Pesquisa em Psicanálise: Algumas Produções
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Psicologia para você
O mal-estar na cultura Nota: 4 de 5 estrelas4/5Autoestima como hábito Nota: 5 de 5 estrelas5/5Cuide-se: Aprenda a se ajudar em primeiro lugar Nota: 5 de 5 estrelas5/5A gente mira no amor e acerta na solidão Nota: 5 de 5 estrelas5/515 Incríveis Truques Mentais: Facilite sua vida mudando sua mente Nota: 5 de 5 estrelas5/5Terapia Cognitiva Comportamental Nota: 5 de 5 estrelas5/510 Maneiras de ser bom em conversar Nota: 5 de 5 estrelas5/5Minuto da gratidão: O desafio dos 90 dias que mudará a sua vida Nota: 5 de 5 estrelas5/5Contos que curam: Oficinas de educação emocional por meio de contos Nota: 5 de 5 estrelas5/5S.O.S. Autismo: Guia completo para entender o transtorno do espectro autista Nota: 5 de 5 estrelas5/5Eu controlo como me sinto: Como a neurociência pode ajudar você a construir uma vida mais feliz Nota: 5 de 5 estrelas5/5O funcionamento da mente: Uma jornada para o mais incrível dos universos Nota: 4 de 5 estrelas4/535 Técnicas e Curiosidades Mentais: Porque a mente também deve evoluir Nota: 5 de 5 estrelas5/5A Arte de Saber Se Relacionar: Aprenda a se relacionar de modo saudável Nota: 4 de 5 estrelas4/5Análise do Comportamento Aplicada ao Transtorno do Espectro Autista Nota: 4 de 5 estrelas4/5O poder da mente: A chave para o desenvolvimento das potencialidades do ser humano Nota: 4 de 5 estrelas4/5Em Busca Da Tranquilidade Interior Nota: 5 de 5 estrelas5/5Vencendo a Procrastinação: Aprendendo a fazer do dia de hoje o mais importante da sua vida Nota: 5 de 5 estrelas5/5Cartas de um terapeuta para seus momentos de crise Nota: 4 de 5 estrelas4/5A interpretação dos sonhos Nota: 4 de 5 estrelas4/5A Interpretação dos Sonhos - Volume I Nota: 3 de 5 estrelas3/5Avaliação psicológica e desenvolvimento humano: Casos clínicos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFilhas de Mães Narcisistas: Conhecimento Cura Nota: 5 de 5 estrelas5/5Acelerados: Verdades e mitos sobre o TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade Nota: 4 de 5 estrelas4/5Temperamentos Nota: 5 de 5 estrelas5/5O poder da mente Nota: 5 de 5 estrelas5/5O amor não dói: Não podemos nos acostumar com nada que machuca Nota: 4 de 5 estrelas4/5
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Pesquisa em Psicanálise - Isalena Santos Carvalho
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO PSI
Dedicamos a Caleb, a Ignácio e a Arthur, que nasceram durante
o percurso de publicação desta obra.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao Departamento de Psicologia da UFMA, pelo empenho e dedicação de seus professores em prol um ensino público e de qualidade, e aos autores dos capítulos, por apostarem junto conosco na produção deste livro.
Para começar, direi que não se trata de uma dificuldade intelectual, de algo que torne a psicanálise difícil de ser entendida pelo ouvinte ou pelo leitor, mas de uma dificuldade afetiva – alguma coisa que aliena os sentimentos daqueles que entram em contato com a psicanálise, de tal forma que os deixa menos inclinados a acreditar nela ou a interessar-se por ela. Conforme se poderá observar, os dois tipos de dificuldade, afinal, equivalem-se. Onde falta simpatia, a compreensão não virá facilmente.
(FREUD, 1917/2006, em Uma dificuldade no caminho da Psicanálise
)
APRESENTAÇÃO
Pesquisa em psicanálise: algumas produções reúne trabalhos por nós, Isalena Santos Carvalho e Valéria Maia Lameira, orientados ou realizados na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Como docentes da graduação e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da citada universidade e integrantes do grupo de pesquisa Transmissão da clínica psicanalítica
do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a proposta do livro assenta-se na publicação de manuscritos inéditos decorrentes apresentações em eventos, de monografias de conclusão do curso, de dissertações e de trabalhos finais de disciplinas. Nosso intuito é fazer circular algumas produções em psicanálise desenvolvidas no Maranhão.
