Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Um Desastre Perfeito: Amores Perfeitos
Um Desastre Perfeito: Amores Perfeitos
Um Desastre Perfeito: Amores Perfeitos
E-book266 páginas4 horas

Um Desastre Perfeito: Amores Perfeitos

Nota: 4.5 de 5 estrelas

4.5/5

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Você acha que a sociedade é injusta com as mulheres? É justo que uma mulher que cria seus filhos sozinha seja marcada como uma mãe ruim por uma coisa ou outra e que um homem que cria seus filhos sozinho desperte olhares de compaixão e palavras de apoio e encorajamento?

Sim, Alexis sabe como a sociedade é injusta porque dia após dia a vida se encarrega de lembrá-la disso; e senão, há sempre Bethany Malone para lembrá-la que, como mãe e mulher, ela é um desastre.

Mas Alexis se esquiva - um pouco - do comentários dos outros desde que seus filhos tenham comida na mesa, um teto que os proteja e a ela, sobretudo ela, para lhes dar o amor que só as mães sabem dar.

Da sua parte, Henry é viúvo e a morte repentina de sua esposa somada à pré-adolescência de sua filha não facilitam as coisas para ele; felizmente, não lhe falta ajuda, embora não goste da compaixão que têm por ele e que, por ser homem, seja considerado um inútil em casa ou no que diz respeito à educação de sua filha.

O que vai acontecer quando Henry e Alexis se cruzarem e descobrirem que podem se  apoiar como uma equipe, embora suas vidas sejam tão diferentes?

Livro 1 Série Amores perfeitos.

Cada história desta série é única e independente: Estas são as histórias de várias mulheres com seus altos e baixos, amores, desgostos, desafios, fraquezas e forças que a vida traz para a mesma cidade para que se cruzem e estabeleçam fortes laços de amizade que as levarão a se apoiar, encorajar umas às outras  — e até repreender a si mesma —... porque é isso que amigos fazem... certo?

Venha compartilhar as aventuras românticas de cada uma delas e encontre em cada uma algo com o qual você se identifique. :)

Série Amores perfeitos. Ordem de publicação:
Livro 2 - No momento perfeito

Livro 3 - Você e eu em perfeito equilíbrio

IdiomaPortuguês
Data de lançamento20 de abr. de 2022
ISBN9781071552643
Um Desastre Perfeito: Amores Perfeitos

Leia mais títulos de Stefania Gil

Autores relacionados

Relacionado a Um Desastre Perfeito

Ebooks relacionados

Romance contemporâneo para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Categorias relacionadas

Avaliações de Um Desastre Perfeito

Nota: 4.333333333333333 de 5 estrelas
4.5/5

3 avaliações0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Um Desastre Perfeito - Stefania Gil

    Os personagens, lugares e eventos descritos neste romance são fictícios. Qualquer semelhança com lugares, situações e/ou pessoas reais, vivas ou mortas, é mera coincidência.

    Todos os direitos reservados.

    Ilustração da Capa: Freepik.com

    Design da Capa: La Taguara Design

    Diagramação: Stefania Gil

    ––––––––

    Todos os direitos reservados. Esta publicação não pode ser reproduzida, no todo ou em parte, nem registrada ou transmitida por um sistema de recuperação de informação, sob qualquer forma e por qualquer meio, mecânico, fotoquímico, eletrônico, magnético, electro-óptico, fotocopia ou qualquer outro meio sem permissão prévia por escrito da autora.

    «O teste para saber se você pode ou não fazer um trabalho não deveria ser a organização dos seus cromossomos ».

    Bella Abzug, política estado-unidense nascida em 1920

    I

    Alexis estacionou o carro na frente do colégio dos seus filhos sentindo a pressão recorrente na boca do estômago porque, mais uma vez, chegava atrasada para buscá-los.

    Ela sabia que todos acreditavam que ele era a rainha da impontualidade, mas não era assim e fazia muito tempo desde que ela parou de se justificar para aqueles que não sabiam nada sobre ela.

