Poeira das Horas: Verso e prosa

De Sandra Gasparotti

Poeira das horas é o passeio de vários sentimentos, nos vários tempos da vida: tempo de amar, de sentir, de deixar fluir o coração, de repensar a vida e o amor em todas as suas formas.
O livro é um desfile de poemas e textos com o tempo nos espreitando em cada conjunto de letras, feito pausas da vida atropeladas pelos instantes, feito turbilhão de sentimentos que nos constroem, e ao mesmo tempo nos consomem. É o sentimento do tempo que precisa ser dito, gritado e ouvido.
Leitura agradável e poética para ser ecoada no tempo da nossa própria história.

• Idioma: Português
• Editora: Viseu
• Data de lançamento: 5 de mai. de 2021
• ISBN: 9786559852291

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www.editoraviseu.com

Parte I.

Verso

1 – Da minha janela

E a luz entrou sem medo

com vontade de me levar

Sem querer

nem pensar

Ziguezagueando o mundo

Na brisa que me levou para

passear

sonhar

... nunca

Nunca mais quero voltar

2 – Sonhando

Quero a vida sem filtro e sem lamento

Quero vida, quero o tempo

Quero me embriagar

da luz que alimenta meu olhar

e ilumina esses olhos que nunca se cansam de esperar

que nunca param de sonhar

que não fecham,

nem desistem de amar

3 – Tormento do tempo

Tinha uma igreja no meio do caminho

Tinha uma lembrança abandonada do caminho

Tinha um caminho interrompido na igreja

E uma torre rejeitada, crescida no nada

Tinha uma janela olhando a estrada

E uma porta aberta

E tinha luz invadindo a escuridão...

Tinha a vida da lembrança

E a lembrança da vida

Tinha dor,

Tinha a cor desbotada do que já foi amor

E tinha rachaduras que escondiam vozes que sobrevivem no tempo

Tinha uma parede de fendas profundas, cicatrizes da noite, da chuva

Tinha uma igreja emoldurada pelo mato, pulsando o tempo de ruir, que vai chegar,

Tinha história que foi embora

E está presa em meu olhar,

Encarcerada na imagem, impressa na paisagem...

Tinha uma trilha no caminho, uma cruz no tempo,

Tinha um templo

Feito o homem em seu lamento

Era como um homem perdido no caminho

Preso em seu tormento, em seu próprio tempo

Era um homem, era um templo

...

Tinha um homem ABANDONADO no caminho...

De olhar perdido... olhando a estrada...

Tinha um sonho interrompido, no meio do nada

Tinha um sonho no caminho

...

4 – Narcisos

O universo se consome entre os desencontros

de caos particular,

repleto de Narcisos

misturados nessa confusão

de quem acha que pode mudar quem nasceu só para se amar

Prefiro me afogar no papel, outro tipo de narcisar

onde sou personagem da história que eu inventar

5 – Sono

Fecho os olhos tentando compreender

essa