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Para Sempre Sua
Para Sempre Sua
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E-book394 páginas9 horas

Para Sempre Sua

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Sobre este e-book

Angel Moreno e Sarah Fiero se apaixonaram em Forever Mine. Eles superam as probabilidades de namorados no ensino médio, apesar do teste do tempo. A confiança não é um problema há anos.
Entre o bad boy tatuado, musculoso e intrigante, Leonardo. Ele rapidamente olha para Sarah. Apesar da irritação total de Angel com o cara, ele não tem escolha a não ser deixar Leo na vida de Sarah porque ele é da família - um parente perdido há muito tempo. Ainda mais inquietante é a empolgação de Sarah por tudo isso.
À medida que o relacionamento de Sarah e Leo se torna desconfortavelmente mais próximo, Angel se lembra de que o cara é da família. Então as coisas ficam estranhas. A mudança em Sarah é inconfundível, e Angel teme que seu pior pesadelo esteja se tornando realidade.
É possível que a eternidade tenha demorado demais para Sarah? Não faltam drama, angústia, lágrimas e risos, à medida que o amor de Angel e Sarah é posto à prova final nesta adição à série Irmãos Moreno.
Este é o romance completo com mais de 100 mil palavras. Novidade contemporânea para jovens adultos.
* Conteúdo adulto * Recomendado para maiores de 17 anos devido a situações sexuais e linguagem.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento5 de jun. de 2020
ISBN9781071548738
Para Sempre Sua

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    Para Sempre Sua - Elizabeth Reyes

    autora

    Conheça também de Elizabeth Reyes

    Série Irmãos Moreno

    Forever Mine

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    Sweet Sofie

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    Série 5th Street

    Noah

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    Série Desert Heat

    Desert Heat

    Para sempre sua

    (Irmãos Moreno 1.5)

    Elizabeth Reyes

    Para Sempre Sua

    (Irmãos Moreno 1.5)

    Elizabeth Reyes

    Edição para Kindle

    Copyright © 2014 Elizabeth Reyes

    Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e acontecimentos são ou produto da imaginação da autora ou usados de forma ficcional, e qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, marcas, eventos ou lugares são apenas coincidências

    Todos os direitos reservados. Este e-book é licenciado apenas para uso pessoal. Este e-book não pode ser revendido ou doado para outra pessoa. Se você deseja compartilhá-lo com outra pessoa, por favor adquira uma cópia para cada uma. Se você está lendo este livro e não o adquiriu, ou ele não foi adquirido para o seu uso, por favor o devolva para o revendedor e adquira sua própria cópia. Obrigado por respeitar o trabalho duro da autora.

    Editado por Theresa Wegand

    Para minha P-Nut, te amo sempre e para sempre.

    Índice

    Capítulo 1

    Capítulo 2

    Capítulo 3

    Capítulo 4

    Capítulo 5

    Capítulo 6

    Capítulo 7

    Capítulo 8

    Capítulo 9

    Capítulo 10

    Capítulo 11

    Capítulo 12

    Capítulo 13

    Capítulo 14

    Capítulo 15

    Capítulo 16

    Capítulo 17

    Capítulo 18

    Capítulo 19

    Capítulo 20

    Capítulo 21

    Capítulo 22

    Capítulo 23

    Capítulo 24

    Nota para os meus leitores maravilhosos

    Desert Heat

    Agradecimentos

    Sobre a autora

    Capítulo 1

    Sarah

    — Eu tenho que fazer isso, — Sarah disse para Angel enquanto atravessava a porta da cozinha em direção ao quintal.

    Angel concordou e continuou seus afazeres na cozinha, mas ela podia notar apenas por aquele olhar que ele já sabia que era Sydney ao telefone—de novo.

    Ele a tinha visto deixando a ligação anterior de Sydney cair na caixa postal mais cedo, quando o telefone tocou bem na hora em que Alex trazia o bolo de aniversário da mãe deles. Normalmente, ela não atendia as ligações dele quando Angel estava por perto, não que tivesse algo a esconder quando falava com Sydney. Mesmo após todos esses anos, ela odiava aquela esquisitice que sentia quando precisava atendê-lo perto de Angel. Então preferia evitar.