    Não era impontualidade, era que ela só não sabia como diabos fazer seu trabalho e chegar à escola a tempo de buscar seus filhos ou como chegar a uma reunião de pais e professores no colégio sem faltar ao trabalho.

    Ninguém estava em condições de entender que ela só se incumbia de manter seus filhos em segurança em uma casa que, de maneira nenhuma era a casa que ela queria dar a eles, mas precisava se contentar com isso e que, graças a Deus, seus filhos estavam com ela. Além disso, não lhes faltava comida ou roupa adequada para cada estação do ano, mesmo que fossem de segunda mão porque, mais uma vez, isso era tudo que ela poderia dar a eles apesar de ter dois empregos, às vezes um terceiro.  Era mãe solteira e sem nenhum parente próximo na cidade, no continente ou no resto do mundo.

    Era só ela e seus filhos e a verdade era que nunca havia pedido nada a ninguém, no entanto, também não queria que fornecessem suas opiniões sobre impontualidade, desorganização, falta de caráter com seus filhos e muito menos que falassem como ela passava pouco tempo com eles porque ninguém tinha a menor ideia de como era sua vida.

    Seus filhos estavam na sala de castigos, embora não estivessem de castigo, junto com a senhorita Louise que sorriu com doçura quando a viu.

    Os dois pequenos estavam envolvidos em uma briga, como sempre e Floyd, o filho mais velho, estava lendo um livro que havia emprestado da biblioteca pública alguns dias antes.

    Dylan e Toby, os gêmeos e membros mais novos da família Powell, correram até ela para abraçá-la e pular ao seu redor enquanto ela desgrenhava seus cabelos com entusiasmo. Esses pequenos sorrisos e os olhos brilhantes dessa dupla de pestinhas alegravam seu dia, embora a deixassem sem energia em pouco tempo.

    A sala de aula estava vazia... ou quase... o que era bastante estranho.

    — Obrigada, Louise — a professora assentiu compreensiva. — Não sei o que vou fazer quando você não for mais a professora de Floyd.

    Era o segundo ano que a professora tinha Floyd entre seus alunos e ficava feliz que fosse assim porque ela sabia que a vida de Alexis não era fácil. Podia perceber o cansaço em seu olhar, a vontade de ter um pouco mais de tempo para compartilhar com seus filhos sem sentir que as faturas se acumulam. Ela compreendia bem porque sua irmã tinha vivido algo semelhante, apenas com dois filhos a menos e muito apoio familiar.

    Não conhecia a história de Alexis porque nunca se atreveu a falar com ela sobre o assunto e a garota não dava sinais de querer contar a ninguém sobre o fardo que carregava nas costas.

    Louise suspirou com preocupação no olhar.

    Alexis reconheceu o suspiro da professora de imediato.

    Sabia que a professora de Floyd era diferente do resto das pessoas ao seu redor, mas não podia deixar de pensar o que esse suspiro representava para a maioria das pessoas: a nítida censura pela maneira como cuidava do caos que sempre reinava ao seu redor e a pouca agilidade que tinha para colocar ordem nesse caos.

    Não por falta de tentativa. Não. Sempre que podia, ela tentava, mas não conseguia, por um motivo ou outro e sem perceber, se deixava absorber de novo pelo caos.

    Parecia que o desastre era parte de sua vida desde que nasceu.

    Talvez por isso a senhorita Louise tenha se apiedado dela na primeira semana de aula quando chegou atrasada a semana toda para buscar os meninos.

    Sempre se perguntava se a professora já tinha tido um caso parecido e uma vez quis perguntar, mas preferiu omitir sua curiosidade de descobrir se havia outras mães e mulheres em geral com a mesma sorte e poucas habilidades que ela própria possuía.

    Ela duvidava.

    O resto da comunidade feminina da escola, durante todos aqueles anos, havia demonstrado que pelo menos nessa escola, cidade e talvez estado do país, ela era a única que parecia não ter nada sob controle desde que nasceu.

    — No próximo ano veremos como tudo progride com você e as crianças. Creio que você deve deixar as regras um pouco mais claras porque elas precisam disso.

