Crônicas de Dhabyta:: a origem
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Sobre este e-book
Assim a jovem Dhabyta e seu fiel escudeiro Coby aprenderiam a lidar com situações inusitadas e a manter segredo daquilo que nem mesmo eles conheciam a fundo. Não era a tarefa que queriam para suas vidas, mas necessária, usando todo o recurso oferecido pela natureza, através dos dons da garota, em um mundo de perspectivas inesperadas pela própria sociedade moderna. Esse é o começo da história daqueles que receberam uma missão sem pedir, acreditando que ainda é possível fazer algo pela vida do planeta e seus habitantes.
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Crônicas de Dhabyta: - LUIZ CARLOS DA SILVA
1
O nascimento
O grande dia chegou, e logo cedo o senhor Bento papai, e a mamãe de Dhabyta, Dona Graça correram para o hospital onde o médico já os esperava. As dores eram muito fortes, mas a mamãe de Dhabyta as sentia muito feliz, mesmo quando doía muito e dava vontade de chorar. No hospital estava tudo certo, o médico muito prestativo cuidou muito bem da mamãe de Dhabyta, e nossa heroína sentiu-se sendo puxada para fora de sua casinha onde viveu nove meses; no início deu vontade de se segurar dentro daquele espaço tão amado, mas aos poucos se deixou levar, porque também queria conhecer quem a esperava. Lá fora, de repente, tudo era silêncio. Não dava para ouvir nada. Grande foi o susto dela quando foi puxada para fora de sua casinha e recebera alguns cutucões mais fortes, e que doeram fazendo com que ela gritasse pela primeira vez. Que coisa desagradável, imaginou!
Me puxam para fora, e depois dão palmadas! Eu queria sair, mas não esperava uma recepção como essa. No centro cirúrgico, no momento do nascimento da menina, algo estranho aconteceu, assustando a todos que estavam na sala. Assim que o médico retirou a pequena da barriga da mamãe e cortou o cordão umbilical, parecia que as duas pontas cortadas que ligam o feto à mãe se fundiram novamente. Isso foi inexplicável, o sangue da placenta da mamãe parece que formou uma linha larga da barriga da mamãe à pequena Dhabyta, que estava sendo retirada, como se a estivesse seguindo, as gotas de sangue pareciam vivas e juntavam umas às outras. Foi um alvoroço na sala de cirurgia, alguns se benziam e houve um murmúrio total, mesmo por poucos segundos, foi inexplicável. Então, já recuperados do susto, foi feito novamente o corte pelo médico, conseguindo seu intento. Médicos, enfermeiros e o papai de Dhabyta não sabiam o que dizer uns aos os outros; tais fatos não tinham explicação e se olhavam ainda muito assustados.
Parecia que a pequena criança não queria deixar a barriga da mãe. Mesmo assim, após o novo corte, as duas pontas não se juntaram mais e todos respiraram aliviados. Assim, depois das palmadinhas, a pequena Dhabyta começou a receber carinhos de todas as formas do lado de fora e, abrindo os olhos pela primeira vez, viu-se com grandes surpresas. De cara um clarão nunca visto antes. Esse clarão era diferente de tudo que sentira até o momento.
Só imagens. Mas era tudo muito bonito, tinham várias cores se movimentando, era tudo maravilhoso e apesar da pequena já sentir necessidade de algo, só não sabia o que era, de repente se viu voando pelo espaço. Não entendia nada, mas era um embalo bem gostoso. Parando o voo, algo bem pertinho dela se abriu e saía um vaporzinho quente de dentro e entre esses vaporzinhos tinha duas fileiras brancas cobertas por algo macio, encostando-se a ela com muito cuidado: ——que delícia
! Imaginou ela. Queria ganhar mais como aquele.
O que Dhabyta não sabia era que acabara de receber seu primeiro beijinho da mamãe, e mesmo com aquele breve intervalo, mesmo com os beijinhos da mamãe, chegou a hora de outra necessidade sem ter noção do passar de tempo, pois algo doía dentro dela, e assim resolveu dar um alerta para a mamãe e não tinha outro jeito: a única coisa que sabia fazer era gritar e assim o fez, e a mamãe entendeu imediatamente.
CAPÍTULO 2
O tratamento
Assim a mamãe de Dhabyta, com a filhinha já em casa, ofereceu um pouquinho dela mesma, e era maravilhoso, um biquinho macio com furinho, de onde saía o que ela mais precisava: leite materno, quentinho e saboroso, e o mais incrível é que ela fazia isso com tanto carinho que Dhabyta se sentia o mais feliz dos seres vivos.
Era um momento mágico e gratificante. E ela pensou: — como pode existir algo tão bom
!
Quando estava com frio lá vinha a mamãe de novo: tirava as roupas molhadas e frias e as substituía por roupas quentinhas e confortáveis e o frio ia embora. Se ela acordava no meio da noite e assustava com a escuridão — chegava aquele anjo para lhe apertar entre os braços e confortá-la.
O papai também ajudava a cuidar dela, mesmo ela percebendo que, às vezes ele tinha um cheirinho estranho, mas era um cheirinho que Dhabyta aprendera a gostar, era o suor do papai ao chegar do trabalho — a voz ela já conhecia. Quando ele chegava em casa, mesmo antes de ir ao seu berço, ela sentia os sons de seus passos e depois do beijo rápido na mamãe, a próxima a ganhar carinho mesmo com cheirinho era ela, coisa que o Sr. Bento fazia com o maior prazer do mundo. Tinha dias que algo o fazia demorar mais um pouco, ela não sabia o que era porque ainda não conhecia direito o Look e a Sútil — o casalzinho de cachorros da família. O Look atrapalhava o papai um pouquinho, deitado na porta esperando-o chegar pulava em seu peito ficando trançando entre suas pernas, e assim o papai de Dhabyta demorava mais um pouquinho a chegar até ela.
