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Beleza e cirurgia estética
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E-book263 páginas7 horas

Beleza e cirurgia estética

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Sobre este e-book

O apelo à boa aparência e a excessiva valorização de padrões de beleza têm influenciado as práticas das pessoas nos cuidados corporais. Diante do poder da imagem nas relações sociais, este livro revela o pensamento de estudantes brasileiros, europeus e chineses, com diferentes formações acadêmicas, acerca da maneira como beleza e cirurgia estética são entendidas e determinam os modos de sentir e relacionar-se com o corpo. Trata-se, portanto, de um tema relevante que exerce significativa influência diante da maneira de pensar e agir dos sujeitos. A obra visa contribuir para o desenvolvimento científico e fomento de pesquisas realizadas no campo da psicologia social, sobretudo apresenta-se como ferramenta útil para os pesquisadores interessados no uso de programas informacionais que auxiliam na análise de dados quantitativos e qualitativos, bem como na utilização de técnicas de pesquisas em representações sociais, como a rede associativa, que se apresenta como um recurso inovador no Brasil, a partir deste estudo. Num mundo no qual o palco social torna-se cada vez mais competitivo e exigente, a compreensão das representações sociais que envolvem as questões relacionadas ao corpo, através dos objetos sociais pesquisados, apresenta-se como um importante conhecimento acerca das práticas vigentes, que refletem no físico e no psicológico, as dimensões afetivas, normativas e atitudinais envolvidas no comportamento humano.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de jan. de 2017
ISBN9788547302238
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    Beleza e cirurgia estética - Luana Michele da Silva Vilas Bôas

    Editora Appris Ltda.

    1ª Edição – Copyright© 2017 dos autores

    Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.

    Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98.

    Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores.

    Foi feito o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nºs 10.994, de 14/12/2004 e 12.192, de 14/01/2010.

    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO CIÊNCIAS SOCIAIS

    Dedico esta realização ao meu amor,

    Rafael, que com imensa parceria e ternura

    esteve comigo na concretização deste sonho.

    Rafael, você é uma fonte inspiradora do

    que considero primordial na vida:

    o crescimento pessoal e a felicidade.

    É a escolha que decide tudo!

    Agradecimento

    Sem dúvida, o trabalho de construção de uma pesquisa envolve muitas pessoas e instituições, sem os quais seria impossível a realização desse feito. Em especial, agradeço: aos professores de infância (Sandra e a equipe pedagógica do Núcleo infantil Casulo da Vovó Ana, localizado em Porto Velho-RO), base sólida de minha trajetória acadêmica pelo incentivo à criatividade; aos dedicados professores do ensino público, do qual fiz parte na condição de aluna, motivos de orgulho em minha formação. Aos professores da graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Rondônia (UFRO), Prof. Josué da Costa Silva e Prof. José Juliano Cedaro, que possibilitaram minha iniciação científica e o prazer por novas descobertas. Ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), aos professores e colegas do Laboratório de Psicologia Social da Comunicação e Cognição-Laccos, que acreditaram, investiram e oportunizaram interlocuções esclarecedoras na produção do conhecimento científico. Às amigas que tive a sorte de conhecer a partir do mestrado: Claudia, Francine e Inêa, companheiras nos momentos bons e ruins, com as quais tudo se tornou mais leve e possível. À Joaquina (in memoriam), a vó que não tive, mas me foi emprestada; à Beth, uma espécie de fada madrinha: mulheres queridas com as quais pude contar sobremaneira durante o período do mestrado e com as quais convivi. À minha mãe querida (Naninha linda, que tanto amo!), a maior guerreira que já conheci até hoje, que suportou minha ausência quando passou por um período de adoecimento grave e, certamente, aquele em que mais precisou de mim, sua única filha, não pude estar ao seu lado, pois estava distante geograficamente realizando este estudo, porém não afetivamente, restava o meu amor. Nesse momento, tomei a difícil decisão de priorizar a vida acadêmica, em detrimento de todo o restante, optando por realizar o mestrado na UFSC e a execução de todos os compromissos acadêmicos relacionados, em tempo hábil. Também sou imensamente grata ao maravilhoso pai que tive (in memoriam), o primeiro a acreditar e incentivar o lado científico e curioso dos fenômenos da vida – eles são meus grandes mestres, dedicados, sábios e amorosos, com os quais aprendi que a realização nos estudos nos engrandece e favorece a maior noção de si e do outro em sociedade. Ao meu esposo, Rafael, pelo amor, paciência e ajuda, quando as dificuldades pareciam tomar conta, deixo aqui registrado que seu apoio foi fundamental à execução deste trabalho. A cada um de vocês minha eterna gratidão e um lugar especial no meu coração!

