Nevoeiro: textos e poemas
De Mia Koda
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Nevoeiro - Mia Koda
PARA GABRIEL, PROTETOR E MENSAGEIRO
Ela só tem sete meses, não pode nascer agora!
– disse a mãe apavorada, segurando a barriga e chorando desconsolada.
Se o pai não tivesse agredido a grávida sem pré-natal, não teria iniciado a luta para sobreviver daquela menina imortal.
Socorre, Gabriel, socorre!
De sete meses ela nasceu, pequena demais, fraquinha demais, sobreviveu!
É meningite, tem que amparar e internar!
– disse o pai preocupado com as dores de cabeça da menina magricela e pouca idade. Pois bem sabia ele que a doença era letal e havia muitos casos de morte na cidade.
Socorre, Gabriel, socorre!
O pai apavorado fez dinheiro sem ter como, pagou o tratamento, uma semana de hospital e muitos medicamentos.
Outra vez, mais uma vez, essa menina é muito fraca!
– disse a mãe desesperançada, meningite novamente agora aos doze anos, dessa vez ela não escapa.
Socorre, Gabriel, socorre!
Foi difícil a recuperação, ainda mais sem condição de atendimento particular, mas mesmo com pouca esperança ela conseguiu se curar.
Já não quero mais viver, não aguento tanta desgraça!
– decidiu a garota de dezesseis, clamando pela própria morte e chorando no banheiro da casa. Lá onde morava, podia olhar as estrelas, pois ali não tinha teto, o chão era só terra, não havia nem janelas, a pobreza era cruel, a dor já não suportava e a vida resolvera que já não lhe interessava.
Socorre, Gabriel, socorre!
A decisão estava tomada, mas Gabriel não deixou e suspirou belas palavras à menina que encolhidinha chorava:
Anjos são imortais, levanta daí e vai. O futuro te reserva uma causa para lutar, uma vida pra realizar!
Tô sentindo um carocinho, vai ter que operar!
– assim começou a rotina de bisturi a menina e enfrentar. Cirurgias foram muitas: nódulo no seio, cesariana, retirada do útero, veias subtraídas e caso de rins comprometidos que por três vezes suas pedrinhas precisaram fragmentar.
Socorre, Gabriel, socorre!
De acidente escapou em muitas ocasiões, uma especial que nem teve explicação. Quando mocinha dirigia seu carro velho pela rodovia na madrugada e assim sem entender nada, de repente percebeu que estava na contramão de uma pista duplicada.
Socorre, Gabriel, socorre!
Não sei se estava embriagada, mas uma coisa ficou clara, Gabriel estava lá.
Ao se dar conta da enrascada a mocinha chorava e a certeza da morte lhe assustava, então se entregou:
Meu Deus, eu vou morrer, não tem jeito não, solto agora a direção, me conduza à purgação!
Num piscar de olhos, assim sem aclaração, na pista correta estava bem pertinho de casa, feliz pela salvação!
A menina imortal, também fugiu de bandido, escapou de embusteiro, livrou-se de gente cruel tentando fazer-lhe mal e perdeu as contas das vezes que não soube explicar o que lhe parecia cuidar.
Como na vez em que dormia com sua filha pequenina e acordou na madruga com o barulho de um parafuso que caíra de sua janela. Despertou no tempo certo de se deparar com um invasor, do seu quarto a poucos metros. Tempo suficiente para trancar a porta e pedir por socorro, tempo suficiente para escapar do pior e evitar a atrocidade.
Mas, quem teria lançado ao chão tal parafuso?
Socorre, Gabriel, socorre!
A polícia chegou!
Outra vez, enquanto o ônibus aguardava – madrugada e rua deserta em cidade grande é certeza de cilada - dois malandros se aproximavam e já lhe mostravam uma faca como aviso e ameaça.
Socorre, Gabriel, socorre!
Olhava a rua deserta, aflita na espera de alguém aparecer, tudo escuro tudo vazio e em questão de um segundo o transporte se materializava. Entrou correndo no coletivo sem compreender o porquê de estar tão vazio e sem nenhum passageiro, mas queria mesmo é saber: se motorista não havia quem era que dirigia?
É que um anjo não morre, precisa cumprir sua missão.
Quanta coisa viveu a garota que agora é mulher metida à culta. Escreve textos da vida, espalha contos e fantasias, rabisca poemas com rimas e segue vivendo a vida, acreditando a literatura ser sua salvação.
Hoje, a menina entende que toda experiência foi arquitetada como um livro que se desenlaça e que faz parte do destino contar ao mundo suas façanhas, sejam tristes ou felizes, sejam apenas ilusões.
É que a vida é tão breve e o mundo é especial, sejam breves sejam mundos, sejam textos e poemas e seja um livro espiritual.
Receba este presente meu amigo, amado