Ele era grande e todo preto com pequenas manchas brancas na pata, chorão e ciumento, um autêntico Rottweiler manhoso. Já a Sútil era uma cadelinha também de cor preta e peluda, só que baixinha e era a mais cricri da casa, uma autêntica vira latinha, dócil e metida, se sentia a dona do pedaço. Assim Dhabyta continuava se sentindo como se estivesse ainda dentro de sua casinha, tamanho carinho que recebia, mesmo dividido com esses dois encrenqueiros.
CAPÍTULO 3
Conhecendo tudo
O tempo foi passando e tudo era diferente, sempre com novidades. Dhabyta passou a conhecer cada vez mais de onde vinham os sons que a alegravam tanto. O primeiro vinha da mamãe — Dona Graça, que ela aprendeu definir muito bem, tudo em primeiro lugar vinha o som da mamãe. Depois vinha o do papai — Senhor Bento, que muitas vezes a apertava contra seu rosto e ela sentia umas pontinhas estranhas durinhas que tinha no rosto do papai que doía um pouco, mas mesmo assim adorava quando ele a apertava e lhe enchia de beijinhos. Ainda tinha os sons da Sútil e do Look, que dependendo do momento davam-lhe um susto danado quando latiam bem pertinho do seu berço ao perceberem a chegada de alguém e por esta ela não esperava, e sendo assim ela já começava a conhecer também estes dois sons que eram os mais ouvidos além da mamãe e do papai. Tinha vários outros, talvez parecidos com os do papai e da mamãe que chegavam fazendo muito barulho e quando Dhabyta percebia estava voando pelo quarto e sentia vários beijinhos, ora sequinhos, ora molhadinhos e muitas vezes acordava com alguém enfiando o dedinho dentro de seu nariz ou olhos e a mamãe chegava correndo e tirava aquele invasor indesejável para longe, porém com muito carinho. Eram os filhinhos de alguém que vinham ver Dhabyta.
CAPÍTULO 4
A ilha
A pequena família de Dhabyta morava em uma ilha. Era um lugar bem bonito, não era uma ilha grande, mas para Dhabyta era enorme. Esta ilha ficava em meio à uma divisão de águas, mais precisamente dentro de um rio. E a água passava de um lado e do outro daquele pedaço de terra deixando para quem conseguia olhar de cima, um desenho incrível, de uma floresta imponente e única que com suas árvores enormes e alguns pés de coqueiros em volta davam-lhe o ar de um pequeno paraíso. O espaço era belíssimo, mostrando algumas casas construídas sem muito luxo, à distância, mas com um cuidado especial para ficar não só habitável, mas também com muita classe, o que dava orgulho para quem morava naquele pedacinho de mundo.
Para chegar até a ilha tinha uma estradinha que saía da pista asfaltada e percorria alguns quilômetros pela mata fechada, o que já era um passeio formidável. O caminho formado por várias árvores nativas daquele local, bem antigas, com várias espécies de animais e aves, como o tatu, o tamanduá-bandeira, o teiú, a preguiça, macacos e vários pássaros diferentes, que ainda resistiam naquele pedaço de mundo de alegria e paz.
CAPÍTULO 5
Transporte diferente
Chegando à beira do rio — depois de percorrer a pequena distância da pista asfaltada — tinha uma balsa, uma pequena jangada feita de metal com duas boias grandes também de metal, que consistia ser tipo dois planadores de avião anfíbios próprios para deslizar sobre as águas como vemos em alguns filmes. Em volta da embarcação tinha um corrimão dando proteção nas laterais, possibilitando assim mais segurança para quem necessitasse usá-la. Um cabo de aço transpunha toda a extensão do rio, e assim era ele que dava direção à travessia, sendo controlado por quem estava atravessando. Nas extremidades do barco vinha uma corrente e assim, para dar início à navegação havia uma carretilha colocada no cabo de aço e essa era movida pela própria água — o que era muito impressionante.
CAPÍTULO 6
Moradia
A casa do papai de Dhabyta não era grande, mas bem bonita. Era uma casa típica de verão, toda feita de madeira, tinha dois andares, sendo embaixo: sala, cozinha, área de serviço e área de lazer, em cima vinha o quarto de Dhabyta e de seus pais. A casa toda de madeira e os quartos, cada um destes com duas janelinhas, de forma que estando dentro dos quartos dava para ver os dois lados do rio. Um pouco mais abaixo, vinha outra área de serviço, onde ficavam os tanques, acima desta área de serviço tinha mais dois quartos e uma varanda toda de madeira em volta, o que possibilitava às pessoas que dormiam nestes quartos terem uma visão incrível. À noite, quando estava tudo escuro dava para ver as estrelas lá de cima e uma boa parte da casa onde Dhabyta morava. Entre as duas moradias vinha um quiosque grande, coberto de folhas de coqueiros, que eram trocadas pelo papai de Dhabyta todo ano e assim estavam sempre bem conservadas, oferecendo uma cobertura perfeita para aqueles que os visitavam.
Todo coberto de folhas de coqueiro como lembramos, o quiosque tinha dentro algumas cadeiras bem antigas feitas de plástico bem duráveis e aconchegantes, uma