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Eu No Poder
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E-book244 páginas3 horas

Eu No Poder

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Sobre este e-book

PREFACIO EU NO PODER

Estamos acorrentados a superestimar o que nos ocorre e subestimar o que acontece com o outro; considerar e ponderar sermos vítimas de um erro, muito nos desagrada. Por mais oportuno que seja, ir na busca de tentar corrigi-lo, dele não se liberta. Estimar o valor do que seja eu-mesmo, objetivando avaliar o que me ocorre - por achar fora do meu alcance, julga ser um privilégio da autoridade que pertence à sua própria e intrusa “mente” - que assim mesmo o despreza, por entender estar fora da capacidade do “Eu” esta escolha - seja entre iguais preferências de qualquer julgamento que o “Eu” se ocupe. Assim, preocupado com o desejo de progredir continuamente na sua satisfação, a mente intenciona diminuir o valor e a influência do “Eu” para que, particularmente, o indivíduo não aprecie suas verdadeira decisões, mas que se costume ser seduzido por uma mente que o impressiona e que faz da sua vida parecer inferior ao que importa nas chamadas “despedidas”. O livro “Eu no Poder” se volta para o Ser-mesmo; para este “para-Ser” que subestima a si, e que se conduz a não se salvar por não se julgar possuidor do Ser verdadeiro. A partir dos seus próprios defeitos - que se encontra e que se reconhece numa mente que se vangloria de saber, a mente - em sua vaidade de trair o Ser - num extenso destempero, busca ruir as raízes profundas da verdade do “Eu” - quaisquer que sejam elas, num nível de satisfação que considera resoluta e fraca. O livro orienta o leitor em buscar a razão dos seus atos no seu ‘Eu” verdadeiro; oferecer um fluxo de novos caminhos sem os flagelos que podem, constante e continuamente, a lhe fustigar.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento7 de jan. de 2021
ISBN9781005918033
Eu No Poder
Autor

Edmar Camara

Um ativista da arte - pintor, designer, romancista, poeta, contista e produtor de conteúdo digital radicado no Brasil com nascimento em Minas Gerais e vivências em outras territorialidades. Produz textos que se diferenciam por estarem carregados de uma intenção que se adequa ao leitor que o interpreta em sua subjetividade; o que resulta em narrativas que questionam e provocam uma verdade que é exposta, mas que não se apresenta como absoluta.

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    Eu No Poder - Edmar Camara

    Você fica na beira da estrada e percebe estranhos passando por ela. Alguns deles lhe estendem a mão, outros pedem alguma coisa e outros mais te perguntam. Você às vezes se lembra de algum rosto, às vezes enxerga algo dentro de um deles. A alguns você responde, a outros você analisa de como ele pudesse ser o último a ser visto. Alguns forçam a barra. Com surpresa, até se entrega a debruçar sobre suas histórias. Para eles, você também é um estranho que pode nada resolver. Podem perceber no seu olhar algo vazio sem qualquer importância; daí partem para o próximo, em busca dentro de si, encontrar alguém parecido. Você pode se afirmar que não é um desses estranhos. Que traz uma verdadeira riqueza que denota viver numa radiante alegria. Imagina que nesta estrada encontrará inúmeros pedintes a carregarem fortunas materiais com vislumbres de alguma realização. A portarem tesouros infinitamente maiores do que o mundo possa um dia lhes oferecer. Você invoca uma realização sobre-humana e um ego que encara a si sendo maior do que seu estado natural. Acha-se indestrutível. Lamenta a sofrível essência em que se constitui este desfile de míseros pobres mortais. Perambulam pela eterna busca de uma verdade que possa mudar o nome e que possa dar forma, mas são incapazes de sentirem-se ligados à sua origem. Iludem-se de uma separação a tudo que está à volta. Consciente, ou não, têm uma percepção de serem fragmentos isolados. Somente em pensar, neste momento, sentem medo deste conflito que se torna norma. O sofrimento parece não ter fim. Ambicionam querer ser sobre-humanos, mas sua forma - ainda incompleta, lhes arrastam para um imaginal de baixo nível que aponta sempre para o sofrimento. A pergunta que fica é como descobrir sozinho, isolado, que o fim do sofrimento existe. O que pode restar depois de não haver mais dor? Que definição - o mais otimista que possa ser, podemos transformar para além de uma crença e realizar metas que possamos alcançar? Mesmo precavido, acreditamos que o nosso imaginal - para eles, possa não existir na vida presente.

