Eu No Poder
De Edmar Camara
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Sobre este e-book
PREFACIO EU NO PODER
Estamos acorrentados a superestimar o que nos ocorre e subestimar o que acontece com o outro; considerar e ponderar sermos vítimas de um erro, muito nos desagrada. Por mais oportuno que seja, ir na busca de tentar corrigi-lo, dele não se liberta. Estimar o valor do que seja eu-mesmo, objetivando avaliar o que me ocorre - por achar fora do meu alcance, julga ser um privilégio da autoridade que pertence à sua própria e intrusa “mente” - que assim mesmo o despreza, por entender estar fora da capacidade do “Eu” esta escolha - seja entre iguais preferências de qualquer julgamento que o “Eu” se ocupe. Assim, preocupado com o desejo de progredir continuamente na sua satisfação, a mente intenciona diminuir o valor e a influência do “Eu” para que, particularmente, o indivíduo não aprecie suas verdadeira decisões, mas que se costume ser seduzido por uma mente que o impressiona e que faz da sua vida parecer inferior ao que importa nas chamadas “despedidas”. O livro “Eu no Poder” se volta para o Ser-mesmo; para este “para-Ser” que subestima a si, e que se conduz a não se salvar por não se julgar possuidor do Ser verdadeiro. A partir dos seus próprios defeitos - que se encontra e que se reconhece numa mente que se vangloria de saber, a mente - em sua vaidade de trair o Ser - num extenso destempero, busca ruir as raízes profundas da verdade do “Eu” - quaisquer que sejam elas, num nível de satisfação que considera resoluta e fraca. O livro orienta o leitor em buscar a razão dos seus atos no seu ‘Eu” verdadeiro; oferecer um fluxo de novos caminhos sem os flagelos que podem, constante e continuamente, a lhe fustigar.
Edmar Camara
Um ativista da arte - pintor, designer, romancista, poeta, contista e produtor de conteúdo digital radicado no Brasil com nascimento em Minas Gerais e vivências em outras territorialidades. Produz textos que se diferenciam por estarem carregados de uma intenção que se adequa ao leitor que o interpreta em sua subjetividade; o que resulta em narrativas que questionam e provocam uma verdade que é exposta, mas que não se apresenta como absoluta.
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Eu No Poder - Edmar Camara
Você fica na beira da estrada e percebe estranhos passando por ela. Alguns deles lhe estendem a mão, outros pedem alguma coisa e outros mais te perguntam. Você às vezes se lembra de algum rosto, às vezes enxerga algo dentro de um deles. A alguns você responde, a outros você analisa de como ele pudesse ser o último a ser visto. Alguns forçam a barra. Com surpresa, até se entrega a debruçar sobre suas histórias. Para eles, você também é um estranho que pode nada resolver. Podem perceber no seu olhar algo vazio sem qualquer importância; daí partem para o próximo, em busca dentro de si, encontrar alguém parecido. Você pode se afirmar que não é um desses estranhos. Que traz uma verdadeira riqueza que denota viver numa radiante alegria. Imagina que nesta estrada encontrará inúmeros pedintes a carregarem fortunas materiais com vislumbres de alguma realização. A portarem tesouros infinitamente maiores do que o mundo possa um dia lhes oferecer. Você invoca uma realização sobre-humana e um ego que encara a si sendo maior do que seu estado natural. Acha-se indestrutível. Lamenta a sofrível essência em que se constitui este desfile de míseros pobres mortais. Perambulam pela eterna busca de uma verdade que possa mudar o nome e que possa dar forma, mas são incapazes de sentirem-se ligados à sua origem. Iludem-se de uma separação a tudo que está à volta. Consciente, ou não, têm uma percepção de serem fragmentos isolados. Somente em pensar, neste momento, sentem medo deste conflito que se torna norma. O sofrimento parece não ter fim. Ambicionam querer ser sobre-humanos, mas sua forma - ainda incompleta, lhes arrastam para um imaginal de baixo nível que aponta sempre para o sofrimento. A pergunta que fica é como descobrir sozinho, isolado, que o fim do sofrimento existe. O que pode restar depois de não haver mais dor? Que definição - o mais otimista que possa ser, podemos transformar para além de uma crença e realizar metas que possamos alcançar? Mesmo precavido, acreditamos que o nosso imaginal - para eles, possa não existir na vida presente.