    A única razão que a fez atender agora foi o fato de Sydney não ligar mais tão frequentemente quando antes e quase nunca duas vezes em um dia. Isso a preocupou. Das últimas vezes que conversaram, ele mencionou estar com problemas com a namorada, Carina. Sarah imaginava que algo grande pudesse ter acontecido entre eles e ele precisasse desabafar.

    Para seu alívio, ele soava tranquilo quando atendeu.  — OI, Lynni, ocupada?

    — Na verdade, não. É só... — Ela deu uma olhadela para a cozinha. — Estou no Angel agora. Eles vão dar uma festa de aniversário para a mãe deles, mas tenho um tempinho. O que é?

    — Festa numa quinta-feira?

    — Sim. Ela sorriu. — Você os conhece. O aniversário dela é hoje, então não ia passar despercebido não importa que dia da semana seja.

    — Tranquilo então — ele respondeu depressa. — Volta pra festa. Achei que estivesse em casa agora, e estou com um tempinho livre. Como não nos falamos faz um tempo, pensei em colocar a conversa em dia.

    — Tá tudo bem?

    — Tá, tá tudo bem. Falo com você outra hora.

    Ela se sentiu meio mal por desligar, especialmente porque sentiu que ele tinha algo específico para conversar. Mas ela também achou que quanto mais demorasse lá fora, mais estranho Angel ficaria quando ela voltasse. Ele nunca dizia nada. Sarah tinha que dar o devido crédito a ele. Obviamente ele estava dando o melhor de si para aceitar essa amizade dela com Sydney, mas ela o conhecia bem demais para não entrar naquela vibração quando o assunto Sydney viesse à tona.

    De volta ao interior da casa, ela agarrou uma tigela com molho e salgadinhos e foi para a sala. Angel indicou o lugar ao lado dele no sofá em que estava com o pai e Sal

    — Tudo bem? — ele perguntou, pegando um dos salgadinhos e mergulhando no molho.

    — Sim — ela disse. — Eu só achei que tinha algo errado porque ele nunca liga duas vezes num dia. — Ela se certificou de destacar essa parte. — Mas tá tudo bem, ele só queria colocar o papo em dia já que não nos falamos há um tempo.

    Ela o olhou com cara de paisagem antes de mergulhar outro salgadinho no molho. Até aqui, tranquilo. Nada esquisito. Ele até se inclinou e a beijou, sorrindo. — Você perdeu — ele disse com um sorriso de lado.

    — O quê?

    — Um dos caras dos mariachis é novo. Ele riu. — Os outros caras sabem que Sof e Eric estão juntos, mas como ele não está aqui, decidiram zoar o cara dizendo que ela estava solteira e a procura de alguém. Eles o encorajaram a dar em cima dela. Ele foi e tomou um fora, claro, mas ela foi legal com ele. Daí ele ficou se achando todo. Pra sorte dele, Alex sabia de tudo o tempo todo, então ele chegou com tudo no cara, a gente sabia que não tinha perigo real. Só que, você sabe, Sof não sabia de nada então ela ficou envergonhada e possessa. — Angel deu de ombros. Nada de mau aconteceu, mas você tinha que ver a expressão do cara quando teve que encarar Alex. Eles o avisaram antes que ele molhasse as calças.

    Sarah riu porque só podia imaginar. — Tadinho — ela disse, olhando em volta à procura de Sofie.

    Sofie estava com Alex, risonha. Aparentemente já tinha superado tudo, mas Sarah se lembrou de todas as vezes em que ela teve que lidar com aquela situação de verdade.

    — Não foi por mal.

