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Estudos
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E-book166 páginas2 horas

Estudos

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Sobre este e-book

Estudos é um livro de Jansey que reúne algumas de suas melhores exposições bíblicas, devocionais, exegeses e aplicações contextuais. Por longos 18 anos Jansey foi pastor batista, até se dedicar exclusivamente ao ensino e às publicações de seus trabalhos. Trata-se de um livro originalíssimo, com elementos culturais enriquecedores e mensagens bíblicas que alcançaram o mundo. Muitas destas mensagens foram retransmitidas por centenas de pastores e líderes religiosos pelo mundo. Os textos do livro possuem aproximações das mais variadas, desde sermões expositivos, à mensagens ecumênicas feitas sob hermenêutica católica, e devocionais que espalham força, coragem e esperança. A leitura é maravilhosa e aconselhada à todos.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento31 de mai. de 2019
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    Estudos - Jansey Franca

    JANSEY

    ESTUDOS

    © 2018 – Private Publisher

    Tulio Jansey Coelho de Franca – Jansey Franca

    Todos os direitos reservados.

    ISBN – 978-1728668505

    À Aldo Groff:

    Senza di te non ce l’avrei mai fatta.

    APRESENTAção

    Este é o segundo material que reúne as crônicas que escrevi nos últimos vinte e cinco anos. O primeiro volume, Perto ou distante, publicado há poucos meses, encaderna os textos seculares que escrevi e, para ser sincero, era um volume com mais de duzentas páginas que, enquanto o corrigia, percebi-me em desacordo com muitos textos que havia escrito em minha adolescência, e os apaguei. O presente material, diversamente daquilo que aconteceu com o volume anterior, sofreu a inclusão de novos textos.

    Como a maior parte de meus quase quarenta anos foi uma constante de experiência religiosa, é normal que este volume seja bem maior que o precedente, pois conta com todos os textos e artigos que escrevi até hoje, que compreendem estudos ou devocionais para revistas, faculdades e boletins de igreja. Trata-se de um material no qual reunir e revisar me causaram prazer e boas lembranças. Alguns temas abordados são fortes e mexem com alguns de nossos princípios, outros são poéticos e românticos. O livro foi pensado como um devocional cotidiano, especialmente para os estudos mais longos, que podem ser quebrados e lidos em momentos diversos.

    Em não sendo uma obra teológica, penso que a leitura seja mais fácil, assim como ocorreu com Perto ou distante, e descareça de introduções ou apresentações. Todavia, os textos debruçados sobre análise textual bíblica, que foram endereçados à revistas ou universidades, requerem um pouco mais de atenção, mesmo diante da escrita técnica ou científica que obrigatoriamente deve ser adotada na exposição de tais conteúdos. De todo modo, desejo novamente uma boa leitura à todos, esperando que este material possa enriquecer e abençoar vossas vidas.

    Jansey

    Itália, Outubro de 2018.

    Porque não posso ser pastor

    Uma carta à Deus

    Meditei bastante, nestes anos que se passaram, acerca da tarefa para a qual me incumbiste desenvolver. Confesso que resenho estes versos e te endereço esta carta bastante triste e marejando os olhos. Em minha mocidade, ao receber teu chamado, fiquei muito agradecido e feliz, porquanto de mim te lembraste em Teus eternos planos. De fato, para um novo convertido, ouvir a Tua voz é algo impactante. Porém, apenas hoje percebo que não dimensionava o que havia de enfrentar.

    Lembro que, imediatamente, sem pestanejar, abracei a vocação e abandonei os sonhos. Em miniatura de Abraão, sem saber ao certo o que me aguardava, dediquei-me e engajei-me nos Teus projetos. Apesar das tantas dificuldades familiares, por decepcionar os sonhos de meus pais, preocupei-me em obedecer (I Samuel 15:22), sufocando as minhas emoções. Envolvi-me com pessoas e lideranças achando que tínhamos todos, como Teu povo e como Teu Corpo (Romanos 12:5; I Coríntios 12:12), o mesmo propósito e a mesma determinação e foi, então, que tudo mudou.

    Hoje, cansado e desiludido, nessa humilde carta venho expressar-Te os motivos de meu insucesso em atender às tuas solicitações. Inicialmente, é necessário dizer que apenas na convivência com os Teus outros filhos pude perceber minhas gritantes e terríveis limitações. Por conseguinte, vi-me tolhido e impossibilitado de cumprir Teus desígnios, e entendi que não posso Te servir por razões que estão além de meus esforços individuais. Tais limitações só foram demarcadas no convívio eclesiástico, porque em mim faltam várias particularidades que sobram em outros vocacionados.

    Por exemplo, eu tenho muitas falhas, porém, não criei o hábito de ser cínico ou hipócrita, como tantos se acostumaram a ser apenas para não perderem a membresia e a admiração narcisista que nutriram em torno deles mesmos. Quem eu sou é algo que não consigo - e me recuso - mascarar, da mesma forma que não sei omitir-me diante do que está errado. Eu percebi que, tanto para quem lidera quanto para quem é liderado, um pastor não pode cometer ou ser passível de erros e, também, não pode repreender as ovelhas dos caminhos maus que seguem, senão pode ouvir o que não quer ou perder o membro.

