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Crônicas e notas de um jornalista como motorista de aplicativos de mobilidade urbana
Crônicas e notas de um jornalista como motorista de aplicativos de mobilidade urbana
Crônicas e notas de um jornalista como motorista de aplicativos de mobilidade urbana
E-book225 páginas3 horas

Crônicas e notas de um jornalista como motorista de aplicativos de mobilidade urbana

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Sobre este e-book

Este e-book é a primeira parte de uma série de três volumes sobre o advento da mobilidade urbana baseada em aplicativos de transporte em Belo Horizonte e região metropolitana. Na primeira parte da série, vamos dar voz aos passageiros para que compartilhem com o leitor suas histórias e casos inusitados. Como jornalista, busquei dar ênfase ao lado humano, privilegiando a história de vida de cada um. Na segunda parte, vamos tratar de minhas impressões como jornalista e motorista de aplicativos, buscando apontar impactos positivos e negativos dessa nova modalidade de transporte na cidade. No terceiro e último volume da série, vamos abordar o universo da cidade que serve de palco dos aplicativos. Todo trabalho de edição aproxima a narrativa de um olhar mais jornalístico, sem deixar que a dureza dos fatos empane a sutileza dos acontecimentos.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento14 de abr. de 2019
ISBN9780463516249
Crônicas e notas de um jornalista como motorista de aplicativos de mobilidade urbana
Autor

Geraldo A. Seabra

It's a professor, journalist and master in media, web journalism and games emulators news. The market worked on Radio Alvorada, Itatiaia Radio, Television Minas Network and Gazette of Belo Horizonte. In the academic sphere taught at the Funorte College, Unipac and UniBH. Yet it was a partner of Millennium Communications Agency. He is currently a professional writer and editor of the Blog of NewsGames. Born in Belo Horizonte (Brazil) is based in Treviso (Italy).

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    Crônicas e notas de um jornalista como motorista de aplicativos de mobilidade urbana - Geraldo A. Seabra

    Imagem

    SÉRIE APLICATIVOS DE MOBILIDADE URBANA

    Crônicas e notas de um jornalista como

    motorista de aplicativos de mobilidade urbana,

    Um ano e meio depois...

    Histórias compartilhadas por passageiros

    de aplicativos de transporte em Belo Horizonte

    Geraldo A. Seabra

    2019

    Imagem

    Ainda vivemos como se todos que amamos fossem durar para sempre. Essa é sem dúvida a grande inspiração de quem vive para amar, eternamente. Porém, ninguém dura para sempre! Nem mais um minuto sequer. A não ser em algum lugar azul escolhido para repousar. Um dia, as pessoas simplesmente se vão como se fossem voltar. Mas, por algum tropeço do destino, elas simplesmente não voltam! A não ser em algum lugar encantado em nossos sonhos, tornando o coração refém de algo que só a memória sabe guardar. O que fica é sempre o lampejo de um filme no qual somos coadjuvantes à espera de um eterno reencontro. Para quem fica, restam lembranças como um sopro de quem um dia viveu entre nós. E qual a lição que a nossa querida Nielsen deixa para todos nós? Que a vida deve ser sempre vivida intensamente enquanto ela realmente valer à pena. Essa dedicatória vai para alguém que na extensão de suas limitações nos permitiu ser pessoas melhores.

    À Nielsen Alves dos Santos

    2019

    Imagem

    Capa

    Volume da série

    In memorian

    Notas sobre o autor

    Perfil do motorista

    Preâmbulo

    Embarcando em histórias compartilhadas

    Imagem

    Geraldo A. Seabra é escritor, jornalista, professor e mestre em comunicação social, webjornalismo e games como emuladores de informação. O seu trabalho inaugura os jogos digitais como suportes de produção, publicação e consumo de informação e notícia. No mercado editorial, publicou outros três e-books dentro do universo do Jornalismo e dos jogos baseados em notícias, numa parceria com a jornalista Luciene A. Santos. Juntos, também já produziram três aplicativos com viés social: Street Parking, Unfake News e Govefy, todos sob o selo da NewsGames Startups. Radicado por 5 anos em Treviso (Itália), atualmente está Belo Horizonte (Brasil), sua cidade natal.

