Ícones da Vida Moderna: Tecnologia e Saúde nos Anúncios Publicitários Veiculados em Blumenau (1935-1955)
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Ícones da Vida Moderna - Roberto Marcelo Caresia
1. Confrontando a Temática: discussões, contextos e metodologias.
Antes de passar diretamente para a análise dos anúncios publicitários convém ajustar alguns pontos cruciais para que se possa compreender do que estou tratando e de onde tirei minhas constatações e afirmações. A princípio, é importante ressaltar o que entendo por ruptura cultural
em Blumenau e região, o que efetivamente se rompeu
e o que se manteve, enquanto continuidade. Em seguida, um breve retrospecto sobre a imprensa no Vale do Itajaí também se faz necessário, para visualizar de que contexto vieram os jornais analisados. Enfim, na discussão sobre tecnologia, saúde, metáfora e publicidade procuro compor a forma como percebo as questões que envolvem o objeto de estudo e como procedi com as fontes.
1.1 Tradição, Ruptura e Poder
Como já foi mencionado na introdução, a região do Vale do Itajaí se caracterizou pela hegemonia étnica e cultural germânica, sendo que antigos distritos compostos por imigrantes de outras nacionalidades foram desde cedo relegados a um segundo plano, tais como Ascurra, Rodeio e Rio dos Cedros²¹, os quais obtiveram sua emancipação municipal respectivamente em abril de 1963, março de 1937 e dezembro de 1961.
Tal hegemonia cultural germânica estava caracterizada não apenas pelo uso diário e cotidiano da prática da língua alemã, mas também nas exaltações étnicas, colocando o elemento germânico como sendo, senão o único, o mais influente e significativo de toda a região. O enaltecimento do elemento étnico germânico deve-se ao fato de terem sido estes os primeiros imigrantes a colonizarem efetivamente a região do Vale do Itajaí, derrubando a mata e construindo a futura cidade, apesar do vizinho município de Gaspar ser anterior a Blumenau.
No âmbito econômico, há relatos que contam que mesmo os vendedores ambulantes, caixeiros viajantes ou representantes de outras empresas do país que viessem a vender ou fechar negócios em Blumenau teriam que saber falar em alemão, o que influenciaria muito na negociação.²² Maria Luiza Renaux Hering afirma que as indústrias do Vale do Itajaí mantinham laços estreitos com a Alemanha até os anos 1930, tanto na importação de matérias-primas, quanto nas transações bancárias e formação técnica de sua mão-de-obra
(HERING; 1987, p. 186). Já no âmbito político, a administração pública exigia a prática do idioma português, sendo que os prefeitos luso-brasileiros do município, no início do século XX, apoiavam e proferiam a hegemonia étnica e cultural germânica na região por uma questão de apoio político.
Estas exaltações étnicas, durante a década de 1930, num primeiro momento, passam por um período mais intenso de autoafirmação devido ao fortalecimento da economia e das condições de vida na Alemanha, paralelo à crise econômica que atingia os principais países do ocidente.²³ Num segundo momento, sofre as tendências nacionalistas brasileiras, as quais, devido ao Estado Novo de Vargas em 1937, são enfim reprimidas por força de lei. Com o advento da Segunda Guerra, em 1939, e o rompimento de relações com a Alemanha, em 1942, a Campanha de Nacionalização Brasileira encontra seu auge no Vale do Itajaí.²⁴
Desde 1939, a instalação do 32º Batalhão de Caçadores, mais tarde 23º Batalhão de Infantaria, anunciava a presença militar na região para garantir o controle e a eficiência da Campanha de Nacionalização. Todas as escolas que lecionavam em alemão, tendo professores desta nacionalidade, são fechadas e substituídas por colégios estaduais que funcionavam conforme a cartilha do Ministério da Educação em todo o território nacional.²⁵ Os pronunciamentos políticos também sofrem alterações, onde antes se exaltava a etnicidade germânica, agora deve-se cultuar a brasilidade, o amor à pátria
, os símbolos militares e a prática constante da língua