O Último Saili
De Esanè
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O Último Saili - Esanè
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Sueli Costa CRB- 8/5213
Esanè
O último saili / Esanè. – Capanema: Edição do autor, 2021.
188 p.
ISBN: 978-65-00-23373- 5
1. Literatura fantástica I. Título
CDD - 808.802
Índices para catálogo sistemático: 1. Literatura fantástica 808.802
CONTOS DE IBIYA
por
ESANÈ
CAPA
Studio Jefferson Baltazar REVISÃO E PREPARAÇÃO TEXTUAL Letícia Godoy
obras:
Operação Shanghai Borborema Jurada Pelas Sombras
Em memória de Enéas Monteiro, Maria Raimunda e Eliete Azevedo, eternos em nossa s
vidas, gravados em mim para sempre.
PRÓLOGO .......................................................................... 11
CAPÍTULO UM................................................................. 15
CAPÍTULO DOIS ............................................................. 36
CAPÍTULO TRÊS.............................................................. 42
CAPÍTULO QUATRO...................................................... 54
CAPÍTULO CINCO.......................................................... 61
CAPÍTULO SEIS............................................................... 71
CAPÍTULO SETE.............................................................. 98
CAPÍTULO OITO............................................................ 106
CAPÍTULO NOVE........................................................... 133
CAPÍTULO DEZ.............................................................. 140
CAPÍTULO ONZE........................................................... 156
CAPÍTULO DOZE........................................................... 162
CAPÍTULO TREZE.......................................................... 176
PRÓLOGO
Amont estava sob ataque. Alguns poderiam fugir ou se esconder, mas os bruxos encontravam e matavam todo jovem que pudesse ser o filho de um feiticeiro com a raça dos homens. Os bruxos temiam os frutos dessa aliança e os odiavam pelo poder imenso que tinham, então os caçavam para trazê-los as suas masmorras — quando não as matavam acidentalmente durante a caçada — e lhes davam apenas duas opções: ou serviriam as Trevas, ou morreriam em suas mãos.
Os bruxos antigamente eram magos e feiticeiros — e também alguns poucos homens suscetíveis à magia —, que foram corrompidos pelo mal e tomaram o caminho das trevas, utilizando magia negra para conseguir seus objetivos, por isso foram assim chamados de bruxos.
Diz a lenda que o destino do Rei Bruxo foi selado numa maldição há muito tempo lapidada pelos deuses:
11
"Aos homens e feiticeiros, vocês deverão para sempre Nas sombras do Eterno, vossas almas irão perecer Aos magos, vossas dores darão vida eterna
E nas mãos do mestiço, vosso rei irá morrer."
Por conta disso é que teve início aquela caçada terrível aos Sailin, como eram chamados os mestiços. Aonde houvesse rumor de algum escondido, hordas de bruxos do norte e do sul destruíam tudo.
Naquela noite, não foi diferente. O ataque à pequena cidade foi inesperado. Do quarto escuro, Pétris ouvia gritaria e estrondos. Uma luz brilhante entrou pela janela. Havia casas em chamas, muitas explosões e o som das paredes desmoronando era assustador, tanto que ele saltou da cama.
De repente, Haul, seu amigo — um feiticeiro da terra, cujos poderes eram limitados à manipulação de tal elemento — , entrou em seu quarto, escancarando a porta.
— Saia daqui agora, Pétris! Fuja! — gritou ele, com os olhos arregalados, pois tinha certeza de que os bruxos estavam ali para matá- lo.
12
Uma luz pequena entrou no quarto. Parecia um globo ocular flutuante e tinha asas mecânicas muito finas que batiam freneticamente, era um rastreador criado pelos bruxos. Aqueles olhos pertenciam a outros Sailin, a magia usada neles os faz ia procurarem os de sua espécie e darem um alerta quando os encontrassem. Então, o objeto fez um som agudo e apagou.
— Eles já sabem quem é você! Fuja agora, vieram atrás de você! —insistiu Haul outra vez.
Pétris se apressou, pegando algumas coisas e col ocando na mochila. Sem ter muito tempo, saiu de casa em meio ao caos da rua; pessoas jogadas e fogo por todos os lados.
Haul parou na porta.
—Vai! —gritou ele, movimentando os braços. Juntando as duas mãos, pronunciou algumas palavras misteriosas. Então , a casa atrás dele desmoronou e uma chuva de pedras foi lançada contra um grupo de inimigos que corria atrás do Saili, este ia na direção da estrada onde havia um campo aberto um pouco antes da floresta. —Fuja, Pétris! — gritou novamente, controlando as pedras de um lado para o outro. Ele as jogou contra alguns bruxos que riam enquanto o bombardeavam de feitiços.
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Uma nuvem de poeira se levantou diante de Haul, que desapareceu, deixando os bruxos confusos a ponto de recuarem para dentro da cidade.
Pétris, alheio à batalha travada pelo amigo, montou em seu cavalo e desapareceu na floresta.
A cidade afundou em meio ao fogo e aos gritos desesperados.