Assim, cada capítulo reflete como, em psicanálise, a produção acadêmica não pode visar encerrar e generalizar respostas sobre o tema investigado de modo a produzir outras questões a partir das interrogações que geraram a construção dos trabalhos. Isso é o que se tenta apresentar com o Capítulo I, Pesquisa em psicanálise: trabalho que inclui o sujeito
, de Isalena Santos Carvalho.
O Capítulo II, O que o conceito de defesa contribui para o estudo da neurose obsessiva
, de Adriana Nascimento Pereira e Valéria Maia Lameira, teve como propósito estudo teórico sobre o conceito de defesa. Tomou como base um estudo inicial de Freud, As neuropsicoses de defesa, no qual ele apresenta o termo defesa pela primeira vez, bem como o que chama de teoria da defesa. É abordado o problema das neuroses, com a apresentação da teoria da defesa e de suas consequências quando a operação defesa é posta em ação nas neuroses, especificamente na neurose obsessiva.
O Capítulo III, (Des)confortos diante da morte: um estudo com profissionais-residentes no contexto hospitalar
, de Larissa Horácio Barbosa-Silva e Isalena Santos Carvalho, discorre sobre a morte no contexto hospitalar, de modo a indicar que, embora ela seja inerente à vida e muito presente, há um silêncio que permeia o assunto justamente no hospital. Foi realizada uma pesquisa qualitativa, que teve como sustentação o método psicanalítico, tendo sido entrevistadas oito profissionais-residentes de um hospital universitário. Como base para a discussão, foi utilizado o texto de Freud A nossa atitude perante a morte. O capítulo mostra como, apesar de uma aparente tentativa de não se pensar sobre a morte, há o constante confronto em seu cotidiano, o que suscita conflitos que repercutem no seu modo de perceber a vida e a morte e o seu fazer profissional.
Das mesmas autoras é o Capítulo IV, O papel das relações no CAPS para o tratamento das psicoses
. Nele, a partir das indicações clínicas de Freud e Lacan, é discutido como as relações estabelecidas entre os usuários e entre eles e a equipe contribuem para o tratamento do psicótico. Desenvolveu-se, por meio de roteiro semiestruturado de entrevista e observação participante, uma pesquisa em um CAPS da Ilha do Maranhão. As relações entre os usuários, por meio do partilhar de histórias, da possibilidade de se perceber pertencente a um grupo, do cuidado mútuo trazem ao psicótico suportes para sua tentativa de construção de um lugar de sujeito no mundo. Contudo, para os profissionais, parece ser a medicação a base do tratamento. As relações por eles estabelecidas com os pacientes não são suficientemente valorizadas como fundamentais para a qualidade e os desdobramentos da intervenção.
Márcio Clayton da Silva Costa e Valéria Maia Lameira, no Capítulo V, Além do prazer na toxicomania
, abordam como essa temática do gozo sem limites tem ocupado lugar de destaque na atualidade. Por meio de pesquisa teórica, o ponto de partida e o foco de interesse do trabalho não foram o de descrever sinais e sintomas, mas situar o que psiquicamente justifica a busca por uma condição de engajamento nas drogas. O trabalho foi elaborado a partir do retorno a Freud realizado por Lacan, em que se impôs a articulação do tema central com noções como princípio do prazer e de realidade, um além do princípio do prazer, repetição, entre outros. O que está em jogo no consumo e dependência das drogas não se restringe ao prazer proporcionado por suas propriedades farmacodinâmicas, mas que está intimamente relacionado a um além do prazer, a uma falta estrutural colocada para cada um.
Vinícius de Aquino Braga, no Capítulo VI, A forclusão do sujeito e o funcionamento paranoico do ideal científico
, discute como o progresso acelerado da ciência não significa necessariamente um progresso sequer comparável do ser humano. Com o auxílio do texto épico de Freud, o Mal-estar na cultura, o texto mostra como a ciência, que nos fascina tanto, também nos logra em prometer retirar-nos do desamparo que nos é constitutivo. Além de Freud e Lacan, o autor recorreu ao trabalho de um psicanalista contemporâneo, Bernard Vandermersch, para a abordagem daquilo que este descreve como forclusão do sujeito
, como consequência do advento da ciência ao status de referência na nossa organização social atual. A busca por um discurso inequívoco e sem furos, decorrente do ideal paranoico desse saber, ameaça o estatuto de nossa subjetividade.
