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Poesia Mangue
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E-book151 páginas29 minutos

Poesia Mangue

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Sobre este e-book

Como reunir poemas de amor e crítica social numa mesma obra? Esta é a proposta de F. DE CARVALHO no Poesia Mangue, em que viajamos dos versos apaixonados às críticas mais ácidas. Na primeira parte, MardeAMOR, o autor nos apresenta algumas das várias nuances do sentido de amar, com certa inocência e modos próprios da juventude. Na segunda seção, Odor de Rio, é como se espirrasse em nossa roupa a sujeira das desigualdades sociais, tão comuns nos centros urbanos das metrópoles brasileiras, como o Recife, ao mesmo tempo expondo o carinho pela terra. Com uma escrita fácil, F. DE CARVALHO reúne o coloquial à linguagem padrão e o regional à temática universal nos seus versos. É um livro que expõe, como a face de Juno, o amor e a dor de morar no Recife, pois "há uma ponte de amor e ódio que atravessa o Rio na Cidade do Mangue". Este é um volume para quem gosta dos contrastes, da diversidade de sentimentos, de poemas de dor, de amor, de alegria e de mágoa.
IdiomaPortuguês
EditoraViseu
Data de lançamento20 de set. de 2021
ISBN9786559858712
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    Poesia Mangue - F. de Carvalho

    MardeAMOR

    Soneto de Camões

    Carrego no Ser pelo resto da vida,

    Desde o triste dia em que furtei

    Da biblioteca a obra que amei,

    Qualidade dolorosa e querida:

    As letras me postemam como ferida

    Desde que li as linhas que raptei.

    Se sei como se dá isso? Não sei.

    Só que a carga que levo é sofrida.

    Porque agora tudo me é poesia;

    Dos sentimentos me vêm expressões!

    Culpa do livro de pranto e fantasia.

    Agravante de amores e paixões!

    Em sua capa, além de Amor, se lia:

    Sonetos de Luís Vaz de Camões.

    Pontuação

    Dois pontos:

    Em suas reticências

    Não há uma só vírgula

    Que dê, pelo menos,

    Um ponto de exclamação

    Às minhas interrogações!

    E já estou cansado de ficar

    Entre parênteses e travessões.

    Só ponto e vírgula;

    Só ponto e vírgula…

    Quero pontuar com acento grave,

    Agudo, na sua vida, no seu circunflexo,

    Sem hifens nem cedilhas.

    Abra aspas para o meu parágrafo.

    Trema, só no U!

    Ponto final.

    a ∪ b

    Meu expoente,

    Todo dia tenho que tomar

    Minha adição de você,

    Equacionado em sua função afim

    De multiplicar você em mim!

    Já te vi de vários ângulos,

    O seno e o cosseno, a tangente e o Pi.

    Noves fora zero, se subtraem você de mim:

    Essa união pertence ao universo do conjunto.

    Num dado plano real é natural ser inteiro,

    Mas complexo e irracional é o sentimento.

    Logo, da fração que me divide,

    Matematicamente,

    O produto é você.

    Versos geográficos

    Minha paisagem,

    A superfície do teu corpo

    Descrevo em versos geográficos:

    Biosfera na tua atmosfera,

    Nas tuas erosões fui sedimentar;

    Meu habitat é em teu meio

    E de ti conheço até os neólitos.

    Enquanto atracado à baía,

    Admirei tuas falésias;

    Deslizando pelas dunas, subi a tua serra.

    As placas tectônicas eu vi

    Enquanto o teu magma ardia.

    Escalei os morros de seios em pelo,

    Passeei no planalto do teu ventre,

    Descansei no vale do teu sexo;

    E a minha sede eu matei

    Na nascente de ti.

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