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Poema Sincero
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E-book135 páginas57 minutos

Poema Sincero

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Sobre este e-book

De um café a outro, o Poema Sincero é uma obra que jorra ritmo, rima, axioma, metáfora, referências e conhecimentos para digerir o indigesto conteúdo da política brasileira pós-2018.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento9 de set. de 2020
ISBN9786587403991
Poema Sincero

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    Poema Sincero - Úmero Card'Osso

    Sumário

    Créditos

    Prefácio do autor

    Poema Sincero

    Créditos

    Fotografia à Quarta Capa:

    Valéria Cristina Rodrigues de Souza

    (Pousada Auberge Suisse / Nova Friburgo RJ em 2011)

    à Val

    com o amor verdadeiro

    de uma vida verdadeira

    O mundo do terror

    e do encanto

    me obsta o pranto

    Cassiano Ricardo

    Prefácio do autor

    Este livro inaugura, para mim, e quiçá para os que o aceitarem, um gênero literário.

    Trata-se do gênero poema sincero.

    O título do poema, por ser inaugural, culminou idêntico à nomenclatura do gênero, donde se depreende que os poetas futuros que a ele aderirem deverão utilizar algum artifício para destacar que estão a fazer um poema sincero, como colocar Poema Sincero de Menulfo, se o poeta se chamar Menulfo, e assim por diante.

    Mesmo eu, quando voltar a fazer um novo poema sincero, terei de colocar um título qualquer e anunciar que aquele é um poema sincero no subtítulo, na sinopse, em algum lugar; ou simplesmente utilizar variações como Poema Sincero do Vale do Paraíba, Poema Sincero Ultrajante, Segundo Poema Sincero, ou Novíssimo Poema Sincero do Poeta Deitado, conforme sou conhecido.

    Embora fundar um gênero não seja, para mim, motivo de disputa na seara teórica, realizar uma tal fundação resulta em alvíssaras para a cultura e, concomitantemente, em ocasião para ataques de fundamentalistas.

    Todos sabemos que há pessoas rançosas no micropoder instituído dentro das cátedras universitárias. Elas cismam com tudo e não delegam poderes àqueles que realmente fazem acontecer o fenômeno literário cá embaixo, no chão de fábrica.

    Assim, esses logocêntricos ensimesmados não aceitarão o meu novíssimo e insofismável gênero.

    Por isso, a esse tipo de atitude totalitária, pseudoprogressista e antiliberal dos micropoderosos de cátedra dedico um antecipado desdém.

    Ao leitor cordial e afável, o conhecimento desse tipo de intriga mesquinha poderá revelar-se deveras profícuo para que possa ele irmanar-se ao meu humilde dar de ombros.

    Destarte, exponho a seguir um esboço deste novo gênero que na presente obra se planifica:

    Todo poema sincero caracterizar-se-á por sua dinâmica de poema longo, à guisa de Robinson Jeffers e tantos outros que praticaram a poesia de fôlego; por seu tom confessional – dentro do qual verificam-se retratos do cotidiano do autor; pela concentração de toda a potência técnica do poeta sincero – ou seja, o gênero se propõe à vitrinização do poeta; pela axiologia pessoal – diretamente relacionada com o tom confessional; pela artimanha do encadeamento de todos os assuntos caros ao autor; além do uso de treliças que imiscuem-se às guinadas temáticas.

    Por último, como a mim se incumbe o patrimônio estético muito mais que o reflexivo, deixo aos teóricos que se digladiem com a sustentabilidade da fundação genérica, e sigo minha vida tranquilamente, esperançoso de poder em breve escrever outro poema sincero tão arrasador quanto este maravilhoso Poema Sincero que aí está.

    Poema Sincero

    São José dos Campos, 15/04/2019 a 05/04/2020

    O primeiro verso sempre pode ser o último

    Às vezes escrevo uma linha

    me levanto

    vou fazer café

    "Val!

    Café ‘tá pronto!"

    O verso está lá

    escrito

    e a princípio não está

    nada bonito

    Sento-me ao sofá

    coloco guloseimas no banquinho

    e penso no verso...

    Penso no poema que vou escrever

    Em um ou noutro amigo

    que o irão ler

    O primeiro verso sempre pode ser o último

    e eu penso assim:

    Não vou escrever mais nada...

    Mas a Val gosta tanto, e enfim

    há amigos em Ouro Preto

    Belo Horizonte, Jacuí, Mariana

    tanta gente bacana

    São Paulo, Cipotânea, Ribeirão Preto

    e eu até remeto

    alguns livros para o exterior

    onde a Gisele e a Gleice

    receberão a porta para entrar

    no meu interior

    O primeiro verso sempre pode ser o último

    eu diria

    mas muitos me apoiam inclusive

    na Procuradoria...

    Este é o Poema Sincero

    Todo poeta devia fazer um

    sempre

    desde sempre

    desde Homero

    Se você o lê, desavisado

    é porque alguma editora

    o materializou

    à revelia dos críticos

    dos jornais e dos míticos

    leitores vulneráveis

    que vão às livrarias

    à cata de livros importados

    de autores néscios e miseráveis

    (neste rol incluídos somente

    os escritores especialistas em alienar

    produtores de literatura que chamo

    de pipoca sem sal

    ou caça enlatada

    a qual

    não amo...)

    Eu amo literatura de raiz

    textos genuínos de autores novos

    dentre os quais eu sou um mero

    aprendiz

    dos clássicos:

    os gênios do passado...

    Que de longa data mantenho estudo

    e tenho amado

    Mas literatura não é tudo

    e é burro o logocentrismo

    porque o ser humano

    é muito mais que linguagem

    e comunicação

    Este é o Poema Sincero

    pois, quiçá, nele espero

    dizer a verdade, se verdade existir

    ou ao menos dizer com sinceridade

    a quem for ler ou quiser me ouvir

    minhas conclusões

    acerca do caos do porvir

    Este é o Poema Sincero...

    Nele, tudo é sincero

    exceto quando digo

    que

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