    QUEM SOU EU

    Sei ter uma vida única na minha eterna e sempre presente forma que me foi imposta desde o nascimento e sua potencial morte. Sei também que existo para além de minha diversidade, que saberei existir numa forma imanente, numa essência de muitíssima profundidade que a mim é invisível e indestrutível. Minha busca de significância é ter acesso ao meu eu mais íntimo; à minha presença mais verdadeira. Acredito que não conseguirei alcançar-me simplesmente com a minha razão, com meu pensamento e, seria infrutífero compreender essa busca a qualquer jeito. Silenciar-me numa mansidão para me conhecer - e nessa atenção plena e intensa, acredito ser possível encontrar o momento presente neste instante, nesta hora agora para me sentir totalmente presença. Embora saiba não compreender, principalmente essa centelha divina feita a imagem de um pai. O imaginal que ambiciono, é recuperar conhecimento de mim mesmo e me manter sempre que possível interessado na percepção de sentir-me. Ao longo de minha vida, e a história que vem muito antes disso, alguns escritores célebres, questionaram a existência de Deus. Creio que essa palavra inventada pela humanidade foi e está sendo esvaziada do seu sentido pleno; e amplamente abusada de forma profana. Tenho até limites e o faço com certo temor, empregar essa palavra de forma normal pela significância de Deus - que muitos usam como se soubessem e tivessem convicção plena do que está por trás desta vastidão infinita. Outros declaram - com orgulho, saberem que esta palavra deve ser negada; e muitos outros professam crenças das mais malucas, inserindo ilusões de todos os gêneros, para conclamar estarem - unicamente, certos. A palavra Deus tornou-se um conceito, tornou-se uma estética imagética, uma representação de algo ou de alguém que está fora de mim mesmo e que quase inevitavelmente não tenho acesso. Mas qual seria a definição e a explicação por trás desta palavra? A palavra ajuda ou impede que cada um de nós possa ter uma experiência? Para onde ela aponta? Aponta para fora de mim? E se ela aponta para fora de mim, para algo que esteja no exterior ao eu, ela presta para que tenhamos uma melhor facilidade de ingerirmos na nossa mente um ídolo que vai existir somente nesta ideia? A palavra não explica nada, mas tem a vantagem para sociedade de ser um conceito, embora saibamos que não possamos reduzir o invisível a algo finito. Então fica difícil de formar ou quase que impossível formar uma imagem dessa palavra. Como pode alguém ou grupos de alguns, reclamar a propriedade exclusiva de Deus, se cada um de nós tem em nossa essência o acesso imediato à presença Dele? Então seria mais fácil entender quem sou eu, ou que eu seja isto ou que eu seja aquilo para poder chegar a Deus? Acredito que um passo pequeno tenha que ser dado. Mas para mim é quase que um obstáculo enorme saber quem sou eu, para que assim desfrute uma experiência para com Ele.

    FALSEAMENTO

    Carregamos uma sombra falsa de nós mesmo que é ruidosa, aflitiva, compulsiva e que reina no interior inseparável do eu. Essa sombra é o pensamento que se identifica na sua mente - barulho incessante e grande obstáculo a que possamos experienciar nossa realidade. Liberdade é poder expressar-se verdadeiramente na identidade do seu eu. É existir no ser; é não estar separado de um mundo que a mente reflete fragmentado, conflitivo e separado da vida que nele se manifesta. Ser imaginal é escapar dessa dor permanente, dessa escravidão que faz sua mente pensar continuamente longe do momento que se apresenta. A mente em seu poder separador além de criar filtros, oferta amortecedores entre o seu ser e tudo que está em seu entorno, inclusive o mundo no qual você pertence e, pasme, a um Deus em que você possa acreditar Ela, a mente, o ilude totalmente; cria fatos imaginários no nível de aparências que o faz esquecer que é uno, que você é toda a realidade. A mágica executada é tão perfeita que você se sente reconfortado por essa liberdade fraudulenta. Esta mente barulhenta extrapola todo o processo de pensar. Invade as margens das fronteiras consideradas saudáveis, de tal forma, que inventa uma clareira onde uma doença pode seduzi-lo. O eu, nesta invasão aterrorizante do pensamento, entende ser ele, a mente; aí toda a instrumentação do mundo passa a ser - erroneamente, esta mente, que vai trabalhar, ardilosamente, de forma destrutiva do Ser.

