Desde minha Havana: Fonógrafos, violetas, artistas e poetas
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Desde minha Havana - Katiuska Blanco Castiñeira
Katiuska Blanco e Ruth Casa Editorial agradecem ao artista plástico Ernesto Rancaño as ilustrações criadas, a maioria inédita, para este livro, a pedido da autora.
Ilustração: Ernesto Rancaño
Edição: Gladys Estrada
Capa: Lilia Díaz González (sobre ilustração de Ernesto Rancaño)
Projeto Gráfico:Yadira Rodríguez Gómez
Correção: Pilar Jiménez Castro
Diagramação: Enrique García Martín
Tradução: Iren Fait
Revisão da versão brasileira: Julia Calzadilla
© Katiuska Blanco Castiñeira, 2012
© Sobre a presente edição:
Ruth Casa Editorial, 2015
ISBN: 978-9962-703-02-0
É expressamente proibida a reprodução parcial ou total deste livro por qualquer meio ou procedimento, compreendidos a reprografia e o tratamento informático, bem como a distribuição de exemplares mediante aluguel ou empréstimo público, sem o consentimento prévio por escrito dos titulares do Copyright.
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RUTH CASA EDITORIAL
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A versão brasileira desta obra foi realizada graças à generosa contribuição de nosso amigo Elisio Santana.
Ruth Casa Editorial.
A Guillermo Cabrera Álvarez
1_fmtAs crônicas de Katiuska Blanco
Alba María Orta Pérez
Examinando a papelada de Katiuska Blanco, deslumbra a magia que infunde a tudo quanto escreve. Ela consegue uma harmonia perfeita entre o jornalismo, a literatura e a história. É uma verdadeira cronista, capaz de infundir um estilo próprio a seus trabalhos, que estampam a busca incessante da beleza tanto na linguagem, quanto na essência mesma dos fatos, pessoas e coisas, em temas difíceis como a guerra, a dor, a pobreza, ou tão simples como qualquer passagem da vida cotidiana.
A peculiaridade de voltar várias vezes ao mesmo tema permitiu a autora grupar suas crônicas em diferentes coleções: Ciudad soñada, por exemplo, reúne as dedicadas às ruas de Havana, onde a partir da história original de cada nome, deixa vagar sua imaginação e cria novas e apaixonantes passagens de lenda. E os livros Voces del milagro e Niños del Milagro – ela como co-autora – englobam outras crônicas nascidas das reportagens realizadas na Venezuela envolvendo famílias favorecidas pela brigada médica cubana. Em processo de edição estão as chamadas Crónicas viajeras, que respondem às suas vivências em outras terras. Angola, que compila as nascidas de sua experiência como correspondente de guerra nesse país irmão, e Fidel, um eterno caminhante, as inspiradas na vida, nas façanhas e no magistério de nosso Comandante em Chefe.
Sobre o livro Todo el tiempo de los cedros, paisaje famililar de Fidel Castro Ruz, o poeta Miguel Barnet indicava os traços que caracterizam não só esse volume, mas também toda a obra de Katiuska Blanco. Dizia:
Quando li Todo el tiempo de los cedros, percebi, acima de tudo, que estava perante uma escritora, uma romancista com estética muito própria, uma estética de delicada intenção poética, uma poética de grande sensibilidade, capaz de perceber os detalhes que possa distinguir na vida, no mundo, nas texturas, uma mulher sensível
.
Desde minha Havana é a coleção que colocamos nas mãos do leitor. As crônicas que a conformam focalizam temas como a beleza, a felicidade, o amor, a amizade, a dor, a pátria… e em cada uma delas, podemos sentir a grande sensibilidade da autora, seu espírito um tanto romântico, seu talento de comover-se ante cada detalhe e sua facilidade para exprimir emoções e transmiti-las com simplicidade e lirismo.
2_fmtCada coisa tem sua beleza,
mas nem todos podem vê-la
Confúcio
3_fmtFonógrafos
Prodígio da voz entesourada, silêncio que se quebra nos salões e nas tertúlias, maravilha das sonoridades que podem ser ouvidas tantas vezes quantas sejam desejadas, acariciadas com esmero e paciência durante cada entardecer ou no prelúdio da profundidade das noites.
Ao criar o fonógrafo em 1877, Tomás Alba Edison (1847-1931) tornou realidade o sonho acalentado de fotografar a voz, escrever os sons. Uma testemunha das primeiras audições da história relatou aquele acontecimento: O aparelho se pôs em marcha e nos perguntou se estávamos bem, quis saber de nossa saúde; indagou se gostávamos de seu feitio e do nome ‘fonógrafo’; disse que dentro dele tudo ia bem, e despediu-se com um cordial: ‘Boa noite, cavalheiros’
.
Engenheiros, artistas, comerciantes, cientistas, financistas, operários e cantores sonharam longamente com essa possibilidade, e logo a aclamaram e a expandiram, com o furor dos tempos que, no final do século XIX e começo do XX, quase todos os dias abriam espaço a novidades, como telegrafias, vapores, cinematógrafos e automóveis.
O diligente inventor que havia em Edison conseguiu produzir, pouco depois, a luz em uma lâmpada incandescente que pôs em moda os âmbitos iluminados com transparência nítida e aromática. E marcou uma época, tanto quanto a formosa caixa de madeira que, com seu mágico cilindro e cone, passou a ser um objeto venerado. Primeiro, no mobiliário do lar, nos espaçosos quartos das moradias. Depois, nos cafés, confeitarias, praças, clubes, retiros campestres, parques.
Os fonógrafos e, mais tarde, o gramofone − que ao invés de cilindro tinha um disco − (os primeiros discos comerciais produzidos eram de ebonite e foi um cidadão alemão estabelecido em Washington, Emilio Berliner, que ideou o aparelho falante que gravava e reproduzia o som em um disco chato) deram livre curso a trabalhos de