As organizadoras
Sumário
CAPÍTULO I
PESQUISA EM PSICANÁLISE: TRABALHO QUE INCLUI O SUJEITO 17
Isalena Santos Carvalho
CAPÍTULO II
O QUE O CONCEITO DE DEFESA CONTRIBUI PARA O ESTUDO DA NEUROSE OBSESSIVA 23
Adriana Nascimento Pereira
Valéria Maia Lameira
CAPÍTULO III
(DES)CONFORTOS DIANTE DA MORTE: UM ESTUDO COM PROFISSIONAIS-RESIDENTES NO CONTEXTO HOSPITALAR 45
Larissa Horácio Barbosa-Silva
Isalena Santos Carvalho
CAPÍTULO IV
O PAPEL DAS RELAÇÕES NO CAPS PARA O TRATAMENTO DAS PSICOSES 69
Larissa Horácio Barbosa-Silva
Isalena Santos Carvalho
CAPÍTULO V
ALÉM DO PRAZER NA TOXICOMANIA 93
Márcio Clayton da Silva Costa
Valéria Maia Lameira
CAPÍTULO VI
A FORCLUSÃO DO SUJEITO E O FUNCIONAMENTO PARANOICO DO IDEAL CIENTÍFICO 117
Vinícius de Aquino Braga
SOBRE OS AUTORES 139
CAPÍTULO I
PESQUISA EM PSICANÁLISE: TRABALHO QUE INCLUI O SUJEITO
Isalena Santos Carvalho
De onde posso me autorizar para conduzir este texto: de meu percurso como docente de disciplinas de metodologia na graduação e na pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal do Maranhão e, sobretudo, de minha formação na Associação Escola de Psicanálise do Maranhão. O primeiro trouxe noções sobre a pesquisa intitulada pesquisa qualitativa. O segundo fez/faz uma torção nisso.
Como professora de disciplina de metodologia, constantemente me deparei com dúvidas de discentes referentes ao processo de elaboração dos objetivos geral e específicos de um projeto de pesquisa. Além de dúvidas propriamente referentes à construção da proposta de um possível futuro estudo, a ação a ser realizada no que tange ao(s) verbo(s) a ser(em) escolhido(s) é algo que frequentemente gera intenso debate e inquietação. Nesse momento, é comum ouvir falas do tipo esse verbo é adequado para pesquisas que adotam a perspectiva quantitativa, e não qualitativa
, bem como o contrário.
Em algumas obras de metodologia lidas, observei, por exemplo, que a seção referente aos objetivos gerais e específicos apresenta somente sucintas definições de cada um ou traz exemplos ao leitor acerca do seu modo de redação. Além de não haver uma discussão sobre o processo de formulação que a definição dos objetivos de uma investigação acadêmica requer, a seção parece praticamente acessória dentro das recomendações acerca do que deve aparecer no texto de um projeto de pesquisa. Tende, assim, a restringir-se a diferenciar os objetivos gerais dos específicos, com a caracterização dos primeiros como ações ou perguntas amplas, globais, e dos segundos como concretas, intermediárias, instrumentais.
Parece ficar aí apagado de onde parte a pesquisa, de onde parte o pesquisador, qual é o seu lugar epistemológico. Discutir metodologia é mais difícil que discutir epistemologia
, disse-me uma vez uma aluna da pós em Psicologia. É difícil se há o entendimento de que epistemologia se refere a uma revisão protocolar decorrente da leitura de alguns textos, referentes a um determinado período.
Aristóteles, em A Metafísica (2012), já afirmou que todas as ciências distinguem e isolam algum ser particular ou gênero e dele se ocupam como objeto de investigação. Não há ciência do acidental. Toda ciência refere-se a algo que é sempre ou do que é usualmente. É isso o que permite aprendê-la ou ensiná-la a outra pessoa; daí não haver nenhuma ciência que se ocupe do acidental. Lacan concorda que o que especifica uma ciência é ter um objeto. Mas, em psicanálise, como é possível escrever seu objeto? Onde a psicanálise se situa em relação à ciência? Freud revelou que o objeto é o inconsciente, objeto esse que não cessa de não se inscrever, justamente por sua impossível escrita. Na ciência, a psicanálise não gera simpatia, por se situar num lugar Outro.
Em Uma dificuldade no caminho da psicanálise, Freud (1917/2006) afirmou que a dificuldade afetiva que a psicanálise desperta traz a dificuldade de compreensão: "Onde falta simpatia, a compreensão não