    É uma fatalidade inaceitável, pois é sentida diretamente no recolhimento dizimal, nas ofertas, nas doações, e assim por diante. Particularmente, não coaduno com tais ditames e nunca tive medo de falar a verdade (ou de enfrentar tribulações financeiras). Eu tenho falhas que prefiro render notórias, a fim de que todos saibam que perfeição só há em Ti (Efésios 4:13; Colossenses 1:15; Hebreus 7:28) e que não é por causa das minhas falhas, ou das falhas de quem quer que seja, que somos impedidos de amar uns aos outros tal como nós somos (Romanos 12:10; I Pedro 1:22; I João 3:14; 4:20).

    Ademais, se por um lado tenho alguns defeitos, por outro não tenho nenhuma espécie de medo em declarar a verdade e anunciar a Tua lei (Mateus 10:27; Colossenses 1:28), pois prefiro encontrar-me com meu irmão no céu (Ezequiel 3:20), ao vê-lo ir para o inferno. É intrigante demais o comportamento do Teu povo. A ideia nutrida é que pastores não pecam e ovelhas não podem ser redarguidas. O resultado do pecado de um líder é quase um martírio. Contudo, a consequência do pecado de uma ovelha é essas coisas acontecem. Logo, em se tratando especificamente de minha pessoa, jamais soube omitir minhas falhas e limitações, um grave defeito meu.

    Eu compreendo a conduta cristã diferentemente de alguns, pois penso que um cristão deva servir de exemplo (I Timóteo 4:12), e não moldar-se em fachadas. Afinal um cristão deve reluzir e iluminar a estrada daqueles que Te procuram (Lucas 8:17). Ora, como ainda não somos perfeitos (Filipenses 3:12), só serve de exemplo aquilo que é bom (Isaías 55:2; Romanos 15:2). A Tua palavra ensina que há a universalidade sugestiva do pecado (I João 1:10), desta maneira, ninguém pode alegar-se melhor que - ou superior a - seu irmão (Filipenses 2:3; Hebreus 10:24).

    A sociedade ainda incorpora elementos místicos em sua subjetividade, levando a ideia papal para o relacionamento religioso. Em outras palavras, Tuas ovelhas ainda imaginam que os líderes são inerrantes. Logo, Senhor, pessoas semelhantes a mim, que não sabem esconder seus defeitos e que preferem falar a verdade no lugar de balbuciarem falsidade, não podem (e não ganham) espaço nos meios cristãos. É necessária uma leve pitada de hipocrisia temperada com aromas de cinismo, ou seja, é melhor transparecer o que não é, afinal o povo gosta de ser enganado e das aparências de perfeição, ainda que não exista algo perfeito neste mundo.

    Como se não fosse suficiente, percebi, tardiamente, que eu não sou a espécie de candidato que cai na graça da comunidade eleitoreira. Neste impasse, porque me auto-avaliei, eu não sei se estou inteiramente certo, mas parece que não é bem quisto aquele que só fala a verdade (João 6:60). Confesso que fiquei sem saber se sou demasiadamente ingênuo e chato, ou se o Teu povo de fato goste de ouvir contos e fábulas míticas acerca de suas próprias vidas (II Timóteo 4:4).

    Eu li na Tua palavra que é dever de quem lidera falar sempre a verdade (Êxodo 18:21; Efésios 4:25). Ainda que incômoda, somos orientados a anunciar a verdade em todo tempo (II Timóteo 4:2), pois a finalidade da vida comum em igrejas é o aperfeiçoamento do caráter (I Coríntios 2:16; Cl. 2:6) e a preparação para a Tua volta (I Tessalonicenses 5:23; II Pedro 3:12; I João 2:28). Muito embora eu tenha me esforçado para velar por Tua palavra, fiquei admirado ao ver que meus ouvintes, alguns de Teus filhos, me criticavam, ao invés de estarem satisfeitos por serem protegidos e corrigidos a desviarem-se do erro (Ezequiel 3:18, 19; II Timóteo 4:3). Já que não há em mim nenhuma veia teatral e o ibope não é minha preocupação, não fui hábil o suficiente para agradar Teus filhos.

    Na verdade, eu falhei miseravelmente em não levar-lhes mensagens que valorizam o que são sem corrigir-lhes o que fazem. Inexiste em mim a malícia politiqueira. Tenho incrível inaptidão para confortar o ego das pessoas, prefiro agradar Teu coração. Em resumo, Deus meu, sou um incrível fiasco como candidato a partidos religiosos antropocêntricos, sejam pentecostais ou cessacionistas. Os primeiros preferem o conforto de revelações no lugar de libertações de crenças supersticiosas, os segundos preferem a glória tradicionalista do passado no lugar da renovação espiritualista do presente.