    Alexis queria desmoronar com ela e dizer, chorando sem se conter, que estava exausta de tentar algo que não sabia como fazer. Que sentia que vivia em uma competição com as outras mães, em que sempre saia perdendo porque nunca tinha tempo suficiente, a casa perfeita, os filhos exemplares, o marido amoroso e a família ideal.

    Ela não tinha e não sabia como alcançar isso.

    Mas tinha claro que desmoronar na frente dos seus filhos não era adequado, além disso, a garota que estava sentada dois lugares atrás de Floyd tinha os olhos fixos nela e não queria ser a protagonista de uma cena dramática na frente de uma pré-adolescente que, certamente, no dia seguinte zombaria dela com suas amigas.

    Todos os dias era a mesma coisa com sua vida e suas emoções. Desde que engravidou dos gêmeos parecia que corria uma maratona de maneira perpétua e sem direito a parar para poder pensar em si mesma por pelo menos cinco minutos.

    A senhorita Louise a observou mais uma vez e levantou-se para se dirigir as crianças.

    — Vocês precisam ouvir a mamãe e ajudá-la com tudo em casa, entendido?

    Os gêmeos, com cinco anos, sorriram felizes e concordaram com a cabeça. A professora sorriu para eles e ficou em pé novamente para olhar nos olhos de Alexis.

    — Os gêmeos têm um bilhete da professora. Ela quer ver você.

    Alexis fechou os olhos e desanimou, deixando dissipar a pouca força que tinha para o resto do dia.

    Mais uma vez, ela teria que ver a professora dos gêmeos, que tinham uma personalidade diretamente proporcional ao sabor de um limão.

    — Você precisa se organizar mais, Alexis. Vai te fazer bem, já falamos sobre isso antes. Posso ajudá-la.

    — Eu sei, Louise. Eu agradeço e não quero ser grosseira com você porque você é sempre gentil comigo, mas sou humana, mãe solteira de três crianças — Alexis começou a perceber como sua voz tremia e parou de falar de imediato. Ela balançou a cabeça e suspirou profundamente enquanto Floyd guardava seu livro e se aproximava dela para abraçá-la também. O menino, quase adolescente, apoiou a cabeça em seu peito e ela deu um beijo no alto da sua cabeça. Ela olhou para a professora mais uma vez —:  Vou tentar de novo. Obrigada por sua paciência.

    A professora sorriu satisfeita.

    — Sei que você vai conseguir. Não pare de tentar e enquanto eu estiver no colégio e seja possível, irei ajudá-la.

    Elas se despediram e depois ela saiu da sala de aula com seus três filhos. Floyd caminhando ao seu lado e os gêmeos correndo como se fossem perseguidos por um tigre enfurecido.

    Alexis não sentiu uma preocupação maior até que viu as crianças abrirem as portas do colégio e saírem desenfreadas e enquanto acelerava o passo para segui-las, seu coração acelerou ao ouvir o guincho dos pneus de um carro.

    ***

    — Vocês estão bem?! Que diabos! Quantas vezes devo dizer que vocês não podem correr assim?  — os meninos observavam a mãe com arrependimento, mas também com a falta de interesse que sempre lhe dedicavam quando ela se alterava. — Estou cansada de dizer que ...

    Um homem pigarreou.

    Ela olhou para cima, pois até agora estava agachada na altura dos gêmeos enquanto os repreendia.

    Foi então que ela percebeu que havia um carro parado atrás dela. Não havia mais carros na rua e seus filhos estavam muito longe dela. Ou seja, seus filhos não correram perigo, no entanto, as caras do diretor Martin e de Bethany Malone, a perfeita mãe exemplar e além disso presidente da Associação de Pais e Representantes eram ... como dizer... a mesma cara de preocupação e reclamação por sua negligência maternal.

    O outro homem, aquele que tinha as chaves do carro na mão, olhava para ela com compaixão.

    Esses eram os olhares que Alexis costumava suscitar: preocupação, negação, reclamação, ódio e compaixão.

    Os olhares de amor e diversão vinham somente dos seus filhinhos porque até a mulher mais velha já havia entrado no grupo que acreditava que ela e tudo ao seu redor era um caso perdido.

