Pachukanis e Kelsen: uma breve análise sobre o papel estatal em seus sistemas jurídicos
()
Sobre este e-book
Relacionado a Pachukanis e Kelsen
Ebooks relacionados
Pachukanis em Três Atos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA defesa da Constituição: participação democrática no controle de constitucionalidade Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDireito e direitos humanos: abordagem histórico-filosófica e conceitual Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTeoria e Sociologia do Direito - 6ª Edição Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLukács e a crítica ontológica ao direito Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFuturo do Pretérito: O Brasil Segundo suas Constituições Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Aplicação e Efetivação dos Direitos Fundamentais entre Particulares: um estudo sobre a eficácia horizontal Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMutação constitucional no Brasil: contornos doutrinários e jurisprudenciais Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDesafios à Constitucionalização da Jurisdição Processual Civil Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA teoria compreensiva de Robert Alexy: a Proposta do Trialismo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOs direitos sociais e a normatização da ideia de justiça Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAtivismo Judicial: Novas Facetas e Limites Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTeoria Moderna do Direito: Fundamentos, Crise e Perspectivas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDemocracia e Crise: Um olhar interdisciplinar na construção de perspectivas para o Estado brasileiro Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAcesso À Justiça Nota: 0 de 5 estrelas0 notasHistória do trabalho: Entre debates, caminhos e encruzilhadas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAs Decisões Contrárias às Leis na Teoria Robert Alexy Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDe qual Direito falar, a partir da Pandemia do Século XXI? - Volume 1 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasJuristas em resistência: memória das lutas contra o autoritarismo no Brasil Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSobre a Legitimidade no Direito: Autoridade, Juízo e Reconhecimento em Hannah Arendt e Hans Kelsen Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCrise e golpe Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPerpectivas latino-americanassobre o constitucionalismo no mundo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA relação entre Direito e Moral em Jürgen Habermas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDemocracia Participativa Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Direito para você
Simplifica Direito: O Direito sem as partes chatas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCOMUNICAÇÃO JURÍDICA: Linguagem, Argumentação e Gênero Discursivo Nota: 5 de 5 estrelas5/5Falsificação de Documentos em Processos Eletrônicos Nota: 5 de 5 estrelas5/5Introdução ao Estudo do Direito Nota: 4 de 5 estrelas4/5Manual de Prática Jurídica Civil: para graduação e exame da OAB Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDireito constitucional Nota: 5 de 5 estrelas5/5Contratos de prestação de serviços e mitigação de riscos Nota: 5 de 5 estrelas5/5Bizu Do Direito Administrativo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDireito Tributário Objetivo e Descomplicado Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCurso Básico De Sociologia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOAB Segunda Fase: Prática Penal Nota: 0 de 5 estrelas0 notasManual dos contratos empresariais Nota: 5 de 5 estrelas5/5Como passar em concursos CESPE: informática: 195 questões comentadas de informática Nota: 3 de 5 estrelas3/5Dicionário de Hermenêutica Nota: 4 de 5 estrelas4/5Como passar OAB 2ª fase: Prática civil Nota: 5 de 5 estrelas5/5Registro de imóveis Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDireito Previdenciário em Resumo, 2 Ed. Nota: 5 de 5 estrelas5/5Lawfare: uma introdução Nota: 5 de 5 estrelas5/5Caminho Da Aprovação Técnico Do Inss Em 90 Dias Nota: 0 de 5 estrelas0 notasInvestigação Criminal: Ensaios sobre a arte de investigar crimes Nota: 5 de 5 estrelas5/5Português Para Concurso Nota: 0 de 5 estrelas0 notasManual de direito administrativo: Concursos públicos e Exame da OAB Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPsicanálise e Mitologia Grega: Ensaios Nota: 5 de 5 estrelas5/5Como passar em concursos CESPE: direito constitucional: 339 questões de direito constitucional Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEstatuto da criança e do adolescente Nota: 5 de 5 estrelas5/5Manual de Direito Previdenciário de acordo com a Reforma da Previdência Nota: 0 de 5 estrelas0 notasInventários E Partilhas, Arrolamentos E Testamentos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasComo passar em concursos CESPE: redação: 17 questões de redação Nota: 5 de 5 estrelas5/5
Avaliações de Pachukanis e Kelsen
0 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
Pachukanis e Kelsen - Bruna Helena Pereira Junqueira
1. INTRODUÇÃO
O presente estudo tem como objetivo analisar, segundo o entendimento de Eveguiéni B. Pachukanis (1891-1937), qual a função da forma jurídica, definida por este como forma equivalente à forma mercadoria, em seu livro Teoria Geral do Direito e Marxismo, para identificar o caráter específico da relação entre direito e Estado.
O tema abordado no presente projeto se mostra atual, pois, a doutrina brasileira pouco se manifesta a respeito da questão estatal pelo ponto de vista do materialismo histórico, ao contrário de quando se fala a respeito da história do direito relacionada ao normativismo que, mesmo tendo seus vícios, continua ter papel de destaque.
