Poema Sincero
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Poema Sincero - Úmero Card'Osso
Sumário
Créditos
Prefácio do autor
Poema Sincero
Créditos
Fotografia à Quarta Capa:
Valéria Cristina Rodrigues de Souza
(Pousada Auberge Suisse / Nova Friburgo RJ em 2011)
à Val
com o amor verdadeiro
de uma vida verdadeira
O mundo do terror
e do encanto
me obsta o pranto
Cassiano Ricardo
Prefácio do autor
Este livro inaugura, para mim, e quiçá para os que o aceitarem, um gênero literário.
Trata-se do gênero poema sincero
.
O título do poema, por ser inaugural, culminou idêntico à nomenclatura do gênero, donde se depreende que os poetas futuros que a ele aderirem deverão utilizar algum artifício para destacar que estão a fazer um poema sincero, como colocar Poema Sincero de Menulfo
, se o poeta se chamar Menulfo, e assim por diante.
Mesmo eu, quando voltar a fazer um novo poema sincero, terei de colocar um título qualquer e anunciar que aquele é um poema sincero no subtítulo, na sinopse, em algum lugar; ou simplesmente utilizar variações como Poema Sincero do Vale do Paraíba
, Poema Sincero Ultrajante
, Segundo Poema Sincero
, ou Novíssimo Poema Sincero do Poeta Deitado
, conforme sou conhecido.
Embora fundar um gênero não seja, para mim, motivo de disputa na seara teórica, realizar uma tal fundação resulta em alvíssaras para a cultura e, concomitantemente, em ocasião para ataques de fundamentalistas.
Todos sabemos que há pessoas rançosas no micropoder instituído dentro das cátedras universitárias. Elas cismam com tudo e não delegam poderes àqueles que realmente fazem acontecer o fenômeno literário cá embaixo, no chão de fábrica.
Assim, esses logocêntricos ensimesmados não aceitarão o meu novíssimo e insofismável gênero.
Por isso, a esse tipo de atitude totalitária, pseudoprogressista e antiliberal dos micropoderosos de cátedra dedico um antecipado desdém.
Ao leitor cordial e afável, o conhecimento desse tipo de intriga mesquinha poderá revelar-se deveras profícuo para que possa ele irmanar-se ao meu humilde dar de ombros.
Destarte, exponho a seguir um esboço deste novo gênero que na presente obra se planifica:
Todo poema sincero caracterizar-se-á por sua dinâmica de poema longo, à guisa de Robinson Jeffers e tantos outros que praticaram a poesia de fôlego; por seu tom confessional – dentro do qual verificam-se retratos do cotidiano do autor; pela concentração de toda a potência técnica do poeta sincero – ou seja, o gênero se propõe à vitrinização do poeta; pela axiologia pessoal – diretamente relacionada com o tom confessional; pela artimanha do encadeamento de todos os assuntos caros ao autor; além do uso de treliças que imiscuem-se às guinadas temáticas.
Por último, como a mim se incumbe o patrimônio estético muito mais que o reflexivo, deixo aos teóricos que se digladiem com a sustentabilidade da fundação genérica, e sigo minha vida tranquilamente, esperançoso de poder em breve escrever outro poema sincero tão arrasador quanto este maravilhoso Poema Sincero que aí está.
Poema Sincero
São José dos Campos, 15/04/2019 a 05/04/2020
O primeiro verso sempre pode ser o último
Às vezes escrevo uma linha
me levanto
vou fazer café
"Val!
Café ‘tá pronto!"
O verso está lá
escrito
e a princípio não está
nada bonito
Sento-me ao sofá
coloco guloseimas no banquinho
e penso no verso...
Penso no poema que vou escrever
Em um ou noutro amigo
que o irão ler
O primeiro verso sempre pode ser o último
e eu penso assim:
Não vou escrever mais nada...
Mas a Val gosta tanto, e enfim
há amigos em Ouro Preto
Belo Horizonte, Jacuí, Mariana
tanta gente bacana
São Paulo, Cipotânea, Ribeirão Preto
e eu até remeto
alguns livros para o exterior
onde a Gisele e a Gleice
receberão a porta para entrar
no meu interior
O primeiro verso sempre pode ser o último
eu diria
mas muitos me apoiam inclusive
na Procuradoria...
Este é o Poema Sincero
Todo poeta devia fazer um
sempre
desde sempre
desde Homero
Se você o lê, desavisado
é porque alguma editora
o materializou
à revelia dos críticos
dos jornais e dos míticos
leitores vulneráveis
que vão às livrarias
à cata de livros importados
de autores néscios e miseráveis
(neste rol incluídos somente
os escritores especialistas em alienar
produtores de literatura que chamo
de pipoca sem sal
ou caça enlatada
a qual
não amo...)
Eu amo literatura de raiz
textos genuínos de autores novos
dentre os quais eu sou um mero
aprendiz
dos clássicos:
os gênios do passado...
Que de longa data mantenho estudo
e tenho amado
Mas literatura não é tudo
e é burro o logocentrismo
porque o ser humano
é muito mais que linguagem
e comunicação
Este é o Poema Sincero
pois, quiçá, nele espero
dizer a verdade, se verdade existir
ou ao menos dizer com sinceridade
a quem for ler ou quiser me ouvir
minhas conclusões
acerca do caos do porvir
Este é o Poema Sincero...
Nele, tudo é sincero
exceto quando digo
que