Pequenos textos de grandes autores brasileiros
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Sobre este e-book
Pequenos textos de grandes autores brasileiros reúne informações, poemas e contos de expoentes do Parnasianismo, Realismo, Romantismo, além do Simbolismo e do Pré-Modernismo. O leitor terá a oportunidade de reencontrar ou ser apresentado a autores brasileiros de nossa literatura como Machado de Assis, Castro Alves e Maria Firmina dos Reis.
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Pequenos textos de grandes autores brasileiros - Olavo Bilac
Alves
Olavo Bilac
"Bilac supre a carência de uma real fantasia artística e de um sentimento fundo da condição humana
com o intenso brilho descritivo, que conserva
graças a um jogo hábil de sensações e impressões."
Alfredo Bosi, em História concisa
da literatura brasileira.
Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac nasceu no Rio de Janeiro, em 1865, e faleceu na mesma cidade em 1918.
Foi um dos mais importantes poetas brasileiros parnasianos, tendo sido chamado em sua época de O príncipe dos poetas
.
Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, na qual ocupou a cadeira número 15.
OS ÓCULOS
Olavo Bilac
O velho e austero doutor Ximenes, um dos mais sábios professores da Faculdade, tem uma espinhosa missão a cumprir junto da pálida e formosa Clarice...
Vai examiná-la: vai dizer qual a razão da sua fraqueza, qual a origem daquele depauperamento, daquela triste agonia de flor que murcha e se estiola.
A bela Clarice!... É casada há seis meses com o gordo João Paineiras, o conhecido corretor de fundos, — o João dos óculos —, como o chamam na Praça por causa daqueles grossos e pesados óculos de ouro que nunca deixam o seu forte nariz de ventas cabeludas. Há seis meses ela mingua, e emagrece, e tem na face a cor da cera das promessas de igreja — a bela Clarice. E — ó espanto! — quanto mais fraca vai ficando ela, mais forte vai ficando ele, o João dos óculos, — um latagão que vende saúde aos quilos. Assusta-se a família da moça. Ele, com seu imenso sorriso, vai dizendo que não sabe... que não compreende... porque, enfim, — que diabo! — se a culpa fosse sua, ele também estaria na espinha...
E é o velho e austero doutor Ximenes, um dos mais sábios professores da Faculdade, um poço de ciência e discrição, quem vai esclarecer o mistério. Na sala, a família ansiosa espia com rancor a gorda face do João impassível. E na alcova, demorado e minucioso exame continua.
Já o velho doutor, com a cabeça encanecida sobre a pele nua do peito da enferma, auscultou longamente os seus pulmões delicados: já, levemente apertando entre os dedos aquele punho macio e branco, tateou o pulso, tênue como um fio de seda... Agora, com o olhar arguto, percorre a pele da bela Clarice — branca e cheirosa pele — o colo, a cinta, o resto... De repente — que é aquilo que o velho e austero doutor percebe na pele, abaixo... abaixo... abaixo do ventre?... Leves escoriações, quase imperceptíveis arranhaduras avultam aqui e ali vagamente... nas coxas...
O velho e austero doutor Ximenes funga uma pitada, coça a calva, olha fixamente os olhos da sua doente, toda alvoroçada de pudor:
— Isto que é, filha? Pulgas? Unhas de gato?
E a bela Clarice, toda de confusão, enrolando-se no penteador de musselina como n’uma nuvem, balbucia, corando:
— Não! Não é nada... não sei... isto é... talvez seja dos