Amont se tornou apenas ruínas.
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CAPÍTULO UM
Pétris atravessou o rio Aldori e o rio Giletu em pou cos dias, até chegar às margens do rio Talarine, subindo o velho caminho para o Vale dos Anões. Não teve tempo de digerir o que acontecera, pois sua vida dependia da velocidade com que se movia.
Permaneceu na estrada das Montanhas Acidentadas do Sul. Era pedregosa e algumas vezes seu cavalo deslizava em pedras soltas. Antes de chegar ao pântano sangrento, ele parou e armou acampamento em um túnel úmido de paredes altas, longe da estrada. Pétris gostaria de atravessar o charco quando a luz do dia chegasse, pois o lugar era famoso por mortes misteriosas à noite.
Ele poderia ir por outra estrada, mas aumentaria o percurso da viagem. Cortar caminho pela cidade de Boldier era uma solução viável, mas muito longe para quem tinha pressa.
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Pétris era filho de Altris, grande feiticeira morta em um ataque ao reino de Egéia, e seu pai era Alaurt, um homem cuja morte foi terrível. Pétris foi criado por Hana e Saul, feiticeiros da terra, pais de Haul. Quando chegou a juventude, abandonou a proteção dos pais adotivos e fugiu para Palori, perambulou sozinho e trabalhou em algumas fazendas até chegar a Amont e finalmente acomodar-se. Haul o procurou por muito tempo até encontrá-lo em segurança, o que muito o aliviou, já que ele sabia que o mundo agora já não era mais seguro para pessoas como Pétris. Então, Haul decidiu vigiar seus passos apenas por precaução, pois os Sailin eram considerados uma anomalia e viviam sendo caçados. Ele não estava errado em seus pressentimentos. Não fosse seu alerta, talvez Pétris nem estivesse vivo naquele momento.
Depois do ataque a Amont, Pétris ficou mais atento aos sinais de bruxos soltos pelas redondezas, e ainda mais introspectivo. Pensar que poderia estar morto naquele momento, fazia-o refletir sobre a vida; ela podia se esvair em questão de segundos. Os dias se tornaram fugas constantes; ele vivia em estado de alerta e suas estratégias iam desde se esconder em moitas grandes com o seu cavalo, quanto dormir em cavernas escuras e úmidas, como naquele momento.
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Logo quando o sol se levantou, Pétris voltou para a estrada e atravessou o pântano debaixo de uma neblina fria. O caminho era cheio de curvas e às vezes ele tinha a impressão de estar andando em círculos.
Era isso o que ouvia quando falavam do pântano: Você vai andar em círculos
, isso é coisa da sua cabeça
, permaneça na estrada
, siga em frente
, o pântano vai tentar enganar você
. Talvez todos estivessem com a razão, pois ele se sentia perdido.
Enquanto continuava aquele vai e vem cheio de curvas, passando por poças de lama, algumas profundas, outras rasas, Pétris pensou ter ouvido sua mãe chamar seu nome, mas não deu atenção, continuou em frente —ou para trás.
Já fazia tanto tempo que estava perambulando e fazendo curvas que não sabia se estava indo na direção certa ou não. Quando sentiu que o solo começou a ficar mais seco, pois os cascos do cavalo não afundavam tanto, alegrou-se. Foi então que avistou uma subida meio íngreme que o fez ter certeza de que estava realmente vivo e do outro lado do pântano, até mesmo o calor havia aumentado. O medo o deixou por um instante e um suspiro de alívio cortou o silêncio. Pensou em Haul e o que teria acontecido com ele, mas preferiu se apegar a
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ideia de que seu amigo estava bem, pois já havia passado por situações parecidas no passado.
Quando levantou os olhos sobre a colina, avistou o primeiro rio depois do pântano. Estava definitivamente em território estranho. Aquela era a região dos Três Rios.
Ele atravessou as vilas próximas cavalgando o mais rápido que podia, até que, por fim, chegou à primeira cidade, depois de longos dias mantendo-se furtivo para não ser detectado.
A cidade estava eufórica. Havia grande movimentação e pessoas andando de um lado para outro, com bandeirinhas e fitas para decoração. Era o festival da colheita de uvas, mu ito tradicional na região dos Três Rios, ao sul do reino de Alcalon. Pétris tinha a intenção de atravessar a cidade, que se chamava Margoth, rumo às Colinas Sorridentes. Por aquele caminho, a estrada o levaria para o norte além do pântano velho , para as terras dos feiticeiros de gelo. Ele acreditava que lá estaria protegido e evitaria as caçadas dos bruxos.
Montado em seu cansado cavalo baio de olhos âmbar, Pétris observava as pessoas com ar desconfiado. Não se sentia muito à vontade em meio a multidão depois de tantos dias recluso. Trazia na cintura uma espada reluzente de cabo escuro com a imagem de um cavalo desenhada na empunhadura.
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Aquela espada era muito antiga e não parecia ter sido feita por ferreiros comuns entre os homens e por isso