A declaração de amor do menino negro: texto teatral para quatro atores
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Nos becos, nas sombras, em meio ao silêncio e ao perigo, Caco e Flávio descobrem o amor, a cumplicidade, fazem planos. Silas, gritando versículos bíblicos como num comício, defende-se de acusações de homofobia perante jornalistas. Jair, que atirara num menino negro pelas costas, afoga suas contrariedades na bebida em delírios de legítima defesa. Haverá esperança para o amor?
A declaração de amor do menino negro é um texto teatral para quatro atores, e aborda algumas das questões mais urgentes e sintomáticas do cotidiano de violência estatal e preconceito religioso que fazem do Brasil um dos países que mais mata jovens negros, homossexuais e pobres do mundo.
Uma visão sensível e pungente das violências que permeiam o tecido social brasileiro com a ascensão do fascismo e da desinformação de massa. Um reflexão necessária e urgente num dos períodos mais controversos da história brasileira contemporânea.
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A declaração de amor do menino negro - Afonso Nilson
A DECLARAÇÃO DE AMOR
DO MENINO NEGRO
A DECLARAÇÃO DE AMOR
DO MENINO NEGRO
Afonso Nilson
Proscênio
Editora
2021
SUMÁRIO
Prefácio
Apresentação
A declaração de amor do menino negro
Cena 1
Cena 2
Cena 3
Cena 4
Cena 5
Cena 6
Cena 7
Cena 8
Cena 9
Cena 10
Landmarks
Cover
Title Page
Table of Contents
Preface
Body Matter
Copyright Page
Prefácio
Julianna Rosa de Souza
O livro A declaração de amor do menino negro é uma obra que rompe com a lacuna histórica de ausências de representações de protagonistas e personagens negros perpetuada no teatro brasileiro. Afonso Nilson nos permite mergulhar nas contradições das relações raciais, trazendo para o debate aspectos importantes da política brasileira, desde as tensões ideológicas fundamentadas no radicalismo religioso até práticas militares opressoras que disseminam a violência contra os corpos negros.
Em pesquisa recente, a professora Regina Dalcastagnè ¹ observou que dentro da literatura contemporânea brasileira, o perfil dominante de personagens na narrativa é construído a partir de um ideal branco, masculino e heteronormativo. Para ficar evidente a importância desta publicação, convido você que está lendo este prefácio a refletir por alguns instantes:
Quantos livros com personagens negras protagonistas você já leu nos últimos meses?
Quantas peças teatrais com personagens negras você já leu ou conhece?
Você conseguiria citar mais de três textos teatrais com referências negras protagonistas ou de autoria negra?
Não seria exagero afirmar que nosso imaginário ficcional está povoado por significados gerados pela branquitude, onde as personagens não nomeiam sua racialidade, levando-nos acreditar que estamos apenas lendo e reconhecendo seres humanos, representações pretensamente universais. Digo, pretensamente, porque não é possível construir referências universais, é preciso colocar em debate as tensões raciais existentes na sociedade.
Afonso Nilson está atento às armadilhas estruturais ao trazer a questão racial para a construção da peça. O autor dissolve o pacto narcísico da branquitude, pois compreende que não racializar personagens é um mecanismo das estruturas e dinâmicas do racismo no campo teatral e literário.
Com o objetivo, então, de não reproduzir a ideia estereotipada das personagens negras, que quando são racializadas acabam por ser apresentadas como o outro
, ou seja, o diferente, a peça traz os conflitos internos de um adolescente, Caco, ao viver um amor que é visto socialmente como inapropriado. Caco terá que lidar com as tensões inter-raciais e ainda com os dogmas religiosos internalizados durante a sua educação familiar, enraizado e representado principalmente na figura paterna.
Os temas de gênero, sexualidade e raça são caros ao autor que em outros textos já apresentou sua posição crítica diante das opressões