    Se Sarah tivesse ganho um centavo cada vez que advertisse a irmã de Angel sobre os irmãos ao longo dos anos, ela teria pago toda a faculdade em dinheiro. Era verdade, os irmãos de Sarah podiam ser insuportáveis às vezes, mas no fundo eram legais. Sarah por vezes imaginava como teria sido crescer numa família grande e ter irmãos como os Morenos.

    Ela jamais admitia isso, embora muitas vezes tenha sentido uma pontinha de inveja da proximidade deles. Ela crescera sozinha. Por isso sempre fora tão grata pelo melhor amigo Sydney, que era o mais próximo de família, fora a mãe, que possuía. Não importava o quanto soubesse que Angel não comprava essa ideia, Sydney realmente era como um irmão para ela. Ao menos ela sempre enxergou dessa forma.

    Ainda assim, em dias como hoje—Quando os Morenos comemoravam o aniversário da mãe e, como de costume, o grupo completo de amigos estava presente—Sarah não conseguia não se sentir um pouco amarga. A mãe deles foi agraciada a tarde toda com presentes e canções dos mariachis, e os filhos ainda cozinharam para ela, não permitindo que fizesse nada na cozinha. E que refeição prepararam! Já que todos cresceram ajudando a cuidar do restaurante da família, todos sabiam se virar na cozinha, então foi um banquete cheio de amor.

    Na infância, exceto quando tinha passado com Sydney e a família dele, Sarah e a mãe sempre comemoraram aniversário sozinhas—apenas as duas. E enquanto a mãe fazia o máximo para fazê-la se sentir especial, houve tantas vezes em que Sarah desejou que a mãe se casasse e tivesse mais filhos. Ela seria a melhor irmã de todos os tempos, assim como tinha sido para Sydney todos esses anos e sempre seria.

    Não bastava Sofie ter que lidar com três irmãos superprotetores, ainda tinha mais dois amigos, Romero e Eric, para cuidar de sua vida. Eric, agora o seu namorado era bem mais tranquilo que os irmãos, e Sofie havia dito a Sarah que era exatamente por isso que era tão próxima deles quando crianças. Já Romero jamais teve uma chance com ela porque era ainda pior que os irmãos. Alex ao menos perguntava antes de atacar uma jugular, Romero não pensava duas vezes.

    Sarah sentiu uma pontinha de culpa. Com frequência sentia uma invejinha das grandes reuniões daquela grande família quando deveria se sentir agradecida por ter sido incluída.

    Nem meia hora depois de ter atendido a chamada de Sydney, o telefone tocou de novo. Ela o tinha deixado na mesinha de centro em frente ao sofá onde estava com Angel. Ela o viu olhando de soslaio para o aparelho, mas ele disfarçou e riu de algo que Romero dizia para ele e Sal.

    Sarah o pegou, torcendo para não ser nada com Sydney, mas um pouco preocupada que fosse. Não estava preocupada por Angel, mas porque achou que havia algo estranho no ar quando Sydney a tinha ligado uma segunda vez em um dia após ter ficado quieto por dias.

    Para seu alívio, não era Sydney, mas um recado da sua mãe.

    Você vai ficar aí muito tempo? Eu tenho uma surpresa pra você e mal posso esperar pela hora que chegar aqui.

    O interesse de Sarah foi fisgado imediatamente, e ela sorriu. Surpresa? Sua mãe nunca foi boa em esconder surpresas dela por muito tempo, então imaginou por quanto tempo guardaria essa na manga. Não havia ouvido nada até agora. Sarah ia fazer vinte e um naquele ano, mas ainda faltavam meses.

    Ela nem percebeu que sorria de forma abobalhada até notar Angel a encarando esquisito. — Minha mãe. — Ela disse enquanto respondia a mensagem. — Ela está perguntando até que horas vou ficar aqui. Ela vai me fazer uma surpresa.

    A expressão esquisita de Angel foi substituída por outra tão curiosa quando a dela. — Surpresa?