    2019

    ImagemImagem

    Em um ano meio como motorista de aplicativo fiz cerca de 9.000 corridas rodando em quatro app's: Uber, 99 POP, Cabify e 4Move. Pelo Uber, completei 5.000 viagens no mês de março de 2019. Pelo 99 POP, fiz ao menos 3.000 viagens. E com Cabify e 4Movie, realizei outras 1000 corridas. Pela limitação geográfica, Cabify chama menos que Uber e 99 POP. Já o 4Move ainda não deslanchou. De agosto de 2017 a março de 2018, perfazemos cerca de 25 mil quilômetros, o suficiente para cruzar o Brasil de Norte a Sul mais de seis vezes. Nesse período, embarcaram no meu carro usuários de 60 cidades diferentes, vindos de mais de dez países.

    2019

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    Uma breve nota de abertura

    Este e-book é a primeira parte de uma série de três edições sobre o advento da chegada dos aplicativos de transporte e seus impactos na mobilidade urbana em Belo Horizonte e região metropolitana da capital mineira. Na primeira parte da série, daremos voz às vivências compartilhadas pelos nossos passageiros. Como jornalista, busquei dar ênfase ao lado humano das pessoas, privilegiando a história de vida de cada um.

    Na segunda parte, vamos tratar de minhas impressões como jornalista e motorista de aplicativos, buscando desbravar essa nova cultura baseada na internet das coisas. Na terceira e última edição da série, vamos abordar o universo da cidade que serve de cenário onde rodam os aplicativos. Todo trabalho de edição aproxima a narrativa de um olhar mais jornalístico, sem deixar que a dureza dos fatos empane a sutileza dos acontecimentos.

    Antes de qualquer coisa, permita-me fazer um rápido resumo da minha carreira profissional. Sou jornalista por formação, graduado em 1997 pela UniBh e especialista em Comunicação Contemporânea pela PUC-Minas (2004). Também sou mestre em Comunicação e Tecnologia (2009), cuja temática baseia-se em ‘NewsGames – Games como emuladores de informação’.

    Por haver compatibilidade cognitiva entre NewsGames e aplicativos de mobilidade, no decorrer deste e-book, vamos aprofundar mais no tema de minha pesquisa de mestrado. Essa análise comparativa é importante no momento de grande transformação das novas mídias que, por sua vez, ainda não se deram conta da abrangência do mercado de games baseados em notícia e da Teoria Geral Aplicada dos NewsGames.

    Assim, veremos que a maioria dos aplicativos de carona e delivery utiliza, de forma gradual, sistemas algorítmicos baseados em jogabilidade de games digitais. Ora para tornar a informação mais transparente, ora para escamoteá-la, assim como fazem os famosos jogos de estratégia e guerra. E que a informação gerada a partir desses aplicativos emerge justamente da interação entre os usuários e os agentes públicos da cidade.

    Feito esse pequeno parênteses informativo, eu gostaria de informar que, antes de me tornar motorista de aplicativo, passei por vários veículos de comunicação desde 1996 – Rádio Alvorada, Rádio Itatiaia, TV Rede Minas, Diário de Belo Horizonte, Jornal da Pampulha, Jornal Inconfidências Mineiras, Revista Amirt (Associação Mineira de Rádio e Televisão). A experiência adquirida no mercado de mídia nos permitiu criar o nosso próprio jornal.

    Em 2000, eu e a jornalista Luciene Alves dos Santos criamos o conceito do Jornal Sabará em Minas, voltado para a questão turística e ambiental da cidade com maior acervo colonial da região metropolitana de Belo Horizonte. Com edições mensais, o jornal funcionava sob a gestão da Agência Millennium de Comunicação. O projeto não foi adiante devido aos altos custos de produção e impressão.

    Já na área acadêmica, tive a oportunidade de lecionar na área do Jornalismo – Unibh, Furnorte e Unipac Lafaiete. Nesta última tive a oportunidade de ser o coordenador do curso de Comunicação Social (Jornalismo e Publicidade e Propaganda) no período em que houve o processo de reconhecimento pelo MEC. Infelizmente, algum tempo após deixarmos à coordenação, o curso acabou sendo fechado pela instituição.

