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Mármores
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E-book106 páginas26 minutos

Mármores

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Sobre este e-book

Mármores é o primeiro livro de poemas de Francisca Júlia César da Silva Münster (São Paulo, 1871-1920). Publicado em 1895, Mármores consolidou a reputação da autora. O livro traz um prólogo de João Ribeiro, um dos críticos de maior expressão da época.
Mármores reúne quarenta e três textos, organizados em três partes: a primeira é composta por dezoito sonetos, a segunda, por sete poemas traduzidos (três de Goethe e quatro de Heine) e a terceira, intitulada "Balada", também contém dezoito composições – sonetos e poemas de formas variadas. Abre a primeira parte e fecha a segunda um soneto intitulado "Musa impassível". Francisca Júlia é considerada a autora que melhor representou os ideais do Parnasianismo no país e foi alçada, ainda em vida, ao patamar de mais importante poetisa da língua portuguesa. Em 1904, tornou-se membro efetivo do Comitê Central Brasileiro da Societá Internazionale Elleno-Latina de Roma.
IdiomaPortuguês
EditoranVersos
Data de lançamento1 de mar. de 2022
ISBN9786587638447
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    Mármores - Francisca Júlia da Silva

    Prólogo

    Nunca pensei eu que me coubesse algum dia tarefa tão difícil e tão ditosa ao mesmo tempo, qual a de prefaciar um livro como o da excelsa poetisa paulista cujo nome hoje é conhecido de todos os que se dedicam ao culto da literatura neste país.

    Uma injusta apreciação, concluída, e mal concluída, da minha atitude crítica contra uma escritora de talento, havia-me perfidamente criado a pequenina fama (de resto, indigna de mim) de homem selvagem que só via nas mulheres as aptidões inferiores das cozinheiras. E como o homem é de fogo para a mentira, no dizer do fabulista, fui logo definitivamente julgado e condenado.

    Há em tudo isto uma grave injustiça.

    Vivendo nessa pátria que se orgulha dos nomes gloriosos de Narcisa Amália, Adelina Vieira, Júlia Lopes de Almeida, Zalina Rolim e Júlia Cortines, eu sentia com ela esse mesmo nobre orgulho, e ninguém de boa-fé poderia acatar essa dura malevolência contra as minhas verdadeiras opiniões.

    Por isso é que a ocasião de apresentar o nome da autora dos Mármores me depara hoje um ensejo feliz de reabilitação no conceito dos mais opiniáticos.

    A tarefa que hoje desempenho, não sem o sobressalto da minha humilde condição, e mesmo sem possuir a autoridade necessária para realçar o mérito obscuro ainda e para recomendar o livro que tenho em mãos, justifica-se igualmente por boas e excelentes razões que não me é lícito, um momento só, ocultar. Não só os Mármores por si sós dispensam qualquer elogio antecipado ao do público, mas quase todos eles já não carecem de favor; foram carinhosamente esculpidos, finamente cinzelados para a galeria artística da Semana, e aí foram consagrados, definitivamente, pelo aplauso de Araripe Júnior, Lúcio de Mendonça, Valentim Magalhães, Xavier da Silveira, Silva Ramos, Fontoura Xavier, Escragnolle Doria, Max Fleiuss, Luiz Rosa, Américo Moreira e eu. Deste modo, já não teria receio dos exageros da minha opinião individual; acha-se ela firmada pela colaboração de ilustres confrades cujo critério se eleva acima de toda a suspeita.

    O nome da poetisa era aclamado; as suas produções, em manuscrito ainda quente das emoções do seu estro, criaram em torno de nós, como um vidro de perfume ao quebrar-se,

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