    — Sim, — ela disse enquanto enviava a mensagem para a mãe pedindo uma dica. — Minha mãe nunca foi boa em esconder as coisas de mim. Na verdade, ela é péssima. É por isso que ela não compra nada pra mim até a véspera de Natal ou de aniversário, porque ela sabe que vai se entregar antes da hora. — Sarah riu. — O que quer que seja isso, ela deve ter bolado hoje e já saiu me perguntando quando ia chegar em casa.

    — Posso te levar — Angel sugeriu. — Já estamos acabando por aqui. Agora só vamos jogar conversa fora e eu sei que você tem lição de casa para fazer.

    Sentindo-se ainda mais curiosa, especialmente porque a mãe não respondera sua mensagem pedindo por dicas, Sarah concordou sorrindo. — Nem imagino o que seja.

    Angel se levantou e estendeu a mão para ela. — Vamos lá, — ele disse. — Também estou curioso.

    Levou quase quinze minutos para se despedirem de todos, mas finalmente saíram de lá no carro de Angel. No meio do caminho, a mensagem foi respondida.

    A única dica é que você vai gostar! Só isso. E não traga Angel. Ele talvez não fique tão animado quanto você.

    Sarah só podia em uma coisa que podia animá-la mais do que a Angel—Sydney. Isso tinha alguma coisa a ver com ele, e devia ser por isso que havia ligado duas vezes hoje. Mas porque ela não disse nada? O que quer que fosse, de repente a deixou sentindo um nó no estômago.

    Capítulo 2

    Angel

    Foi uma mudança sutil, mas Angel conhecia Sarah bem o suficiente para sacar. Ela havia ido da curiosa excitação com a surpresa da mãe para um nervosismo meio amedrontado. A mudança só aconteceu quando recebeu a segunda mensagem a caminho do condomínio dela.

    — Algo errado? — Ele perguntou após vê-la lendo o texto.

    — Não, — disse ela, mas não foi convincente, quase como se ela mesma não tivesse certeza. — Ela só perguntou onde eu estava.

    Eles viraram a esquina e Angel estacionou em frente à casa que Sarah a e mãe tinham comprado recentemente. Sarah pegou sua bolsa e se virou para ele repentinamente. — Você não precisa vir junto se precisar ir embora.

    O jeito que ela se escondeu com a bolsa enquanto falava foi outro sinal. Ela sempre evitava contato visual quando se sentia desconfortável. — Não estou com pressa, — Angel começou a sair do carro. — E estou curioso sobre a surpresa, — ele disse olhando-a sobre o teto do carro.

    Ela sorriu e se encontraram no portão. Então se encaminharam para a porta. Estava destrancada e entraram. Luna, a mãe de Sarah, sorria desconcertada para Angel quando olhou de soslaio para Sarah e pegou o celular onde parecia preparar uma foto.

    Tanto Sarah quanto Angel pararam um tanto confusos. — OK, pode vir — Luna disse.

    Angel quase não o reconheceu quando o viu porque ele estava bem mais pálido do que da última vez que o vira. Mas só levou alguns segundos para entender. Sydney sorriu e Sarah imediatamente cobriu com as mãos a boca e o rosto.

    — Olá, Lynni.

    — Meu Deus! Ela correu para ele e o abraçou forte enquanto Luna tirava várias fotos com o telefone e Angel desejava não ter vindo junto com Sarah.

    O abraço permaneceu por algum tempo desconfortavelmente longo. Sim, Angel realmente não devia ter vindo. Mesmo com o incômodo que seria ouvir mais tarde que a grande surpresa que a mãe tinha para a filha era a presença de Syd na cidade. Era melhor do que testemunhar a animação daquele sujeito e ouvir o jeito pastoso com que pronunciava o nome do meio dela.

    — O que está fazendo aqui? — Ela perguntou, finalmente largando dele.

    Angel assistia, trincando os dentes enquanto Sarah enxugava as lágrimas e permanecia de mãos dadas com Sydney.

    — Vim passar o resto do verão então pensei, já que não te vejo há muito tempo, eu devia dar uma passada aqui e fazer uma surpresa.