    — Sinto muito, a culpa é minha — o homem do carro disse de imediato.

    O diretor do centro olhou para ela com desaprovação e para o homem dedicou um olhar de incredulidade.

    — É verdade que, nesse caso, o Sr. Price foi culpado de ocasionar um barulho tão terrível porque vinha bastante distraído e quase bate atrás do seu carro, Sra. Powell — o homem levantou os óculos enquanto fazia uma pausa e avaliava a chicotada verbal que daria a Alexis a seguir —: no entanto, se você tivesse chegado no horário de saída indicado e além disso, indicasse aos seus filhos quem estava no comando e mostrasse a eles com mais frequência quem é o adulto, você não estaria com o coração na garganta temendo o pior em relação a essas crianças.

    Alexis quis responder de uma maneira consistente com seu comentário, mas considerou isso uma perda de tempo.

    — Você se salva porque a distração do Sr. Price estava muito longe dos seus filhos porque —ele suspirou e balançou a cabeça —, eu teria sido obrigado a chamar o serviço social e denunciar seu caso. Eu já te adverti antes e ...

    Alexis parou de ouvir o diretor, que sempre dizia a mesma coisa. Ele a ameaçava com o serviço social, repreendia-a e depois a deixava ir embora sob um olhar acusatório e crítico. Era a dinâmica de sempre e Alexis já estava acostumada a isso.

    Claro, nesse dia foi muito diferente porque tudo estava sendo presenciado pela idiota da Bethany Malone que tinha sua vida perfeita e maravilhosa, com seus filhos perfeitos, em uma casa que parecia um castelo, não apenas pelo tamanho, mas pelo brilho e que, certamente, sempre cheirava a torta de maçã recém-assada.

    E se juntava ao clube daqueles que olhavam para Alexis com desaprovação, mas Bethany também acrescentava alegria porque, por trás daquela fachada de dona de casa perfeita e de mãe que pode fazer tudo, escondia-se uma harpia que se deleitava ao ver como Alexis afundava cada vez mais em sua vida desastrosa.

    Desde que seu filho começou a estudar nessa escola, Bethany fazia questão de lhe dizer —sempre que possível — que péssima mãe ela era e quão mal estava fazendo as coisas na vida.

    Como se ela não soubesse.

    Como se mais ninguém na sua vida tivesse se encarregado de dizer isso antes com palavras ou olhares.

    E para os olhares críticos e acusatório dos outros, ela já estava acostumada, mas não quando se tratava de Bethany porque odiava sentir essa vergonha que sentia quando estava diante dela. Sempre tão arrumada, tão elegante com sua simpatia habitual, falsa ou não, era o que ela deixava os outros verem e Alexis teria adorado ter uma pitada dessas qualidades para poder dar outra impressão ao mundo.

    — Você está me ouvindo? — Bethany sorriu com malícia para ela e o diretor deixou transparecer que seu descontentamento sincero se acentuava.

    O homem do carro não estava mais lá. Ela não percebeu quando ele partiu embora o carro permanecesse estacionado no mesmo lugar.

    — Sim, senhor, sinto muito. Não voltará a acontecer.

    Ela desviou o olhar de ambos e encorajou seus filhos, que por algum milagre divino permaneciam parados ao seu lado, a entrarem no carro e irem embora dali o quanto antes.

    Precisava chegar em casa, tirar os sapatos e deitar-se na sala de estar um pouco para ver TV com as crianças para recuperar as forças e depois lutar com os gêmeos até a hora de dormir.

    II

    —Temos que conversar, Bonnie.

    Henry Price Jr. olhava para a filha com nítida preocupação.

    Ela, por outro lado, observava-o com rebeldia e ironia.

    — Vamos falar sobre mãe mais uma vez e de que devemos seguir em frente?

    Henry esfregou os olhos porque sabia que acabariam brigando mais uma vez, como estavam fazendo nos últimos dois anos desde que sua esposa e mãe de Bonnie morreu em um acidente de trânsito.

