A falácia da impunidade no Brasil e o fenômeno do encarceramento em massa
1/5
()
Sobre este e-book
Relacionado a A falácia da impunidade no Brasil e o fenômeno do encarceramento em massa
Ebooks relacionados
O racismo estrutural refletido na política criminal de drogas: a necropolítica como critério diferenciador entre usuário e traficante na Lei nº 11.343/2006 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMinorias e direitos fundamentais Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPopulação Carcerárea, Direitos Violados Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEncarceramento em massa x garantismo penal: o caminho para o estado social de direito Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Atual Escravidão Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA desigualdade penal e a jurisdição: a criminalização na nova democracia brasileira Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSuperlotação Carcerária no Brasil: pós-estado de coisas inconstitucional (2015- 2018) Nota: 0 de 5 estrelas0 notasProibição do Retrocesso Político: a lei da ficha limpa sob o enfoque do princípio de irreversibilidade Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDireitos humanos e temas sociais Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMediação Penal: uma nova sistemática na jurisdição criminal brasileira Nota: 0 de 5 estrelas0 notasInternacionalização do direito, combate à corrupção e o Supremo Tribunal Federal do Brasil (1988/2008) Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA biopolítica e o paradoxo dos Direitos Humanos no sistema penal custodial brasileiro Nota: 0 de 5 estrelas0 notasJuventudes, violências e políticas publicas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasParadigmas da Rotulação Penal: da lógica interna punitiva à compreensão criminológico-radical Nota: 0 de 5 estrelas0 notasRacismo e o comportamento do judiciário frente aos programas humorísticos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPena Privativa De Liberdade Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMinorias visíveis Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO preso da fronteira: análise da situação prisional de imigrantes bolivianos sob a ótica da criminologia crítica Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTrabalho Escravo Contemporâneo: a condição degradante de trabalho no Brasil rural Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLei de Drogas interpretada na perspectiva da liberdade Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDireitos humanos em múltiplas perspectivas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasJustiça, prisão e criminalização midiática no Brasil Nota: 0 de 5 estrelas0 notasJunho de 2013: agir direto, violência e democracia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasRelativização dos Direitos Sociais na perspectiva das crises econômicas Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Direito para você
Como passar em concursos CESPE: língua portuguesa: 300 questões comentadas de língua portuguesa Nota: 4 de 5 estrelas4/5Manual de direito administrativo: Concursos públicos e Exame da OAB Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLei Geral de Proteção de Dados (LGPD): Guia de implantação Nota: 5 de 5 estrelas5/5COMUNICAÇÃO JURÍDICA: Linguagem, Argumentação e Gênero Discursivo Nota: 5 de 5 estrelas5/5LDB: Lei de Diretrizes e Bases da educação nacional Nota: 5 de 5 estrelas5/5Contratos de prestação de serviços e mitigação de riscos Nota: 5 de 5 estrelas5/5Dicionário de Hermenêutica Nota: 4 de 5 estrelas4/5Psicanálise e Mitologia Grega: Ensaios Nota: 5 de 5 estrelas5/5Como passar em concursos CESPE: informática: 195 questões comentadas de informática Nota: 3 de 5 estrelas3/5Manual de Direito Previdenciário de acordo com a Reforma da Previdência Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDireito Previdenciário em Resumo, 2 Ed. Nota: 5 de 5 estrelas5/5A Pronúncia Do Inglês Americano Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPortuguês Para Concurso Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFalsificação de Documentos em Processos Eletrônicos Nota: 5 de 5 estrelas5/5Consolidação das leis do trabalho: CLT e normas correlatas Nota: 5 de 5 estrelas5/5Investigação Criminal: Ensaios sobre a arte de investigar crimes Nota: 5 de 5 estrelas5/5Como passar OAB 2ª fase: Prática civil Nota: 5 de 5 estrelas5/5Direito Tributário Objetivo e Descomplicado Nota: 0 de 5 estrelas0 notasIntrodução ao Estudo do Direito Nota: 4 de 5 estrelas4/5Direito previdenciário em resumo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSimplifica Direito: O Direito sem as partes chatas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCaminho Da Aprovação Técnico Do Inss Em 90 Dias Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEstatuto da criança e do adolescente Nota: 5 de 5 estrelas5/5Inventários E Partilhas, Arrolamentos E Testamentos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLawfare: uma introdução Nota: 5 de 5 estrelas5/5Bizu Do Direito Administrativo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCurso Básico De Sociologia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTeoria Geral Do Processo Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Avaliações de A falácia da impunidade no Brasil e o fenômeno do encarceramento em massa
1 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
A falácia da impunidade no Brasil e o fenômeno do encarceramento em massa - Jean Santos da Silva
1. BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE A SEGREGAÇÃO RACIAL NO BRASIL
A Lei Áurea (Lei n° 3.353, de 13 de maio de 1888) declarou extinta a escravidão no Brasil, entretanto, esse processo ocorreu sem que fosse adotada qualquer medida pertinente quanto ao destino da população negra, no que diz respeito aos meios de subsistência dos então libertos.
A aclamada Lei libertou os escravos, mas esses, uma vez libertos, passaram a sofrer outro tipo de opressão qual seja, a marginalização social, econômica e cultural. Ao longo dos anos, após a abolição da escravidão, ainda se tem mantido na sociedade brasileira, a polarização das relações raciais entre brancos e negros, sendo os afrodescendentes vítimas de um sistema de discriminação e exclusão que alcança as mais diversas esferas da vida. Nesse sentido, ainda que consigam alcançar um determinado nível de ascensão social, continuam a sofrer com as consequências históricas daquele trágico período.
No Brasil, a escravidão esteve vigente por três séculos, que foram capazes de enraizar valores racistas, sobretudo a crença na inferioridade dos indivíduos negros e negras. O trabalho negro representou, no referido período de tempo, a principal fonte de mão-de-obra, sendo o fator de manutenção da classe dominante, que lucrava não apenas com o trabalho escravo, mas, também, com a comercialização de pessoas negras.
É no contexto do Brasil colonial que se inicia o processo de inferiorização dos negros, inclusive no tocante à dominação racial, social e econômica. Em 1854, tendo em vista o ainda persistente contrabando de negros, foi editada a Lei Nabuco de Araújo, ratificando a proibição da Lei Eusébio de Queiroz, e determinando maior rigor na fiscalização referente ao tráfico, que irá contribuir para o enfraquecimento das relações escravagistas.
Em 1871, foi aprovada a Lei do Ventre Livre, que estabeleceu a liberdade para os filhos de escravos nascidos a partir da promulgação da referida lei, contudo, os nascidos livres por essa condição, permaneciam nas senzalas, ou eram separados insensivelmente de seus familiares e enviados para casas de acolhimento do Governo.
O período pós-abolição foi seguido pelo desenvolvimento de uma política de branqueamento
da população do Brasil, por meio da promoção da imigração europeia. Em razão disso, o Brasil foi um dos países do continente americano que mais recebeu imigrantes europeus. Nesse mesmo contexto, a entrada de imigrantes africanos e asiáticos em território brasileiro foi dificultada, ou praticamente impedida, a depender da autorização do congresso brasileiro, conforme estabelecia o Decreto n° 528, de 28 de junho de 1890, assinado pelo Marechal Deodoro da