    É melhor tentar, ainda que em vão, que sentar-se

    fazendo nada até o final. Eu prefiro na chuva caminhar,

    que em dias tristes em casa me esconder. Prefiro ser feliz,

    embora louco, que em conformidade viver...

    (Martin Luther King, 1963)

    Apresentação

    Este trabalho teve como objetivo principal identificar as representações sociais de beleza e cirurgia estética de 120 estudantes universitários de ambos os sexos, dos cursos de Artes, Educação Física, Ciência da computação e Engenharia Sanitária. Trata-se de uma obra de particular interesse, cujo tema se mostra atual e relevante, sendo o estudo realizado paralelamente em outros países (Itália, Romênia, Espanha e China), daí provém sua riqueza de informações, com características semelhantes quanto ao seu formato de criação. A realização desta obra no Brasil se deu a partir do acordo de cooperação entre a Universidade Federal de Santa Catarina e a Universidade de Roma (La Sapienza) e contou com o empenho e dedicação dos pesquisadores brasileiros envolvidos: Luana Michele da Silva Vilas Bôas e Brigido Vizeu Camargo, que a tornaram possível. Além disso, o estudo se destaca por ir além da proposta inicial, por meio de um árduo e elaborado trabalho de campo, que descreve as práticas corporais em relação ao corpo – tais como a realização de dietas alimentares restritivas, exercícios físicos, cirurgia estética, satisfação com a imagem corporal – e ao investigar a principal fonte de informações adquiridas pelas pessoas sobre cirurgia estética, no contexto pesquisado. Convidamos o leitor a iniciar uma reflexão crítica sobre o tema proposto, a partir dos subsídios que esta obra oferece, especialmente pela combinação de seu referencial teórico e metodológico, que reúne dados empíricos comprovados cientificamente.

    Este livro, portanto, é fruto de uma colaboração de pesquisa – inspirada na teoria das representações sociais, e um de seus capítulos se deu a partir do paradigma modeling approach (de Rosa, 2013 b, c; 2014) – promovido pela iniciativa de Annamaria Silvana de Rosa, criadora e líder do projeto do programa de pesquisa intercontinental em Representações Sociais de Beleza e cirurgia Estética, em jovens de diferentes formações educacionais (estudantes universitários de Artes, Psicologia, Tecnologia da Informação e Educação Física) em três contextos geoculturais de países em continentes distintos (Europa: Itália, Espanha, Romênia; América: Brasil; e Ásia: China).

    A colaboração de pesquisa se originou dentro do acordo interinstitucional mais amplo (envolvendo também intercâmbio de professores e alunos de pós-gradução) entre a Universidade Federal de Santa Catarina, representada pelo professor Brigido Vizeu Camargo, e da Universidade La Sapienza, de Roma (Itália), representada pela professora Annamaria Silvana de Rosa, que também é a criadora e diretora do Programa Conjunto Europeu de Doutorado em Representações e Comunicação¹.

    Luana Michele da Silva Vilas Bôas, na Universidade Federal de Santa Catarina em Florianópolis (Brasil) colaborou ativamente para a extensão do programa de investigação no Brasil, desenvolvendo sua dissertação de mestrado, sob a orientação conjunta do prof. Brigido Vizeu Camargo (diretor do Laboratório de Psicologia Social da Comunicação e Cognição social, Laccos²) e da professora Annamaria Silvana de Rosa (professora titular de Representação Social e Comunicação e do laboratório em Novas Mídias e web marketing; diretora do European/International Joint Ph.D. in S.R. & C. Research Centre and Multimedia Lab).