    Naturalmente.

    Angel segurou a vontade de falar. Flagstaff não era como virar a esquina em relação a La Jolla. Da última vez que foram até lá, levaram quase oito horas!

    Sydney finalmente tirou os olhos de Sarah e notou Angel. — E aí, cara? — Estendeu a mão para Angel embora a outra mão ainda estivesse unida a de Sarah.

    — Bem. — Angel forçou um sorriso. — Quanto tempo.

    — É, — Sarah falou sorrido, mas ainda secando o canto dos olhos com a mão. — Quanto faz? Mais de dois anos desde que te vi da última vez?

    Os olhos de Angel focaram as mãos de Sarah ainda conectadas às de Sydney. O sorriso forçado esmaeceu e ela largou a mão do melhor amigo assim que notou que ainda a segurava. Então seus olhos se encontraram. Ele nem tentava esconder o que sentia. Ela tinha que saber disso, mesmo que ele sempre tentasse ser compreensivo a respeito do relacionamento dela com Syd, esse tipo de merda o deixava puto da vida.

    Luna pigarreou alto. — A última vez foi na sua formatura do ensino médio. Uau, tem mais de dois anos mesmo.

    Angel finalmente tirou os olhos de Sarah, fazendo o melhor para não mostrar o quão irritado de repente se sentia. Ficou feliz quando Sarah perguntou quanto tempo Syd ficaria na cidade porque também queria saber. Ele mesmo teria perguntado, mas do jeito que estava nervoso, tinha certeza que a pergunta sairia mais como "quando você vai embora?!

    Sua tolerância em relação ao relacionamento de Sarah com o melhor amigo se devia amplamente à distância entre eles. Ele sabia que trocavam mensagens e ligações, mas contanto que não tivesse que lidar com esse tipo de demonstração de afeto entre os dois, podia lidar com o fato de estarem em contato constante. Se Syd estivesse por perto mais frequentemente, Angel sabia que sua paciência com a amizade se esgotaria bem rápido. Ouvir comentários de Alex e Romero sobre como nunca suportaram outro cara nas vidas de suas garotas também não ajudou. Romero nunca teve uma garota fixa, e Angel mal sabia nomear o relacionamento vai-e-volta de Alex e Valerie, mas ambos faziam esse tipo de afirmação como se fosse uma coisa óbvia.

    Para o alívio de Angel, Syd disse que só ficaria até amanhã à tarde. Mas não aliviava tanto. Não quando Luna já o tinha convidado para ficar o quanto quisesse, o que significava que passaria a noite ali, mas ele também mencionara passar o resto do verão em casa para depois retornar outra vez.

    — Vocês deviam ir à Flagstaff antes do verão terminar, — Syd adicionou. — Ainda restam algumas semanas.

    Pelo menos o convite se estendia também a Angel. Syd sorriu para ele ao dizer isso, mas claro, tinha que arruinar tudo sorrindo para Sarah de um jeito que fez Angel querer vomitar. — Podemos fazer trilha pelo desfiladeiro como nos velhos tempos.

    Sarah se virou para Angel com um sorriso esperançoso. — Talvez possamos. — Foi uma afirmação que soou mais como uma pergunta.

    Angel assentiu. — Talvez sim —Respondeu apaziguador.

    Os treinos do futebol estavam estafantes e tinham acabado de começar. Angel sabia que iria piorar quando chegasse perto do início da temporada. Ele poderia ter um final de semana de folga aqui e acolá e poderia até levá-la, mas seria apenas tolerável. Ela passando um final de semana especial com o amiguinho não iria acontecer.

    Por mais que odiasse deixar Sarah com Syd, não tinha escolha. Era isso ou ficar por ali se sentindo mal enquanto eles se atualizavam e relembravam os tempos antigos. Era melhor se poupar desse martírio.

    Sarah o acompanhou até o carro, e pensou que ele ia deixar pra lá, mas ele não pôde. — Vocês sempre ficam de mãos dadas desse jeito? — Ele perguntou, puxando-a para ele contra o carro.

