Genética Forense na Elucidação de Crimes Sexuais: o policiamento por meio de bancos de perfis genéticos
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Genética Forense na Elucidação de Crimes Sexuais - Nígela Rodrigues Carvalho
Agradecimentos
A Deus, por me conceder a honrosa tarefa de servir à sociedade como Perita Criminal e, também, pela oportunidade de divulgar o quanto a Genética Forense pode atuar na cura do trauma sofrido pelas vítimas de violência sexual.
Ao meu amado esposo Rodrigo, companheiro e total colaborador dessa obra. Aos meus familiares e amigos, em especial às Peritas Criminais Grasielly e Mariana e às Biomédicas Thais Cidália e Yanna.
Sumário
Introdução
1. Violência sexual no contexto da segurança pública
2. Crimes sexuais: problema de saúde e de polícia?
3. Perícia criminal
4. Genética forense
5. Backlog de vestígios de crimes sexuais
6. Bancos de perfis genéticos
7. Banco de dados genéticos no Brasil
7.1 Histórico
7.2 Operacionalidade da RIBPG
7.3 Crescimento e consolidação da RIBPG
8. O policiamento por meio de bancos de perfis genéticos
8.1 Operação Impius
Referências
Introdução
A violência sexual é um problema crônico de segurança pública (FBSP, 2018; ISP-RJ, 2018; FBSP, 2017; BUCHMULLER, 2016). Nesse contexto, a genética forense, por meio do exame de DNA (ácido desoxirribonucleico) é uma ferramenta extraordinária para reverter esse cenário, pois permite alcançar o primordial de qualquer investigação, a autoria do crime (RODRIGUES et al., 2016; BUTLER, 2012; BUTLER, 2010).
Apesar das grandes tecnologias já alcançadas nas técnicas laboratoriais, há ainda um crescente acúmulo de vestígios oriundos de crimes sexuais armazenados, sem serem submetidos ao exame de DNA. Como principais causas desse acúmulo, destacam-se a falta de insumos, quadro de servidores limitado e a não indicação de suspeitos para confronto. Essa última causa, decorre da própria natureza comparativa do exame, pois faz-se necessário o padrão genético do suspeito para se confrontar com o padrão obtido dos vestígios (CAMPBELL et al., 2017a; PETERSON J. et al., 2012; STROM; HICKMAN, 2010).
Dessa forma, há poucos anos, o processamento de vestígios oriundos de crimes sexuais sem suspeitos não era considerado de importância, pois não se conseguiria realizar o confronto devido à natureza comparativa do exame. Entretanto, com o advento do banco de perfis genéticos, esses vestígios passam a ser vistos como fontes valorosas de informações para as investigações policiais, pois essa ferramenta permite a comparação entre vestígios para averiguar se são oriundos de um mesmo agressor, além de permitir a identificação de autoria se houver perfis de agressores inseridos, o que é chamado de hit (CAMPBELL et al., 2016a; DOLEAC, 2016; FERREIRA et al., 2015; ANSELMO; JACQUES, 2012; INTERPOL, 2009).
No cenário internacional, bancos de perfis genéticos fornecem altos índices de resolução criminal (FBI, 2018a; HO-NPCC, 2018; RCMP, 2018). Devido aos bons resultados já alcançados, eles são altamente defendidos e fomentados (GRAZINOLI; LEAL, 2015). Estudos já até mensuram o quanto seu uso é mais viável economicamente do que outras abordagens de política criminal (WANG; WEIN, 2018; DOLEAC, 2016; SINGER et al., 2016; BUTLER, 2015; DOLEAC, 2011). Entretanto, no Brasil, somente após a lei n.° 12654/2012, essa realidade foi admitida e, apesar de a legislação brasileira ser branda e recente quando comparada com a de outros países, muitos resultados já foram alcançados (RIBPG, 2019c).
Diversos estudos já vêm sendo desenvolvidos com a abordagem de processamento de vestígios de violência sexual em larga escala para avaliar a taxa de obtenção de perfis genéticos para inserção em banco de dados, assim como, para avaliar a taxa de obtenção de coincidências e identificação de agressões em série (hits). Esses estudos obtiveram resultados extraordinários com elevados número de coincidências observadas, com taxa de aproximadamente 62% das amostras inseridas, elucidando assim investigações previamente não solucionadas (CARVALHO, 2019; CAMPBELL et al., 2017a; CAMPBELL et al., 2016a; CAMPBELL et al., 2015a; BASHFORD, 2013; NELSON, 2013; PATTERSON; CAMPBELL, 2012; PETERSON J. et al., 2012).
1. Violência sexual no contexto da segurança pública
A violência sexual é um fenômeno tão primitivo quanto a história da humanidade, apresentando-se como problema crônico, em razão dos altos índices de ocorrência e baixos índices de elucidação (BUCHMULLER, 2016; MS et al., 2015). E apesar de os crimes contra a liberdade sexual terem penas consideradas elevadas, sua ocorrência vem aumentando nos últimos anos (FBSP, 2018; ISP-RJ, 2018; FBSP, 2017; IPEA, 2017; FBSP, 2016).
Segundo dados do 13° Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2018 no Brasil, foram registrados 66.041 casos de estupro, representando um crescimento de 4,5% em relação ao ano de 2017 (FBSP, 2019). Os dados revelam que aproximadamente, a cada onze minutos, alguém é violentado sexualmente em nosso país (FBSP, 2017).
Entretanto, pode-se dizer que esses números não correspondem à real quantidade desse tipo de ocorrência, em razão da baixa notificação, a qual corresponde a apenas 10% dos casos (FBSP, 2017; CERQUEIRA; COELHO, 2014). Deste modo, nota-se que há pouco conhecimento acerca da real incidência, regularidade temporal e espacial da questão da violência sexual no Brasil. No âmbito nacional, existem as referências de cunho administrativo principalmente aquelas ligadas aos sistemas de informação do Ministério da Saúde, como o SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) e as de natureza policial, inicialmente desencontradas, mas que passaram a ser compiladas pelo Fórum Brasileira de Segurança Pública (FBSP) desde o ano de 2007 (IPEA, 2017).
Outro fator importante em relação