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Montanha Anônima
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E-book118 páginas1 hora

Montanha Anônima

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Sobre este e-book

Uma verdadeira aventura acontece por dentro.

Quando a loucura que vem com o calor do verão entra em seus ossos, acabando com os relacionamentos e tornando o pensamento uma tarefa árdua ... Quando você não tem trabalho e até as cartas de Tarô estão dizendo coisas ruins - uma viagem com amigos estranhos e levemente loucos, soa como Diversão.

Três amigos quase relutantes pulam de carro e vão de LA para algum lugar, terminando em Las Vegas. É um lugar onde muitas coisas acontecem e muito mais desmoronam. Nesse caso, culpe o que acontece pela imprecisão, pelo jogo e por uma prostituta que é Escorpião.

Fugir desse caos sem dinheiro significa pegar uma carona com um dentista do centro-oeste. Ele está dirigindo seu Porsche até uma montanha sem o peso de um nome, e a viagem fornece uma certa quantidade de informações planas. Encontrar um emprego em uma lanchonete em uma cidade remota no topo da montanha, cheia de personagens estranhos e uma biblioteca de livros em Khmer (cambojano), de repente as coisas começam a fluir juntas. As realizações estão turvando as águas, mas também proporcionam um certo tipo de clareza e possivelmente um propósito.

Se a interminável música country não for tóxica, pode ser possível um retorno do limiar.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento11 de jan. de 2020
ISBN9781393053149
Montanha Anônima

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    Montanha Anônima - Ed Teja

    Montanha Anônima

    por

    ED TEJA

    Três de qualquer coisa deveria dar equilíbrio. Nos é dito que bancos de três pernas são superiores a cadeiras normais nesse ponto; carruagens com três cavalos (troikas) e tríades asseguram estabilidade. Infelizmente, essas ideias nem sempre funcionam.

    O problema é que sistemas complexos são mais difíceis de controlar e processos complexos são mais difíceis de definir.

    A Lei de Lenn, a lei mais importante da física moderna, explica claramente: A dificuldade de executar qualquer tarefa é igual ao número de pessoas envolvidas ao cubo. Logo, se fazer algo sozinho é igual a um, então duas pessoas fazendo-o é oito vezes mais difícil (2x2x2). Três pessoas executando uma tarefa é vinte e sete vezes mais difícil (3x3x3).

    A voz do povo sugere que qualquer tarefa, quando se tem ajuda, é facilmente resolvida, mas o efeito de complexidade só é suportado pela experiência. Digamos que você queira ir ao cinema. Você descobre o que está passando, escolhe e vai. Se você convida alguém, primeiro tem que decidir por algo que os dois queiram assistir, escolher o horário, e até mesmo decidir sobre se encontrar lá ou ir juntos. São necessárias outras decisões.

    Você compreende.

    Historicamente, existe até mesmo uma preocupação conhecida sobre três com um fósforo: dizem que essa frase tem origem entre soldados durante a Guerra da Crimeia. Se três soldados acenderem os seus cigarros num mesmo fósforo, a história conta que, um dos três, geralmente o último que acendeu, tomaria um tiro. Desde então é considerado má sorte três pessoas compartilharem o mesmo fósforo.

    Isso claramente, se não comprovado cientificamente, demonstra a futilidade de fazer algo rodeado de gente. Mais do que isso, explica a inerente dificuldade enfrentada pelos personagens desta história. Quando três pessoas relativamente decentes tentam balancear várias combinações e níveis de amizade, amor, desejo, aspiração e esperança, eles descobrem ser vinte e sete vezes mais difícil atingir qualquer um desses objetivos. No final, eles precisam fazer o possível para não se matarem.

    Mesmo que sua viagem tenha um destino vago, e o destino seja um lugar anônimo, a menos que você vá sozinho, prepare-se para os desafios.

    CAPÍTULO UM

    Uma grande massa cinza se apoderou da cidade por dias. À noite, o calor irradiado pelo concreto tentava escapar para o gélido céu azul, mas as nuvens o esmurravam de volta para o asfalto onde recomeçava a fervilhar a cidade já superaquecida. Milhares de ares condicionados a postos, sugando a vida da rede elétrica, e despejando o calor coletado, junto com o calor que os próprios geravam, de volta para as ruas escaldantes.

    Los Angeles geralmente era quente. A gente espera o quente, mas não esse extremo; o cozinhar lento que nunca te deixa esquecer do calor. Dentro desse forno manufaturado naturalmente pelo homem, a confusão inevitável pôde ser vista depois de três dias: a cidade começou a perder seu precário e precioso equilíbrio. O calor amplificava tudo o que já estava a flor da pele e ansioso; e tinha muita coisa pelas ruas que estava a flor da pele e ansiosa. As noites se tornaram um momento contemplativo, especialmente sobre o que estava errado. E sobre o que poderia ser diferente.

    De uma perspectiva simples e estatística, os resultados pragmáticos do calor não surpreendiam a ninguém. No interior da cidade, cérebros fritavam pelo calor prolongado, aumentavam as apostas em disputas de gangues, estupros, saques e o caos geral. Mais acima, nas terras consagradas dos ricos, a violência aleatória também atingia números alarmantes, com repórteres locais mostrando um aumento considerável em tiroteios nas principais vias e violência doméstica. Isso provava que possuir um ar condicionado não lhe faria imune à loucura induzida pelo calor.