QUEM SOU EU
Sei ter uma vida única na minha eterna e sempre presente forma que me foi imposta desde o nascimento e sua potencial morte. Sei também que existo para além de minha diversidade, que saberei existir numa forma imanente, numa essência de muitíssima profundidade que a mim é invisível e indestrutível. Minha busca de significância é ter acesso ao meu eu
mais íntimo; à minha presença mais verdadeira. Acredito que não conseguirei alcançar-me simplesmente com a minha razão, com meu pensamento e, seria infrutífero compreender essa busca a qualquer jeito. Silenciar-me numa mansidão para me conhecer - e nessa atenção plena e intensa, acredito ser possível encontrar o momento presente neste instante, nesta hora agora
para me sentir totalmente presença. Embora saiba não compreender, principalmente essa centelha divina feita a imagem de um pai. O imaginal
que ambiciono, é recuperar conhecimento de mim mesmo e me manter sempre que possível interessado na percepção de sentir-me. Ao longo de minha vida, e a história que vem muito antes disso, alguns escritores célebres, questionaram a existência de Deus. Creio que essa palavra inventada pela humanidade foi e está sendo esvaziada do seu sentido pleno; e amplamente abusada de forma profana. Tenho até limites e o faço com certo temor, empregar essa palavra de forma normal pela significância de Deus - que muitos usam como se soubessem e tivessem convicção plena do que está por trás desta vastidão infinita. Outros declaram - com orgulho, saberem que esta palavra deve ser negada; e muitos outros professam crenças das mais malucas, inserindo ilusões de todos os gêneros, para conclamar estarem - unicamente, certos. A palavra Deus
tornou-se um conceito, tornou-se uma estética imagética, uma representação de algo ou de alguém que está fora de mim mesmo e que quase inevitavelmente não tenho acesso. Mas qual seria a definição e a explicação por trás desta palavra? A palavra ajuda ou impede que cada um de nós possa ter uma experiência? Para onde ela aponta? Aponta para fora de mim? E se ela aponta para fora de mim, para algo que esteja no exterior ao eu
, ela presta para que tenhamos uma melhor facilidade de ingerirmos na nossa mente um ídolo que vai existir somente nesta ideia? A palavra não explica nada, mas tem a vantagem para sociedade de ser um conceito, embora saibamos que não possamos reduzir o invisível a algo finito. Então fica difícil de formar ou quase que impossível formar uma imagem dessa palavra. Como pode alguém ou grupos de alguns, reclamar a propriedade exclusiva de Deus, se cada um de nós tem em nossa essência o acesso imediato à presença Dele? Então seria mais fácil entender quem sou eu, ou que eu seja isto ou que eu seja aquilo para poder chegar a Deus? Acredito que um passo pequeno tenha que ser dado. Mas para mim é quase que um obstáculo enorme saber quem sou eu, para que assim desfrute uma experiência para com Ele.
FALSEAMENTO
Carregamos uma sombra falsa de nós mesmo que é ruidosa, aflitiva, compulsiva e que reina no interior inseparável do eu
. Essa sombra é o pensamento que se identifica na sua mente - barulho incessante e grande obstáculo a que possamos experienciar nossa realidade. Liberdade é poder expressar-se verdadeiramente na identidade do seu eu. É existir no ser; é não estar separado de um mundo que a mente reflete fragmentado, conflitivo e separado da vida que nele se manifesta. Ser imaginal é escapar dessa dor permanente, dessa escravidão que faz sua mente pensar continuamente longe do momento que se apresenta. A mente em seu poder separador além de criar filtros, oferta amortecedores entre o seu ser e tudo que está em seu entorno, inclusive o mundo no qual você pertence e, pasme, a um Deus em que você possa acreditar Ela, a mente, o ilude totalmente; cria fatos imaginários no nível de aparências que o faz esquecer que é uno, que você é toda a realidade. A mágica executada é tão perfeita que você se sente reconfortado por essa liberdade fraudulenta. Esta mente barulhenta extrapola todo o processo de pensar. Invade as margens das fronteiras consideradas saudáveis, de tal forma, que inventa uma clareira onde uma doença pode seduzi-lo. O eu
, nesta invasão aterrorizante do pensamento, entende ser ele, a mente; aí toda a instrumentação do mundo passa a ser - erroneamente, esta mente, que vai trabalhar, ardilosamente, de forma destrutiva do Ser.
