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Nos passos de Moisés
Nos passos de Moisés
Nos passos de Moisés
E-book99 páginas1 hora

Nos passos de Moisés

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Sobre este e-book

Podemos considerar Moisés como um homem de muitos adjetivos. Ora o encontramos denominado como amigo, ora como homem de Deus, ora como servo de Deus. Ele era uma pessoa que não pertencia a si mesma. A vida dele foi marcada pelo constante serviço a Deus e ao povo de Israel. Talvez seja possível dizer que Moisés derivava sua força e determinação de seu relacionamento com Javé. Um relacionamento construído a partir das experiências do dia a dia. As histórias dele têm como pano de fundo o Egito. Um novo faraó proporá a opressão como estilo de vida, mas é justamente diante da morte e da violência que desejam se instalar que, na história, entra também um menino e, em suas mãos, estará a libertação. Ambos estão em paralelo: vida e morte, opressão e libertação. O ministério de Moisés representará uma ruptura radical com a realidade social do Egito. A uma política de exploração e violência, ele opõe uma política de justiça e de compaixão. Nesses ambientes é que devemos decidir quem somos e para onde vamos. Moisés se decide a partir da vida e da liberdade plena para todas as pessoas. Pela primeira vez na história, a força das águas do rio Nilo é superada pela fragilidade de uma cesta de vime.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento6 de jan. de 2016
ISBN9788534942959
Nos passos de Moisés

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    Nos passos de Moisés - Luiz Alexandre Solano Rossi

    1º Dia

    Êxodo 2,4-10

    A irmã da criança observava de longe para ver o que aconteceria. Nesse momento, a filha do Faraó desceu para tomar banho no rio, enquanto suas servas andavam pela margem. Ela viu o cesto entre os juncos e mandou a criada apanhá-lo. Ao abrir o cesto, viu a criança: era um menino que chorava. Ela se compadeceu e disse: É uma criança dos hebreus!. Então a irmã do menino disse à filha do Faraó: A senhora quer que eu vá chamar uma hebreia para criar este menino?. A filha do Faraó respondeu: Pode ir. A menina foi e chamou a mãe da criança. Então a filha do Faraó disse para a mulher: Leve este menino, e o amamente para mim, que eu lhe pagarei. A mulher recebeu o menino e o criou. Quando o menino cresceu, a mulher o entregou à filha do Faraó, que o adotou e lhe deu o nome de Moisés, dizendo: Eu o tirei das águas.

    Mensagem

    Todos os dias fazemos sempre as mesmas coisas. Repetimos nossas ações, nossos gestos, nossas palavras. Parece que tudo se apresenta de forma muito mecânica, e, por conta disso, deixamos de prestar atenção no que se passa ao nosso redor. Pensamos na realidade como se ela fosse imóvel, petrificada e sem possibilidades de apresentar algo novo. Talvez percamos a oportunidade de ver muitas coisas novas e de diferentes cores e sabores simplesmente porque nos tornamos reféns de um olhar direcionado para uma e mesma direção por toda a nossa vida. Esquecemo-nos de que a vida deve ser vista sempre a partir da pluralidade. Não podemos condicionar nossos olhos a ver uma simples situação e torná-la absoluta e imperiosa.

    A princesa do Egito conseguiu, num certo momento de sua vida, ver além das coisas que eram próprias ao seu cotidiano. Tantos olhos olharam para o mesmo rio e não conseguiram ver o que a princesa viu. Não é verdade que, muitas vezes, mesmo olhando fixamente para a realidade que nos cerca, não conseguimos observar aquilo que é óbvio e que está justamente diante de nossos olhos? Mas a princesa não apenas vê, ela também sabe tomar decisões. Sabe o que fazer com as informações que possui. Muitos de nós sabemos muitas coisas e, contudo, não sabemos o que fazer com as informações armazenadas. A informação deve, necessariamente, conduzir à prática!

    Aos poucos, uma verdadeira e resistente rede de relações para o bem vai se formando. Se o mundo caótico e poderoso das águas ameaçava a fragilidade do menino, ameaçando-o com a morte, também o caos socioexistencial vivido pelos escravos ameaçava a sua sobrevivência. Diante de forças que nos ameaçam, sempre desejamos encontrar quem possa nos proteger. Somos fracos, ficamos à procura de escudos que impeçam que sejamos atingidos. Quando em meio ao caos, necessitamos de mãos que venham ao nosso encontro. Quantos passaram por aquele mesmo lugar e não enxergaram aquele cesto? Os que passaram e não viram o cesto perderam uma grande oportunidade de fazer diferença na vida dos outros. Mas também é verdade que, muitas vezes, em meio a experiências traumáticas, alimentamos a ligeira impressão de que ninguém nos vê nem percebe a realidade de nossa dor. Sentimo-nos desprotegidos, enfraquecidos e sem desejo de continuar. Todos que passaram por uma experiência traumática sabem quanto é importante uma mão amiga que vem ao nosso encontro para trazer uma dose de solidariedade e amizade.

    Mas não podemos nos esquecer de que o processo de libertação que estava em andamento tinha as mãos das mulheres. Teve seu início com a insubordinação de duas parteiras que se articularam com uma mãe astuciosa; logo após, observamos a cumplicidade de uma irmã que ficou de tocaia; e, finalmente, uma princesa entrou na trama. Desde o início, as mulheres tinham uma presença marcante e insubstituível. Todas essas mulheres que estavam aparentemente distantes geograficamente e socialmente unem-se e entrelaçam-se, formando um círculo de defesa no qual as forças do mal jamais poderiam penetrar e, ao mesmo tempo, pleno de ternura. O instinto maternal da princesa falou mais alto e triunfou. Seu coração não entendia as razões do Estado. O coração glacial do faraó, seu pai, não se comovia ao dar as ordens de extermínio. A princesa, que é geradora de vida, age decididamente pela vida.

    Oração

    Permita-me, Senhor, que meus olhos estejam abertos qual seu projeto para a minha vida.

    2º Dia

    Êxodo 2,16-22

    O sacerdote de Madiã tinha sete filhas. Elas foram buscar água para encher os bebedouros e dar de beber ao rebanho de seu pai. Nisso, chegaram uns pastores e tentaram expulsá-las. Então Moisés se levantou para defendê-las e deu de beber ao rebanho. E elas voltaram para seu pai, Ragüel, e este lhes perguntou: Por que vocês voltaram hoje mais cedo?. Elas responderam: Um egípcio nos livrou dos pastores, tirou água e deu de beber ao rebanho. O pai perguntou: Onde está ele? Por que o deixaram ir embora? Vão chamá-lo para que venha comer. Moisés concordou em morar com ele. E ele deu a Moisés sua filha Séfora. Ela deu à luz um menino, a quem Moisés deu o nome de Gérson, dizendo: Sou imigrante em terra estrangeira.

    Mensagem

    Olhem para Moisés e seu futuro sogro: tanto um quanto o outro fizeram muito mais do que era necessário. Eles não se perdiam em seus minúsculos mundos; ao contrário, eram sensíveis à dor do próximo. Quando olho para eles, mais me convenço de que nos falta a maior de todas as revoluções, ou seja, falta-nos a revolução da sensibilidade. O tempo passa e nos brutalizamos. Perdemos a capacidade de nos sensibilizar e de amar. Lágrimas não mais percorrem nossas faces, irrigando as nossas vidas. Vemo-nos uns aos outros como inimigos que devem ser vencidos. Numa cultura de insensibilidade, não mais damos as mãos uns aos outros, mas, sim, usamos as mãos para desferir socos que machucam e alteram os relacionamentos. Corações petrificados neutralizam o poder das

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