    Mais recentemente, a parceria com a jornalista Luciene Santos nos permitiu enveredar também no universo da tecnologia. A partir de 2015 passamos a criar projetos de aplicativos sociais baseados em narrativas ligadas à Teoria Geral Aplicada dos NewsGames. O primeiro projeto (Street Parking) foi desenvolvido a fim de permitir ao usuário compartilhar vagas de estacionamento em vias púbicas.

    O segundo trabalho viabilizou a criação do aplicativo UnFake News, por meio do qual o usuário pode compartilhar links contendo notícias falsas publicadas na internet. Por fim, o último projeto de aplicativo (GoveFy) permite virtualizar a tese da instituição de um autogoverno por meio da democracia direta, através da qual o cidadão comum pode compartilhar propostas de governo para áreas de interesse dentro do aplicativo.

    A mudança para exterior e o meu exílio profissional

    Desempregado, decidi tentar a sorte no exterior. Em julho de 2011, desembarquei em Roma, depois segui para Veneza, e fui morar na casa da família em Treviso, província do Veneto, no Nordeste da Itália, cuja ideologia está mais ligada aos partidários de extrema-direita. Aliás, na eleição presidencial brasileira de 2018, os italianos de ultradireita manifestaram seu apoio ao candidato ítalo-brasileiro, Jair Bolsonaro (PSL).

    Afinal, as raízes familiares do presidente eleito são do Norte da Itália, berço da extrema-direita italiana. Os pais de Bolsonaro são emigrantes da cidade de Anguillara. Foi ali que nasceu seu bisavô Vittorio Bolzonaro, que emigrou para o Brasil em abril de 1888, aos 10 anos de idade, na companhia do pai, da mãe e de outros dois irmãos. Semanas depois do embarque em Gênova, a família chegou ao porto de Santos, em São Paulo.

    Voltando ao meu exílio profissional, após legalizar toda a minha documentação como cidadão estrangeiro, logo coloquei a mão na massa. No início, a maioria dos trabalhos era informal. Trabalhei na fazenda de meu cunhado italiano em diversas atividades. No breve período que estive lá, passava o tempo fazendo pequenos reparos nos maquinários, além de cuidar do gado leiteiro.

    Como em geral, os meses de julho, agosto e setembro são destinados à colheita da uva e do milho – os principais produtos da fazenda – também participei desse trabalho no pequeno vinhedo mantido pela família de meu cunhado. Por dois anos, participei ainda da colheita da uva nas colinas de Valdobbiadene, onde se produz o melhor vinho prosecco do mundo.

    Já com toda documentação em ordem, três meses após meu desembarque em solo italiano, assinei meu primeiro contrato de trabalho formal na Benetton – uma das maiores empresas de artigos de moda do mundo. Situada em Villorba, trabalhei lá por mais de quatro anos a partir de contratos semanais e mensais, bastante corriqueiros na admissão de mão-de-obra estrangeira. Os contratos eram firmados na Agência Randstad, empresa que pertence ao Grupo Benetton.

    Retorno da Itália e o desemprego de 14 milhões...

    Em 2015, decidimos retornar ao Brasil, um pouco antes da queda do Governo Dilma. Tão logo cheguei ao Brasil, fiz alguns contatos para tentar me reinserir no mercado, mas não obtive nenhum retorno, tampouco dos e-mails enviados. Sem esperança em encontrar trabalho na área após um ano e meio de retorno da Itália, decidi baixar o aplicativo do Uber.

    Em agosto de 2017, comecei a trabalhar. Não fui o único a trocar de profissão para tentar sobreviver numa das piores crises econômicas da história do Brasil. Quando retornei do exterior éramos cerca de 14 milhões de desempregados, sem contar outros 16 milhões – subocupados, subutilizados, desalentados, totalizando cerca de 30 milhões de brasileiros fora do mercado formal.

    Em outubro do mesmo ano, o 99 POP chega à capital mineira e logo passei a usá-lo junto com o Uber. Pouco tempo depois, baixei também o aplicativo Cabify e, mais tarde, o 4 Movie. A partir de então, passei a trabalhar com os quatro ligados ao mesmo tempo, a fim de monetizar mais e ficar menos tempo parado. Mas essa tática não funcionou bem por muito tempo. Depois, preferi trabalhar apenas com o Uber e 99 POP. A razão é muito simples: ambos monetizam mais que os demais.

