Espelho do tempo: Saga prisional do maior líder popular brasileiro (preso político)
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Sobre este e-book
Procurou-se abordar, no livro ora apresentado, temais diversos, poemas de variados estilos, onde destaca-se, o romantismo, o lirismo do poeta, sua sensibilidade em relação à natureza, a emoção, a nostalgia da infância, o seu caminhar: às vezes alegre, às vezes triste, as suas duvidas e aspirações.
Em o Espelho do tempo – focou-se um tema controverso – a politica. Como não poderia deixar de ser – o livro discorre sobre a saga prisional do maior líder popular brasileiro, gerando polêmica, dividindo o País entre aqueles que defendem a liberdade de Lula, e os que querem que ele continue preso.
Convido o distinto leitor a viajar pelos caminhos risonhos da imaginação, em o Espelho do Tempo.
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Espelho do tempo - Jucklin Celestino Filho
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PREFÁCIO
Jucklin,
Assim que fui informado, por Luciano, da tua vitória em terras ancestrais, eu confesso que fui tomado de grande emoção.
Analogicamente ao homenageado, as palavras escritas por tua selvagem pena não têm menos em beleza, do que em ousadia e desapreço pela conduta ordinária. Fica, aqui, a admiração de um inculto, sem a tua sensibilidade, e que por ser rude, pode apenas perceber tuas insólitas inovações na pontuação e formatação deste arrojado estribilho, já que o conteúdo, tu sabes, me escapou do propósito.
Reitero a tua maestria em driblar as boas e velhas regras do texto escrito, habilidade que me lembrou da fina flor do modernismo brasileiro, embora esse tipo de texto tenha sido novidade só lá em 1922. Mas, o que é bom não envelhece.
Eduardo Orlando Carvalho Mattos
PATATIVA DA ESPERANÇA
Quem o vê sorrir,
Não imagina a dor
No seu peito a carpir!
Perece estar sereno.
No entanto,
A mágoa é tanta,
A esconder o pranto
Num sorriso ameno,
Disfarçando o choro
Tanto
Quanto
O rouxinol
Que chora
O seu triste canto!
A rolinha triste,
Ruminando dissabor,
Perde o rumo,
Não encontra o ninho.
O viandante a esmo andando,
Perde, também, seu trajeto,
Não encontrando
O caminho,
E coração ferido,
Verte lágrimas de tristeza infinda,
Como é preciso seguir,
O andarilho triste
Persiste ainda
Na sua jornada.
Mas queda-se, contristado,
Ao ver o pobre pássaro
Preso a perverso laço,
Inda assim,
O rouxinol querido
Canta, partido de dor,
Maldizendo o malvado
Que o aprisionou!...
Canta, mesmo que preso,
Patativa da Esperança,
Que seu canto é bonança,
Bálsamo que caindo na alma,
Ao povo que o ama, acalma!
Canta,
Que esse povo
Que o ama,
O queria Presidente de novo,
E desesperada,
A gente brasileira clama
Vê-lo solto; de peias - livre,
E não há, quem possa, lhe tolhir,
O livre pensamento,
Pássaro de Bondade,
E, em nenhum momento,
Nem a fórceps, conseguirão
Extirpar-lhe , a férrea
Vontade de lutar,
À árdua batalha se arrojar,
No nobre mister,
Pássaro de Amor,
Único objetivo que enseja
Na vida,
Integrar-se à peleja
Em prol gente sofrida,
De sua Pátria Amada,
Mesmo pagando alto preço:
A perda da liberdade!
Canta, expande seu livre cantar,
Que seus algozes sabem
Que "não há juiz mais implacável
Do que a consciência",
E que todo o ardil montado,
Contra você, pássaro arrojado,
Hão de um dia, pagar,
Sem clemência!
Canta, inda que um canto
Pejado de amargura,
Pássaro querido,
Sublimando as dores;
Canta, em louvor à bravura
Da fibra que é talhado;
Canta, ninguém o pode livrar-
Está preso.
Irremediavelmente condenado
Às grades do coração de mais
De 50 milhões de eleitores
Que não o puderam eleger!
Canta, Lula, Pássaro Sagrado,
Que no bronze da história,
Já tem seu nome
Perpetuado na memória!
Canta,
Por quem espera
E tem esperança tanta,
Que só você, Pássaro
Iluminado,
Poderia no bico levar,
Para o povo sofrido, alento!
Canta, que seu mavioso cantar
É um brado de resistência!
Segue cantando, Pássaro Luzido,
Solta a voz, no azul-anil,
Que inda há, esperança tanta,
Mesmo ante o céu em tempestade,
Com você, Pássaro da Esperança,
De dias melhores, para o Brasil!
Inda que, atrocidades tantas,
A que vem sofrendo,
Perseguição implacável
Por que tem passado,
Mil grades não prendem o seu colossal legado
Ao povo brasileiro, Lula, Pássaro Sagrado!
ARTESÃO MAIOR
Por mais presteza,
Que beleza aquela!
Juntando cores,
Pincelando a tela,
Ou esculpindo,
O artista cria, imortaliza,
E dos esboços, surgem
Obras-primas,
Onde são retratadas