Mais histórias do Pequeno Patachu

De Tristan Derème, Julia da Rosa Simões e André Hellé

AS HISTÓRIAS QUE TERIAM INSPIRADO SAINT-EXUPÉRY A CRIAR "O PEQUENO PRÍNCIPE"
Patachu é um menino de seis anos que nasceu aqui na Terra, mas está sempre no mundo da lua, viajando em meio a perguntas e pensamentos. Doce, curioso e esperto, ele nasceu nos anos 1920 na França e é tão especial que, dizem, pode ter inspirado Antoine de Saint-Exupéry a criar o Pequeno Príncipe. Existe mesmo uma teoria sobre isso, pois os dois personagens têm muito em comum. Entre tantas coincidências, Patachu também faz crianças e adultos se encantarem com suas histórias e desenhos cheios de poesia, fantasia e reflexões sobre a vida. E, para descobrir se os contos deste livro realmente inspiraram Saint-Exupéry, só existe um jeito: ler e tirar suas próprias conclusões.

• Idioma: Português
• Editora: Editora Piu
• Data de lançamento: 14 de jul. de 2020
• ISBN: 9788593660061

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A ESTRELA DE PATACHU

Em cima da cadeira, Patachu coloca um banquinho. Ele equilibra uma almofada sobre o banquinho e um jogo de tabuleiro no alto da almofada. Sem que o menino perceba, acompanho seus movimentos pelo canto do meu jornal. Ele olha em volta; não vê mais nada para colocar no topo daquele amontoado de coisas. Então começa a escalar o cume da instável montanha. Na gaiola, o canário fica atento e espreita.

— Aonde está indo, Patachu?

Ele queria, antes de dormir, contar um segredo no ouvido do pássaro.

— Patachu, você nunca vai ter juízo?

— Sim! No ano que vem, quando eu fizer sete anos.

Pego ele no colo. Já para a cama! Já para a cama! São quase nove horas. Na sua idade, eu estaria deitado há tempo. A esta hora, teria produzido, no mínimo, dois sonhos.

— Você anda dormindo tão tarde, por acaso não gosta mais de sonhar?

Patachu faz beicinho. Ele é meu sobrinho e vim passar um mês inteiro com ele no sítio. E basta que faça essa carinha triste para que eu queira, imediatamente, realizar todos os seus desejos. Noite passada, ele me pediu uma estrela. Eu disse que, quem sabe, com uma rede de caçar borboletas de cabo bem comprido… Acabei prometendo que pegaria uma estrela para ele e que a colocaria ao lado do seu travesseiro. Dez minutos depois, ele dormia profundamente. Ao acordar, porém:

— A estrela! — ele gritou. — Onde está a estrela?

— Não está vendo que é dia? Ela voltou para casa. Você devia ter acordado mais cedo. Ela estava bem perto de sua bochecha. Você poderia ter pegado na mão.

Ele me pediu:

— Na próxima vez, coloque-a dentro de uma caixa. Ela não conseguirá ir embora.

Fiz de novo o que ele pedia. Tínhamos