PROJEÇÃO MENOR
Toda esta confusão provocada pela mente acontece com a maioria dessas pessoas, mas podemos obter e realizar coisas com ela. Uma pergunta que me assalta é o não desejo de poder livrar-me dela devido a sua extrema necessidade em se dedicar há resolver problemas, embora não interesse ao Ser ficar envolvido por essas questões. Em sua capacidade de transcender o Ser, a mente torna-se proprietária; o possui sem sua permissão deixando - por breves e descontinuado tempo, ao Ser, existir. Resta - unicamente ao Ser, entende que não é sua mente. Observe esta entidade chamada pensamento; ative o nível de elevada consciência e se permita compreender que a mente - e o seu pensamento, são pequenos aspectos de todo um mundo que é você mesmo. O que realmente conta tem origem para além da mente. Desperte para beleza, para o amor, pelo aconchego, para a felicidade e para sua paz. Não se iluda e não julgue: você não é um caso médico. Há voz; haverá vozes. São várias falas se digladiando na cabeça de qualquer Ser. São pensamentos incondicionais e desobedientes a performar por monólogos e diálogos e a provocarem intenso ruído em nossas cabeças. Essa mente pode até surpreendê-lo ao cruzar na rua com outras pessoas e estas indagadoras perceberem o que você profere - a viva voz, o que sua mente pensa
. Alguns o fazem em alto e bom som de forma tão natural que - sem timidez: comentam, comparam, resmungam, dão gargalhadas e, por aí afora. Não se engane: não são malucos. O detalhe só observar a mente é que, necessariamente, ela torna irrelevante todo o momento presente; ela estará voltada sempre para o passado, próximo ou longínquo. Estará a ensaiar situações mais adiante e, quase sempre numa condição a menor e com probabilidades negativas; que intitulamos preocupação. Esta projeção pode vir acompanhada de uma sonoridade ou de vídeos mentais e, mesmo que ela se dê para você no momento presente, ela o faz em termos de passado. Ou seja, a mente está sempre ali para roubar o que acontece, para lhe tirar tudo que a vida está a exigir na sua presença.
OUVIR COMO HÁBITO
A voz em sua cabeça está condicionada no pertencimento desta mente. Este pensar
resulta de toda a história passada do Ser; da cultura absorvida junto ao coletivo social e de acordo com seu animus
mental em consonância de uma herança
. Ao formar o seu juízo, este reproduz um olhar do passado que distorce o momento presente. O outro, raramente seu inimigo é. Este dito carrasco - sua mente, é que o ataca, castiga e suga, encontra-se em você mesmo. Em sua cabeça se localiza o grande causador das doenças que lhe trazem angústia e o torna infeliz. Não é ruim, de todo modo, prestar atenção e criar o hábito de ouvir - o mais intensamente possível, o que acontece na sua mente para poder libertar-se dela. Como uma vitrola velha, ela vai seguir um padrão de defeito no pensamento que vai ser redundante, ou seja, irá se repetir. Se ligue na mente, se ligue neste pensador
. Escute o que vem de lá e presencie como testemunha; evite e abandone julgar o que o pensador
pensa. Escute
sem pressa; lá está ela - a mente e seu pensar. E você, aqui, a perscrutá-la. Saiba que a consciência é você; é a sua presença que olha para além da mente.
SIGNIFICÂNCIA DO TEMPO
Ouça a sua voz, a voz da mente, o pensamento dela como testemunha presenciando a si próprio. Esta é a dimensão de sua consciência: sentir sua presença, sentir sua existência, sua profundidade; saber quem está por trás do pensamento. Neste instante, toda a sua ansiedade irá se abrandar, pois este pensar perderá o seu empoderamento. Dar-se-á o começo de um término da mente compulsiva involuntária. Nessa descontinuidade criasse lapso mental e uma paz invade o Ser. É de suma importância perceber este momento, porque pode ser de segundos e que na prática, irão se aprofundar. O ser descobre uma leveza, uma sensação de quietude, mas ainda rasa. Essa felicidade é sem fim. Ela não tem um fundo e, lá do fundo - por menor que seja, emana uma aura de alegria que fará surgir um bem que inundará todo o corpo do Ser. Não há aqui a perda da realidade; muito longe disso: a sua consciência estará plena. Você não perde o seu vigor e nem a certeza de estar vivo. Todo seu corpo pulsa nesta presença de você no-Ser-mesmo. Você se eleva numa vibração que todo o seu corpo participa. Na medida que esses lapsos do pensamento acontecem, você caminha no momento de pura presença. Perceberá neste instante a presença do mundo para além de sua significância passada e