    O que me motivou a editar mais um e-book?

    A ideia de produzir este e-book aconteceu meio por acaso. Na verdade, inicialmente, eu não tinha intenção de escrever mais livro digital, porque esse formato ainda não é tão valorizado comercialmente. Mas, o fato de passar a colecionar um sem-número de histórias interessantes atiçou o meu faro jornalístico. A partir daí, passei a rever meus conceitos na medida em que mais histórias eram compartilhadas pelos passageiros.

    Foi quando decidi anotar cada conversa travada no carro em um bloco de notas para não me esquecer nenhum detalhe, tudo para que o leitor pudesse embarcar nessa aventura sob rodas. Quando não havia tempo, gravava as histórias em mensagens de áudio e as enviava à minha esposa pelo Whatsapp, assim que os passageiros desembarcavam. Para preservar as identidades dos usuários, todos os nomes usados são fictícios.

    Portanto, aqui também vale aquela advertência usada em filmes e programas de TV: ‘Qualquer semelhança é mera coincidência’. Para efeito narrativo, a disposição das histórias não segue uma sequência cronológica. Desta forma, a edição permite que o leitor possa fazer sua leitura de qualquer ponto, sem perder a compreensão de nenhuma história. A segunda razão de termos decidido editar este e-book é de cunho familiar.

    Afinal, três meses depois de ter começado a trabalhar como motorista de aplicativo, a minha cunhada com Síndrome de Down e idade já avançada passou a apresentar um quadro convulsivo irreversível, que a levaria a morte três meses mais tarde. Durante todo esse período de vai-e-vem em hospitais e unidades de saúde, nos prontificamos a realizar o trabalho de transporte, quando o serviço de ambulância não era extremamente necessário.

    Enquanto dirigia pelo aplicativo, não me esquecia dela. Sempre que podia direcionava as minhas orações para onde estivesse, a fim de tentar minimizar o sofrimento da minha cunhada-irmã, com a qual tive a oportunidade de conviver por exatos 20 anos. Foram anos inesquecíveis, sem dúvida! Anos que transformaram a minha maneira de encarar a vida, as pessoas e as delícias e os desafios de se viver na superfície.

    Aliás, o meu retorno ao Brasil se deveu bastante ao fato de seu estado de saúde ter se agravado nos últimos anos de vida. Como tínhamos uma forte ligação afetiva, não pestanejei em deixar a Itália para trás. Daí a nossa homenagem In Memoriam em nome de todos aqueles anos em que ela me ensinou a ser uma pessoa melhor. Assim, como a histórica que acabei de narrar, todas as histórias que selecionamos são historias de vida.

    Sofrimentos, alegrias, desafios, desilusões, enfim experiências pessoais, que guardado o devido anonimato, não visam prejudicar, ou expor ninguém. Visam, sobretudo, revelar a humanidade que cada um de nós carrega consigo na melhor virtude que possamos ter e conhecer. Apesar dos desafios dessa nova profissão emergente, o motorista de aplicativo vive situações inusitadas, todos os dias.

    Muitas delas transformam simples corridas em momentos de conhecimento, descontração e prazer, mesmo transportando pessoas desconhecidas, mas não menos interessantes para que dispuséssemos de tempo e disponibilidade para escrever este primeiro volume da série de três e-books sobre a nossa experiência no universo da mobilidade urbana em Belo Horizonte. Para facilitar a leitura, a seção 'Embarcando em histórias compartilhadas' está subdividida em nove tópicos, cujas histórias guardam entre si alguma relação temática.

    No mais, uma boa leitura! 

    2019

    Imagem

    Amores e casamentos

    Eterno affair de um senhorzinho nada convencional

    Quando Seu Amintas, de 86 anos, entrou no carro, não imaginava que se tratava de um senhorzinho nada convencional. Natural da região da Zona da Mata mineira, atualmente mora na zona Oeste de Belo Horizonte, de onde partimos para o conjunto residencial no centro de Belo Horizonte. Tradicional no centro de belo Horizonte

    Lá, Seu Amintas o amável senhorzinho se encontraria com a sua ilustre

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