    Ela ficou séria, o beijou e acariciou no rosto. — Sempre é meio exagerado, não acha? Não o vejo há dois anos, mas, não, eu nem percebi o negócio das mãos. — O sorriso dela continha um certo remorso. — Desculpa se isso de deixou desconfortável.

    Desconfortável era quase um eufemismo, mas contanto que ela tenha entendido que não era algo que ele queria testemunhar de novo, ele deixaria estar por ora. Ele apertou a mão dela, levantando uma sobrancelha. — Ele vai dormir no quarto da frente, certo?

    Ela ergueu o canto da boca. — Mas é claro, Angel!

    Angel deu de ombros, ainda tão incomodado e tenso sobre tudo aquilo. — Não sei. Você o chama de melhor amigo, e se ele fosse uma garota, provavelmente dormiria no seu quarto, certo? Ele se lembrou das poucas vezes que a irmã passou a noite com amigos e todos dormiram juntos. — Vocês não vão dormir no mesmo quarto, vão?

    — Não vamos. — Ela agora soou meio preocupada. — Isso não vai ser um problema, vai? Eu não o chamo de melhor amigo. Ele é. Depois de você — Ela se apressou em dizer. — Mas ele é amigo das antigas, e você não tem nada com o que se preocupar. Achei que tínhamos superado isso.

    Ela o acariciou no braço, beliscando as próprias sobrancelhas ao perceber o quão desconfortável essa surpresa foi para ele.

    — Tô de boa, Sarah — Ele disse, beijando-a na testa, e começou a se afastar do carro. — Só não me dê motivo para não estar.

    — Nunca, — ela disse, o sorriso apreensivo. Você sabe que eu nunca daria.

    Angel tentou ampliar o sorriso para fazê-la se sentir melhor. — Tô de boa — Ele disse, dando-lhe outro beijo, agora mais longo. — Eu juro, não fique preocupada.

    Trocaram mais alguns beijos antes que ele entrasse no carro e fosse embora.

    Nunca? Angel chacoalhou a cabeça. Ela não fazia ideia. A noite vindoura seria de grande esforço para aliviar toda a tensão construída na última meia hora. Angel não precisou pensar muito sobre Sydney nos últimos dois anos. O relacionamento deles era distante, e mesmo que ainda o irritasse as vezes, enquanto Sarah estivesse do outro lado do país e ele estivesse na faculdade, ele podia suportar. Mas apenas estar por perto enquanto ela e o amigo das antigas por alguns minutos o deixara tão nervoso que mal conseguia pensar no dia de amanhã.

    Capítulo 3

    Sarah

    Sydney, Sarah e sua mãe ficaram sentados na cozinha conversando por um tempo. Na primeira chance que Sydney teve com Sarah sozinhos, enquanto a mãe dela atendia a uma ligação, ele falou baixinho: — Tem algum lugar onde podemos conversar com um pouco de privacidade?

    Sarah travou bem na hora em que colocava uma uva em sua boa e o olhou curiosa: — Você quer dizer, tipo, lá fora?

    Ele fez um sinal negativo. — Não, outro lugar, dar uma volta de carro ou coisa assim. Ele olhava ao redor como quem se certifica de que não pudessem ser ouvidos. — Não quero que sua mãe escute.

    Interessante.

    Sydney havia feito menção mais cedo, quando a mãe de Sarah perguntara sobre sua namorada Carina, que as coisas não estavam bem estre eles no momento, mas ele havia sido vago. Sarah imaginava se não havia algo mais picante sobre aquilo tudo que ele não quisera compartilhar em frente à sua mãe. Não foi a primeira vez que mencionara problemas com Carina. Nos meses anteriores havia tocado no assunto, mas só quando Sarah questionava. Mas não havia dado muitos detalhes, o que era estranho em se tratando do quanto normalmente se abria com ela.