    O livro apresenta o estudo realizado no Brasil por Luana Michele da Silva Vilas Bôas, e inclui um capítulo final produzido por Annamaria Silvana de Rosa e Andrei Holman – baseado em uma revisão de um artigo publicado em conjunto (de Rosa, AS Holman, A., 2011) – centrado na primeira etapa de pesquisas realizadas em diferentes países e ao final desse capítulo é apresentada uma seção com o objetivo de exibir apenas algumas diferenças culturais relevantes entre os participantes dos três contextos continentais geoculturais (Europa, Brasil e China), que surgiram comparando-se os principais resultados da primeira e da segunda etapa de pesquisa nos países pesquisados, que foi o cerne do Simpósio Be Beautiful!, organizado por Annamaria Silvana de Rosa durante a JIRS, realizada em São Paulo (Brasil) de 20 a 23 de julho de 2014 (de Rosa, 2014).

    A coautora

    PREFÁCIO

    Uma coisa bela persuade por si mesma,

    sem necessidade de um orador.

    William Shakespeare

    A beleza fala por si, não precisa se justificar ou que a expliquem. A concepção do que é belo ou os critérios para definir o que encanta aos olhos variam no decorrer dos tempos e conforme mudam os lugares, mas as pessoas sabem apontar o que lhe é atraente, mesmo se não souberem dar explicações para suas preferências.

    Belo, e sem precisar de grandes explicações, é este livro que tenho a honra de prefaciar, cujo mote trata das representações sociais de estudantes universitários a respeito de questões estéticas relacionadas ao corpo e aos famosos procedimentos de cunho médico, cada vez mais frequentes.

    As cirurgias reparadoras deixaram de ser coisas de celebridades, associadas ao universo de profissionais que dependem de uma imagem jovial e esteticamente favorável para sobreviverem no competitivo mercado midiático, no qual, sem pedir desculpa ao que esperam conteúdo, impera a regra de que aparência é fundamental. Esses procedimentos também não se limitam aos portadores de defeitos físicos graves, decorrentes de má formação congênita ou de acidentes, que implicam estigmatização e riscos de isolamento social.

    Intervenções cirúrgicas em nome da estética construiu um mercado que movimenta bilhões de cifras. Com isso, temos uma das especialidades mais procuradas entre formandos em medicina, quando escolhem o foco de suas carreiras. Elas se tornaram também um investimento lucrativo para empresários da área da saúde, que promovem ofertas tentadoras para todo tipo de cliente. Tais ofertas promovem demandas inimagináveis em outros tempos, com pessoas se associando a consórcios, esperando serem contempladas pela varinha de condão moderna do bisturi com lâmina a laser, dando assim uma áurea de magia e de mandato divino: Faça-se pela luz e traga a beleza e a felicidade!.

    O livro de Luana Michele da Silva Vilas Bôas³ traz a luz da ciência para entender esse fenômeno a partir da ótica de jovens universitários, cujo objetivo principal foi de identificar as representações sociais sobre beleza e cirurgia estética, fazendo uso da técnica das redes associativas. A média de idade dos sujeitos da pesquisa é de pouco mais de 22 anos e na época do estudo cursavam graduação em Educação Física, Artes ou ciências exatas (Ciência da computação e Engenharia Sanitária), em uma instituição da região Sul brasileira. Concomitantemente, essa mesma pesquisa foi realizada, fruto de um acordo interinstitucional, em outros quatro países europeus de língua de origem latina.

    Na pesquisa brasileira tinha-se como hipótese que haveria diferença de olhares sobre o fenômeno estudado, conforme o curso em que estavam vinculados os pesquisandos. Esperava-se que os graduandos de Educação Física focalizassem o corpo na sua ação corporal, na relação com a saúde e o bem-estar, enquanto alunos de Artes tivessem um olhar de deferência à estética. Distinguir-se-iam de estudantes das ciências exatas que, pela ênfase desses cursos, não teriam no corpo um objeto de contemplação de maneira tão efetiva.

    Entre os achados importantes que esse trabalho, árduo e complexo, pôde trazer para nós leitores e amantes da boa ciência, cabe destacar as diferenças de ponto de vistas nos discursos de sujeitos pertencentes ao gênero feminino e ao gênero masculino. Como afirma a autora, as mulheres mais do que os homens são incentivadas a mudar sua forma corporal em conformidade com o conceito de imagem ideal. Como era esperado, há fatores de ordem cultural que estimulam mais as mulheres a trazerem maiores associações de palavras quanto à beleza e à cirurgia estética, fazendo delas também mais dependente da imagem corporal refletida, seja nos espelhos ou na opinião de terceiros. Para os homens, os critérios são mais idiossincráticos e tendem associar a beleza à inteligência, poder e status social. O cuidado feminino com o corpo é para se adequar à norma, enquanto que os homens buscam ampliar a consciência do seu corpo, conclui.

