Por que abandonei o espiritismo?
De Cris Silva
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- Nota: 1 de 5 estrelas1/5Se é feliz em sua nova crença, nenhum reparo a fazer quanto a isso. Mas confunde a Doutrina Espírita com outras crenças que não lhe partilham os princípios.
Admitamos porém, como hipótese, que pertençam à realidade objetiva a reencarnação, a comunicabilidade entre vivos e os ditos mortos, bem como a pluralidade dos mundos habitados. Nesse caso, precisaremos reinterpretar vários trechos do Velho Testamento e, principalmente, do Novo Testamento. Quem o desejar, encontrará valiosas lições nas obras de Allan Kardec e Francisco Cândido Xavier.
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Por que abandonei o espiritismo? - Cris Silva
1684p.
Agradecimentos
Acima de tudo e de todos, agradeço a Deus Todo Poderoso, pela sua misericórdia e longanimidade sobre a minha vida, devendo receber, hoje e sempre, toda honra e glória.
Não poderia deixar de mencionar o nome dessa grande mulher – Loide, que desde o primeiro momento, respeitou a minha fé equivocada nas tradições de homens e, inspirada pelo Espírito Santo, apresentou-me à Bíblia, de uma forma que eu nunca vira antes; simplesmente a palavra de Deus com instruções do melhor da vida.
Ao professor Leandro Quadros, que reservou minutos preciosos de seu tempo para ler e deixar suas impressões e sugestões a este livro.
A uma pessoa que acreditou em meu potencial, Pastor Francisco Abdoval Cavalcanti, que também deixou seus afazeres para auxiliar-me, através de seus comentários.
Tão importante quanto os nomes citados acima, o Pastor Ygor de Carvalho que, sem nenhuma pretensão, pediu para ler meus manuscritos e, ao final, disse-me palavras de muito incentivo, relacionada à presente obra. A sua generosidade foi enorme, ainda, ao prefaciar este livro.
À Fábia Maria, uma amiga para todas as horas. Uma mulher de grande caráter e verdadeira em suas palavras.
Ao querido irmão, Gesson Alvares de Magalhães, homem sábio e culto, que também fez parte deste projeto.
Não poderia esquecer de agradecer algumas mulheres corajosas que acreditaram também nesse projeto e foram fundamentais para que ele estivesse, agora, em suas mãos. São elas: Dilaci (Volta Redonda), Maria Clara, Célia Tenório, Rose e Rejane.
Prefácio
Depois do catolicismo e do protestantismo, o espiritismo figura como a terceira maior religião do Brasil, sendo que o nosso país possui o maior número de espíritas do mundo. Por toda a parte do nosso imenso território, podemos contemplar centros, livrarias e lojas de artigos desta religião. Além disso, alguns livros, jornais, revistas, filmes, novelas, programas de rádio, sites, na internet, e até mesmo, desenhos animados, também levam, em suas programações, enredos e conteúdo, a mensagem espiritualista.
O espiritismo brasileiro se divide em duas correntes principais: a primeira, é o ramo conhecido popularmente como mesa branca
, dedicado mais às palestras, estudos, e à mediunidade, oriundo das experiências e ensinamentos das irmãs Fox, na América do Norte, e de Allan Kardec, na Europa. Ambos os movimentos ganharam uma versão tupiniquim, graças às obras de Bezerra de Menezes, Chico Xavier e outros expoentes nacionais. A segunda corrente é a das religiões de matrizes africanas (umbanda, candomblé, quimbanda), em que a ênfase se dá mais em função dos rituais e incorporações, cuja origem vem das religiões animistas de antigas tribos africanas, que vieram com os negros escravizados, trazidos para o Brasil, e que se perpetuou, com a ajuda do sincretismo religioso. Há, ainda, outras modalidades de espiritualismo, com menos seguidores, como, por exemplo, o ciganismo e o esoterismo, que conservam algumas diferenças dos dois primeiros ramos mencionados.
O mundo inteiro é grandemente influenciado pelo espiritismo. O maior pilar deste movimento é a doutrina da imortalidade da alma. Esta crença existe e, desde as antigas religiões do Egito, Assíria, Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia, Roma etc., há séculos têm sido preservada, por diferentes povos indígenas que habitam o vasto continente americano. Faz parte das religiões animistas das várias tribos africanas. No oriente, a crença na imortalidade da alma se faz presente no islamismo, budismo, hinduísmo, confucionismo, taoísmo, xintoísmo etc.