Assim, para exposição do presente trabalho serão analisados os conceitos básicos referentes ao Direito e Estado pela ótica do jurista austro-húngaro Hans Kelsen (1881-1973) e do jurista soviético Eveguiéni B. Pachukanis.
Considerando que o tema pesquisado envolve matérias relativas à filosofia do direito, Teoria Geral do Estado e Teoria Geral do Direito, o trabalho se iniciará com um breve histórico da evolução da filosofia do direito, com seus desdobramentos referentes a questão do Estado e da Teoria Geral do Direito, desde o período pré-helênico até os pensadores contemporâneos, visando uma maior compreensão das principais teorias jusfilosóficas em cada contexto histórico e social.
No próximo capitulo será analisado o livro Teoria Pura do Direito de Hans Kelsen (1934) um dos marcos para o juspositivismo e normativismo, sendo esta uma das obras mais relevantes no campo jurídico, com o intuito de definir os conceitos teóricos dos institutos correlatos a monografia, como por exemplo, o conceito de direito, Estado e a relação entre os dois. Serão utilizados, também, outros textos e livros do autor para uma melhor compreensão do tema proposto.
Feitos tais apontamentos, o capítulo seguinte passará à análise do livro Teoria Geral do Direito e Marxismo de 1929, capítulo 5, de Eveguiéni B. Pachukanis, indicando o posicionamento contrário ao positivismo e normativismo presente na teoria de Kelsen, definindo os conceitos de direito, Estado e a relação entre os dois, já em uma perspectiva materialista do direito e sociedade. Outros textos e livros do autor serão discutidos para um melhor esclarecimento de sua teoria.
Serão utilizados, também, livros de diversos comentadores das duas teorias supracitadas para um melhor entendimento do tema em questão.
Por fim, será realizada uma análise acerca dos dois posicionamentos apresentados, correlacionando as teorias e contrapondo a concepção de Estado em cada uma delas.
Buscar-se-á, através do método dedutivo, pesquisar a respeito de qual é a função da forma jurídica para identificar o caráter específico da relação entre direito e Estado, conforme o normativismo de Hans Kelsen e o materialismo histórico de Pachukanis.
2. NOÇÕES GERAIS SOBRE FILOSOFIA DO DIREITO E TEORIA GERAL DO DIREITO
Neste capítulo será realizada uma breve exposição histórica da evolução da Filosofia do Direito, sua importância, seus fundamentos, suas teorias e principalmente a demonstração de como a filosofia sempre se fez presente ao tentar esclarecer questões suscitadas ao longo dos anos.
Não há como abordar todas as teorias existentes desde uma concepção primeira de Direito até os dias atuais, no entanto busca-se apresentar alguns conceitos que já demonstraram seu devido valor e importância quando se fala de filosofia do direito e também permitir uma noção da evolução dos problemas a serem resolvidos por essa ciência sempre acompanhando o desenvolvimento dos homens.
2.1 FILOSOFIA DO DIREITO: DO PRÉ-HELÊNICO AS VÉSPERAS DA REVOLUÇÃO FRANCESA
Ao longo de sua evolução, as relações humanas progrediram e adquiriram complexidade, necessitando de instrumentos para explicá-las. A filosofia aparece como um desses meios, já que sempre buscou elucidar questões pertinentes a vida humana pautando-se pela racionalidade e, diferentemente da ciência, normalmente, não recorre a procedimentos empíricos para tanto.
Com o intuito de obter decisões mais justas, a Filosofia do Direito, por meio de questionamentos e reflexões, busca a verdade real e processual visando aplicá-las no mundo jurídico. Ela pode ser definida, ainda, como o conjunto de respostas à pergunta o que é o direito
, ou como o entendimento da natureza e do contexto do empreendimento jurídico.¹
A primeira corrente jusfilosófica que busca explicar o fenômeno jurídico é conhecida por jusnaturalismo. Nas palavras de Norberto Bobbio²:
O Jusnaturalismo é uma doutrina segundo a qual existe e pode ser conhecido um ‘direito natural’ (ius naturale), ou seja, um sistema de normas de conduta intersubjetiva diverso do sistema constituído pelas normas fixadas pelo Estado (direito positivo). Este direito natural tem validade em si, é anterior e superior ao direito positivo e, em caso de conflito, é ele que deve prevalecer.
Na história da jusfilosofia, tem-se três correntes principais do jusnaturalismo: uma primeira em que a o direito seria uma vontade divina e revelada aos homens; a existência de leis naturais em seu sentido físico, aplicada a todos os seres humanos; e, por fim, uma lei ditada pela razão humana, advinda de uma reflexão interior que seria comum a todos os homens.³
Mesmo cada teoria tendo suas particularidades, todas partem do pressuposto básico de que há normas anteriores e superiores