    De tal maneira, Luana Vilas Bôas vai fazendo uma análise profunda e densa sobre um fenômeno social que se amplia e que não deixa de ser uma questão de saúde pública. Assim, o trabalho mostra que a autora mantém a linha de sua história acadêmica em investigar, discutir e, por vezes, intervir de forma comprometida, não fugindo ao rigor científico, em aspectos prementes em nossa sociedade. Da mesma forma que fazia nos seus primeiros anos na graduação ao trabalhar com ribeirinhos na Amazônia e com outras comunidades carentes, mediante atuação na Estratégia Saúde Família – ora enfrentando as sazonalidades do Rio Madeira, ora acolhendo e apoiando pessoas em condição de vulnerabilidade, colaborando com a inserção da psicologia no SUS e para a produção científica de alto nível.

    Temos assim este belo livro, sobre o qual, usufruindo novamente das palavras do bardo inglês usadas como epígrafe, posso dizer que suas letras persuadem por si mesmas, dispensando grandes oratórias ou maiores detalhamentos.

    Prof. Dr. José Juliano Cedaro

    Porto Velho, maio de 2016

    Sumário

    CAPÍTULO 1

    BELEZA E CIRURGIA ESTÉTICA: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS BRASILEIROS 

    1.1 Objetivos 

    1.2 A teoria das representações sociais e o fenômeno das representações 

    1.3 Beleza do corpo e cirurgia estética: breve histórico

    1.4 Estudos do corpo na perspectiva das representações sociais 

    1.5 Método

    1.5.1 Questões sobre práticas corporais 

    1.6 Resultados do estudo brasileiro: uma análise descritiva 

    1.6.1 Representações sociais de beleza masculina, beleza feminina ecirurgia estética 

    1.6.1.1 Representações sociais de beleza masculina 

    1.6.1.2 Representações sociais de beleza feminina

    1.6.1.3 Representações sociais de cirurgia estética 

    1.6.2 Rede de autoidentificação 

    1.6.3 A saliência do objeto cirurgia estética entre os participantes 

    1.6.4 O mapa corporal da cirurgia estética 

    1.6.5 As práticas corporais entre os jovens

    1.7 Análises e discussão dos resultados

    1.7.1 Os cursos universitários e sua relação com os objetos das representações 

    1.7.2 O conteúdo das representações sociais de beleza masculina

    1.7.3 O conteúdo das representações sociais de beleza feminina 

    1.7.4 O conteúdo das representações sociais de cirurgia estética 

    1.7.5 Identificação com objetos sociais das representações: beleza e cirurgia estética 

    1.7.6 A preocupação e importância com cirurgia estética 

    1.7.7 Partes do corpo preferidas para a realização de cirurgia estética 

    1.7.8 Práticas corporais dos participantes e a normas sociais de corpo e beleza 

    1.7.9 As principais fontes de informações sobre cirurgia estética e o poder da mídia 

    1.8 Considerações finais acerca do estudo desenvolvido no Brasil 

    CAPÍTULO 2

    SEJA BELA/O! REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA BELEZA FEMININA-MASCULINA E CIRURGIA ESTÉTICA EM PESSOAS JOVENS REALIZADAS EM TRÊS PAÍSES EUROPEUS, BRASIL E CHINA 

    2.1 A Cirurgia estética: um fenômeno impressionante e crescente 

    2.2 Antecedentes da pesquisa

    2.3 Projeto de pesquisa multiteórica e de multimétodo inspirada peloModelling Approach/abordagem paradigmática de modelagem

    2.3.1 Três linhas de investigação inter-relacionadas 

    2.3.2 Os participantes na primeira fase do estudo e a definição da variável população 

    2.3.3 Os instrumentos utilizados em nossa investigação 

    2.3.4 Procedimento 

    2.4 Análise dos resultados da primeira fase da pesquisa com participantes europeus 

    2.4.1 Resultados da rede conceitual de Autoidentificação 

    2.4.2

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