Quarentenas: Textos de uma Quarentena Criativa
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Sobre este e-book
Entre as principais temáticas abordadas estão o isolamento, a angústia, o convívio familiar, o trabalho em home office, o consumo, a produtividade, as relações interpessoais, o reencontro com o lar, a redescoberta, o amor, a paixão, a loucura e a solidão.
O valor resultante da venda do livro Quarentenas é revertido para o Centro de Educação Profissional São João Calábria, de Porto Alegre (RS), instituição sem fins lucrativos que oferece cursos de qualificação profissional para jovens de 16 a 22 anos, realiza projetos sociais que transformam positivamente a realidade de crianças, adolescentes, jovens e idosos em situação de vulnerabilidade, impactando mais de 30 mil pessoas.
Conheça os autores presentes em Quarentenas: Ana Guerra, Ana M. Franzon, Anelise Zanoni, Beatriz Lisboa, Bruno Lima, Bruno Motta, Camila Roberta Lahm Vieira, Carina Luft, Clarissa Rocha, Daiana Alves Dutra, Daniel Ricci Araújo, Denise Hennemann, Eduardo Dorneles, Fabricio Mazocco, Fernanda Moreno, Guilherme B. Balarin, Iva Estácio, Janderson Amaro, Kerlin Escobar Dutra, Lourenço Moura, Marcio Coelho, Maria Avelina Gastal, Mariana Trindade, Miquéli Couto, Nahara Rech, Nayara Noronha, Nicolle M. Signe Altmayer, Paulo Scarduelli, Pedro H. B. de Brito, Rafael Viero, Ricardo Bertolucci Reginato, Rico Machado, Rodrigo Petruzzi, Rosana Martinelli, Roseane Sousa, Taís Moreira, Tais Oya, Valdeci Alves de Almeida, Vanessa Reis, Vânia Coelho e Wladimir Oliveira.
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Pré-visualização do livro
Quarentenas - Palavra Bordada
Camila Provenzi | Carolina Rocha | Maribel Lindenau
(Organizadoras)
Quarentenas
Textos de uma Quarentena Criativa
Canoas, 2020.
© 2020 Dos autores e das autoras
Direitos de publicação da Palavra Bordada
www.palavrabordada.com.br
contato@palavrabordada.com.br
www.palavrabordada.com.br/quarentena-criativa
Concepção Editorial | Palavra Bordada
Curadoria | Robertson Frizero
Organizadoras | Camila Provenzi, Carolina Rocha, Maribel Lindenau
Edição | Carolina Rocha e Maribel Lindenau
Revisão ortográfica | Nelson Kilpp
Capa | Arte de Camila Provenzi sobre a ilustração Uma cidade com mais cor, de 2013, acrílico sobre tela, de JotapêPax
Projeto Gráfico | Camila Provenzi
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Angélica Ilacqua CRB-8/7057
Quarentenas : textos de uma quarentena criativa /
organização de Camila Provenzi, Carolina Rocha, Maribel
Lindenau. -- Canoas : Palavra Bordada, 2020.
180 p. : il., color.
ISBN 978-65-87552-00
1. Literatura brasileira 2. Crônicas brasileiras 3.
Contos brasileiros I. Provenzi, Camila II. Rocha,
Carolina III. Lindenau, Maribel
20-2092 CDD B869.8
Índices para catálogo sistemático:
1. Literatura brasileira
De tudo, ficaram três coisas: a certeza de que ele estava sempre começando, a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido antes de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte, da procura um encontro.
Fernando Sabino, Encontro marcado
, 1981.
Sumário
Capa
Folha de Rosto
Créditos
Epígrafe
A nossa parte
Palavra do curador
A ajuda na hora certa
Os Parceiros
Contos e Crônicas do projeto Quarentena Criativa
Um dia de cada vez
Ana Guerra
O velhinho solitário
Ana M. Franzon
Contravenções da quarentena
Anelise Zanoni
A outra voz
Beatriz Lisboa
Eles
Bruno Lima
Ah, essa quarentena...
Bruno Motta
Marcas e lições da pandemia
Camila Roberta Lahm Vieira
Trinta dias depois
Carina Luft
Pipoca na praça
Clarissa Rocha
Amanhã
Daiana Alves Dutra
Onze horas da noite
Daniel Ricci Araújo
Cadeiras desconfortáveis em tempos de pandemia
Denise Hennemann
A redenção entre joelhos
Eduardo Dorneles
Quarenta
Fabricio Mazocco
Próximos-distantes
Fernanda Moreno
Disparates em quarentena
Guilherme B. Balarin
Uma viagem bem diferente
Iva Estácio
Dados suspeitos
Janderson Amaro e Mariana Trindade
O reencontro
Kerlin Escobar Dutra
A última mulher na face da terra
Lourenço Moura
Teatro do absurdo na quarentena do fim do mundo
Marcio Coelho
Paradoxo
Maria Avelina Gastal
A palavra do dia
Miquéli do Couto
Onde estamos?