A maior parte das diversas ramificações do cristianismo também aceita que o espírito do homem seja uma entidade etérea e eterna, com possibilidade de vida extracorpórea, indo para o céu, purgatório ou inferno, depois da morte. Contudo, os religiosos não foram os únicos a desenvolver a fé na imortalidade da alma. Muitos filósofos como Sócrates, Platão e tantos outros, ao longo da história, criam piamente nisso. Esta dicotomia entre corpo e espírito é altamente filosófica, e aparentemente teológica também. Daí, ter tantos adeptos, sejam eles crentes ou incrédulos.
Aí está uma das explicações pelas quais o espiritismo está tão difundido em nossa sociedade moderna. Tanto é que este movimento se apresenta e é reconhecido como sendo extremamente racional e filosófico, e ao mesmo tempo, altamente popular e prático. Ao contrário, é possível observar com alguma frequência, nos diversos meios de comunicação, críticas à Bíblia Sagrada, que ainda é vista como um livro de ficção.
O espiritismo também tem um incrível ar de racionalidade. A doutrina da reencarnação, que é outro pilar do movimento, parece ser uma coisa lógica. Desde a antiguidade, a doutrina judaico-cristã da futura ressurreição dos mortos, nunca fez muito sentido, para a filosofia secular. Sob a ótica espiritualista, se a alma é imortal, seria mais inteligente acreditar que o que se faz de errado, nesta vida, será pago na próxima encarnação, sob a forma de um carma, e poderá ser remediado para a próxima vida, através de obras de caridade.
Ou seja, se você está sofrendo hoje, é devido ao seu carma, no qual você precisa expiar os pecados de sua vida passada. E você pode expiá-los ajudando aos outros. Assim, na próxima reencarnação, você desfrutará de paz, saúde e prosperidade. Esta filosofia que leva à prática de boas obras parece mesmo ser a religião ideal. Soma-se a isso o fato de que o espiritismo admite a teoria da evolução, o que enfeita, ainda mais, a sua aparência intelectual. Outro detalhe interessante é que esta religião oferece uma explicação menos sobrenatural do que a Bíblia para os fenômenos sem explicação científica, chamados de paranormais. É por isso que o espiritismo atrai tantos cientistas, professores, médicos, advogados, empresários, artistas, jornalistas, etc.
Existem outros dois motivos pelos quais o espiritismo é tão popular: (1º) tem poucas regras; (2º) admite que seu adepto tenha outros credos e convicções. Uma pessoa não precisa deixar de fumar, beber, ir aos bailes, jogar apostado, fazer sexo antes do casamento, para ser um seguidor dessa crença. Também não tem a responsabilidade de orar todos os dias, e nem de adorar a Deus. Repare que entre os espíritas existem alguns que são católicos, deístas, panteístas, agnósticos; a despeito de o espiritismo ter alguns pontos consideravelmente distintos do catolicismo e professar a fé em um Deus pessoal, presente e atuante no mundo – o que se choca com o deísmo e o panteísmo, e é questionado pelos agnósticos.
Não obstante, existe ainda outra razão, que é de ordem emocional, pela qual o espiritismo avança e cresce em todo o mundo: suas experiências e mensagens oferecem um tipo de conforto diferente para um dos maiores dilemas que todo ser humano tem que enfrentar, de uma forma ou de outra, mais cedo ou mais tarde: a morte. Fenômenos sobrenaturais como mediunidade, psicografia, visões, trazem uma esperança para o coração enlutado ou que terá que encarar a morte pessoalmente, em breve.
Prezado leitor, talvez, você mesmo seja espírita. Ao contrário de alguns, sabemos que muitos espíritas são pessoas maravilhosas, caridosas, amorosas e que têm prazer em ajudar ao próximo. Alguns deles são também grandes filantropos, que mantém hospitais, clínicas, creches, escolas, orfanatos, asilos etc. Pedimos, por favor, que leia esta obra sem preconceitos e tire