    PROJEÇÃO MENOR

    Toda esta confusão provocada pela mente acontece com a maioria dessas pessoas, mas podemos obter e realizar coisas com ela. Uma pergunta que me assalta é o não desejo de poder livrar-me dela devido a sua extrema necessidade em se dedicar há resolver problemas, embora não interesse ao Ser ficar envolvido por essas questões. Em sua capacidade de transcender o Ser, a mente torna-se proprietária; o possui sem sua permissão deixando - por breves e descontinuado tempo, ao Ser, existir. Resta - unicamente ao Ser, entende que não é sua mente. Observe esta entidade chamada pensamento; ative o nível de elevada consciência e se permita compreender que a mente - e o seu pensamento, são pequenos aspectos de todo um mundo que é você mesmo. O que realmente conta tem origem para além da mente. Desperte para beleza, para o amor, pelo aconchego, para a felicidade e para sua paz. Não se iluda e não julgue: você não é um caso médico. Há voz; haverá vozes. São várias falas se digladiando na cabeça de qualquer Ser. São pensamentos incondicionais e desobedientes a performar por monólogos e diálogos e a provocarem intenso ruído em nossas cabeças. Essa mente pode até surpreendê-lo ao cruzar na rua com outras pessoas e estas indagadoras perceberem o que você profere - a viva voz, o que sua mente pensa. Alguns o fazem em alto e bom som de forma tão natural que - sem timidez: comentam, comparam, resmungam, dão gargalhadas e, por aí afora. Não se engane: não são malucos. O detalhe só observar a mente é que, necessariamente, ela torna irrelevante todo o momento presente; ela estará voltada sempre para o passado, próximo ou longínquo. Estará a ensaiar situações mais adiante e, quase sempre numa condição a menor e com probabilidades negativas; que intitulamos preocupação. Esta projeção pode vir acompanhada de uma sonoridade ou de vídeos mentais e, mesmo que ela se dê para você no momento presente, ela o faz em termos de passado. Ou seja, a mente está sempre ali para roubar o que acontece, para lhe tirar tudo que a vida está a exigir na sua presença.

    OUVIR COMO HÁBITO

    A voz em sua cabeça está condicionada no pertencimento desta mente. Este pensar resulta de toda a história passada do Ser; da cultura absorvida junto ao coletivo social e de acordo com seu animus mental em consonância de uma herança. Ao formar o seu juízo, este reproduz um olhar do passado que distorce o momento presente. O outro, raramente seu inimigo é. Este dito carrasco - sua mente, é que o ataca, castiga e suga, encontra-se em você mesmo. Em sua cabeça se localiza o grande causador das doenças que lhe trazem angústia e o torna infeliz. Não é ruim, de todo modo, prestar atenção e criar o hábito de ouvir - o mais intensamente possível, o que acontece na sua mente para poder libertar-se dela. Como uma vitrola velha, ela vai seguir um padrão de defeito no pensamento que vai ser redundante, ou seja, irá se repetir. Se ligue na mente, se ligue neste pensador. Escute o que vem de lá e presencie como testemunha; evite e abandone julgar o que o pensador pensa. Escute sem pressa; lá está ela - a mente e seu pensar. E você, aqui, a perscrutá-la. Saiba que a consciência é você; é a sua presença que olha para além da mente.