Nahara Rech
Bolo quente
Nayara Noronha
Encontro na quarentena
Nicolle M. Signe Altmayer
A gente não pedia uma nova mãe, nem uma namorada pro pai
Paulo Scarduelli
Ulysses
Pedro H. B. de Brito
Quarentando
Rafael Viero
A máscara
Ricardo Bertolucci Reginato
À espera
Rico Machado
O cidadão essencial
Rodrigo Petruzzi
O sol
Rosana Martinelli
Lei de Murphy
Roseane Sousa
Pequenas janelas
Taís Moreira
Todos são suspeitos, até que se prove o contrário
Tais Oya
Entrega incomum
Valdeci Alves de Almeida
Quando começou?
Vanessa Reis
Autoisolamento
Vânia Coelho
Janelas
Wladimir Oliveira
A nossa parte
Quem quer que tenha algo verdadeiro a dizer se expressa de modo simples. A simplicidade é o selo da verdade.
Schopenhauer
Quando os primeiros casos de coronavírus começaram a ser notificados no Brasil, nossas providências iniciais foram as mesmas de muitos brasileiros: cerrar-se em casa, redobrar os cuidados da higiene respiratória e das mãos. Uma avalanche de notícias e os relatos de pessoas próximas que foram acometidos pela doença nos deixaram cada dia mais sensíveis. De nossas residências pensávamos em como ajudar após ouvir que instituições pararam de receber doações.
No meio de uma tempestade de sentimentos e sensações que abalou todos a partir do mês de março de 2020, decidimos arregaçar as mangas e fazer o que sabemos: contar histórias. Mas esse mesmo isolamento que nos protegia também nos impedia de buscar os relatos próximos e afetivos. Foi então, em uma troca de e-mails com a Daniela Senador, nossa amiga e ex-professora, que tivemos a ideia de unir o talento de escritores à vontade de sermos solidárias. Assim nasceu a Quarentena Criativa.
Desde o início do projeto Quarentena Criativa, a proposta era realizar um antigo sonho de Palavra Bordada: desenvolver uma publicação cuja venda fosse revertida para uma instituição com trabalho social e educacional relevante em comunidades necessitadas. Aos poucos, a iniciativa foi se desenhando com o auxílio do Wladimir Oliveira, que deu uma identidade visual ao projeto, da Anelise Zanoni, que tanto se empenhou em divulgar essa boa nova para os mais diversos jornais, blogs, rádios e TVs do país, do Robertson Frizero, autor e amigo que prontamente aceitou o convite para nos auxiliar na missão de avaliar os textos enviados, e do professor Nelson Kilpp, um querido amigo que se dispôs a revisar o livro, e do artista plástico Jotapê Pax, que nos presenteou a enigmática e atraente ilustração para a capa. Por fim, contamos também com a colaboração de Angélica Ilacqua na elaboração da ficha catalográfica.
Com tantos voluntários juntando-se a essa iniciativa, decidimos que o Centro de Educação Profissional São João Calábria seria a instituição beneficiada pela Quarentena Criativa. A relação de Palavra Bordada com o Calábria vem desde a fundação de nossa editora. Nossos primeiros impressos promocionais foram feitos pelos alunos do Centro que atuavam em uma gráfica-escola. Assim, já conhecemos algumas das atividades que eles realizam com comunidades em vulnerabilidade social e reconhecemos sua relevância na transformação da vida daqueles indivíduos. E, ao nos aproximarmos, mesmo que virtualmente, percebemos o quanto essa instituição é transformadora de realidades e que havíamos feito a escolha certa.
Mas nada disso teria sentido se não recebêssemos os contos e as crônicas de autores dispostos a escrever sobre um dos momentos mais marcantes de nossas vidas e a doar seus direitos autorais para que os recursos obtidos com a venda do livro fossem repassados para o Calábria.
Nas redes sociais, nos jornais, rádios e na televisão, a Quarentena Criativa foi noticiada com entusiasmo. Ao longo do mês de abril, mais e mais crônicas e contos chegavam à caixa de e-mails revelando o talento de escritores de língua portuguesa espalhados pelo mundo e uma vontade gigante — igual à nossa — de ajudar com que se sabe fazer sem colocar os demais em risco.