    O fato era que não havia pra onde escapar do calor e da loucura que vinha nos acompanhando além da vontade de ir embora. A maioria das pessoas não conseguia sair de suas casas e trabalhos e se refugiar em lugares frescos, mas o rico se tornou escasso. Beverly Hills ficou à mercê de seguranças, empregadas e caseiros. E todo mundo que ficou lutava a mesma batalha. Não havia grupo socioeconômico, sancionado pelo governo, não-oficial, minoria ou maioria étnica que possuía genes fortes o suficiente ou tecnologia adequada para suportar a loucura na baía. Na melhor das hipóteses, quando o verão chega, os guardas te dirão, que a vida é uma merda.

    Minha vida era similar ao verão. Extremamente quente, nada produtiva e não prometia nada bom. No ponto mais fundo da minha vida eu tinha duas pessoas por perto que eram dignas do título de amigos. Talvez isso fosse o suficiente em outros tempos, mas amizade não tolera o calor melhor do que outras frágeis e voláteis criaturas.

    Não que eu entenda a amizade de forma precisa; na verdade eu evito tentar entender qualquer coisa precisamente. De algum modo me parece que a precisão pode complicar as coisas de uma maneira desnecessária. Também parece algo cafona. Deus me livre de ser cafona. Isso também me difere dos meus amigos, como você vai ver.

    Apesar da falta de definição clara para amigos, eu sabia que Ted era um, mesmo que por razões históricas. Ted e eu meio que crescemos juntos. Agora, eu deliberadamente incluí o meio que ali porque eu não tenho certeza de que as pessoas crescem mais. A gente envelhece, claro, e se direciona a uma maturidade física como humanos adultos, mas não é claro que há algo para se crescer. Nos geminamos o suficiente, provavelmente bem demais na verdade, mas não há nada no mundo adulto que supostamente se assoma do mundo das crianças (sempre me pareceu em camadas) mas é tudo enevoado.

    Houve um tempo em que as pessoas amadureciam, emergiam inexperientes em um mundo que lhes oferecia opções, inclusive a opção de não escolher nada. Claro, não escolher significava falhar, cair nas rachaduras daquele mundo. Para os que não podiam ou não iriam escolher, aquele mundo era difícil, até brutal. Mas agora escolher tem menos valor, porque as escolhas não são o que parecem. Muitas são mera ilusão de escolha ou alucinações produzidas por olhar para o novo mundo como se ainda fosse o antigo.

    Nada disso é um lamento, de maneira alguma. O mundo não é pior agora, mas é diferente. E é o único com o qual precisamos nos preocupar.

    Apesar disso, não precisamos escolher nos preocupar com isso, e alguns de nós não o fazem. Algumas almas miseráveis não conseguem se convencer de que escolher faz a diferença. Um exemplo simples pode ser suficiente: Você pode escolher trabalhar em uma fábrica por um bom salário, porém eles podem te fazer redundante, negando a sua escolha. Pra simplificar, você pode escolher casar com uma mulher com certas qualidades e depois descobrir que ela só existe na sua mente. Escolher é bom, eu imagino, mas a menos que exista a mínima possibilidade de fazer uma diferença, não faz sentido algum.

    Eu considero fazer escolhas sobre como viver em um mundo que me ofereceu tão pouco controle sobre a minha vida uma perda de tempo, especialmente depois de perder a minha fé na música. Na maioria das vezes eu conseguia entreter algumas pessoas querendo fingir, pra jogar também. Mas não era real.

    Ted preferiu uma abordagem mais agressiva, interpretando os papéis que ele achou que deveriam ser seus no mundo. Para ele, era uma variação de visualizar um resultado. Enquanto essa história se desenvolvia, ele era Ted, o homem do dinheiro, o que consequentemente o levou ao estado mental de aja como um rico, seja um rico. Ele havia focado em criar sua fortuna, conquistando o simplório mundo dos negócios. Sem contar uma lista consistente de fracassos, ele tinha poucas dúvidas de que iria conseguir. Pelo menos em dias bons. Eu o dei pontos por persistência e os tirava por uma considerável falta de objetivos em relação a sua própria vida.

    Aparentemente, Ted lidava bem com isso, parecia mais à vontade na cidade. Vivendo e trabalhando em L.A. a vida toda, ele se imaginou em paz entre as farras caóticas da cidade, enquanto eu as achava irritantes. A vida era o que geralmente dava dores de cabeça a Ted. Dores severas.

    Tirando sua peculiaridade louvável, Ted era, em muitas maneiras, um típico nativo do sul da Califórnia. Por exemplo, ele era movido por uma fome desesperada, um desejo. Isso complicou sua carreira em que ele tinha passado muitos anos vivendo como um quieto homem desesperado voluntariamente. Ele sentou à beira da estrada da vida, como uma pedra preciosa inexplorada, ansiando pela descoberta (de seu intrínseco valor pelo mundo inteiro) que ele nunca duvidou de que viria,

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