    SIGNIFICÂNCIA DO TEMPO

    Ouça a sua voz, a voz da mente, o pensamento dela como testemunha presenciando a si próprio. Esta é a dimensão de sua consciência: sentir sua presença, sentir sua existência, sua profundidade; saber quem está por trás do pensamento. Neste instante, toda a sua ansiedade irá se abrandar, pois este pensar perderá o seu empoderamento. Dar-se-á o começo de um término da mente compulsiva involuntária. Nessa descontinuidade criasse lapso mental e uma paz invade o Ser. É de suma importância perceber este momento, porque pode ser de segundos e que na prática, irão se aprofundar. O ser descobre uma leveza, uma sensação de quietude, mas ainda rasa. Essa felicidade é sem fim. Ela não tem um fundo e, lá do fundo - por menor que seja, emana uma aura de alegria que fará surgir um bem que inundará todo o corpo do Ser. Não há aqui a perda da realidade; muito longe disso: a sua consciência estará plena. Você não perde o seu vigor e nem a certeza de estar vivo. Todo seu corpo pulsa nesta presença de você no-Ser-mesmo. Você se eleva numa vibração que todo o seu corpo participa. Na medida que esses lapsos do pensamento acontecem, você caminha no momento de pura presença. Perceberá neste instante a presença do mundo para além de sua significância passada e futura. Tudo que o rodeia não mais considerará ser essencialmente o que deseja, e sim, o que você é; que tem um valor a transmitir. Caminhará com leveza à decisão que existe algo que - de alguma maneira, saberá exprimir. O ser para livrar-se - pelo menos ocasionalmente, quando do início do seu aborrecimento sobre o falar incessante da mente, poderá - em vez de observá-la, tirar a atenção dela por concentrar o seu foco para o momento presente. Para isto eleve a sua consciência no nível sensível e intenso para o que acontece. Antecipo que essa ação inteligente lhe trará de imediato uma enorme e profunda leveza. Este movimento de antepor-se ao pensamento leva o Ser - junto com sua consciência, para longe da mente e sua ruidosa rotina ao estabelece-lo numa atividade de extrema atenção; neste último, satisfatoriamente intitulado: meditação. Na vida diária - para exemplificarmos o que é acima posto, o Ser - ao fazer uso das atividades-meio, as utilize para que se tornem um fim em si. Irei materializar um fato clássico neste momento em que componho este texto: degusto cada palavra, cada frase, cada momento de edição com a máxima atenção; junto disso, percebo o tempo, o clima, a lanhar do tecido no meu corpo, o balançar da rede onde eu me encontro, o voo do pássaro visto lateralmente, o balançar da folha na árvore da bananeira. Enfim, eu deixo que pulsa em mim a cada instante, cada milésimo de segundo e cada celebração do mundo que fica a minha volta e, eu mesmo neste mundo. Isto é estar presente; até mesmo nos inspirar e expirar do oxigênio. Afloro todas as percepções sensoriais: ruído, contato, movimento, cheiro e sabor. Realizo pequenas pausas; de segundos, até. Milésimos de tempo para saborear e observar o fluir da vida; uma presença silenciosa como resultante de imenso poder. Sinta; saboreie interiormente cada um desses momentos e verá o grau de paz que começará a surgir, e o sucesso que esses exercícios - repetidamente, o farão subir um degrau na escala da alegria sobre a beleza de estar vivo. Aprenda, insista neste ponto a não se identificar com aquilo que você não é, ou seja, a sua mente. Crie esse oásis ao lançar luz sobre sua consciência, tornando-a mais vigorosa. Saberá do seu poder, quando - em algum momento, sorrir das malvadezas infantis que a sua mente ousar criar. Pode assim significar, que não mais levará a sério essa sensação de identidade frente às traquinices desengonçadas do seu pensar.

    LAMENTÁVEL SUMIR

    A maior parte da energia de um Ser é gasta numa ferramenta que torna disfuncional e muita das vezes ruim - até prejudicial, que é o pensamento. Quase que a totalidade do tempo da mente pode ser descartada, pois a tarefa que ali se encontra é inútil, além de ser repetitiva. Podemos até nomear essa intensa atividade mental como um vício, como uma falsa sensação de prazer que mais a frente é pura dor. Refiro-me a esse pensamento compulsivo, cuja necessidade - ou desnecessidade, de o tempo todo estar no presente, ignorando-o. Errado a assertiva de dar uma significância à sua sensação, à sua existência, ao conteúdo e atividade ou, a sua identidade ser igual ao ato enlouquecido de pensar da sua mente. Você não deixa de existir se não mais pensar. Porque você - sendo o Ser, não é a mente. Esta é somente um acessório, uma ferramenta da consciência. O Ser está para além da mente. Todo Ser escorrega ser uma imagética do design que sua mente condiciona por refletir e espelhar a sua pretensa pessoalidade e um potencial ambiente cultural que está inserida. Esta posição imagética é um fantasma que muitos denominam de ego; seria uma espécie de gêmeo do Ser. Este, dito, fantasma ou ego, é uma memória que somente funciona na exigência da atividade de pensar da mente. Fantasma do Ser ou o falso Ser que aqui alcunhados de ego, é consequência de uma identificação inconsciente do verdadeiro, com o seu pensamento. Para este falso Ser, o momento real e toda a realidade tátil que o cerca, na verdade, inexiste. Ele - esse ego, se alimenta e se revigora no passado e no futuro, corroendo no presente, o mundo visível. Daí, muita das mazelas ocorridas ao Ser dá partida a partir dessa disfuncionalidade da verdade, que funciona em total inversão, tendo a mente como sua causadora. Nesta ausência do Ser, a preocupação com o passado é viva e nítida, justificado pelo ego de que sem ele você não existiria. No futuro, o ego se posiciona numa projeção que garanta sua continuidade e, nesse, algum tipo de libertação ou de felicidade. Balela; é nisto

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