futura. Tudo que o rodeia não mais considerará ser essencialmente o que deseja, e sim, o que você é; que tem um valor a transmitir. Caminhará com leveza à decisão que existe algo que - de alguma maneira, saberá exprimir. O ser para livrar-se - pelo menos ocasionalmente, quando do início do seu aborrecimento sobre o falar incessante da mente, poderá - em vez de observá-la, tirar a atenção dela por concentrar o seu foco para o momento presente. Para isto eleve a sua consciência no nível sensível e intenso para o que acontece. Antecipo que essa ação inteligente lhe trará de imediato uma enorme e profunda leveza. Este movimento de antepor-se ao pensamento leva o Ser - junto com sua consciência, para longe da mente e sua ruidosa rotina ao estabelece-lo numa atividade de extrema atenção; neste último, satisfatoriamente intitulado: meditação. Na vida diária - para exemplificarmos o que é acima posto, o Ser - ao fazer uso das atividades-meio, as utilize para que se tornem um fim em si. Irei materializar um fato clássico neste momento em que componho este texto: degusto cada palavra, cada frase, cada momento de edição com a máxima atenção; junto disso, percebo o tempo, o clima, a lanhar do tecido no meu corpo, o balançar da rede onde eu me encontro, o voo do pássaro visto lateralmente, o balançar da folha na árvore da bananeira. Enfim, eu deixo que pulsa em mim a cada instante, cada milésimo de segundo e cada celebração do mundo que fica a minha volta e, eu mesmo neste mundo. Isto é estar presente; até mesmo nos inspirar e expirar do oxigênio. Afloro todas as percepções sensoriais: ruído, contato, movimento, cheiro e sabor. Realizo pequenas pausas; de segundos, até. Milésimos de tempo para saborear e observar o fluir da vida; uma presença silenciosa como resultante de imenso poder. Sinta; saboreie interiormente cada um desses momentos e verá o grau de paz que começará a surgir, e o sucesso que esses exercícios - repetidamente, o farão subir um degrau na escala da alegria sobre a beleza de estar vivo. Aprenda, insista neste ponto a não se identificar com aquilo que você não é, ou seja, a sua mente. Crie esse oásis ao lançar luz sobre sua consciência, tornando-a mais vigorosa. Saberá do seu poder, quando - em algum momento, sorrir das malvadezas infantis que a sua mente ousar criar. Pode assim significar, que não mais levará a sério essa sensação de identidade frente às traquinices desengonçadas do seu pensar.
LAMENTÁVEL SUMIR
A maior parte da energia de um Ser é gasta numa ferramenta que torna disfuncional e muita das vezes ruim - até prejudicial, que é o pensamento. Quase que a totalidade do tempo da mente pode ser descartada, pois a tarefa que ali se encontra é inútil, além de ser repetitiva. Podemos até nomear essa intensa atividade mental como um vício, como uma falsa sensação de prazer que mais a frente é pura dor. Refiro-me a esse pensamento compulsivo, cuja necessidade - ou desnecessidade, de o tempo todo estar no presente, ignorando-o. Errado a assertiva de dar uma significância à sua sensação, à sua existência, ao conteúdo e atividade ou, a sua identidade ser igual ao ato enlouquecido de pensar da sua mente. Você não deixa de existir se não mais pensar. Porque você - sendo o Ser, não é a mente. Esta é somente um acessório, uma ferramenta da consciência. O Ser está para além da mente. Todo Ser escorrega
ser uma imagética do design que sua mente condiciona por refletir e espelhar a sua pretensa pessoalidade e um potencial ambiente cultural que está inserida. Esta posição imagética é um fantasma que muitos denominam de ego; seria uma espécie de gêmeo do Ser. Este, dito, fantasma ou ego, é uma memória que somente funciona na exigência da atividade de pensar da mente. Fantasma do Ser ou o falso Ser que aqui alcunhados de ego
, é consequência de uma identificação inconsciente do verdadeiro, com o seu pensamento. Para este falso Ser, o momento real e toda a realidade tátil que o cerca, na verdade, inexiste. Ele - esse ego, se alimenta e se revigora no passado e no futuro, corroendo no presente, o mundo visível. Daí, muita das mazelas ocorridas ao Ser dá partida a partir dessa disfuncionalidade da verdade, que funciona em total inversão, tendo a mente como sua causadora. Nesta ausência do Ser, a preocupação com o passado é viva e nítida, justificado pelo ego de que sem ele você não existiria. No futuro, o ego se posiciona numa projeção que garanta sua continuidade e, nesse, algum tipo de libertação ou de felicidade. Balela; é nisto