Manual de Ultrassonografia Dermatológica
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Sobre este e-book
O primeiro manual prático de ultrassonografia da pele!
Destinado a: dermatologistas, ultrassonografistas, radiologistas, cirurgiões plásticos, médicos estéticos ou médicos interessados em ultrassonografia dermatológica.
Nível: Profissionais com e sem experiência em ultrassonografia da pele ou geral.
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Manual de Ultrassonografia Dermatológica - Fernando Alfageme
MANUAL DE ULTRASSONOGRAFIA DERMATOLÓGICA
F. ALFAGEME
Com a colaboração de: E. CEREZO e R. AGUILÓ
Dedicatória
à minha mulher Almudena
aos nossos filhos Aitor e Leyre
Aos meus pais José e Valentina
AVISO: A MEDICINA É UMA CIÊNCIA EM MUDANÇA E DESENVOLVIMENTO CONTÍNUOS.
OS AUTORES NÃO SÃO RESPONSÁVEIS PELAS DECISÕES QUE PODEM SER TOMADAS COM BASE NESTE LIVRO.
É RESPONSABILIDADE DO MÉDICO COMPARAR AS INFORMAÇÕES FORNECIDAS NESTE LIVRO.
APRESENTAÇÃO
Este manual é o auge de uma ideia: que os médicos envolvidos com a medicina da pele (dermatologistas, médicos esteticistas, cirurgiões plásticos e médicos da família) e com a ultrassonografia (radiologistas, ultrassonografistas) conheçam e apliquem os princípios da ultrassonografia no estudo da pele, com a mesma naturalidade com que hoje se pode utilizar outros métodos diagnósticos complementares não invasivos (dermatoscopia, microscopia confocal, luz de Wood etc.).
O manual foi elaborado tanto para médicos que estão iniciando na ultrassonografia sem conhecimento prévio, quanto para médicos com conhecimento em ultrassonografia que queiram expandir seus conhecimentos em ultrassonografia do tecido cutâneo.
Na primeira parte, estão apresentados os conhecimentos básicos de ultrassonografia aplicada ao estudo da pele. Esta parte é obrigatória para médicos sem experiência em ultrassonografia e recomendada para médicos com experiência em ultrassonografia como uma revisão de conceitos.
Na segunda parte, estão expostos os princípios práticos da ultrassonografia cutânea e das estruturas associadas à ultrassonografia dermatológica.
A terceira parte aborda as patologias cutâneas, tanto inflamatórias quanto tumorais, do ponto de vista ultrassonográfico, juntamente com aplicações em estética e intervenção na pele.
Esperamos que este manual de introdução à ultrassonografia dermatológica, nas próximas edições, seja o ponto de encontro para a experiência de muitos outros colegas que se apaixonem pela ultrassonografia da pele.
F. Alfageme
ÍNDICE
AGRADECIMENTOS 6
PARTE I - PRINCÍPIOS DE ULTRASSONOGRAFIA
Princípios básicos do ultrassom 8
Como utilizar um aparelho de ultrassonografia? Teclado do equipamento 12
Semiologia ultrassonográfica e artefatos em ultrassonografia dermatológica 17
Princípios de Doppler em ultrassonografia dermatológica 21
PARTE II - PRINCÍPIOS DE ULTRASSONOGRAFIA DERMATOLÓGICA GERAL
Ultrassonografia da pele e estruturas anexas 32
Ultrassonografia básica do sistema locomotor em ultrassonografia dermatológica 42
PARTE III - ULTRASSONOGRAFIA DERMATOLÓGICA APLICADA
Ultrassonografia aplicada às doenças inflamatórias da pele 50
Chaves ultrassonográficas dos tumores cutâneos benignos mais frequentes 58
Chaves ultrassonográficas dos tumores cutâneos malignos mais frequentes 66
Chaves ultrassonográficas das lesões vasculares cutâneas mais frequentes 77
Avaliação ultrassonográfica do envelhecimento cutâneo 86
Avaliação ultrassonográfica dos implantes cutâneos 89
Ultrassonografia do tecido celular subcutâneo e suas alterações 94
Ultrassonografia aplicada às intervenções cutâneas 111
SOBRE OS AUTORES 117
AGRADECIMENTOS
Não gostaria de esquecer das diversas pessoas que tornaram este livro possível.