    Por mais altruísta que fossem seus desejos pelo bem estar dele e Carina, ela se sentia um pouco culpada pelos seus desejos não serem completamente desinteressados. Parte dela sabia que Angel estava desconfortável com o relacionamento deles. A reação dele à chegada de Sydney tinha sido o exemplo perfeito disso. Quando sua mãe lhe mandara a segunda mensagem a caminho de casa, dizendo que ela deveria deixar Angel de fora, ela logo imaginou que teria algo a ver com Sydney, mas ela não podia esperar que fosse o próprio. Se arrependeu no momento em que viu a reação de Angel. Ficar de mãozinhas dadas havia sido um tanto estúpido. Ela não teve tempo de pensar com calma e fazia tanto tempo que não o via que não pode evitar a emoção.

    Sydney ter uma namorada servia como um filtro para os pensamentos de Angel em relação a amizade dela com Sydney. Não ajudava muito, obviamente, mas ela sabia que Angel ficava mais tranquilo sabendo que Sydney estava romanticamente envolvido com uma garota e não apenas esperando por Sarah como certamente pensaria em outra situação.

    — Certo, — ela disse, enfiando a uva na boca e se levantando. — Vamos tomar sorvete.

    Feliz por mãe ainda estar ao telefone—caso contrário se sentiria mal por não a convidar—pegou as chaves e gritou para ela: — Vamos tomar sorvete, mãe. Avisa se quiser que te traga alguma coisa.

    Assim que a mãe assentiu, eles saíram. Só tiveram tempo suficiente no carro para Sarah colocar o cinto e dar a partida quando ela se virou para Sydney com um sorriso curioso e disse: — Então, o que está rolando?

    Ela achou que ele sorriria de volta; entretanto, ele parecia um tanto nervoso. — Então, bem... Sua mãe já te contou mais sobre o seu pai?

    Não era nem de perto o assunto que ela esperava. — Meu pai? — Perguntou, começando a dirigir.

    — É. — Você me contou tudo que sabe sobre ele?

    — Você quer dizer praticamente nada? — Ele apenas assentiu. — Sim, te contei tudo o que sei. Minha mãe e ele namoraram no ensino médio, e ele se mudou antes que ela pudesse dizer a ele que estava grávida. Quando ela finalmente o encontrou após eu ter nascido, ele nem quis me ver. Ele já estava num outro relacionamento e não quis saber de nada com nenhuma de nós duas.

    A dor da rejeição que Sarah sentiu, ainda pré adolescente, quando sua mãe lhe explicou melhor pela primeira vez foi tamanha que Sarah jamais tocou no assunto novamente. Não valia a pena. Ela nunca desejou, mesmo agora já adulta, procurar por ele.

    Sarah parou no estacionamento vazio de uma escola, precisando olhar Sydney nos olhos. Ela achou esquisito ele ter viajado até lá apenas para a surpreender. A última vez que tinha aparecido sem avisar foi quando precisava conversar pessoalmente sobre um assunto bastante pesado.

    — Por quê? — Perguntou, desligando o motor.

    Sydney sorriu de forma doce, outro sinal de que não vinha coisa boa por aí. Ela o conhecia bem o suficiente para perceber que tentava acalmá-la. Sair da pista e estacionar era um sinal bem claro para ele de que ela estava ficando ansiosa.

    Minha mãe recebeu um telefonema estranho algumas semanas atrás de uma mulher tentando pescar informações a seu respeito. Ela não disse como conseguiu o nosso número. Quando ela me contou, achei que tinha conseguido o número de quando nos candidatamos a trabalhos temporários ou de algum contato de emergência. Meus pais são provavelmente as últimas pessoas no planeta que ainda tem telefone fixo, mas mantém o mesmo número de sempre.

    — Minha mãe não ia dar nenhuma informação a ela, exceto o fato de você ter se mudado anos atrás e nem disse para qual estado. Ela ficou nervosa porque parecia que a mulher estava tentando pegar mais informações, não era só uma ligação de telemarketing, então... Ele girou os olhos numa careta... minha mãe desligou na cara dela.