    Estes extremos que abraçam Teus filhos criam constante fanatismo. Os pentecostais são fundamentalistas demais e os cessacionistas são legalistas demais. A nenhum dos dois eu soube agradar, exatamente porque lhes anunciei aquilo que não queriam ouvir. O pior de tudo é que, ao que parece, ou eu aprendi a Tua palavra da forma mais errada possível, ou sou incapaz de apreender certas passagens como tantos as interpretam. Por exemplo, eu não consigo entender que a Tua palavra estimule aos cristãos acumularem bens no mundo físico (Mateus 6:19).

    De mesmo modo, eu não consigo assimilar que o dever do dízimo seja uma barganha por prosperidade, e sim uma forma de adoração, visto que faz parte do culto (Gênesis 14:20; 28:22; Levítico 27:32; Deuteronômio 12:6; Hebreus 7:1-9). As minhas dúvidas são enormes, pois, igualmente, não consigo entender que tenhas agido de uma forma no passado e hoje sejas completamente diverso e não realizes mais milagres (Efésios 3:20; Hebreus 13:8).

    É, Senhor, admito que eu já me esforcei, mas, não consigo compreender a Tua palavra de outra maneira. Há quem ensine a tirar dízimo dos dízimos, algo que só era destinado aos Levitas, porque não tinham herança em Israel (Números 18:21-26). Doutro lado, tenho dificuldades em acatar certos conselhos, pois, é impossível que o dízimo tenha um mero efeito protecionista, uma vez que Tua palavra ensina que o dízimo é ambivalente, tanto protege quanto abençoa (Malaquias 3:10). De fato a proteção é uma consequência da benção, visto vir posteriormente (Malaquias 3:11). Inobstante, se o dízimo é parte do culto, como pessoas completamente endividadas dizimam do que não têm, se o dinheiro delas legalmente pertence a seus credores? Estão descumprindo uma série de preceitos da Tua graça (Mateus 5:24; Romanos 13:8; I Timóteo 3:7).

    O devaneio ao qual se submetem cristãos endividados, deixando de pagar as contas residenciais e aos seus credores, tem como objetivo a prosperidade pessoal, uma fé inteiramente alicerçada sob uma crença errada. Ora, diz-se que há maldição nos que não prosperam, e não há maldição nos que devem? Não há maldição em escândalos? Ou em adultério, ou em mentira, ou em fofoca, ou em não amar ao irmão? Não nos é necessário nascer de novo (Jo. 3:3; I Jo. 4:7)?

    Ah, Senhor! Tantas coisas eu nem soube aprender, nem pude aceitar Esse assunto de maldição hereditária, por exemplo, é uma coisa intrigante, já que segundo a Tua palavra existe apenas um capaz de abençoar e amaldiçoar, que quando fecha não se abre e quando abre não se fecha (Gênesis 12:3; Números 23:8; Salmos 37:22; Apocalipses 3:7). Ademais, acredito que seja impossível ser do Teu desejo que Teus filhos, que irão morar no céu, sejam altamente prósperos para si mesmos neste mundo, já que nenhum dos Teus discípulos, nem a Tua palavra, e nem mesmo o Senhor, foram ou ensinaram a perseguir prosperidade (Salmos 37:16; Provérbios 11:28; 13:7; 22:1; Mateus 6:19; 8:20; 13:22; Marcos 10:23; Lucas 18:24; Filipenses 4:11, 12).

    De fato, seja Teu Filho que Seus discípulos gastaram a vida e o que tinham para abençoar os outros (Mateus 9:9; 19:21; Lucas 9:13; 12:34; 18:22; João 1:43). Como posso desejar riquezas, alcançá-las, mas relegar meu irmão à miséria e à fome? Penso que isto não seja cristão. Através da Tua palavra percebo que toda prosperidade que vem de Ti, serve para auxiliar na Tua obra e aos nossos irmãos (I Timóteo 6:17-19; I João 3:17). Inclusive, os que encontram a joia que é a vida eterna, são aconselhados a deixar tudo o que têm e vender a tudo o que possuem (Mateus 10:37-42; 13:44, 46; 19:29). Como é possível apregoar a vida eterna ensinando a viver e gozar bem a terrena? Como é possível falar de céu se ninguém deseja tirar os pês desta terra? Oramos por bênçãos, casas, salários, dinheiro, empregos, viagens, automóveis, empresas, negócios, porém, como é possível que Tu voltes para nos buscar se nem oramos por isso (Apocalipses 22:17)? Discordo completamente dos que procuram a felicidade neste mundo tenebroso (Mateus 10:39; I João 2:15, 16; 4:4; 5:19), pois, assim não era o coração de Teus discípulos (Atos 20:24; Filipenses 1:21), ou dos grandes homens que na história Te adoraram, e porque amar as riquezas traz desolação (I Timóteo 6:10).

    Deus, meus pais não me ensinaram a me vender, nem me dobrar e nem servir a homens. Eu não sei enganar as pessoas com meias ou falsas verdades, como fazem alguns a fim de que as pessoas façam o que dizem ser o melhor para elas, quando, na verdade, é apenas o melhor para si mesmas. Como anunciador das boas novas (Salmos 68:11; Isaías 52:7), tudo o que

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