    Uma avaria em seu carro a levou aos braços da morte, deixando Bonnie e Henry muito mal. Mas principalmente ela, sua filha, que começava a passar por aquele momento difícil que chamavam de adolescência.

    Há um ano, as coisas pioraram com ela. Estava agressiva, respondia mal o tempo todo, não queria estudar e passava muito tempo trancada em seu quarto, odiando todos aqueles que tentavam tornar sua vida mais agradável porque sabiam que ela estava sofrendo com a ausência da mãe.

    Henry tinha sido forçado a tirá-la da sua antiga escola porque seu comportamento rebelde com os professores e sua falta de comunicação com todos iriam levá-la diretamente à expulsão e a diretora, que tinha um grande apreço por Henry porque tinha sido um aluno exemplar na mesma escola, recomendou que ele a retirasse antes que fosse obrigada a tomar medidas sérias e manchasse o futuro da garota.

    — Bonnie...

    — Papai...

    Bonnie, de pé na frente dele, com os braços cruzados sobre o peito, sustentava o olhar do pai sabendo que ele não desistiria da ideia de que ela se abrisse um pouco com ele e isso era algo que não queria fazer, pois toda vez que fazia isso, acabava sentindo que seu pai e todos os outros sentiam pena dela por ficar órfã de mãe.

    Sentia saudades dela? Como não sentir se era sua mãe! E sabia que sempre sentiria saudades dela, mas não conseguia superar os olhares de piedade e compaixão da sua família, somados àqueles colegas de turma que insistiam em lembrá-la com zombaria que sua mãe estava morta.

    E de nada adiantava falar nem com seu pai nem com ninguém porque sempre acabava ouvindo a mesma coisa:

    ‘Pobrezinha, não é justo o que está acontecendo com você’, ‘É preciso ter paciência com ela pois perdeu a mãe’, ‘Você deve sentir muita saudade da sua mamãe’, ‘Quer um bolo para não ficar mais triste’, ‘Vamos fazer terapia’.

    Ela fechou os olhos.

    Às vezes, ela queria desaparecer.

    — Estou tentando me aproximar de você, Bonnie...

    — Talvez o problema seja esse, papai. Que você esteja sempre muito próximo e querendo saber de tudo.

    Henry franziu o cenho.

    — Não é isso que eu deveria fazer? Sou seu pai.

    Ela bufou porque, na verdade, ele parecia sua maldita sombra desde que sua mãe morreu.

    Ele sentia tanta pena dela que não percebia que não a deixava em paz e que a única coisa que ela queria era ficar sozinha.

    — Vá para seu quarto, Bonnie. Falaremos mais tarde.

    ‘Ótimo’, ela pensou enquanto pegava suas coisas e ia para o quarto feliz por ter um pouco de solidão.

    Todos queriam tê-la sob controle. Todos queriam lhe fazer companhia para que não se sentisse tão triste.

    Ela resmungou e se jogou na cama com os fones de ouvido para encontrar sua fuga na música como sempre fazia.

    Enquanto isso, na sala de estar, Henry quebrava a cabeça para encontrar uma solução que o aproximasse da filha.

    Talvez não estivesse passando muito tempo com ela e ela se sentia sozinha.

    Foi até a cozinha e tirou uma cerveja da geladeira, abriu a tampa, tomou um gole e depois foi até a despensa pegar um pacote das batatas fritas que tanto gostava. Sim, sabia que eram uma merda para seu corpo, mas eram gostosas e ajudavam-no a pensar.

    Também tinha que pensar no jantar porque não tinha nada preparado.

    Suspirou e enfiou outra batata na boca.

    Cozinhar o relaxava, mas naquele momento não tinha vontade de preparar comida. Só queria deitar na cama e dormir profundamente até despertar e perceber que estava imerso em um daqueles pesadelos em que os dias, os meses, os anos passavam e quando se acorda só se passaram cinco minutos.

    Ele gostava de pensar nisso de vez em quando. Principalmente quando as coisas pioravam com Bonnie.

    Sempre tinha sido um bom pai e um esposo

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1