Então, com o coração repleto de alegria e satisfação, apresentamos a você, leitor, o resultado de todo esse trabalho: o livro Quarentenas. Aqui estão contos e crônicas escritos por 41 autores que buscaram inspiração nesse momento de isolamento social para derramar sobre o papel uma tempestade de sentimentos. Entre os mais de 125 textos recebidos, escolhemos 40 que nos fizeram rir e chorar, que nos provocaram a reflexão e que expressam a angústia do isolamento e a alegria da redescoberta.
E se você estiver lendo essa apresentação agora é porque a nossa missão foi cumprida: despertamos sua atenção e o motivamos a colaborar para que o Centro de Educação Profissional São João Calábria volte a receber recursos e possa manter suas atividades, essenciais às mais de 30 mil pessoas impactadas por suas iniciativas.
Esperamos que você encontre nas próximas páginas um recorte do que foi esse período de quarentena, que se identifique com algumas histórias, desperte para novas reflexões e reconheça as realidades diversas que esse momento provocou.
Quarentenas é o reflexo da solidariedade e da fraternidade que nos moveu até aqui. Que você receba nossa gratidão e abraço por apoiar nosso sonho.
Porque para a solidariedade e para a literatura não há fronteiras nem limites.
Boa leitura!
Camila Provenzi, Carolina Rocha e Maribel Lindenau
Palavra do curador
Que melhor maneira de retratar os acontecimentos que a Literatura? Essa pergunta retórica em nada despreza o trabalho dos historiadores, a relevante contribuição dos museólogos ou a precisa organização dos arquivistas. Mas a Literatura oferece um tipo de registro que, por vezes, escapa à factualidade dos documentos e registros oficiais. O texto literário traz a subjetividade da vida humana, as pequenas nuances da existência criadas pelo mundo dos nossos sentimentos. É a Literatura, mais que outros campos do saber humano, que muitas vezes melhor retrata o impacto dos acontecimentos no cotidiano das pessoas – e por isso, não raro, serve às gerações futuras como referência do que sentiram e pensaram seus antepassados diante das adversidades.
Este livro pretende ser tal registro – através da Literatura produzida em pleno ardor da batalha, congregar diferentes olhares, de diferentes autores, do que está sendo este evento inédito e único para as gerações que o estão vivendo. Pensando no papel importante que uma antologia como essa pode significar, decidiu-se por convocar escritores dispostos a gentilmente cederem o fruto de seu talento na forma de contos e crônicas sobre as ações de prevenção à pandemia e o combate ao seu agente causador.
Há uma razão para a escolha dessas duas formas literárias em prosa. A crônica, texto que é filho direto do jornalismo e da literatura, é um gênero literário ligado intrinsecamente ao momento em que é produzido; retrato instantâneo da sociedade em que o autor se insere, é quase sempre instrumento de crítica e reflexão sobre o cotidiano – e abertamente vinculado ao escritor que o redige, o qual não raro se apresenta no próprio texto aos seus leitores. O conto, por sua vez, tem um caráter ficcional e uma intenção de maior perenidade, lidando com temas mais universais e fortemente calcados na personagem protagonista: é em torno de sua história – melhor seria dizer, de um recorte preciso de sua história – que o conto se desenvolve, apresentando o conflito que impede essa protagonista de atingir seus objetivos expressos no texto.
Crônica e conto servem, assim, mais que outros gêneros breves, ao propósito desta antologia – de levar aos leitores, de hoje ou do futuro, um vasto painel de situações e reflexões acerca do que foram esses loucos tempos em que vivemos o estranhamento de ficarmos trancados em nossas casas, isolados pela distância social e pelo medo do contágio, protegendo com máscaras nossos sorrisos, com luvas o toque humano, higienizando com produtos químicos diversos os vestígios do outro... Mas, melhor que este texto para falar de tudo isso, são os quarenta belos trabalhos reunidos nesta antologia carinhosamente preparada pela Palavra Bordada.
Apreciem estes contos e crônicas sem quaisquer contraindicações. E guardem esta antologia como documento fiel do momento histórico que vivemos hoje.
Robertson Frizero
A ajuda na hora certa
Quem se dedica aos mais necessitados experimenta o céu aqui na terra.
São João Calábria
O Instituto Pobres Servos da Divina Providência — Centro de Educação Profissional São João Calábria é um espaço de acolhida, de proteção e de inter-relações humanas em prol da transformação social, voltado ao atendimento de pessoas em situação de vulnerabilidade. Atua desde 1962 em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, promovendo e estimulando o desenvolvimento integral das pessoas, com vistas ao ingresso no mundo do trabalho, à inclusão social e à convivência familiar e comunitária, respeitando a territorialidade, conforme preconiza o Sistema Único de Assistência Social (SUAS).
De acordo com a tipificação, executa projetos nos três níveis de proteção social, atendendo diretamente mais de 2 mil beneficiários em parceria com o poder público. A instituição desenvolve suas atividades em sinergia com as