    — Ela deixou o nome ou disse porque procurava por mim? Sarah perguntou curiosa.

    — Não. Não chegou tão longe, e ela nunca mais ligou. Minha mãe nem tinha mencionado o fato até eu passar em casa esses dias, e mesmo eu não pensei que fosse mais do que telemarketing também, então não te incomodei. — Ele fez uma pausa, como que tirando um momento para refletir.

    Sarah não esperou com muita paciência, imaginando como isso tudo tinha conexão com seu pai.

    — Outro dia um homem bateu à nossa porta. Disse que era seu pai e que vinha tentando te localizar—faz quatro anos.

    Ele fez outra pausa quando viu Sarah de olhos arregalados. O coração vacilou, mas ela não sabia o que pensar. Sydney não parecia animado. Parecia estar sendo muito cuidadoso e não queria dizer nada disso na frente da mãe dela. Por quê?

    — A versão dele foi bem diferente daquela que você me contou, Lynn. De acordo com ele, sua mãe e ele ficaram juntos por um tempo enquanto você ainda era bebê. Ele disse que tiveram uma discussão e que ela saiu num dia sem dar notícia.

    Com as sobrancelhas erguidas, Sarah absorveu o que acabara de ouvir. — Como ele me conectou com a sua casa?

    Sydney balançou a cabeça e pressionou os lábios. — Ele disse que achou online, mas não faz sentido pra mim porque ele disse que foi o único endereço que achou de vocês. Ele não achou nenhum dos outros lugares em que você e sua mãe moraram antes de Flagstaff, nem mesmo o apartamento—só a minha casa. A princípio achei que fosse por causa do telefone fixo dos meus pais. Achei que tinham nos localizado assim, mas enquanto pensava no caso depois, me surgiu uma outra teoria. Ele disse que tinha desistido de te encontrar até recentemente quando o seu irmão começou a perguntar de você.

    — Meu irmão? — O coração de sara acelerou.

    Sydney concordou, mas tinha uma expressão séria. — Essa foi a primeira titubeada dele. Falou que você tinha um irmão mais novo que ele teve com outra mulher, mas ele falou que o filho tem vinte e um anos. Eu não quis entregar o jogo e dizer a ele que você só tem vinte.

    Por incrível que pareça, Sarah se sentiu desapontada. A ideia de ter um irmão em algum lugar a tinha animado um pouco. Independentemente de como o pai fosse ou que nunca se interessara por ela, a possibilidade de ter um irmão lá fora interessado nela e perguntando por ela a tinha animado por um pequeno momento.

    — Ele também se confundiu com outra coisa. Porque ele disse que a trilha que seguiu até você acabou dando na minha casa. Eu fingi que te conhecia um tempo atrás, mas que não te via há anos. Falei pra ele que daria o meu melhor para tentar encontrar alguém que soubesse onde você estava agora, e pedi para me dar qualquer informação que tivesse sobre você. Ele só sabia seu nome e sobrenome. Seu nascimento estava errado por um ano e ele disse que você não tinha um nome do meio.

    Sarah encarava Sydney, perplexa e incerta quanto ao que fazer com tudo aquilo.

    — Não fique brava, tá Lynni? Mas eu nem ia te contar isso — Ele começou a dizer.

    — Ué? Por que não?

    — Porque essas coisas ficavam pipocando na minha cabeça o tempo todo. Talvez quando sua mãe pegou a grana do patrão dela não tenha sido a primeira vez que fez isso, e alguém estivesse tentando localizá-la. Não quero te preocupar, mas quanto mais penso nisso mais fico convencido, mesmo com as informações erradas que me deu, que ele é o seu pai.

    Sarah ficou boquiaberta. — Por quê? Você mesmo disse que ele não sabe minha data de nascimento ou meu nome do meio.

    O lábio de Sydney entortou para o lado. — Não sei porque ele errou, mas até minha mãe concordou. Ela disse que meu pai também

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