, talvez porque o Doutor fosse clínico. Lembrando-se dele, viu a porta entreaberta e logo foi levar uma última chaleira de chá. Entrou de mansinho. Era muito cuidadosa com os objetos daquela bela sala, orgulhava-se de ter mãos jeitosas que, apesar da força que tinha nos braços, raramente quebravam ou estragavam as coisas. Verificando se tudo estava limpo e no lugar, viu o médico, pensativo, sentado na poltrona laranja. Ia deixar o chá e sair como entrou. Mas o médico lhe deu boa noite com um sorriso de corpo inteiro. Ela respondeu olhando nos olhos dele. Seguiu para casa satisfeita consigo mesma – depois de tudo que passara na vida, seu trabalho era bem feito e reconhecido.

    Entretanto, o médico, que também era reconhecido e experiente na sua profissão, não estava assim tão satisfeito. Pensava que após muitos anos, imerso na profissão, um novo ciclo de sua vida estava se aproximando. Sentia-se contente com os resultados obtidos em seu ofício, mesmo sendo menores do que, na onipotência da juventude, aspirara.

    Temia essa transformação, mas também se animava com as possibilidades de se reinventar, de descobrir novas plumas para voos nunca antes imaginados.

    Estava ciente de que se desapegar de sua principal atividade não seria fácil. Seus pacientes haviam lhe mostrado que, quanto mais um papel na existência é realizador, mais difícil se torna desidentificar-se dele e de tudo que o cerca.

    Assim, de dia preparava serenamente sua sucessão. Mas, na calada da noite, quando estava só no silêncio das salas de sua clínica, temores e pensamentos o visitavam.

    As paredes da sala então pareciam sussurrar-lhe que a mais insólita das mudanças ainda estava por vir. A perda gradativa da vitalidade física e mental, de referências e de contemporâneos só iria se agravar.

    Olhava de soslaio o calendário e suas especulações sobre o futuro:

    − Nunca se sabe a quem está reservado o privilégio do envelhecer suave e da morte sem torturas. Alguns nascem e morrem tranquilos como se tivessem um visto no passaporte da existência, enquanto outros lutam como imigrantes ilegais, para alcançar a outra margem − pensou.

    Havia observado esse trajeto das pessoas centenas de vezes. Sempre um acontecimento único, comovente.

    Sabia também que sua experiência como médico não o tornava imune às angústias da travessia. Quando se aventurava nesses devaneios, suas mãos ainda firmes e precisas tremiam levemente e suas rugas da testa franziam. Sua respiração tornava-se mais curta. Mas logo a opressão era desarmada por seu aparelho de pressão. Sua conhecida presença o remetia a alguma frase oportuna, capaz de driblar aquelas aflições circulares.

    − Olha o coração, meu velho. É melhor se acalmar porque a esta hora, neste prédio, para te acudir, só tem o porteiro! E, depois de tanta prática de relaxamento, não vá morrer estressado! − sussurrava-lhe o aparelho de pressão.

    Entretinha-se, então, sorvendo, vagarosamente, uma xícara de chá de flores de laranjeira. Deliciava-se agradecido, buscando novamente sentir o perfume da flor da equanimidade.

    Também sua assistente principal, colega brilhante de doce sorriso,

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1