Escritos da madrugada
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Sobre este e-book
Contos comuns para alguns ouvidos, mas perturbadores para muitos corações, inquietam a alma e desorganizam o pensamento.
Alguns dos contos já foram premiados em concursos literários.
A ideia é que haja interação entre o livro e o leitor, como dois velhos amigos que se sentam a mesa para divagar acompanhados de uma boa garrafa de cachaça.
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Escritos da madrugada - Rodrigo Franco
www.editoraviseu.com
Ranulfo,
o Herói Brasileiro
Ele sonhava em ser grande, presidente da república, herói nacional, sabia de seu potencial, sabia que estava há trinta anos no mesmo serviço com a mesma função por incompetência de seu chefe, Arlindo Almeida, que não enxergava suas extraordinárias qualidades.
No dia de sua demissão, antes de pensar em seu suicídio, pensou em matar Arlindo, comprou novas balas para seu enferrujado trinta e oito, poliu o seu cano torto, maquinou mais uma vez todo o plano do assassinato. Mas, em um de seus raros momentos de razão, tomou consciência de sua covardia: não poderia matar Arlindo. Além do mais, se o fizesse, teria também que matar a todos os outros que atrapalharam sua passagem pelo mundo.
Iria sim acabar consigo próprio. Já foi medíocre por toda vida, faria agora de sua morte um momento grandioso.
Pensou em tudo.
Mandou fabricar uma bala de ouro, tirou a medida para um terno e mandou fazer com o pano mais caro... faria como Getúlio: Deixaria a vida para entrar gloriosamente para a história.
. Sua carta de despedida, escreveu em três línguas.
No momento de atirar, pensou nas histórias de que suicidas não entram no reino do céu, são ignorados pelo deus todo poderoso. Estava com tanto medo, que pensou em se apegar a este argumento como desculpa para não atirar e enfim voltar para sua mediocridade. Mas lembrou-se que, por toda a sua vida, foi um convicto ateu e, por isso, estava livre das chamas do inferno e condenado a apodrecer embaixo da terra.
Não havia alternativa, teria realmente que se matar.
Estava decidido, ligou para todos os jornais informando a notícia de sua morte.
Pensou na sujeira nas paredes, no sangue escorrendo pelo chão, não queria estragar um tapete tão bonito, por outro lado, se negava a cair no chão duro e gelado daquele quarto escuro.
Lembrou-se uma vez mais de tudo que passou, dos amigos que nunca teve e de tudo aquilo que não foi.
Naqueles momentos sombrios no fundo de seu peito, teve até certo prazer, pois aquela era a primeira vez que se sentia senhor da sua própria vida. Foi pensando em acabar com sua existência que finalmente teve a certeza de estar realmente vivo. Também pela primeira vez riu de tudo aquilo que para ele nunca teve graça
Ouviu o barulho dos carros da polícia chegando, abriu a janela por completo e viu todas aquelas câmeras apontadas para ele... esperou ainda mais um momento para que todos pudessem focalizá-lo por inteiro, mas não teve coragem de atirar em seus miolos e