Á Dra. Villegas do Hospital Sanitas Moraleja, que apoiou a ultrassonografia dermatológica desde o princípio de forma constante e próxima.
Ao Dr. Aguiló e à Dra. Burón, pela ajuda com a iconografia e pelo companheirismo sincero e amável.
Aos doutores Suárez e Roustán, do Hospital Universitário Puerta de Hierro, pelo constante incentivo e estímulo.
Agradeço a Andrés SEVECO
por ter possibilitado o início da ultrassonografia com equipamentos de alto desempenho e por seu amável apoio pessoal.
À Dra. Ximena Wortsman, criadora desta especialidade, por suas ideias e pontos de vista.
À Dra. Naredo, pioneira na ultrassonografia reumatológica, por compartilhar sua experiência e seus conselhos.
PARTE I
PRINCÍPIOS DE ULTRASSONOGRAFIA
1 – Princípios Básicos do Ultrassom
F. Alfageme
INTRODUÇÃO
Poderíamos começar a manipular o nosso equipamento e obter imagens da pele sem ter algumas noções de física do ultrassom, mas não entenderíamos os fenômenos que aparecem fantasmagoricamente
em nossa tela.
Partiremos de fenômenos intuitivos para chegar aos conceitos básicos que serão úteis na hora de entender as imagens e otimizar os parâmetros do nosso equipamento para visualizar o que realmente queremos ver por meio da ultrassonografia.
1.1 Ultrassons
Todos nós temos alguma experiência com o eco como uma onda sonora que emitimos e, ao dar de encontro com uma superfície que o reflete (montanha, caverna, anfiteatro), o som volta para nós (é refletido) com uma ligeira diferença de intensidade, tom e tempo.
Quando essas ondas sonoras estão em frequências acima de 15.000-20.000 Hertz, portanto inaudíveis, estamos falando de ultrassom.
No nosso caso, a onda sonora é produzida pelas cordas vocais ao vibrar. No caso dos ultrassons, eles são produzidos por materiais que, ao receberem uma corrente elétrica, se deformam (vibram) com uma determinada frequência: os cristais piezoelétricos.
Esses mesmos cristais têm a capacidade de realizar o processo inverso, ou seja, converter o som recebido em um sinal elétrico. Os cristais piezoelétricos estão localizados no transdutor.
1.2 Conceito de interface acústica
E se o som atingir uma superfície que não seja maciça? Parte do som passará pelo meio do qual passou (ar) para o novo meio e parte será refletido, produzindo um eco que podemos receber em um tempo, intensidade e frequência.
Em outras palavras, o som é refletido (Fig. 1.1) quando há uma mudança na densidade do meio, e é refletido na superfície de mudança, ou seja, na interface acústica.
Os ecos interpretados pelo equipamento de ultrassom são um reflexo das interfaces acústicas pelas quais o ultrassom passa. Se a diferença da interface for pequena, todo o som passa por ela e não temos ecos (hipoecoico). Se houver muita diferença, os ecos serão mais fortes (hiperecoico).
FIG. 1.1. Interface acústica.
1.3 Modos de ultrassonografia
Para representar os ecos recebidos em intensidade, tempo e distância, o processador do aparelho de ultrassom (localizado no console) os transforma em sinais de luz em uma tela.
Se a representação for em uma linha com picos de acordo com a intensidade, teremos o modo A, que é utilizado principalmente na ultrassonografia ocular.
Se for representado em um plano (seção de ultrassom) com escala de